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Professor brasileiro da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Leonardo Nemer Caldeira Brant foi eleito, nesta sexta-feira (4), juiz da Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, na Holanda. 

O jurista vai completar o mandado do juiz também brasileiro Antônio Augusto Cançado Trindade, que faleceu em maio deste ano e ficará no cargo até 2027. A vaga é destinada aos países da América do Sul e do Caribe.

A Corte Internacional de Justiça é o principal órgão judiciário da Organização das Nações Unidas e conta com 15 juízes que cumprem um mandato de nove anos.

"Essa é uma eleição que indica o seguimento do grande legado deixado pelo professor Cançado Trindade, o qual eu, com a minha personalidade e com a minha consciência, evidentemente, procurarei seguir, como jurista junto à Corte Internacional de Justiça", disse Brant, em entrevista à agência de notícias da ONU.

Além de mestre pela UFMG, Brant é professor titular e chefe do departamento de Direito Público da UFMG e fundador do Centro de Direito Internacional (Cedin) e do Anuário Brasileiro de Direito Internacional.

"Uma vitória do Brasil, que envolveu o Itamaraty e a minha atuação igualmente. Tenho a certeza que farei todo o meu possível para honrar tanto o nome do Brasil quanto o direito internacional junto ao meu trabalho à Corte Internacional de Justiça", finalizou Brant.

 

A Corte Internacional de Justiça (CIJ), o mais alto tribunal da ONU, ordenou à Rússia, nesta quarta-feira (16), que suspenda imediatamente suas operações militares na Ucrânia.

"A Federação Russa deve suspender imediatamente as operações militares iniciadas em 24 de fevereiro de 2022 em território ucraniano", declarou o juiz-presidente da CIJ, Joan Donoghue.

"A Corte está bem ciente da magnitude da tragédia humana na Ucrânia" e está "profundamente preocupada com o uso da força russa, que levanta problemas muito sérios de direito internacional", disse Donoghue durante uma audiência.

A Corte se expressou no âmbito de um procedimento de emergência lançado por Kiev alguns dias após o início da invasão russa em 24 de fevereiro.

A Ucrânia pediu ao mais alto tribunal da ONU que ordenasse Moscou que parasse sua invasão imediatamente, à espera de um veredicto sobre a substância do conflito entre os dois países, que pode levar anos.

Atendendo ao pedido de Kiev, a CIJ, criada em 1946 para resolver disputas entre Estados, decidiu decretar medidas de emergência, conhecidas como conservatórias, para ordenar à Rússia a suspensão imediata das operações militares.

Em quase três semanas de conflito, mais de três milhões de pessoas fugiram da Ucrânia. O presidente russo, Vladimir Putin, garantiu nesta quarta-feira que a invasão russa da Ucrânia foi "um sucesso", enquanto o ucraniano Volodymyr Zelensky lançou um novo forte apelo por ajuda, em plenas negociações sobre uma possível neutralidade ucraniana.

Kiev estima que a Rússia justificou ilegalmente sua invasão alegando falsamente um genocídio contra populações de língua russa nas regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk.

A Rússia se recusou a comparecer às audiências da CIJ sobre o caso em 7 e 8 de março. Mas em um documento escrito, Moscou refutou a competência do tribunal sobre a reivindicação da Ucrânia.

Moscou alega que sua ação não se enquadra no escopo da Convenção de Genocídio de 1948, sobre a qual Kiev baseia seu caso.

"O governo da Federação da Rússia respeitosamente solicita à Corte que se abstenha de indicar medidas conservatórias e retire o caso de sua pauta", declarou Moscou.

Um pedido rejeitado nesta quarta-feira pela CIJ, que concluiu que realmente tem jurisdição no caso, em nome da Convenção sobre Genocídio.

A Rússia acrescentou que não compareceu perante os magistrados porque não teve tempo suficiente para se preparar. E a invasão na Ucrânia é um ato de "legítima defesa".

As sentenças da CIJ são vinculantes e não podem ser apeladas, mas o tribunal não tem meios de aplicá-las.

O principal órgão judicial da ONU baseia suas conclusões principalmente em tratados e convenções. Tanto a Ucrânia quanto a Rússia são partes da Convenção de Genocídio da ONU de 1948.

A Autoridade Palestina entregou nesta sexta-feira, na Sede da Organização das Nações Unidas (ONU), os documentos necessários para a admissão no Tribunal Internacional de Justiça. Com o movimento, eles esperam denunciar líderes israelenses por supostos crimes de guerra contra o povo palestino.

A entrega dos documentos foi o último passo formal para fazer parte da corte, decisão que foi anunciada na quarta-feira pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em reunião televisionada. "Este é um passo bastante significativo", afirmou o embaixador palestino na ONU, Ryad Mansour. "É uma opção que temos em nossa busca por justiça para todas as vítimas de Israel", disse.

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A decisão foi duramente criticada por Israel, que ameaçou retaliar os palestinos em caso de admissão na corte. Os Estados Unidos também se opuseram à estratégia, que, em sua opinião, deixaria um acordo de paz entre as partes mais distante.

Segundo Mansour, os palestinos procurarão denunciar supostos crimes cometidos por Israel, inclusive a construção de assentamentos em território palestino. O embaixador palestino afirmou que os assentamentos constituem "um crime de guerra" sob o Estatuto de Roma, estabelecido pela mesma corte. Fonte: Associated Press.

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