Tópicos | CPI do futebol

Após se dizerem frustrados com o parecer oficial do relator Romero Jucá (PMDB-RR) na CPI do Futebol, os senadores Romário (PSB-RJ) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentaram um relatório alternativo em que pedem o indiciamento de nove pessoas, entre elas os ex-cartolas da CBF, Marco Polo Del Nero, José Maria Marin e Ricardo Teixeira, além do deputado federal Marcus Vicente (PP-ES). De acordo com o texto, há materialidade de crimes de estelionato, lavagem de dinheiro, caixa dois, entre outros.

"Não podemos esconder um certo desapontamento por tudo que poderíamos ter feito e não foi permitido. A CPI foi limitada pelos inúmeros obstáculos articulados pelo lobby financeiro que sustenta os interesses da CBF, um dos maiores lobbys atuantes no Congresso Nacional", afirmou o senador Randolfe ao apresentar seu relatório.

##RECOMENDA##

Randolfe acusou o relatório de Jucá de ser "chapa branca" e tratar de temas gerais do futebol, enquanto o objetivo central da CPI era a investigação de esquemas de corrupção. Jucá se defendeu e disse que essa não era uma competência da CPI. "Eu não me sinto à vontade. A CPI não indicia ninguém. Eu não vou ensinar ao Ministério Público o serviço dele", alegou.

Romário também rebateu Jucá e afirmou que a sugestão de indiciamento é sim um papel da CPI, que pode ou não ser acolhido pela Procuradoria Geral da República. De acordo com os senadores, o parecer com mais de mil páginas será encaminhado também para o Ministério Público, a Polícia Federal, outros órgãos de investigação e para a FIFA.

O relatório alternativo sugere que Del Nero, Marin e Ricardo Teixeira sejam indiciados por estelionato, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem tributária e financeira. Del Nero e Marin acumulam ainda a acusação de organização criminosa. Del Nero e Teixeira foram acusados de crime eleitoral considerando envolvimento em episódios da Fifa e financiamento não declarado de campanhas eleitorais pela CBF, o conhecido "caixa 2". Por último, Marin recebeu ainda a acusação de falsidade ideológica.

Também fazem parte da lista de pedidos de indiciamento os vice-presidentes da CBF, Gustavo Dantas Feijó e Marcus Antônio Vicente, que é também deputado federal pelo PP, o ex-diretor financeiro da entidade, Antônio Osório Ribeiro Lopes, o diretor jurídico Carlos Eugênio Lopes, além dos empresários Kleber Fonseca de Souza Leite e José Hawilla, este último, réu-confesso, denunciou os esquemas de corrupção ao FBI nos Estados Unidos em 2015.

PRÓXIMOS PASSOS - A CPI concedeu vista coletiva aos relatórios. Tanto o parecer oficial de Jucá, como o texto alternativo de Randolfe e Romário podem ser votados. A expectativa é que a CPI se reúna novamente na próxima semana para a análise dos pareceres, mas o próprio Romário considera que deve prevalecer o relatório oficial.

"Infelizmente, o nosso relatório agrada menos do que o relatório do Jucá em relação ao plenário da CPI, mas eu espero que esses senadores até lá tenham tempo para mudar de ideia", afirmou.

Confira as acusações feitas no relatório alternativo da CPI do Futebol:

MARCO POLO DEL NERO - Presidente da CBF

Estelionato; crime contra a ordem tributária; crime contra o Sistema Financeiro Nacional; lavagem de dinheiro; organização criminosa; crime eleitoral, considerando o seu envolvimento nas infrações penais listadas nos capítulos referentes à compra da sede da CBF; ao caso FIFA; e ao financiamento não declarado de campanhas eleitorais pela CBF (caixa 2).

GUSTAVO DANTAS FEIJÓ - Prefeito de Boca da Mata (AL)

Crime eleitoral, considerando o seu envolvimento nos ilícitos penais listados no capítulo referente ao financiamento não declarado de campanhas eleitorais pela CBF (caixa 2).

ANTONIO OSÓRIO RIBEIRO LOPES DA COSTA - Ex-diretor financeiro

Estelionato; crime eleitoral, considerando o seu envolvimento nas infrações penais relacionadas nos capítulos referentes à compra da sede da CBF; e ao financiamento não declarado de campanhas eleitorais pela CBF (caixa 2);

MARCUS ANTONIO VICENTE - Deputado federal (PP-ES)

Falsidade ideológica, considerando o seu envolvimento no ilícito penal apontado no capítulo referente ao acordo fraudulento juntado no Superior Tribunal de Justiça - STJ, ressalvada prerrogativa constitucional prevista no art. 102, inciso I, alínea b, da Constituição Federal de 1988;

JOSÉ HAWILLA - Empresário (preso nos EUA)

Estelionato; crime contra a ordem tributária; crime contra o Sistema Financeiro Nacional; lavagem de dinheiro organização criminosa, considerando o seu envolvimento nos ilícitos penais listados no capítulo referente ao caso FIFA.

KLEBER FONSECA DE SOUZA LEITE - Empresário

Estelionato; crime contra a ordem tributária; crime contra o Sistema Financeiro Nacional; lavagem de dinheiro; organização criminosa, considerando o seu envolvimento nos ilícitos penais listados no capítulo referente ao caso FIFA.

CARLOS EUGÊNIO LOPES - Advogado da CBF

Falsidade ideológica, considerando o seu envolvimento no ilícito penal apontado no capítulo referente ao acordo fraudulento juntado no Superior Tribunal de Justiça - STJ.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) apresenta nesta quarta-feira seu relatório final da CPI do Futebol. O texto robusto, com 380 páginas, trata de diversos assunto, mas se abstém em relação aos possíveis crimes cometidos por cartolas da CBF e sugere o simples repasse das informações para órgãos investigativos. Presidente da comissão, o ex-jogador e senador Romário (PSB-RJ) prometeu apresentar um relatório alternativo, juntamente com Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

A principal motivação de criação da CPI foi a prisão do ex-presidente da CBF José Maria Marin, em maio de 2015, na Suíça, durante operação internacional em um escândalo de corrupção da FIFA. A comissão foi instalada em meados de julho do mesmo ano com o objetivo de investigar a CBF e o Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, especialmente quanto a possíveis irregularidades em contratos de partidas da seleção brasileira organizadas pela CBF e pela Fifa.

##RECOMENDA##

No parecer, Jucá confirma o recebimento de grande número de informações sigilosas e fortes indícios de irregularidades e operações ilícitas que envolvem os ex-presidentes José Maria Marin e Ricardo Teixeira e o presidente Marco Polo del Nero, assim como entidades ou empresas que compõem a estrutura do futebol brasileiro ou que nela atuam, inclusive do COL.

Ainda assim, o senador defende que não é papel da CPI "centrar-se na apuração de atividades criminosas ou ilícitas, fazendo dessas a motivação única ou maior de seus trabalhos". Para o senador, o propósito fundamental da comissão é propiciar o avanço da legislação para que as práticas ilícitas não se repitam.

Dessa forma, o senador sugere que a documentação sigilosa, como sigilos bancários e telefônicos, seja repassada para o Banco Central, Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Ministério Público Federal, Polícia Federal, Receita Federal e a Controladoria Geral da União.

Entre as recomendações feitas no relatório está a vedação de participação de dirigentes e parentes em empresas com as quais a CBF tenha contratos. Em relação aos aspectos criminais, Jucá sugere que seja modificada a Lei de Lavagem de dinheiro, obrigando as entidades do futebol a manterem registros claros de suas transações.

Jucá também sugere que seja incluído no Código Penal o crime de "corrupção privada", inspirado no modelo da União Europeia. Muitas práticas da CBF investigadas por órgãos internacionais não poderiam ser punidas no Brasil porque os crimes de corrupção previstos na legislação brasileira se limitam ao prejuízo da administração pública. A Fifa, a Confederação Brasileira de Futebol, federações estaduais e agremiações esportivas, entretanto, são pessoas jurídicas de direito privado, como empresas em geral.

Fora isso, as demais páginas do relatório tratam de problemas gerais observados no mundo do futebol, como questões econômicas, gerenciais e jurídico-comerciais.

HISTÓRICO - A CPI do Futebol conseguiu convocar para depoimento o presidente Marco Polo Del Nero, em dezembro de 2015. O dirigente foi ao Senado após determinação da Polícia Federal. Nessa época, a CPI já detinha diversos documentos sigilosos que demonstravam a atuação da CBF em esquemas de corrupção envolvendo contratos da entidade.

Em seguida, a CPI evoluiu na investigação de outros cartolas da CBF e conseguiu aprovar requerimentos de convocação de outros dirigentes, como Ricardo Teixeira. Entretanto, as convocações foram derrubadas por decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Como presidente da comissão, Romário suspendeu as atividades da CPI até que o plenário do Senado votasse um requerimento que decidisse pela manutenção ou derrubada definitiva das convocações aprovadas. Entretanto, o requerimento nunca foi votado.

Ao longo de todo seu funcionamento, a CPI sofreu com a pressão de parlamentares que compõem a Bancada da Bola, inclusive deputados, que participavam das reuniões e lobistas ligados a CBF. O grupo operava justamente no sentido de evitar a convocação de cartolas do futebol e a quebra de sigilo bancário e telefônico.

A última reunião da CPI foi realizada em abril de 2016 e o colegiado ficou paralisado por sete meses. A diferença da CPI para demais comissões é que ela tem tempo limite de funcionamento. A CPI do Futebol, por exemplo, será encerrada em dezembro deste ano. Assim, o tempo em que o colegiado ficou paralisado é irrecuperável.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, determinou nesta quinta-feira (7) que a CPI do Futebol faça nova votação para convocar os presidentes da CBF Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira na CPI. A decisão é um revés para o presidente da Comissão, o ex jogador Romário.

A convocação de Del Nero e Teixeira haviam sido aprovadas em sessão realizada nesta quarta. Era necessária a presença de seis dos dez senadores que compõem a CPI para votar os requerimentos que pediam a convocação de ex-dirigentes da CBF. Mas, com a sala esvaziada, Romário teve de buscar senadores nos corredores, fazer telefonemas e até mesmo acionar suplentes do colegiado para assinarem a lista de presença.

##RECOMENDA##

Um dos integrantes da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que a CPI estava sofrendo um boicote. "Essa CPI está sendo alvo de boicote, sendo vítima de um processo de sabotagem. Por que tanto receio de que venham à público as investigações dessa CPI? Por que outros senadores se negam a convocar dirigentes da CBF?", questionou o senador.

Com a assinatura de alguns senadores suplentes, Romário havia conseguido completar o quórum necessário e aprovou de forma simbólica e em conjunto todos os requerimentos de convocação. Foram convocados para depoimento o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, e em caráter de testemunha, Marco Polo Del Nero Filho, para responder sobre à abertura de contas no exterior.

Também foi convocado para prestar esclarecimentos sobre possíveis irregularidades em contratos do Comitê Organizador da Copa e da CBF, o ex-presidente Ricardo Teixeira, que deixou o cargo em 2012. Pelos mesmos motivos, convocaram também o empresário do ramo de turismo Wagner José Abrahão.

As convocações, contudo, foram contestadas pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), que é membro da CPI, mas não estava presente na reunião. Ele acusou a CPI de usar uma manobra ao colher assinaturas de presença, mas aprovar os requerimentos sem que os senadores estivessem no recinto.

Em resposta, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu que a Secretaria Geral da Mesa fizesse rápida investigação sobre o ocorrido para dar resposta ao senador Nogueira já nesta quinta-feira. No início desta tarde, Calheiros determinou que se faça nova votação para definir as convocações de Del Nero e Teixeira.

Antes da decisão, Romário reclamou nesta quinta da contestação de Nogueira. "Dentro das regras, sem jogo sujo, fizemos tudo que foi possível para termos os depoimentos de personagens fundamentais das falcatruas do futebol", declarou o ex-jogador, nas redes sociais.

"Porém, diante da nossa vitória. O senador Ciro Nogueira, um dos que não compareceu ontem, foi ao Plenário pedir a anulação da referida sessão, com a alegação da ausência dos senadores que assinaram presença", afirmou Romário. "Sabemos que o jogo da CBF é pesado e nós, diferente deles, agimos dentro da lei."

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol suspeita que o Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 tenha desviado recursos de empréstimos feitos pela Fifa para a organização do Mundial no Brasil.

Informações obtidas com exclusividade pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelam uma disparidade nas contas declaradas do COL e os valores obtidos depois da quebra do sigilo bancário do comitê pela CPI. Os senadores da CPI do Futebol vão convocar o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, para depor mais uma vez em Brasília.

##RECOMENDA##

O que chama a atenção da CPI é um empréstimo da Fifa para o COL de US$ 66,7 milhões. Destes, US$ 43 milhões foram devolvidos à entidade máxima do futebol mundial, mas US$ 23,7 milhões foram parar em uma conta do Banco Itaú, nos EUA, sem maiores explicações por parte do COL.

Segundo o material preparado pela CPI, a partir de dados do Banco Central (BC), o COL recebeu entre 2009 e 2012 cerca de US$ 66,7 milhões da Fifa. Os US$ 23,7 milhões foram destinados pelo COL para uma conta do Itaú nos EUA no dia 6 de fevereiro de 2013, em quatro depósitos. No registro do BC, os depósitos aparecem apenas como "empréstimos diretos".

O COL foi criado com a função de organizar o Mundial e teve como presidentes Ricardo Teixeira e José Maria Marin. Numa última fase a partir de abril de 2015, ela foi liderada por Marco Polo Del Nero.

A CPI vai enviar neste domingo à Fifa um dossiê para que o suposto desvio seja apurado pela auditoria da entidade máxima do futebol. A suspeita é de que também pessoas ligadas à Fifa estejam envolvidas, já que o desvio de milhões de dólares dificilmente poderia ocorrer sem o conhecimento de cartolas em Zurique. Membros do alto escalão da Fifa informaram à reportagem que não reconhecem os pagamentos e dizem que a entidade não tem contas nem nos EUA e nem em paraísos fiscais.

O principal objetivo da investigação da CPI, no momento, é saber quem é o beneficiário desta conta nos EUA. A CPI fez requerimento na quarta-feira ao Banco Itaú exigindo os dados bancários desta conta e concedeu prazo de cinco dias úteis para a resposta. A auditoria da Fifa ainda vai examinar os documentos para tentar entender qual seria o motivo do pagamento.

DISPARIDADES - Também foram encontradas disparidades em outros itens. O Balanço Patrimonial do COL oferecido pelo órgão no âmbito da CPI do Futebol demonstra que a Fifa repassou R$ 55 milhões para o COL em 2012. Já a quebra de sigilo bancário do COL demonstra que, em 2012, a Fifa fez três transações para o COL, totalizando R$ 105 milhões.

Há, portanto, uma diferença de R$ 50 milhões entre o que aponta o Balanço Patrimonial oferecido pelo COL e o que demonstra a quebra de sigilo informada pelo Banco Central.

O mesmo documento do BC informa que os R$ 50 milhões equivaleriam a US$ 24.104.517,19, ao câmbio de 2012. O valor, segundo a CPI, é muito próximo dos US$ 23,750 milhões que faltaram em pagamento à FIFA e que foram transferidos para conta desconhecida nos EUA.

Entre 2012 e 2015, a Fifa na Suíça transferiu ao COL um total de R$ 1 bilhão. Mesmo com um valor pequeno, chamou atenção da CPI um depósito de R$ 51 mil, sem informar o beneficiário, também na agência do Itaú nas Ilhas Canárias. Em outra investigação, a CPI descobriu e-mails de Del Nero para um de seus filhos indicando, em 2007, uma conta no HSBC de Miami. O cartola sugere falar com a gerente Margarida Coutinho sobre o saldo da conta e opções para abrir um negócio.

As informações foram encontradas em um notebook de Del Nero, com 27,5 mil e-mails registrados. A Justiça havia confiscado o material em 2012, durante a Operação Durkheim. Agora, esses dados chegaram até a CPI do Futebol, que os analisou e encontrou as movimentações suspeitas.

Os senadores, agora, avaliam apontar para falsidade de testemunho por parte do presidente licenciado da CBF. Em dezembro, ele garantiu à CPI que não tinha contas no exterior.

COL DIZ ESTAR DENTRO DA LEI - O COL garante que suas contas estão dentro da lei, nega que tenha contas nos EUA e insiste que os dados divulgados pela CPI do Futebol são "falsos".

"Inicialmente é importante esclarecer que o COL é uma empresa privada e que jamais recebeu qualquer verba pública", indicou a entidade, em um comunicado. "Seus balanços e demonstrações financeiras foram devidamente auditados por empresas especializadas de alto renome", diz o COL em nota.

Sobre os valores pagos pelo COL para a FIFA, a explicação é que eles "decorreram do pagamento de empréstimos feitos pela FIFA ao COL, todos para viabilizar o início da operação deste, sendo certo que já foram integralmente quitados".

Sobre as transferências ao exterior, o COL diz que jamais teve conta no Itaú nos EUA: "O COL esclarece, ainda, que é absolutamente falsa a informação de que mantinha conta corrente no Banco Itaú nos Estados Unidos, o que já foi, inclusive, atestado pelo próprio banco nesta data. O COL jamais manteve qualquer conta bancária no exterior". O COL ainda chama de "especulação" o pagamento para conta nas Ilhas Canárias. De qualquer forma, "a relação de todos estes pagamentos será devidamente apresentada para a CPI", garantiu.

A CPI do Futebol encontrou indícios de que o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, tem contas no exterior. Ele poderá ser convocado novamente para depor. Em dezembro, o dirigente negou à comissão ter contas fora do País. Mas, agora, a CPI teve acesso a documentos que sugerem que ele não falou a verdade.

Entre os documentos, está um e-mail em que Del Nero pede a seu filho para procurar, em Miami, uma pessoa chamada Margarida, que seria responsável por movimentar uma conta no HSBC da cidade. Na época, ele dirigia a Federação Paulista de Futebol (presidiu a entidade de 2003 a 2015).

##RECOMENDA##

"Os documentos são muito fortes, mostram que o senhor Marco Polo Del Nero mentiu e isso é falsidade testemunhal", disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP).

A CPI também tem documentos sobre transferência de R$ 23,7 milhões do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 para uma conta do Banco Itaú nos Estados Unidos e de R$ 51 mil para as Ilhas Canárias, um conhecido paraíso fiscal. Não há indicações dos donos das contas.

CAIXA 2 - A CPI também poderá convocar o vice-presidente da CBF para a Região Nordeste, Gustavo Dantas Feijó, para depor, por causa da suspeita de ter recebido dinheiro da CBF para sua campanha à prefeitura de Boca da Mata. A intenção de convocá-lo é do senador Randolfe Rodrigues. Atualmente, Feijó é prefeito da cidade alagoana.

O senador se baseia em um e-mail entre Del Nero e Feijó, que solicita ao então vice-presidente da CBF possível repasse de dinheiro para sua campanha. O e-mail é de junho de 2012, época em que a CBF tinha como presidente José Maria Marin, e o pedido foi de R$ 250 mil - ele já havia recebido R$ 50 mil. "Temos um e-mail que foi interceptado entre o senhor Marco Polo Del Nero e o senhor Gustavo Dantas Feijó que indica, sugere, que a CBF fez caixa 2 para uma campanha", explicou Randolfe.

Na prestação de conta da campanha à prefeitura de Boca da Mata feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gustavo Feijó declarou gastos de R$ 130 mil. A CBF não consta como doadora.

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), cancelou nesta quinta-feira os efeitos da ordem judicial emitida na última terça-feira para que o presidente interino da CBF, Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, fosse conduzido coercitivamente para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol, que transcorre no Senado e investiga irregularidades na CBF. O depoimento de Nunes está marcado para a próxima quarta-feira.

O pedido de condução coercitiva foi apresentado pelo senador Romário (PSB-RJ), presidente dessa CPI, depois que o coronel não compareceu a um depoimento agendado para o dia 1º de março. Nunes alegou que tinha compromissos ligados à convocação da seleção brasileira para dois jogos das Eliminatórias da Copa. Essa convocação ocorreu no dia 3.

##RECOMENDA##

A ordem para que o presidente da CBF fosse levado à força foi emitida pelo juiz federal Antônio Carlos Almeida Campelo, da Justiça Federal no Pará.

Na decisão desta quinta-feira, Teori determinou que, embora não possa ser levado à força, o coronel Nunes continua convocado para depor no dia 16. Durante a oitiva, porém, o presidente da CBF poderá ser assistido por advogado e comunicar-se com ele, e não poderá ser obrigado a assinar termo de compromisso de dizer a verdade. Ele também terá o direito de não se autoincriminar.

O senador Romário não se manifestou sobre a decisão judicial, na noite desta quinta.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) emitiu nota oficial no início da noite desta quarta-feira para rebater as críticas do senador Romário (PSB-RJ) pela ausência do presidente da CBF, Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nunes, na sessão desta tarde na CPI do Futebol, em curso no Senado e presidida pelo ex-jogador.

Mais cedo, o senador disse que Nunes poderá ser conduzido à força no dia 16 para prestar depoimento no Senado após faltar à convocação desta quarta. Ainda segundo Romário, antes de ser convidado, o dirigente se negou a colaborar com a CPI.

##RECOMENDA##

"A CBF rechaça, com a maior veemência, a irreal alegação de que o seu presidente em exercício estaria, injustificadamente, evitando comparecer à CPI. Ele comparecerá, espontaneamente, à sessão do próximo dia 16", garante a CBF.

A entidade garante que Nunes "sempre se colocou à disposição para comparecer à CPI do Futebol, desde que respeitados os direitos e garantias dos cidadãos e observado o devido processo legal".

Em documento enviado à CPI e recebido pela comissão no último dia 25, Nunes afirmou que não poderia se ausentar da CBF nesta quarta e nem na quinta porque precisava acompanhar a convocação da seleção brasileira para os jogos das Eliminatórias contra Uruguai e Paraguai. O técnico Dunga anunciará a lista na quinta-feira.

A CBF alega que Nunes recebeu o convite em 18 de fevereiro e respondeu a Romário, presidente da CPI, já no dia seguinte. Aceitou o convite, mas pediu uma nova data, "em virtude de compromissos anteriormente agendados".

A nota da entidade máxima do futebol brasileiro critica o fato de Romário ter remetido ofício convocando (e não mais convidando) Nunes a depor "sem que houvesse o necessário requerimento aprovado pela Comissão". "Sob tais circunstâncias, resulta óbvio a irregularidade dessa última convocação, mostrando-se insuscetível de ser atendida", explica a CBF.

Presidente da CPI do Futebol, o senador Romário (PSB-RJ) afirmou nesta quarta-feira (2), durante reunião da comissão em Brasília, que o presidente da CBF, Antônio Carlos Nunes de Lima, poderá ser conduzido à força no dia 16 para prestar depoimento no Senado. O dirigente havia sido convocado para participar de audiência nesta quarta-feira.

"Numa atitude bem ao feitio do grupo dos 7 x 1, que se apoderou da CBF, que só pensa em ganhar salários milionários, sem qualquer contrapartida relevante para o futebol brasileiro, o coronel sorrateiramente fugiu da convocação", afirmou Romário. Segundo o senador, antes de ser convidado para prestar depoimento nesta quarta-feira, coronel Nunes se negou a colaborar com a CPI. "Tendo ocorrido o descumprimento da convocação, como agora se confirma, este presidente lançará mão do que dispõe o artigo 218 do Código do Processo Penal e solicitará a colaboração da área criminal do Poder Judiciário das Cidades do Rio de Janeiro e de Belém para que o coronel aqui compareça", anunciou Romário.

##RECOMENDA##

Em documento enviado à CPI e recebido pela comissão no último dia 25, Nunes afirmou que não poderia se ausentar da CBF nesta quarta e nem na quinta porque precisava acompanhar a convocação da seleção brasileira para os jogos das Eliminatórias contra Uruguai e Paraguai, que serão realizados nos dias 25 e 29 deste mês. O técnico Dunga anunciará a lista na quinta-feira.

Nunes, no entanto, se colocou à disposição da CPI para depor a partir do dia 10. Seis dias antes da audiência em que Romário afirma que levará o presidente da CBF à força para Brasília.

A CPI do Futebol aprovou nesta quarta-feira convite para que o presidente em exercício da CBF, Coronel Nunes, preste depoimento na condição de testemunha. Nunes assumiu a entidade no mês passado, após o presidente Marco Polo del Nero tirar nova licença para se dedicar à defesa das acusações de corrupção, do FBI. O requerimento foi apresentado pelo senador Romário (PSB-RJ), presidente da comissão, e o depoimento ainda não tem data marcada.

A CPI também aprovou a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático (mensagens eletrônicas) de Carolina Galan, ex-namorada de Del Nero desde o dia 1 de janeiro de 2013. Ex-apresentadora da TV FPF, na Federação Paulista de Futebol, Carolina recebeu em 2014 R$ 1,1 milhão em doação de Del Nero.

##RECOMENDA##

O diretor executivo da CBF, Rogério Caboclo, também teve aprovada pela CPI quebra dos seus sigilos. Caboclo foi diretor financeiro e responsável por cuidar do dinheiro da CBF durante parte da gestão de José Maria Marin, que está em prisão domiciliar nos Estados Unidos sob acusação de receber propina e suborno. Durante o período em que Del Nero foi presidente da FPF, Caboclo também foi diretor financeiro.

Os outros alvos da CPI foram homens de confiança do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira que ocuparam cargos estratégicos na entidade durante parte da gestão do dirigente. Foram requeridas informações bancárias e fiscais do ex-diretor financeiro Antônio Osório Ribeiro Lopes da Costa, apelidado de Zozó, do período de 17 de maio de 2007 até 27 de maio do ano passado.

Já o ex-tesoureiro Ariberto Pereira dos Santos e o ex-secretário-geral Júlio Avelleda viram ser aprovada pela CPI quebra dos seus sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático no período de 1º de janeiro de 2010 a 13 de maio de 2015.

A CPI também aprovou a transferência das informações telefônicas e telemáticas no período de 17 de maio de 2007 a 31 de maio de 2015 de Wagner José Abrahão, empresário do setor de turismo e eventos e parceiro de longa data da CBF.

Sob suspeita de superfaturamento, a compra da nova sede da CBF, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, é outro foco da CPI. Por isso, a Zayd Empreendimentos, que participou do negócio, será investigada pelos senadores. Nesta quarta, os parlamentares aprovaram um requerimento para viabilizar a transferência das informações bancárias e fiscais de Rita de Cássia Rodrigues Moreira, administradora da empresa.

Respondendo "não sei" à maior parte das perguntas que lhe foram direcionadas, Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da CBF, deixou a CPI do Futebol sem convencer os senadores. Ele alegou desconhecimento sobre quaisquer questões relacionadas ao Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 ou à CBF em período anterior ao seu mandato.

Antes mesmo de ser sabatinado pelos senadores em Brasília, nesta quarta-feira (16), Del Nero leu um comunicado em que se defendia das acusações do FBI, de que estaria envolvido em um esquema de corrupção. Ele quis fazer suas considerações de forma escrita, "para que ficassem registradas" e se comprometeu em "tratar de todas as questões, inclusive as mais delicadas."

##RECOMENDA##

Apesar de não ter se recusado a responder nenhuma questão e ser poucas vezes interrompido pelo advogado José Roberto Batochio, que o acompanhava, Del Nero não deu respostas satisfatórias para os senadores, que chegaram a zombar de seu conhecimento sobre contratos firmados pela CBF e de sua memória quanto a acontecimentos pessoais, como telefonemas, conversas privadas e viagens. No início de dezembro, Del Nero foi um dos 16 dirigentes indiciados pela Justiça dos Estados Unidos, fato que o levou a se licenciar da CBF. Ele também é alvo de investigações no Conselho de Ética da Fifa e, se punido, pode ser suspenso do futebol. Del Nero afirmou que as acusações são injustas e que irá provar sua inocência. "As pessoas podem ser indiciadas e ter o direito de fazer sua defesa e, na minha defesa, vou provar que há um equívoco muito grande nesse indiciamento da justiça americana."

Ele também desacreditou as acusações de que teria desviado dinheiro do COL e negou que tivesse feito parte do Comitê durante a Copa do Mundo. "Posso assegurar que é inverídica a informação de que entrei no COL em 2012. Entrei em abril de 2015, quase um ano depois da Copa", alegou.

TENSÃO - O senador Romário (PSB-RJ), presidente da CPI, assumiu o interrogatório com uma série de perguntas sobre corrupção e a culpa da CBF pelo momento "ridículo" em que o futebol brasileiro se encontra. As questões geraram desconforto e fizeram Del Nero gaguejar. "Vi alguns contratos, mas não todos. Não dá para ver todos", respondeu Del Nero sobre quando assumiu a CBF.

Romário afirmou ter percebido que o presidente licenciado não possui "muita noção" do que acontece na entidade. Del Nero se defendeu, alegando que não era o presidente no período. "Eu era vice. Vice é vice, vice não manda nada", afirmou. Um dos presentes que acompanhava a sessão gritou que o "vice é decorativo", em referência à carta de Michel Temer à presidente Dilma Rousseff. A situação arrancou risadas de alguns senadores.

Por fim, Romário pediu que Del Nero se afastasse definitivamente da CBF. "O senhor é para mim uma das pessoas que mais fazem mal ao futebol brasileiro e internacional. Gostaria de fazer um pedido público para que o senhor se retirasse definitivamente da CBF, para que possamos ter uma CBF séria". Ele também afirmou que, assim como os dois últimos presidentes da confederação, Ricardo Teixeira e José Maria Marin, Del Nero é um "câncer" do futebol.

Del Nero também enfrentou dificuldades para responder por que não viaja mais para o exterior, para acompanhar jogos da seleção brasileira. "O senhor tem medo de ser preso?", questionou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Del Nero afirmou que não haveria motivos para isso. Ele também negou que tenha visitado paraísos fiscais e afirmou jamais ter visitado Barbados, contrariando a informação da Anac, responsável pelo controle aéreo no Brasil, que foi trazida à CPI pelos senadores.

VICE-PRESIDÊNCIA - Durante a realização da CPI, foi eleito no Rio de Janeiro como um dos cinco vice-presidentes da CBF o coronel Antônio Carlos Nunes. Ele passa ser o vice-presidente mais velho da entidade, assumindo o cargo de Marco Polo del Nero, caso ele seja afastado definitivamente. A eleição aconteceu após a CBF derrubar liminar que obstruía o pleito.

Romário anunciou a decisão na sessão como um "golpe na CBF" e questionou se, agora, Del Nero deve renunciar. "Estou de licença e, assim que responder às acusações, eu volto. Não vou renunciar", garantiu Del Nero. Na saída, no elevador, Del Nero afirmou que não houve golpe e que a decisão foi democrática. Romário fechou a sessão afirmando que já sabia que Del Nero é "ladrão e corrupto, hoje descobri que ele também é mentiroso."

Durante audiência pública na CPI do Futebol, em que é ouvido o presidente licenciado da CBF, Marco Polo del Nero, o senador Romário pediu publicamente o afastamento do presidente da entidade, nesta quarta-feira (16). "Gostaria de fazer um pedido público para que o senhor se retirasse definitivamente da CBF, para que possamos ter uma CBF séria, não corrupta e que possa ajudar a CBF e a seleção brasileira", afirmou o ex-jogador e agora senador (PSB/RJ).

Após uma série de perguntas que deixaram Del Nero em uma saia justa, Romário disse perceber que ele não tinha muita noção do que se passava por dentro da CBF. E declarou: "O senhor é uma pessoa muito mal vista no futebol. É para mim uma das pessoas que mais fazem mal ao futebol brasileiro e internacional."

##RECOMENDA##

Romário afirmou ainda que Del Nero, assim como os dois últimos presidentes da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira e José Maria Marin, são um "câncer do nosso futebol", responsáveis pelo "momento ridículo" pelo qual o futebol brasileiro está passando. Depois, o senador abriu a audiência para perguntas dos demais senadores da CPI.

Del Nero se afastou temporariamente do comando da CBF no início do mês após ser indiciado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Ele é suspeito de corrupção por supostamente receber propinas em contratos comerciais envolvendo a CBF.

A próxima quarta-feira, dia 16 de agosto, promete ser um marco para o futebol brasileiro. Para esta data já estavam marcados o depoimento de José Maria Marin para o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em Nova York, e a eleição do novo vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da CBF, vai aproveitar a data para finalmente depor à CPI do Futebol, em transcurso no Senado. Também o presidente em exercício, Marcus Vicente, deputado federal pelo PP do Espírito Santo, também deverá ser ouvido.

Uma nova sessão da CPI do Futebol, presidida pelo senador Romário (PSB-RJ), estava marcada para acontecer nessa terça-feira (8), mas Del Nero não atendeu ao convite e a reunião acabou cancelada. O encontro foi remarcado para esta quarta-feira (9), mas novamente em nenhum momento houve a possibilidade real de o ex-presidente da CBF comparecer.

##RECOMENDA##

Os senadores então pretendiam votar nesta quarta um requerimento convocando Del Nero, o que tornaria obrigatório o seu comparecimento. De acordo com o ex-jogador, minutos antes do início da reunião, um grupo de senadores foi ao gabinete dele e informou que Del Nero se comprometeu a depor na próxima quarta-feira.

"O presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, conversou com o relator da CPI do Futebol, senador Romero Jucá, e se comprometeu a depor no Senado na próxima quarta-feira. O novo presidente da entidade, Marcus Vicente, também deve depor na sessão", contou a assessoria de Romário. Jucá é aliado político de Del Nero.

Ainda segundo o ex-jogador, estiveram presente ao encontro os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Zezé Perrela (PDT-MG, ex-presidente do Cruzeiro), Paulo Bauer (PSDB-SC, vice-presidente da CPI), Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Na semana passada, a CPI do Futebol aprovou a quebra dos sigilos telefônico e telemático de Del Nero, então presidente da CBF, e de Marin. Já o ex-presidente Ricardo Teixeira teve os sigilos bancário e fiscal quebrados. Os senadores também decidiram pela quebra dos sigilos bancário e fiscal do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014 (COL), bem como o acesso ao demonstrativo dos resultados e lucros do órgão.

Del Nero teve o sigilo quebrado a partir de 12 de março de 2013. Marin, no período compreendido entre março de 2012 e maio de 2015 - depois disso, ele foi preso. O acesso aos dados bancários e fiscais de Teixeira são referentes ao período de 1º de janeiro de 2007 a 12 de março de 2012, data de sua renúncia.

O senador e ex-jogador de futebol Romário Faria (PSB-RJ) disse nesta sexta-feira (27), em seu perfil oficial no Facebook, que pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigue a existência de uma suposta conta bancária na Suíça que seria atribuída a ele, segundo divulgou a revista Veja em julho deste ano. A manifestação do senador ocorre dois dias depois de vir à tona gravação de conversa entre o senador Delcídio Amaral (PT-MS) e o advogado Edson Ribeiro em que eles negociavam para tentar impedir a delação premiada do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Em um trecho, Ribeiro, que foi preso na manhã desta sexta, afirma que Romário tinha dinheiro numa conta na Suíça, mas foi avisado para retirá-lo para não "ser preso".

O senador, que nega ter dinheiro no exterior, divulgou um texto na rede social no qual afirma ter encaminhado um ofício ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot: "Tomei a iniciativa de pedir ao Ministério Público do Brasil que provoque o Ministério Público suíço para instaurar uma investigação a fim de apurar se a suposta conta bancária apontada pela revista Veja, como sendo de minha titularidade do BSI, realmente existe e, ainda, se algum dia existiu, assim como se já houve qualquer movimentação na conta bancária. Sou o maior interessado que a verdade venha à tona", diz o texto.

##RECOMENDA##

Na mensagem, o senador ainda se manifesta em relação à gravação divulgada nesta quarta. No áudio, Ribeiro afirma a Delcídio que recebeu a informação de que Romário tinha dinheiro guardado numa conta na Suíça e que foi avisado para retirar o valor do paraíso fiscal europeu, evitando, assim, uma prisão. Em troca, Romário, segundo o advogado, teria supostamente aceitado apoiar Pedro Paulo como candidato a prefeito do Rio na sucessão de Eduardo Paes (PMDB-RJ).

"A suposta fraude para me favorecer merece ser apurada e uma nova resposta deve ser dada a todos os cidadãos brasileiros, em especial aos cariocas e fluminenses que a mim confiaram o seu voto", diz a nota de Romário.

Em agosto deste ano, o banco BSI disse em carta encaminhada ao parlamentar que o extrato divulgado pela Veja era "falso" e informou ter aberto uma queixa penal no Ministério Público de Genebra. O BSI não informa, porém, se Romário já foi cliente do banco ou se foi titular de alguma outra conta sob sua custódia. Após a polêmica, a revista divulgou uma nota pedindo desculpas ao senador.

O senador Romário Faria (PSB-RJ) admitiu nesta sexta-feira (27) ter tido uma conta bancária no banco suíço BSI, que em julho de 2014 foi adquirido pelo banco BTG Pactual, de propriedade de André Esteves. Na gravação que levou à prisão Esteves e o senador Delcídio Amaral (PT-MS), o parlamentar e o advogado Edson Ribeiro sugerem que Romário fez um acordo com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), que mantém boa relação com o banqueiro.

A notícia de que Romário era dono de uma conta no banco BSI da Suíça foi revelada pela revista Veja em julho deste ano. A publicação chegou a publicar um extrato da conta com um saldo num valor equivalente a R$ 7,5 milhões.

##RECOMENDA##

Num primeiro momento, o senador, presidente da CPI do Futebol, disse que não se lembrava de ser proprietário da conta. Dias depois, Romário viajou para a Suíça ao lado de sua ex-mulher para obter uma confirmação do banco. No dia 5 de agosto, o senador divulgou um comunicado BSI - cujo dono é Esteves - afirmando que o extrato divulgado por Veja era "falso".

A revista chegou a reconhecer que cometera um erro. Nesta sexta-feira, o jornal O Globo publicou uma entrevista em que Romário admite ter sido dono, de fato, de uma conta no banco BSI. "Quando eu jogava na Europa, tive uma conta no BSI, só não sei o ano", disse o ex-jogador.

Pelo acordo citado na conversa que levou Esteve à prisão, Romário abandonaria seu desejo de ser candidato a prefeito para apoiar o candidato de Paes, o deputado federal licenciado Pedro Paulo Carvalho (PMDB).

O caso é mencionado logo no começo da conversa gravada no dia 4 de novembro deste ano pelo filho de Nestor Cerveró, Bernardo. "Ai tá, pra acabar de complicar ainda mais o jogo aparece o Eduardo Paes com o Pedro Paulo, é, com o Romário", diz Delcídio. "Ué, fizeram acordo né?", comenta Ribeiro. "Diz o Eduardo que fez", afirma o senador do PT. "Tranquilo. Tinha conta realmente do Romário", ressalta Ribeiro. Surpreso, o filho de Cerveró questiona: "Tinha essa conta?". Na sequência, Delcídio conclui: "E em função disso fizeram acordo".

A reunião da CPI do Futebol que estava marcada para esta quarta-feira (25), no Senado, foi adiada pela segunda vez seguida e agora está planejada para acontecer na quarta da semana que vem. De acordo com a Agência Senado, adiamento desta vez se deve à sessão do Congresso Nacional que deveria começar às 15h.

A sessão do Congresso Nacional, entretanto, foi adiada logo em seguida para que o Senado pudesse analisar o pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), em mais um desdobramento da Operação Lava Jato. No início da noite desta quarta, teve início a sessão extraordinária que votará o caso.

##RECOMENDA##

Estava prevista para a sessão desta quarta-feira a votação de 23 requerimentos (sendo 10 deles secretos) que pedem o demonstrativo de resultados e lucros e a quebra de sigilos bancários e fiscal do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 e de pessoas e empresas ligadas à CBF e a seus dirigentes.

A votação dos requerimentos deveria ter acontecido há duas semanas, mas a reunião à época foi adiada a pedido de um grupo de senadores, que pedia mais tempo para analisar a questão. No mesmo dia, os senadores Romário (PSB-RJ) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) conseguiram reunir assinaturas suficientes para prorrogar a CPI, que deveria acabar dia 22.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o habeas corpus que tentava impedir a prisão do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, durante as investigações da CPI do Futebol, no Senado. O pedido também tentava garantir a Del Nero o direito de permanecer calado durante o interrogatório com os parlamentares.

De acordo com a decisão de Gilmar Mendes, o pedido é "manifestamente incabível" porque o depoimento de Del Nero à CPI ainda não tem data marcada. De acordo com as informações prestadas pelos advogados do Senado, para que a convocação seja marcada é necessário que um senador apresente um requerimento à CPI, o que ainda não aconteceu.

##RECOMENDA##

Segundo o documento do Senado enviado ao STF, o procedimento garante "tempo suficiente" para que Del Nero recorra ao Supremo em caso de convocação. "Como não há requerimento nesse sentido, eventual prejuízo à esfera jurídica do impetrado é extremamente remoto", advertem os advogados.

O documento esclarece também que Del Nero passou de convidado a investigado pela CPI. "Com a evolução das investigações, a condição do paciente mudou para a de investigado, com a aprovação da quebra de seus sigilos fiscal e bancário", informou a advocacia do Senado ao STF.

RECURSO - O pedido de habeas corpus data do fim do mês passado. Nele, o advogado José Roberto Batochio informa que, apesar de tentar ouvir o presidente da CBF como testemunha, "é inegável, manifesta e inequívoca sua condição de investigado e, diga-se, ostensivamente ameaçado a sofrer ilegalidades" na CPI. O documento menciona ainda a "declarada animosidade" entre Del Nero e o senador Romário (PSB-RJ), que está à frente da CPI.

Na semana passada, os senadores Romário e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciaram a prorrogação da CPI por mais seis meses. A comissão já havia pedido a quebra de sigilo telefônico e de e-mail de Del Nero sob o pretexto de envolvimento dele em investigar irregularidades na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e na realização da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014.

A CPI do Futebol foi prorrogada até junho de 2016. Com isso, parlamentares terão mais seis meses para investigar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A mudança no prazo de encerramento do colegiado atendeu ao requerimento do presidente, senador Romário (PSB-RJ). Ele e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) explicaram que a documentação obtida de órgãos nacionais e internacionais já justifica a concessão de mais tempo de trabalho para aprofundar as investigações.

##RECOMENDA##

Além da CBF, a CPI apura denúncias de irregularidades na atuação do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014. Ela seria encerrada em 22 de dezembro deste ano.

 

À pedido de um grupo de senadores ligados a Romero Jucá (PMDB-RR), aliado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a sessão da CPI do Futebol que estava programada para esta quarta-feira (11) foi adiada. De acordo com o senador Romário (PSB-RJ), antes do início da reunião o grupo o procurou afirmando que não teve acesso a todas as informações da investigação.

"Os senadores que não acessaram aos documentos são: Romero Jucá (relator da CPI), João Alberto (Souza, PMDB-MA), Fernando Collor (PTB-AL), Gladson Cameli (PP-AC), Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Donizeti Nogueira (PT-TO)", explicou Romário. Por falta de quórum, a reunião acabou adiada para a semana que vem.

##RECOMENDA##

De acordo com o ex-jogador, estava prevista para a sessão desta quarta-feira a votação de 23 requerimentos (sendo 10 deles secretos) que pedem o demonstrativo de resultados e lucros e a quebra de sigilos bancários e fiscal do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 e de pessoas e empresas ligadas à CBF e a seus dirigentes.

"Há graves indícios de irregularidades no COL. Também há entre os requerimentos o pedido de quebra de sigilo telefônico e de e-mail do atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e do ex-presidente preso, José Maria Marin, entre outros requerimentos. Posso afirmar que os fatos que descobrimos são bem piores do que imaginávamos. Encontramos indícios de muita corrupção e enriquecimento ilícito", garante o senador do PSB.

Com base nessas investigações, Romário e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) defendem a prorrogação da CPI por pelo menos seis meses. O prazo atual para encerramento dos trabalhos é o dia 22 de dezembro. "Isto será fundamental para que possamos fazer os levantamentos que são objeto desta CPI", opina Romário.

"Encontramos o fio da meada do esquema criminoso que, lamentavelmente, dirige o futebol brasileiro. Diante disso, temos que puxar o restante do novelo. Obviamente vamos precisar de mais prazo. Não tenho dúvida que os demais colegas apoiarão", completou Randolfe.

O presidente do Santos, Modesto Roma Junior, atacou os empresários de atletas durante audiência pública da CPI do Futebol do Senado, realizada nesta quarta-feira em Brasília. O dirigente chamou os agentes de "gigolôs" e "cafetinadores".

"É preciso que se acabe com esses verdadeiros gigolôs do futebol brasileiro. Os clubes estão nesta situação de penúria muito mais por estes gigolôs do que pelas entidades representativas. Não há pecado nas federações e na CBF? Claro que há. Mas pior do que eles são esses cafetinadores de jogadores de futebol", disse Modesto Roma Júnior.

##RECOMENDA##

O dirigente aproveitou a audiência com os senadores para sair em defesa dos cartolas. "A visão dos dirigentes é que nós somos ladrões e desonestos e estamos locupletando do futebol. Sabemos que isso está longe de ser a verdade", afirmou.

Modesto Roma Júnior também defendeu que os presidentes de clube têm de ser remunerados. "Temos de ter pessoas responsável para administrar esse patrimônio do futebol brasileiro, que é o futebol. Vou ficar três anos e não quero reeleição. Trabalhar como trabalhar sem remuneração é um castigo muito grande. Os presidentes tem de passar a ter remuneração. Eu na minha gestão não terei, mas espero que meu sucesso tenha", disse.

Um documento de dez páginas referente às informações financeiras do ex-presidente da CBF José Maria Marin foi entregue pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) à CPI do Futebol. O período investigado pelos senadores abrange a gestão de Marin à frente da CBF, de 12 de março de 2012 até três dias após a sua prisão na Suíça, em 27 de maio deste ano.

Além de parlamentares, participam da análise das informações financeiras do ex-dirigente auditores fiscais do Tribunal de Contas da União (TCU), delegados e agentes da Polícia Federal, analistas do Banco Central, auditores da Receita Federal e um oficial da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

##RECOMENDA##

O requerimento solicitando ao Coaf as informações financeiras de Marin foi apresentado pelo senador Paulo Bauer (PSDB-SC), vice-presidente da CPI. A comissão aprovou o pedido no último dia 23.

Também está em poder da CPI do Futebol os dados fiscais e bancários do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. Não há um prazo definido para a análise final da documentação. A CPI pretende cruzar as informações financeiras dos dois cartolas. Del Nero foi vice-presidente da gestão de Marin e admitiu em depoimento na Câmara dos Deputados que participou da negociação de contratos da CBF junto com o antecessor.

Marin está preso na Suíça desde 27 de maio. O ex-dirigente é acusado de ter recebido propina e suborno na negociação de contratos da Copa América e também da Copa do Brasil, competição organizada pela CBF.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando