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Pernambuco vai contar com um núcleo da Comissão da Verdade da Reforma Sanitária (CVRS). O centro foi lançado nesta terça-feira (8) e funcionará na sede da Fiocruz-PE, dentro do campus da UFPE. O objetivo principal é denunciar atos de violação aos profissionais de saúde, até mesmo os vivenciados no período da Ditadura Militar.

"Estamos montando a estrutura, mas amanhã já temos um depoimento da Clínica do Testemunho, que tem como objetivo prestar suporte para aquelas pessoas que ainda não conseguem falar sobre o tema", afirmou Tadzia Negromonte, Coordenadora do Centro Estadual da Apoio as Vítimas da Violência.

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De acordo com a presidente da CVRS, Ana Tambellini, esse é o terceiro núcleo instalado no país. São Paulo e Rio de Janeiro já contam com unidades do programa. "A comissão tem esse papel pedagógico de mostrar para aquelas gerações que não conviveram com a ditadura que o problema foi bem maior do que é falado. A partir do momento em que uma pessoa fala sobre as situações que passou naquela época, ela acaba trazendo todas as lembranças para o presente", disse. 

"É um momento de reflexão sobre o que aconteceu, pois sabemos que ainda existem grupos de repressão em muitos locais, como em universidades", afirmou Tambellini. “Até o momento não há um número de casos que possa ser divulgado, mas existem estudos de situações em andamento", finalizou.

Na época da ditadura, um famoso episódio, conhecido como Massacre de Manguinhos, foi responsável pela interrupção de pesquisas, perseguição e exoneração de profissionais de saúde. Durante o lançamento da CVRS, nesta terça-feira, foi exibido o documentário O dia que durou 21 anos, um filme do Ministério da Justiça sobre o Golpe Militar de 1964.

No evento, também esteve presente o presidente da Comissão da Verdade Dom Hélder Câmara, Fernando Coelho, que lembrou da importância de se instalar estas comissões. "A Comissão é importante porque tem esse desafio de revelar, 50 anos depois do golpe, o que realmente aconteceu, e fazer com que a sociedade tenha conhecimento e que isso nao se repita mais", explicou.

Fazendo coro com Coelho, a pesquisadora da Fiocruz-PE, Lia Giraldo, também falou sobre a condução da comissão e das ações. "Tudo é muito novo e não temos roteiro sobre o que fazer. A única coisa que temos certeza é que o prazo para as comissões funcionarem deve ser estendido até 2015, devido à quantidade de coisas que ainda podem aparecer. Pedimos ajuda das pessoas da nossa comunidade, que utilizem esta comissão e tragam à tona e ao conhecimento de todos os fatos ocorridos", finalizou.

Com informações de Juliana Isola

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