Tópicos | Copa 2014

O senador pedetista Cid Gomes se manifestou, na noite de quarta-feira (15), sobre a operação da Polícia Federal que apura suposto esquema de corrupção durante as obras do estádio Castelão, em Fortaleza, para a Copa 2014. O parlamentar é alvo da investigação junto ao irmão, Ciro Gomes (PDT), e outros suspeitos. Adepto à tese de que a instituição está agindo por interesse do presidente Jair Bolsonaro (PL), Cid chamou a operação de "molecagem com objetivos politiqueiros".

O senador ainda não foi interrogado pela PF, mas teve sua casa revistada em cumprimento de um mandado de busca e apreensão também na quarta-feira (15). O mesmo procedimento foi realizado na residência de Ciro. As buscas tiveram como objetivo apreender mídias digitais, aparelhos celulares e documentos que possam contribuir para a investigação sobre as licitações fraudadas na obra.  

##RECOMENDA##

[@#video#@]

De acordo com a Polícia Federal, as investigações foram iniciadas em 2017, após indícios da existência de um esquema criminoso envolvendo pagamentos de propinas para beneficiar uma empresa durante o processo licitatório que autorizou verba à construção da arena. Foram identificados pagamentos estimados em R$ 11 milhões em propinas com dinheiro vivo ou disfarçadas de doações eleitorais, com emissões de notas fiscais fraudulentas por empresas fantasmas 

“Tenho consciência absolutamente tranquila que sempre agi alinhado ao mais genuíno interesse público. Agora, completando 9 anos da conclusão da obra, é muito estranho que a questão seja objeto de investigação”, escreveu Cid sobre o caso. 

O senador disse ainda que participou de reuniões para reduzir os valores da obra em R$ 139 milhões. Sendo R$ 40 milhões de um sobrepreço no planejamento da empreitada e R$ 99 milhões na licitação. 

[@#podcast#@]

Ginter e Boateng são alguns dos remanescentes da seleção da Alemanha que humilhou o Brasil na semifinal da Copa de 2014. Agora, eles voltarão a enfrentar o time brasileiro em Berlim, nesta terça-feira, às 15h45 (de Brasília), em amistoso de preparação para o Mundial de 2018. E os dois defensores admitem que ficaram "emocionados" diante do que viram nas arquibancadas do Mineirão, palco daquele confronto em Belo Horizonte.

"Durante o jogo, nós mesmos nos perguntávamos: é normal esse resultado?", disse Boateng. "Pensamos nisso. Mas tínhamos de ficar concentrados e jogar o jogo. Quando ele acabou, olhamos para a torcia e, não é que deu pena, mas ficamos emocionados", disse.

##RECOMENDA##

"Estávamos super contentes de ir para a final da Copa. Mas deu para sentir empatia daquela torcida. Teria ocorrido o mesmo se fosse na Alemanha", afirmou o defensor.

Ginter também destacou que, em 2014, "não foi um jogo normal". O alemão também esteve na final da Olimpíada de 2016, no Rio, onde a seleção olímpica do Brasil levou a melhor sobre a Alemanha nos pênaltis, no Maracanã. "Vimos que era muita pressão sobre o time brasileiro. Para nós, era apenas uma Olimpíada. Mas para eles era um jogo especial. Acho que no amistoso vamos ter um pouco de sentimento do passado", disse.

Ginter sugere que há uma diferença de percepção sobre o que será o amistoso. "Para o Brasil, sempre falam do 7 a 1. Para nós, só estamos pensando na Copa", disse. "O 7 a 1 é um tema para os brasileiros. Não é grande coisa para nós. Mas temos que nos preparar para um Brasil muito motivado e muito forte", disse Boateng. Ambos destacam a melhoria do time brasileiro. "Hoje eles têm muitas opções", reforçou Ginter.

[@#galeria#@]

Gabriel Jesus usou seus perfis em redes sociais para relembrar sua preparação para a Copa de 2014. Atual camisa 9 da Seleção Brasileira, em 2014 o craque do Manchester City se preparava para o mundial pintando as ruas do bairro onde morava, o Jardim Peri, em São Paulo, de verde e amarelo. 

##RECOMENDA##

Hoje, três anos depois, com 20 anos, Gabriel Jesus é um dos destaques do time inglês, já foi campeão Olímpico em 2016 e marcou cinco gols nas partidas de Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. O atacante está na lista do técnico Tite para os amistosos contra a Argentina e a Austrália, que serão disputados nos dias 9 e 13 de Junho, respectivamente, em Melbourne, Austrália. 

Leiajá também

--> Sem acordo com Globo, CBF pode transmitir jogos no Facebook 

--> Pela terceira vez, Diego Souza é convocado para Seleção

Gisele Bündchen foi responsável por um verdadeiro 'momento' ao desfilar na abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro, durante três minutos, na última sexta-feira (5). Além de chamar a atenção por ser a própria Gisele Bündchen, a modelo também surpreendeu por não aceitar cachê pelo desfile. O fato acabou por lembrar uma outra participação num evento marcante na história do país: a apresentação de Claudia Leitte na abertura da Copa em 2014. Cometários de que a cantora teria cobrado um valor milionário pelo show ganharam as redes sociais e a baiana usou seu perfil no Facebook, nesta terça-feira (9), para se defender. 

Em um post delicado, Claudia lamentou pelas falsas notícias que circularam pela internet a respeito do assunto: "Com muita exposição, há uma onda de fofocas. Eu não me acostumo com isso, mas aprendi a lidar com a situação ao longo de pouco mais de uma década de carreira. Não é a primeira vez que insistem em dizer que recebi cachês astronômicos em situações infundadas", postou. Ela também fez questão de frisar que é mentirosa a notícia que aponta o valor de R$ 2 milhões para seu show na Copa: "Sou uma cantora brasileira como tantas outras, e naquela data, entrei em campo, na abertura da Copa do Mundo, feliz, carregando um sonho no coração e um sorriso no rosto .Enfrentei meus medos. Despi-me de todas as inseguranças para cantar para bilhões. De graça. Que fique claro que não recebi um centavo."

##RECOMENDA##

A cantora também lembrou os memes feitos com sua imagem e disse não se chatear com as brincadeiras: "A galinha pintadinha é fofa, mas essa imagem é a de uma brasileira dando o melhor de si. Memes podem ser legais e eu me divirto com eles. Mas aquilo que não me provoca risos, agora, me obriga a desmentir." Ela também aproveitou para agradecer aos fãs que sempre lhe dispensam atenção: "É muito bom ser lembrada com carinho, por tanta gente, num dia histórico para cada um de nós brasileiros. Sinto-me grata por ser citada de modo tão positivo durante os Jogos Olímpicos.", falou em referência ao seu público. 


LeiaJá também

--> Claudia Leitte arma o 'Barzin da Negalora' no Recife

--> 'Foi muito emocionante', diz Gisele Bündchen sobre desfile

--> Veja imagens da abertura dos Jogos Olímpicos do Rio

A ruptura de um duto localizado no subsolo do Itaquerão deu início a uma sucessão de eventos que terminaram com a queda do guindaste que matou dois operários em novembro de 2013, durante as obras de construção do estádio do Corinthians, que foi um dos principais palcos da Copa do Mundo de 2014. Essa é a conclusão de laudo feito pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) sobre o acidente. A investigação levou quase dois anos para ser concluída e foi encomendada pelo Ministério do Trabalho.

Por meio da Lei de Acesso à Informação, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo obteve cópia do documento de 146 páginas assinado por seis engenheiros do instituto. O laudo aponta que, após a ruptura do duto de 1,20 metro de diâmetro, o solo afundou e houve sobrecarga de peso na parte posterior esquerda do guindaste. Na sequência, ocorreu uma inclinação maior do que o suportado pelo equipamento, o que acabou causando a queda.

##RECOMENDA##

O guindaste tombou no momento em que erguia a 38.ª e última peça metálica que faltava para finalizar a cobertura da arquibancada do Itaquerão. A queda da estrutura de 420 toneladas causou a morte do motorista Fábio Luiz Pereira, de 42 anos, e do montador Ronaldo Oliveira dos Santos, de 44.

No laudo, o IPT critica o fato de não ter sido feita avaliação sobre a tubulação enterrada de água pluviais existente no trajeto da máquina, nem se o duto suportaria a pressão do guindaste nas condições em que ele foi instalado. Esse avaliação deveria ter sido realizada pela Odebrecht, empreiteira responsável pela construção do estádio.

Análise do solo feita pelo IPT detectou também que, exatamente abaixo do ponto de maior afundamento do guindaste, a terra tinha uma mistura de restos de raízes, folhas e galhos de vegetação. "Esse material, que por si só constitui-se num colchão de baixa capacidade de suporte, não ofereceu apoio adequado para a compactação do aterro", diz trecho do laudo.

De acordo com o IPT, o guindaste era operado sobre um terreno com brita e pó de pedra e desníveis, alguns superiores a dez centímetros, contrariando as recomendações do manual do fabricante, que determina que a máquina tem de se "mover sobre um terreno plano, estável e nivelado".

Outro erro apontado no documento é de que não houve isolamento adequado da área durante as operações do guindaste. "A própria ocorrência de duas mortes, envolvendo pessoas que não tinham relação direta com a operação, demonstra que houve falhas na execução dos itens de prevenção."

DEFESA - Procurada pela reportagem, a construtora Odebrecht afirmou que "estudos realizados por renomados especialistas descartaram a possibilidade de o solo e/ou o subsolo, incluindo as estruturas de drenagem, na área de operação do guindaste, ter sido a causa do acidente ocorrido durante as obras da Arena Corinthians".

A Odebrecht também criticou o laudo feito pelo IPT. "Apresenta diversas inconsistências técnicas que serão oportunamente apresentadas. Além disso, ele é apenas mais um entre os demais estudos e evidências que estão sendo analisados pelas autoridades."

A Locar, empresa responsável pela operação dos guindastes, é citada em vários momentos do laudo. Segundo o IPT, a Locar não levou em conta o Plano de Rigging (planejamento de içamento da peça) original sem comunicar esse fato com a Odebrecht.

A Locar também estaria operando o guindaste com um datalogger (espécie de caixa-preta) inoperante desde o mês de novembro de 2012. Ainda que não seja um equipamento de uso obrigatório pela legislação, o IPT alerta que, "se existe, é para ser bem utilizado".

Em nota enviada à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo pela assessoria, a empresa diz que "há dois laudos conclusivos que demonstram ter sido o solo a causa do desabamento". A Locar alega que esses documentos "têm conteúdo e conclusões irrefutáveis e anulam argumentações em contrário".

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol suspeita que o Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 tenha desviado recursos de empréstimos feitos pela Fifa para a organização do Mundial no Brasil.

Informações obtidas com exclusividade pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelam uma disparidade nas contas declaradas do COL e os valores obtidos depois da quebra do sigilo bancário do comitê pela CPI. Os senadores da CPI do Futebol vão convocar o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, para depor mais uma vez em Brasília.

##RECOMENDA##

O que chama a atenção da CPI é um empréstimo da Fifa para o COL de US$ 66,7 milhões. Destes, US$ 43 milhões foram devolvidos à entidade máxima do futebol mundial, mas US$ 23,7 milhões foram parar em uma conta do Banco Itaú, nos EUA, sem maiores explicações por parte do COL.

Segundo o material preparado pela CPI, a partir de dados do Banco Central (BC), o COL recebeu entre 2009 e 2012 cerca de US$ 66,7 milhões da Fifa. Os US$ 23,7 milhões foram destinados pelo COL para uma conta do Itaú nos EUA no dia 6 de fevereiro de 2013, em quatro depósitos. No registro do BC, os depósitos aparecem apenas como "empréstimos diretos".

O COL foi criado com a função de organizar o Mundial e teve como presidentes Ricardo Teixeira e José Maria Marin. Numa última fase a partir de abril de 2015, ela foi liderada por Marco Polo Del Nero.

A CPI vai enviar neste domingo à Fifa um dossiê para que o suposto desvio seja apurado pela auditoria da entidade máxima do futebol. A suspeita é de que também pessoas ligadas à Fifa estejam envolvidas, já que o desvio de milhões de dólares dificilmente poderia ocorrer sem o conhecimento de cartolas em Zurique. Membros do alto escalão da Fifa informaram à reportagem que não reconhecem os pagamentos e dizem que a entidade não tem contas nem nos EUA e nem em paraísos fiscais.

O principal objetivo da investigação da CPI, no momento, é saber quem é o beneficiário desta conta nos EUA. A CPI fez requerimento na quarta-feira ao Banco Itaú exigindo os dados bancários desta conta e concedeu prazo de cinco dias úteis para a resposta. A auditoria da Fifa ainda vai examinar os documentos para tentar entender qual seria o motivo do pagamento.

DISPARIDADES - Também foram encontradas disparidades em outros itens. O Balanço Patrimonial do COL oferecido pelo órgão no âmbito da CPI do Futebol demonstra que a Fifa repassou R$ 55 milhões para o COL em 2012. Já a quebra de sigilo bancário do COL demonstra que, em 2012, a Fifa fez três transações para o COL, totalizando R$ 105 milhões.

Há, portanto, uma diferença de R$ 50 milhões entre o que aponta o Balanço Patrimonial oferecido pelo COL e o que demonstra a quebra de sigilo informada pelo Banco Central.

O mesmo documento do BC informa que os R$ 50 milhões equivaleriam a US$ 24.104.517,19, ao câmbio de 2012. O valor, segundo a CPI, é muito próximo dos US$ 23,750 milhões que faltaram em pagamento à FIFA e que foram transferidos para conta desconhecida nos EUA.

Entre 2012 e 2015, a Fifa na Suíça transferiu ao COL um total de R$ 1 bilhão. Mesmo com um valor pequeno, chamou atenção da CPI um depósito de R$ 51 mil, sem informar o beneficiário, também na agência do Itaú nas Ilhas Canárias. Em outra investigação, a CPI descobriu e-mails de Del Nero para um de seus filhos indicando, em 2007, uma conta no HSBC de Miami. O cartola sugere falar com a gerente Margarida Coutinho sobre o saldo da conta e opções para abrir um negócio.

As informações foram encontradas em um notebook de Del Nero, com 27,5 mil e-mails registrados. A Justiça havia confiscado o material em 2012, durante a Operação Durkheim. Agora, esses dados chegaram até a CPI do Futebol, que os analisou e encontrou as movimentações suspeitas.

Os senadores, agora, avaliam apontar para falsidade de testemunho por parte do presidente licenciado da CBF. Em dezembro, ele garantiu à CPI que não tinha contas no exterior.

COL DIZ ESTAR DENTRO DA LEI - O COL garante que suas contas estão dentro da lei, nega que tenha contas nos EUA e insiste que os dados divulgados pela CPI do Futebol são "falsos".

"Inicialmente é importante esclarecer que o COL é uma empresa privada e que jamais recebeu qualquer verba pública", indicou a entidade, em um comunicado. "Seus balanços e demonstrações financeiras foram devidamente auditados por empresas especializadas de alto renome", diz o COL em nota.

Sobre os valores pagos pelo COL para a FIFA, a explicação é que eles "decorreram do pagamento de empréstimos feitos pela FIFA ao COL, todos para viabilizar o início da operação deste, sendo certo que já foram integralmente quitados".

Sobre as transferências ao exterior, o COL diz que jamais teve conta no Itaú nos EUA: "O COL esclarece, ainda, que é absolutamente falsa a informação de que mantinha conta corrente no Banco Itaú nos Estados Unidos, o que já foi, inclusive, atestado pelo próprio banco nesta data. O COL jamais manteve qualquer conta bancária no exterior". O COL ainda chama de "especulação" o pagamento para conta nas Ilhas Canárias. De qualquer forma, "a relação de todos estes pagamentos será devidamente apresentada para a CPI", garantiu.

Marco Polo Del Nero está licenciado da CBF desde o início do mês, mas não abriu mão da presidência do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, onde continua recebendo salário de R$ 110 mil. O comando do órgão é atrelado à presidência da CBF, mas o dirigente não repassou o cargo para o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), indicado por ele para ficar apenas com a presidência da entidade que comanda o futebol nacional.

Mesmo fora da CBF, Del Nero poderá continuar recebendo salários do COL por até três anos. Esse é o período do seu mandato como presidente do órgão, de acordo com Contrato Social registrado no dia 15 de maio na Junta Comercial do Rio e ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso.

##RECOMENDA##

Desde maio, quando estourou o escândalo de corrupção na Fifa, Del Nero vem perdendo força e cargos. Antes de pedir licença da CBF, no último dia 3, o cartola já havia entregado o cargo que ocupava no Comitê Executivo da Fifa. Com relação ao COL, no entanto, o dirigente optou por continuar com a cadeira de presidente do órgão.

Criado em 2008 para organizar e realizar a Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mundo de 2014, a previsão era que o COL fosse "dissolvido e liquidado" em até 18 meses após o fim do Mundial.

O prazo encerra-se no próximo dia 14, mas há uma ressalva no contrato que permite ao comitê funcionar por tempo indeterminado. A mesma cláusula do texto que estabelece o prazo de duração diz que o órgão só será finalizado "desde que tenha concluído todas as suas atividades e obrigações".

Hoje, o COL conta com 13 funcionários, entre eles Del Nero, e não há previsão para o fim das suas atividades. O comitê, que em julho de 2014 chegou a contar com mais de 1.200 funcionários, hoje restringe as suas atividades à realização de pagamentos, reuniões e audiências e à prestação de contas à Fifa, responsável por financiar todas as contas da organização.

A sede também mudou de um amplo espaço no Riocentro para apenas duas salas comerciais na Barra da Tijuca, localizadas a menos de dois quilômetros do prédio da CBF na zona oeste do Rio.

A CBF é sócia majoritária do órgão com 99,99% das cotas e o presidente da entidade tem 0,01%. O primeiro presidente do COL foi Ricardo Teixeira, que comandou a empresa de junho de 2008 até março de 2012. Quando Teixeira renunciou à presidência da CBF, José Maria Marin assumiu os dois cargos e permaneceu até o dia 17 de abril deste ano. Eleito presidente da CBF, Del Nero também passou a acumular de imediato a presidência do COL.

Ao tomar posse no órgão, inclusive, o dirigente aprovou, sem ressalvas, as contas e ratificou todos os atos de gestão praticados por Marin. A assinatura de ambos consta no Contrato Social do COL.

Marin está em prisão domiciliar nos Estados Unidos acusado de receber propina em negociações da Copa América e suborno em contratos da Copa do Brasil. Também há suspeita de que Marin tenha se beneficiado ilegalmente de acordos comerciais da Copa do Mundo.

Já Del Nero é acusado pelo FBI de corrupção e é investigado pela CPI do Futebol no Senado e também pelo Comitê de Ética da Fifa.

COL CONFIRMA 'GESTÃO INALTERADA' - O COL confirma que Marco Polo Del Nero continua na presidência do órgão e recebe salário para exercer a função. "A gestão do COL segue inalterada desde 17 de abril de 2015. Os cargos de direção do COL são remunerados", diz trecho de nota enviada ao jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com a assessoria do comitê, a empresa só será fechada depois de encerradas as ações que estão tramitando na Justiça. "O COL encontra-se atualmente em processo de desmobilização, sendo que o prazo final para o seu encerramento ainda não foi definido, dependendo, em especial, do andamento dos processos administrativos e judiciais em curso."

Os clubes brasileiros continuam encrencados com suas finanças e no geral convivem com dívidas altíssimas. Já a entidade que os abrigam, a CBF, não tem esse tipo de problema. Ao contrário, lucra cada vez mais. Em 2014, por exemplo, teve faturamento recorde de R$ 519,1 milhões.

A situação super sadia da entidade foi confirmada pelo balanço divulgado em 16 de abril, dia da posse de Marco Polo Del Nero na presidência. A Copa do Mundo certamente contribuiu para os bons números. Mas quando se olha para frente percebe-se que há campo para a CBF faturar muito mais nos próximos anos.

##RECOMENDA##

É o que diz o gerente da área esporte total da consultoria DBO, Pedro Daniel. "A Copa foi excepcional, mas isso não quer dizer que a curva acabou. O grosso (do faturamento) não é pontual", analisa. "Os patrocinadores, na sua grande maioria, são de médio prazo e isso sustenta o crescimento."

Esse crescimento dos ganhos da entidade, que nos últimos cinco anos praticamente dobrou sua receita, poderá vir de áreas como venda dos direitos de transmissão dos jogos da seleção, cotas de amistosos e até mesmo da promoção do Campeonato Brasileiro, que a entidade organiza.

Além, é claro, de novos acordos de patrocínio, puxados evidentemente pela seleção brasileira. "A seleção é um produto muito valioso e para uma empresa é muito interessante se aliar a ela", afirma Pedro Daniel. Atualmente, a CBF tem 16 parceiros e pode conseguir muito mais.

IMAGEM INTACTA - Para Pedro Daniel, a derrota por 7 a 1 para a Alemanha que simbolizou o fracasso brasileiro na Copa não abalou o prestígio da seleção. "A marca é muito maior do que uma situação que foi atípica." E se a CBF passar ela própria a negociar os amistosos - hoje isso é feito por uma empresa para a qual a entidade vendeu os direitos - poderá conseguir cotas que ultrapassem até os US$ 2 milhões que chega a ganhar por jogo atualmente.

No entanto, se as receitas aumentaram, as despesas da CBF também cresceram. Isso se explica pela maior aplicação de recursos em despesas operacionais - itens como competições, cujo gasto em 2014 foi de R$ 58 milhões, "assistência financeira a filiados", dinheiro entregue a federações (R$ 90 milhões), cujos presidentes passaram a ser remunerados mensalmente.

"As despesas quadruplicaram nos últimos cinco anos, mas ainda assim a CBF tem condições de investir muito mais em competições, por exemplo. O balanço revelou que a entidade tem R$ 124 milhões em caixa", diz Daniel.

Ele, porém, vê com reserva a política "assistencialista" da entidade em relação aos cartolas de federações. "É bom para a CBF em termos de imagem, mas considero algo constrangedor."

Não restam dúvidas: o Brasil realizou a "Copa das Copas", pelo menos para os cofres da Fifa. Dados publicados nesta sexta-feira pela entidade revelam que o Mundial no Brasil catapultou as contas da Fifa a valores considerados internamente como "estratosféricos". Enquanto isso, pelo menos seis dos doze estádios brasileiros usados para a Copa estão com sérios problemas e a economia do Brasil chegou a entrar em recessão.

O jornal O Estado de S. Paulo havia revelado com exclusividade na quinta-feira que a renda da Copa do Mundo do Brasil atingiu uma recorde, com US$ 4,8 bilhões (R$ 16 bilhões). Apenas no ano passado, a renda atingiu a marca de US$ 2 bilhões. O valor chega a ser US$ 800 milhões superior à renda na África do Sul e nem a crise mundial foi um obstáculo para isso.

##RECOMENDA##

A Fifa tentou esconder o valor de seus lucros. No comunicado de imprensa, a entidade simplesmente não citou nem a receita e nem os lucros. Apenas indicou que o benefício foi "superior ao que se esperava" e que o Mundial gerou "forte resultado financeiro".

Mas, no documento oficial, o valor da receita total chega a US$ 5,7 bilhões, incluindo a bilheteria dos estádios e outros eventos. No período entre 2011 e 2014, os lucros foram de US$ 338 milhões. "Temos uma situação financeira sólida", disse Markus Katner, diretor financeiro da Fifa.

Para a Copa de 2014 e a Copa das Confederações de 2013, a Fifa acumulou não apenas os contratos de televisão e de marketing, mas também somou US$ 500 milhões da bilheteria, desta vez nas mãos da entidade. A Fifa também ganhou mais US$ 60 milhões com as vendas de pacotes pela empresa Byron.

Ao contrário do que ocorreu nos últimos Mundiais de 2010 e 2006, o dinheiro dos ingressos foi administrado e recolhido no Brasil diretamente pela Fifa. Por meses, a entidade rejeitou pedidos do governo brasileiro para que estudantes e idosos tivessem benefícios.

No total, a fortuna nas reservas da Fifa hoje chega a US$ 1,5 bilhão, acima do PIB de pelo menos 20 países no mundo. Em 2006, as reservas eram de apenas US$ 600 milhões.

DISTRIBUIÇÃO - No geral, os lucros da Fifa chegaram a sofrer uma queda em 2014. Mas não por falta de dinheiro e sim diante da decisão de seus cartolas de aumentar seus salários e distribuir recursos entre as federações. Blatter concorre a mais um mandato no comando da Fifa e o "presente" aos eleitores foi amplamente apreciado.

Dirigentes europeus chegaram a atacar a medida adotada por Blatter. "Essa não é a forma de se proceder", indicou um dos cartolas. No final de 2014, numa carta inesperada por muitos, a Fifa comunicou que estava enviando como bônus mais US$ 300 mil a cada uma das 209 federações nacionais, sem motivos.

SALÁRIOS - Mas não é só a generosidade que marca a entidade depois das contas no Brasil. Os dados revelam que, em salários, a Fifa distribuiu US$ 110 milhões a seus funcionários e cartolas. O valor é duas vezes maior que o que foi dado em 2008 em salários, bônus e outros pagamentos.

A Fifa não especifica quanto foi destinado ao presidente Joseph Blatter ou ao secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke.

Os números contrastam com o dinheiro que a Fifa deu ao Brasil, sede da Copa e onde não se cobrou impostos da Fifa. A entidade criou um fundo para ajudar o futebol nacional e enviará ao longo dos próximos anos um total de US$ 100 milhões (em torno de R$ 331 milhões).

O primeiro projeto está sendo realizado em Belém e, nos próximos anos, iniciativas para construir centros de treinamentos e instalações vão ser implementadas pelo País.

A contribuição foi destacada por Blatter e Valcke como uma prova de que parte da renda da Copa do Mundo voltaria ao Brasil. Em novembro de 2014, Valcke indicou que o fundo criado para o Brasil seria "uma excelente plataforma para distribuir os benefícios de uma Copa inesquecível". "Como na África do Sul e no Brasil, é nosso objetivo usar as próximas Copas do Mundo para promover um desenvolvimento sustentável do futebol nos países sedes", disse.

O que não revelou é que os maiores beneficiados dessa explosão na renda seriam eles mesmos, com maiores salários e mais funcionários. Depois da Copa do Mundo, a economia brasileira entrou em recessão. Para 2015, a previsão é de uma estagnação. O real disparou e até o desemprego aumentou em algumas regiões.

Quanto aos estádios, pelo menos seis deles sofrem para pagar suas contas, estão fechados ou servem para receber escritórios do governo, como em Brasília.

Enquanto a Fifa nada em dinheiro, o Tribunal de Contas da União indicou que, no total, as renúncias na arrecadação de impostos no Brasil foram de R$ 1,1 bilhão (R$ 3,6 bilhões) diante do acordo de que a entidade máxima do futebol não pagaria impostos pela Copa do Mundo.

GASTOS - Se os números deixaram os cartolas mais ricos, a ordem foi a de não revelar os dados em um comunicado de imprensa. A Fifa apenas disse que destinou desde 2011 cerca de US$ 1 bilhão a projetos esportivos.

Cada uma das 209 federações recebeu US$ 1 milhão, enquanto as confederações regionais ficaram com US$ 7 milhões. No total, US$ 261 milhões foram usados nessas transferências.

Seleções receberam ainda US$ 476 milhões da renda da Copa, contra US$ 158 milhões para clubes que emprestaram seus jogadores ao Mundial. No total, a entidade gastou US$ 2,2 bilhões para organizar o evento.

Na Fifa, lucros recordes. No Brasil, estádios deficitários, fechados e até afetados pela Operação Lava Jato. A Copa do Mundo de 2014 garantiu para a entidade que controla o futebol mundial o maior resultado financeiro de sua história e milhões acima até mesmo do que a entidade previa.

O jornal O Estado de S. Paulo obteve com exclusividade o balanço comercial mantido em sigilo pela entidade que será revelado nesta sexta-feira e aponta que o Mundial rendeu à Fifa perto de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 16 bilhões). Diante do recorde, jamais a entidade acumulou uma fortuna como a que hoje dispõe.

##RECOMENDA##

Entre 2010 e 2014, enquanto o mundo pena para sair de sua pior crise financeira em 70 anos, a Fifa segue um caminho radicalmente diferente graças aos contratos no Brasil. Apenas no ano de 2014, a renda foi de quase US$ 2 bilhões, um recorde absoluto com contratos comerciais, vendas de ingressos e direitos de televisão.

Nenhum outro evento jamais se comparou aos ingressos gerados pelo Brasil, e sem a cobrança de impostos. Para a Copa de 2010, na África do Sul, a renda chegou a US$ 4,1 bilhões. No ano de renda máxima na história da entidade, em 2006, os ingressos chegaram a US$ 249 milhões. Agora, os valores apontam para um salto de dez vezes.

A entidade argumenta que deixou parte dessa renda ao Brasil, com um pacote de US$ 100 milhões para o desenvolvimento do futebol no País. O que a Fifa não diz é que o volume é equivalente ao que paga, por ano, em salários a seus próprios cartolas.

BURACO - Se a Fifa nada em dinheiro hoje, a situação dos estádios brasileiros nem sempre acompanha esses benefícios. Pelo menos seis dos 12 estádios da Copa estão com sérias dificuldades para se financiar.

Na Fonte Nova, em Salvador, o problema é o impacto dos escândalos de corrupção no Brasil e a Operação Lava Jato. A OAS, empresa que administra o estádio, teve suas ações bloqueadas pela Justiça e pode ser obrigada a se desfazer do investimento na arena.

Em Manaus, os times amazonenses têm evitado usar o estádio diante dos custos para os jogos do Estadual. A Arena Amazônia, que custou R$ 670 milhões, precisa de R$ 700 mil por mês em manutenção. Mas, entre o final da Copa e fevereiro deste ano, o estádio recebeu apenas sete partidas e o prejuízo supera a marca de R$ 2 milhões. Em média, o campeonato amazonense de futebol de 2015 tem recebido um público pagante de 659 pessoas por jogo.

Em Brasília, a falta de jogos no Estádio Mané Garrincha levou o governo do DF a levar parte de sua burocracia para ocupar o local. Hoje, seu buraco é de mais de R$ 5 milhões.

Em Natal, o ABC rompeu nesta semana um acordo com o consórcio que administra a Arenas das Dunas. Um contrato previa que os clássicos do Estado fossem realizados no estádio. Mas, no início do mês, a partida entre ABC e América foi disputado no Frasqueirão.

O América manteve seus jogos na Arena. Mas, em sete partidas, acumulou uma média de meros 3,5 mil pagantes por jogo - 10% da capacidade do estádio.

O Maracanã ainda luta para operar com lucros. Para que uma partida represente um benefício para os administradores, o estádio precisa contar com pelo menos 30 mil torcedores. No atual campeonato estadual, a média de público não passa de 3,6 mil por jogo. No caso do Flamengo, a média é de 16 mil.

Em janeiro, a Arena Pantanal foi obrigada a fechar suas portas para uma reforma "urgente". Isso tudo apenas sete meses depois da Copa.

A Fifa garante que vai fazer um controle rigoroso de cada centavo dos US$ 100 milhões destinados ao Brasil como legado da Copa do Mundo de 2014. O dinheiro será repassado à CBF para investimentos no desenvolvimento do futebol nos 15 Estados que não receberam partidas do Mundial, e também no futebol feminino. A Fifa também promete fazer um acompanhamento firme de cada projeto, além de exigir uma auditoria anual dos gastos.

A "marcação sobre pressão" foi confirmada pelo secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, durante a apresentação dos planos para o legado, realizada no início da tarde desta terça-feira no Itaquerão, em São Paulo. "A Fifa tem sistema de auditoria permanente para garantir que o dinheiro repassado seja usado dentro das regras", disse. "É impossível usar fora de nossas regras, nem um único centavo será utilizado sem que a Fifa saiba como será."

##RECOMENDA##

Os US$ 100 milhões do Fundo de Legado serão distribuídos para o desenvolvimento do futebol de base, aquisição e construção de infraestrutura do futebol feminino, entre outros. É preciso apresentar o projeto - um deles, em Belém, já está em fase final de construção ao lado do Estádio Olímpico (três campos artificiais e um de grama natural) - e os trabalhos só começam após a aprovação.

"Temos feedback da informação para o processo decisivo, não transferimos imediatamente o dinheiro. Ele é gasto gradualmente em projetos específicos", garantiu Valcke. Até agora, foram gastos apenas US$ 5,4 milhões dos US$ 100 milhões, a maior parte justamente na construção do CT em Belém.

O secretário-geral da Fifa, que passou toda a fase de organização da Copa às turras com os brasileiros, disse que é bom voltar ao País. "É mais fácil estar aqui agora, pois não estamos falando da preparação. O Brasil organizou uma Copa incrível, mas estamos aqui para falar do que acontece depois."

Em seguida, ele usou o Fundo de Legado para dar uma estocada nos críticos. "A Fifa tem um compromisso com o País. Não pega o dinheiro e sai correndo. Isso (que falam) não é verdade e é isso que queremos demonstrar aqui hoje."

A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou por maioria a liminar do ministro Marco Aurélio Mello que havia concedido liberdade ao executivo inglês Raymon Whelan, da Match, acusado de chefiar suposta máfia de ingressos da Copa do Mundo. A decisão foi baseada em uma questão formal: o Superior Tribunal de Justiça (STJ) não analisou o mérito do habeas corpus e, portanto, o STF estaria "suprimindo instâncias" ao analisar o caso.

Whelan está atualmente em Liverpool, na Inglaterra, de acordo com seus advogados. Ele foi detido no Rio de Janeiro em julho, mas deixou o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, em agosto, quando obteve liminar do STF. A decisão do ministro do Supremo previa que o executivo não deixasse o Rio de Janeiro, exceto se houvesse decisão judicial favorável.

##RECOMENDA##

A defesa de Whelan, então, conseguiu decisão favorável no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que autorizou o CEO da Match a viajar a Liverpool para fazer exames de saúde e cuidar de assuntos profissionais. Nesta terça-feira, o Supremo entendeu que não poderia determinar as consequências práticas da extinção do habeas corpus e derrubada da liminar, o que caberia às instâncias inferiores. Marco Aurélio, contudo, alertou os colegas: "A extinção sem julgamento do mérito e cassação da liminar implica em prisão".

Luís Roberto Barroso e Rosa Weber defenderam a extinção do processo, sem resolução do mérito, por causa da ausência de manifestação do STJ. A tese foi seguida pelo ministro Luiz Fux. "Houve a denegação do habeas corpus pelo Tribunal de Justiça e recurso ao STJ. Entendo que nós iríamos incorrer em supressão de instância", afirmou. Ficou vencido apenas o relator, ministro Marco Aurélio.

Já se passaram mais de quatro meses, mas a goleada sofrida pela seleção brasileira diante da Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo, por 7 a 1, ainda dói nos jogadores e torcedores. Talvez doa para sempre, como admitiu o zagueiro Dante. Ainda há, também, a procura por respostas que possam explicar o maior vexame do Brasil na história do futebol. O jogador do Bayern de Munique deu sua opinião ao site da Fifa, em entrevista publicada nesta segunda-feira, e garantiu que o massacre foi resultado do despreparo psicológico do time de Luiz Felipe Scolari.

"Para mim, o que aconteceu foi que, psicologicamente, não nos preparamos de forma adequada para a Copa do Mundo. Tínhamos que nos colocar na posição de favoritos e incorporar a necessidade de vencer, mas respeitando o esporte e o que ele tem de imprevisível. Quando nós vimos que tomamos o segundo e o terceiro gols, nós simplesmente não aceitamos o fato. Não raciocinamos. Não pensamos que era preciso encarar a situação e ser mais inteligentes. Em vez disso, nossa reação era de: 'Isso não é possível. Não pode acontecer. Nós temos obrigação de ganhar a Copa. Vamos para a frente'. E, então, isso virou um choque, que ocasionou o 7 a 1", disse.

##RECOMENDA##

Dante explicou que a seleção não estava pronta para lidar com situações adversas. "O placar não reflete a diferença de qualidade entre os dois times, mas sim a forma como, psicologicamente, nos colocamos naquele Mundial. Por causa da pressão, não estávamos preparados para adversidades. Desde a Copa das Confederações, em todos os jogos - com exceção da estreia da Copa, contra a Croácia, que foi dificílima - nós saímos na frente no placar, e quase sempre cedo. Nós estávamos preparados para sermos campeões, mas não para enfrentar adversidades. E esse clima de 'temos que ganhar' pode até fazer bem para o trabalho em alguns momentos, mas, psicologicamente, é preciso ter mais visão do que isso."

O zagueiro se mostrou aberto a discutir um assunto que ainda incomoda todos os brasileiros. Ele próprio admitiu ainda se incomodar e garantiu que sempre lembrará da mais dolorosa derrota da carreira. "Eu já revi alguns lances, sim. E não tenho problema em falar a respeito, não. Não tenho medo de críticas ou de ouvir o lado negativo. Não vou nunca me esquecer e ainda dói. Dói muito quando penso naquele dia, e só ganhando novos títulos na vida vai ajudar a passar essa dor, mas falo tranquilamente."

Tachado como 'País do futebol', há 12 anos sem vencer um Mundial e diante de sua torcida, a expectativa sobre a seleção brasileira era gigantesca. Para Dante, é capaz que nunca um time tenha sofrido tanta pressão quanto aquele que disputou a Copa em casa, o que pode ter sido determinante para seu destino na competição.

"É bem possível, a seleção brasileira é algo ímpar, e a Copa é um torneio incomparável. Disputar uma dentro do próprio Brasil não é para qualquer um. Eu vivi intensamente cada minuto ali, independentemente do resultado no final, e tive uma grande experiência, tanto positiva quanto negativa. Aprendi muito. Aprendi que o futebol também pode te trazer decepção, dentro e fora do campo. Aprendi que, sem controle psicológico, chega um momento em que 'amor', 'garra', 'emoção' não bastam. Você precisa manter a capacidade de pensar", apontou.

A seleção brasileira começa nesta sexta-feira, em Viena, na Áustria, a sua etapa final de treinamentos de 2014. Na próxima terça (18), quando faz amistoso na capital austríaca contra os donos da casa, em seu último compromisso na temporada, o Brasil encerra um ano que ficará marcado pelo vexame na Copa do Mundo.

Depois daquela vexatória derrota por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo, a seleção brasileira mudou de comando. Saiu Luiz Felipe Scolari e entrou Dunga. Com o novo treinador, a equipe já disputou cinco partidas, e ganhou todas elas - contra Colômbia, Equador, Argentina, Japão e Turquia.

##RECOMENDA##

A ordem, portanto, é ganhar também da Áustria, para manter o aproveitamento 100% sob o comando de Dunga e terminar o ano em alta, para tentar apagar um pouco o vexame da Copa. A partir desta sexta-feira, os jogadores terão quatro dias de treinos antes de encarar o último amistoso da atual temporada.

"Queremos começar a apagar o que aconteceu na Copa. A impressão que o Brasil deixou no final foi muito triste, por isso queremos que a última impressão deste ano seja positiva", disse o preparador de goleiros da seleção, o tetracampeão mundial Taffarel, que é um dos homens de confiança de Dunga na comissão técnica.

Nos cinco jogos sob o comando de Dunga, o time já marcou 12 gols e não sofreu nenhum. Na última quarta-feira, inclusive, a seleção brasileira chegou a ser ovacionada pelos torcedores turcos no Estádio Sükrü Saracoglu, em Istambul, após aplicar uma impiedosa goleada por 4 a 0 sobre a anfitriã Turquia.

Para o amistoso contra a Áustria, a tendência é que Dunga mantenha a mesma base que enfrentou a Turquia. Mesmo porque, o ataque mostrou ótimo entrosamento, principalmente entre Neymar e Willian. E a defesa, agora formada pelos zagueiros Miranda e David Luiz, vem apresentando muita solidez nos últimos jogos.

Diante da Turquia, o Brasil começou o jogo com Diego Alves; Danilo, David Luiz, Miranda e Filipe Luís; Luis Gustavo, Fernandinho, Oscar e Willian; Luiz Adriano e Neymar. Durante o jogo, Dunga promoveu cinco substituições, para testar algumas opções: entraram Philippe Coutinho, Casemiro, Roberto Firmino, Douglas Costa e Fred - os três últimos, inclusive, tiveram a estreia com a camisa da seleção.

E Dunga chegou a dizer, após a vitória, que "o leque de opções se abriu", mostrando ter ficado feliz com a performance dos jogadores que ganharam uma chance no amistoso de quarta-feira. Foi o caso, por exemplo, do goleiro Diego Alves, do volante Fernandinho e do atacante Luiz Adriano, que foram titulares pela primeira vez com o treinador - os três aproveitaram a ausência de Jefferson, Elias e Diego Tardelli, que não foram convocados para não desfalcar seus clubes na reta final da temporada no futebol brasileiro.

A Fifa ordenou que dirigentes devolvam os relógios dados pela CBF durante a Copa do Mundo de 2014 como presentes, sob a ameaça de abrir processos legais contra os cartolas que não entregarem de volta os "agrados" da entidade brasileira até o dia 24 de outubro. A CBF, porém, não será penalizada pela entidade.

A reportagem revelou no último sábado que a Fifa havia aberto um processo para investigar a situação depois que recebeu denúncias de que a CBF, no primeiro dia da Copa do Mundo no Brasil, entregou uma bolsa com presentes para 65 dirigentes de diversos países, inclusive ao presidente da Fifa, Joseph Blatter.

##RECOMENDA##

Uma denúncia foi feita à entidade, alertando que a distribuição de presentes de luxo eram proibidas. A Fifa decidiu investigar o caso e, agora, determina que a CBF "não deveria ter oferecido os relógios". Aqueles que receberam deveriam ter verificado se tais presentes eram legais e o que estava dentro das bolsas colocadas nos quartos de cada dirigente.

Agora, o Comitê de Ética da Fifa decidiu exigir o retorno dos relógios e vai doá-los para instituições de caridade. No fim de semana, a CBF havia dito que todos os relógios já haviam sido recolhidos, o que não confere com a versão da Fifa. Ainda assim, a CBF não será punida.

Segundo a Fifa, a CBF informou que comprou cada um dos 65 relógios por cerca de US$ 8 mil (aproximadamente R$ 19 mil). Mas, de acordo com a investigação, o preço de mercado do produto de luxo era de US$ 25 mil (R$ 59 mil).

A Fifa está investigando presentes que a CBF deu a dirigentes durante a Copa do Mundo, principalmente um relógio de luxo que cada cartola encontrou em seu quarto de hotel quando chegou ao Rio. A informação é de que o responsável pelo Comitê de Ética da Fifa, Michael Garcia, ordenará que os dirigentes devolvam os presentes, avaliados em milhares de euros. A CBF também corre o risco de ser penalizada pela atitude.

"A CBF distribuiu relógios comemorativos durante a Copa do Mundo de seu próprio patrocinador - como parte da comemoração de seu centenário - a várias pessoas, incluindo membros do comitê executivo da Fifa", indicou a entidade em um comunicado. "O Comitê de Ética foi informado e está lidando com o assunto".

##RECOMENDA##

A Fifa confirmou que, durante a Copa do Mundo, 26 executivos da entidade ganharam esses presentes de luxo. Um decisão sobre esses relógios será anunciada na semana que vem, no mesmo momento em que o presidente da entidade, Joseph Blatter, promove um seminário sobre ética e num esforço de mostrar ao mundo de que é uma pessoa que combate a corrupção às vésperas da eleição para a presidência da entidade, em 2015.

Segundo a Fifa, alguns dos cartolas sequer levaram o presente para casa, enquanto outros admitiram que não sabiam o que estava dentro da sacola de presentes. Os relógios eram da empresa Parmigiani, desenhados com exclusividade para a Copa e com valores de milhares de euros.

Esse não foi o único caso de presentes caros recebidos pelos dirigentes. A Hublot, empresa que patrocina a Fifa, também enviou a cada um dos cartolas durante a Copa relógios de luxo e deveriam ser entregues a cada um dos membros da Fifa durante o Congresso da entidade, em São Paulo em junho.

"A Fifa questionou ao comitê de ética da entidade e seu investigador independente, Michael Garcia, se seria aceitável dar a cada membros do Comitê Executivo e ao presidente da Fifa esses relógios como lembrança da Copa de 2014", indicou a Fifa.

Segundo ela, foi determinado que isso "não seria permitido" e a distribuição dos presentes não aconteceu. A Hublot foi quem marcou o tempo das partidas durante o Mundial.

A Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) anunciou nesta quarta-feira que dará nesta quinta o veredicto do caso envolvendo o atacante Luis Suárez. O máximo tribunal esportivo mundial julga o apelo apresentado pelo novo atacante do Barcelona contra a punição aplicada pela Fifa de quatro meses de afastamento de qualquer atividade ligada ao futebol e nove jogos de suspensão da seleção do Uruguai em competições oficiais.

Por meio de nota publicada em seu site oficial, a CAS revelou que publicará a sua decisão em relação ao recurso às 10 horas (de Brasília) desta quinta. Suárez tenta reverter a dura punição da Fifa, que determinou a pena por causa da mordida dada pelo jogador no zagueiro Chiellini no confronto no qual o Uruguai derrotou a Itália por 1 a 0, na Arena das Dunas, em Natal, e eliminou o rival da Copa do Mundo de 2014.

##RECOMENDA##

Na última sexta-feira, Suárez compareceu ao tribunal da CAS em Lausanne, na Suíça, onde depôs por quase cinco horas acompanhado por advogados do Barcelona e da Associação Uruguaia de Futebol (AUF), que entraram com recursos para tentar aliviar a dura punição.

Por causa da pena, o goleador sequer pôde se apresentar ao Barça para treinar até agora, depois de ter sido contratado pelo clube espanhol junto ao Liverpool. Em razão desta condição, ele vem trabalhando ao lado de um personal trainer para manter a forma e assim reunir condições de jogar pelo seu novo time dentro de um curto período de tempo após ser liberado para começar a trabalhar na equipe.

Antes de acionar a CAS, Suárez teve apelação contra a sua punição negada pela Fifa, no último dia 10 de julho, quando a entidade confirmou a manutenção da pena. E, acionado, o máximo tribunal esportivo acabou se comprometendo a agilizar o processo de julgamento do apelo apresentado pelo Barça e pela AUF.

O técnico Dunga faz na próxima terça-feira (19) a primeira convocação da seleção brasileira nesta sua volta ao comando. Vai divulgar a lista de 23 jogadores que participarão dos amistosos contra Colômbia, no dia 5 de setembro, e Equador, no dia 9, nos Estados Unidos, e, mais do que os nomes, poderá dar pista importante de como será seu trabalho, pelo menos no início. Ele sabe que precisa ter em mente o resgate da credibilidade da seleção, destroçada com o 7 a 1 para a Alemanha, ao mesmo tempo em que a renova e a prepara para o objetivo final, que é a Copa do Mundo de 2018.

Dunga não deu grandes pistas sobre quem pretende levar para os jogos em Miami e Nova Jersey, embora há duas semanas tenha revelado que já fizera um "esboço" da convocação. Sua disposição, porém, é de chamar vários atletas que estiveram na Copa e alguns novatos - não necessariamente jogadores muito jovens, mas sim que andavam longe da seleção, como Paulo Henrique Ganso e até Alexandre Pato. Ele já elogiou também o goleiro Rafael, ex-Santos, que está no Napoli.

##RECOMENDA##

No entanto, mais do que nomes, vale prestar atenção à mentalidade que Dunga pretende implantar na seleção. Muita coisa ele vai resgatar de sua primeira passagem, ocorrida entre 2006 e 2010. "Meus princípios são a ética, comprometimento, lealdade transparência e trabalho", já avisou.

Nesta nova "era Dunga", os jogadores deverão ter pouco espaço para, quando a serviço da seleção, agirem como celebridades. Ele entende que aparições exageradas na mídia, em atividade que não estão diretamente ligadas ao futebol, é contraproducente. "É preciso comprometimento, foco".

Isso vale para todos, inclusive para o craque do time: Neymar. Para o treinador, o talento tem de caminhar junto com o jogo coletivo. "Todo mundo gosta de jogador talentoso. Mas tem de aliar esse talento a organização, comprometimento, trabalho e equilíbrio emocional". Não precisa ser mais claro.

Nesta tentativa de reestruturação, a CBF deu a Gilmar Rinaldi a função de coordenador de seleções. O que significa que trabalhará também com a base, fator que criou polêmica por seu passado recente como empresário. Gilmar e Dunga, porém, têm a mesma filosofia. "Vamos priorizar o coletivo e não o individual", disse o coordenador.

Uma das primeiras decisões do novo comando, esta visando a Olimpíada de 2016, foi colocar a seleção sub-21 (formada por jogadores com idade olímpica) ao mesmo tempo que a seleção principal. Isso ocorrerá já em setembro, o que impossibilitará Dunga de contar nas partidas nos Estados Unidos com alguns jovens que gostaria de observar de perto desde já.

A nova comissão, no entanto, considera que vale a pena a mescla. A intenção é olhar para os Jogos do Rio, mas também preparar os jovens para servir no futuro à seleção principal e ajudá-la a recuperar o prestígio perdido na Copa do Mundo.

Um mês depois do fim da Copa do Mundo, o futebol brasileiro ainda tenta reencontrar o caminho - ou encontrar um novo. A seleção, responsável pelo fracasso que trouxe à tona a necessidade de mudança, aposta na volta ao passado no trabalho de reformulação. A direção da CBF optou por resgatar Dunga, demitido após a queda no Mundial de 2010. E trouxe campeões do passado, mais precisamente de 1994, para auxiliá-lo. Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções, Taffarel e Mauro Silva, que será auxiliar temporário.

O passado vencedor em campo não evita que a nova comissão seja vista com desconfiança. Até por algumas ideias que parecem ultrapassadas. E ainda não está claro como será o processo de renovação. Sabe-se que haverá olhar mais atento aos jovens e "comprometimento e foco" voltam a ser qualidade essencial para se estar na seleção.

##RECOMENDA##

O futebol interno amarga jogos ruins, truncados e com muitos erros. Um legado da Copa, porém, está sendo aproveitado de maneira positiva: os estádios. A maioria tem registrado bom público. Ainda assim, seus administradores se viram para criar opções para torná-los rentáveis. Mesmo porque têm de pagar a conta de construção ou reformas. E elas são salgadas.

O Maracanã, por exemplo, recebeu até agora cinco partidas depois da Copa e tem média de 30.146 torcedores por partida, pouco mais de 39% de sua capacidade total, que é de 78.448, considerando-se o Mundial. A dupla Flamengo e Fluminense sempre levou mais de 20 mil pagantes e apenas o Botafogo, em má fase, destoa (11.975 no jogo contra o Cruzeiro).

O Corinthians também tem conseguido boa média com a sua nova arena: 29.390 em três jogos no Itaquerão, praticamente 69% da carga máxima de ingressos pós-Copa, que está sendo de 43 mil bilhetes. Isso apesar de a torcida protestar constantemente contra os preços, considerados altos - o mais barato custa R$ 50.

A relação dos cartolas com os jogadores continua tensa. O calendário de 2015, elaborado pela CBF, está sendo torpedeado pelo Bom Senso FC. O movimento também faz várias ressalvas ao projeto de Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, cuja aprovação é vista pelos clubes como saída para salvá-los da crise financeira que se meteram.

De novo o ceticismo é grande. Ceticismo, aliás, parece dá o tom ao futebol brasileiro, passado um mês do fim da Copa do Mundo, que teve a vitória da Alemanha sobre a Argentina.

Pouco mais de 30 dias depois de o Brasil ser goleado por 7 a 1 pela Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo, Paulo Roberto Falcão revelou que gostaria de ter treinado a seleção brasileira na competição. Segundo o ex-jogador, um dos grandes craques do Brasil no Mundial de 1982, essa era a intenção quando aceitou voltar ao Internacional como técnico, em abril de 2011. Á época, Mano Menezes estava à frente do time nacional.

"Quando eu voltei em 2011 para o Internacional, queria dirigir a seleção brasileira na Copa 2014, mas houve um boicote da diretoria (do clube gaúcho)", disse Falcão, em entrevista concedida ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

##RECOMENDA##

O treinador, que fez história como jogador no Internacional, ressaltou que não pôde contar com um bom time na sua última passagem pelo Beira-Rio. Na ocasião, o treinador dirigiu a equipe em 19 partidas, com apenas oito vitórias e cinco empates (aproveitamento de 50,9%). Pouco depois, o volante do Brasil no Mundial de 1982 assumiu o Bahia, levando o time à conquista do Campeonato Baiano depois de dez anos de jejum do time em estaduais.

Para Falcão, faltou liderança em campo durante a derrota para a seleção alemã, na semifinal do Mundial. "Deu um apagão geral. É difícil ganhar da Alemanha, mas não dá pra perder desse jeito. Faltou alguém dentro do campo para acalmar o time. Todo mundo ficou desesperado", disse.

Em relação à renovação da equipe após o fiasco na Copa, Falcão afirmou que manteria alguns jogadores. Se Daniel Alves e Marcelo fossem mantidos, o treinador escalaria três zagueiros, para que o apoio ao ataque fosse tranquilo. "Neymar seria um segundo atacante. E buscaria um camisa 9", disse.

Para ele, Dunga, escolhido como substituto de Felipão, amadureceu, mas precisará lidar bem com as críticas. Falcão assumiu a seleção brasileira após a campanha ruim do time de Sebastião Lazaroni na Copa de 1990, mas também não teve sucesso. "Tentei fazer uma renovação também. Mas a qualidade não era tão boa quanto hoje. A safra na época era ruim", apontou.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando