Tópicos | Deb Haaland

O presidente eleito Joe Biden anunciou na quinta-feira, 17, a nomeação da congressista Deb Haaland, do Novo México, como secretária do Interior. Haaland, que pode se tornar a primeira indígena americana a assumir o cargo, já criticou publicamente o presidente Jair Bolsonaro.

Se tiver a indicação aceita pelo Senado, Haaland, do Pueblo de Laguna, assumiria uma agência que tem forte influência sobre as quase 600 tribos reconhecidas pelo governo federal, assim como sobre grande parte das terras públicas, canais, parques nacionais e riquezas minerais do país.

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A congressista criticou publicamente Bolsonaro mais de uma vez. Em março de 2019, ela assinou um artigo com a deputada brasileira Joênia Wapichana (Rede-RR), para o The Washington Post, criticando políticas climáticas dos governos Trump e Bolsonaro. Seu nome consta na carta enviada ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pedindo que os deputados brasileiros não aprovassem o Projeto de Lei 2633/2020, que ficou conhecido como "PL da Grilagem".

Biden também anunciou o regulador da Carolina do Norte Michael Regan para liderar a Agência de Proteção Ambiental. Regan se tornou o chefe ambiental na Carolina do Norte em 2017 e ficou famoso por buscar a limpeza de toxinas industriais e ajudar as comunidades de baixa renda e minorias mais afetadas pela poluição.

Biden disse que as seleções completam o que ele disse ser uma equipe climática experiente, pronta desde seu primeiro dia no cargo para enfrentar a "inegável, acelerada e punitiva realidade das mudanças climáticas". As escolhas também ajudam Biden a cumprir sua promessa de montar um Gabinete que reflita a diversidade da América.

A relação entre os presidentes americano, Donald Trump, e brasileiro, Jair Bolsonaro, é "uma ameaça para a humanidade", disse nesta quarta-feira (26) a congressista indígena americana Deb Haaland, acompanhada de deputadas brasileiras que viajaram a Washington para construir vínculos destinados a proteger a Amazônia.

Haaland, que é uma das duas primeiras mulheres indígenas a ingressar na Câmara de Representantes nos Estados Unidos, recebeu com lágrimas de emoção a deputada brasileira Joenia Wapichana, que também fez história no Brasil ao ser eleita para uma cadeira no Congresso.

"Isto é verdadeiramente algo histórico", disse, com lágrimas nos olhos, Haaland, durante coletiva de imprensa, enquanto Wapichana e a congressista americana Ilhan Omar abriram-lhe os braços para incentivá-la a continuar.

Haaland - que faz parte do Povo Laguna (Kawaika) do estado do Novo México (sudoeste dos EUA) - destacou que "os problemas que acontecem no Brasil refletem problemas que se vivem nos Estados Unidos".

"A relação entre Trump e Bolsonaro é uma ameaça para a humanidade, para o ar que respiramos, a água que bebemos e a terra da qual dependemos", afirmou a congressista democrata.

Wapichana - que falou à imprensa usando um colar típico dos indígenas amazônicos - afirmou que os povos originários são o principal alvo do governo Bolsonaro.

"A Amazônia está em chamas", afirmou, em relação aos vastos incêndios que afetaram a região em 2019 e denunciou que o governo de Bolsonaro quer abrir a região à exploração de minério.

Segundo dados publicados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), em fevereiro do primeiro ano do mandato de Bolsonaro, em 2019, houve um aumento de 85% do desmatamento.

"Estou aqui para pedir o apoio do Congresso dos Estados Unidos, da minha amiga Deb, da minha nova amiga Ilhan e do povo americano que nos apoiem para lutar pelos direitos indígenas no Brasil", declarou Wapichana, que viajou aos Estados Unidos com as deputadas Erika Kokay e Fernanda Melchionna.

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