Tópicos | desprovidos

O novo procurador-geral do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Francisco Dirceu de Barros, que tomou posse solene oficial nesta sexta-feira (3), inicia a gestão com um marco histórico: ele é primeiro promotor de Justiça no Brasil, que trabalhava nas comarcas do interior, a assumir o cargo mais alto da Instituição. Em entrevista exclusiva concedida ao LeiaJa.com, Dirceu afirmou que em sua gestão não haverá espaço para qualquer tipo de vaidade. O cearense do Crato disse que a população pode confiar em suas palavras. “Estaremos totalmente desprovidos de qualquer vaidade até porque as minhas origens são muito simples. Para chegar de onde eu vim, realmente, tive que superar muitos obstáculos”, contou.

O novo chefe do MPPE disse que os interesses pessoais também existem dentro de qualquer órgão, mas que é necessário combatê-los. “Infelizmente, em qualquer lugar há todo tipo de profissional e a gente precisa fazer que este Ministério Público que tenha uma vertente direcionada à cidadania. Não há como defender o cidadão com muito formalismo, paletó e gravata e dificultando o acesso. Nós temos uma equipe que está totalmente direcionada a tirar o paletó, a gravata, e atender o cidadão da forma mais igualitária e na linguagem mais simples possível”.

##RECOMENDA##

“Há ministérios públicos que estão totalmente aproximados do Poder Judiciário e há um ministério que vamos construir agora que é aquele que vai ter um olhar diferenciado para a sociedade. Estamos orientando todos os promotores do estado que é abrir as portas para a sociedade. Qualquer cidadão que queira pode bater na porta pode vir. Não há formalidade. Será bem atendido, caso não for função da gente vamos orientá-lo a procurar o órgão competente. É importante que o cidadão saiba que ele sempre será bem recebido aqui dentro”, prometeu.

Questionado sobre a polêmica de que ele teria ficado no segundo lugar na lista tríplice enviada ao governador Paulo Câmara e na qual a tradição seria escolher o primeiro colocado, Dirceu foi objetivo. “Isso foi uma falta de informação porque a eleição acontece em dois turnos e a própria Constituição fala isso. O artigo 128 diz que os promotores escolhem uma lista tríplice, que é o primeiro turno onde a categoria escolhe três dos 165 que existem, e, a partir dessa escolha, o processo eleitoral zera. A partir disso, é remetido para o governador e ele pode escolher um dos três. Se fosse para escolher o primeiro colocado só seria enviado um nome. Já tivemos vários episódios dentro do Ministério em que Romero Andrade, no ano de 2000, foi o segundo colocado e Paulo Varejão também. É um procedimento muito normal. O governador pode escolher qualquer um dos três. No Brasil, agora, na Bahia foi escolhido o terceiro. É só perceber que é um processo de dois turnos”, explicou.

O procurador-geral possui 17 anos de Casa e se diz “preparado e motivado” para enfrentar os desafios e que irá trabalhar prezando pela união de todos e com um novo perfil de dialogar com a sociedade ressaltando que o “olhar será diferenciado”. Dirceu de Barros também falou que a crise que afetou o Brasil também atingiu a todas as instituições e que medidas já estão sendo tomadas para amenizar o quatro. 

“Temos um orçamento que não consegue nem quitar a folha de pagamento, mas, estamos tomando várias medidas de austeridade. Nós precisamos dar exemplo. Já determinei que todos os contratos do ministério fossem revistos. Já estamos fazendo um enxugamento total do quadro. A própria festa aqui é algo simples de forma gratuita”.

Ainda salientou que não é tempo de fazer gastos. “Não vamos fazer um jantar pago. Será de adesão. É até uma forma de mandar um aviso geral para todos os administradores de Pernambuco e do Brasil. Não é tempo de fazer gastos. É tempo de trabalhar muito. Eu não ficaria bem começar uma gestão gastando dinheiro público para fazer uma festa para mim. Seria o cúmulo da vaidade. Então, optei por não fazer festa. A posse está sendo gratuita e estamos fazendo várias medidas para contingenciar dentro do ministério”.

Dirceu pontuou que precisa do apoio do Governo do Estado e que já está conversando com Paulo Câmara. “O Ministério é um grande investimento social. Se o ministério estiver fragilizado, a própria sociedade também estará fragilizada até porque nós estamos com um déficit de 165 promotores e onde falta um promotor a criminalidade aumenta. Nós precisamos também do apoio do estado para organizar nossas finanças e montar uma instituição bem forte, mas, o momento é de grande dificuldade”, finalizou.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando