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O ex-ministro José Dirceu, que comandou a Casa Civil no primeiro mandato no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pegou carona em um processo do petista no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar anular duas condenações na Operação Lava Jato.

A defesa do ex-ministro pede que o STF reconheça que, assim como no caso de Lula, o ex-juiz Sergio Moro, hoje senador, também foi parcial ao condená-lo na investigação.

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O objetivo é anular sentenças que chegam a 32 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Em 2021, os ministros do Supremo Tribunal Federal decidiram que Sergio Moro não foi imparcial ao conduzir investigações e julgar ações penais que atingiam Lula. A atuação do ex-juiz da Lava Jato, ícone da operação, foi considerada irregular, o que levou à anulação em série de decisões e sentenças contra o presidente. A decisão valeu apenas para processos envolvendo o petista.

Entre os pontos levantados pelos ministros para questionar a conduta de Moro estiveram a ordem para condução coercitiva de Lula para ser interrogado pela Polícia Federal nos autos da Operação Alethea, 24ª fase da Lava Jato; o grampo no escritório de advocacia de Cristiano Zanin, que defende o ex-presidente; a obstrução ao cumprimento da decisão, tomada no plantão judiciário pelo desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Rogério Favreto, que mandou soltar o petista em julho de 2018, quando ele estava preso em Curitiba; a retirada do sigilo de trechos da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci às vésperas das eleições de 2018; o vazamento da conversa entre Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que o nomeou como ministro chefe da Casa Civil; a assunção do cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro e a entrada como sócio-diretor na consultoria Alvarez & Marsal, que presta serviços para empresas condenadas na Operação Lava Jato.

O advogado Roberto Podval e sua equipe, que defendem José Dirceu, argumentam que todo esse "estratagema" afetou também o ex-ministro. Ele chegou ficar dois anos preso preventivamente na Lava Jato.

A defesa afirma que a investigação e a prisão de Dirceu fizeram parte de um "projeto" da força-tarefa de Curitiba, em suposto "conluio" com Moro, para atingir Lula. "Este era um degrau a ser necessariamente sobrepujado para que se alcançasse o então ex-presidente", diz o pedido enviado ao STF. Os advogados afirmam que o ex-juiz tinha um "projeto político e pessoal" que passava pela "bancarrota" do PT.

O documento cita trechos das denúncias e condenações do ex-ministro usados para fundamentar decisões contra Lula. Como ministro da Casa Civil, José Dirceu tinha a atribuição de fazer a gestão das nomeações do governo, inclusive na Petrobras, grande alvo das investigações da Lava Jato. "A implicação de Lula nas acusações passava, necessariamente, pela incriminação do requerente (Dirceu)."

A defesa lembra que o nome do ex-ministro aparece no polêmico PowerPoint criado pelo ex-procurador da República Deltan Dallagnol, que foi coordenador da força-tarefa em Curitiba, para apresentar a denúncia contra Lula no caso do triplex.

"Como a finalidade das acusações tramadas pela força-tarefa e dos julgamentos proferidos pelo então juiz Sergio Moro, em relação a José Dirceu, eram, confessadamente, fomentar e robustecer as posteriores imputações dirigidas a Lula - de acordo com o projeto político-partidário dos procuradores e do magistrado - a suspeição do referido juiz federal, reconhecida nestes autos, deve ser estendida ao requerente, determinando-se a anulação dos processos criminais a que atualmente responde", pedem os advogados.

O pedido foi endereçado ao ministro Gilmar Mendes, decano do STF, que é crítico declarado dos métodos da Lava Jato. Foi ele quem estendeu a suspeição de Moro, inicialmente aplicada ao caso do triplex, para os demais processos abertos contra Lula na esteira da operação.

O vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Jorge Mussi, negou pedido liminar da defesa do ex-ministro José Dirceu (chefe da Casa Civil no governo Lula) pelo trancamento de uma ação penal derivada a Operação Lava Jato. O ex-ministro voltou à cena política nas últimas semanas em meio às negociações de uma possível chapa integrada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin.

Os advogados de Dirceu pediam o reconhecimento de litispendência - alegação de que existem duas ações com as mesmas partes e sobre os mesmos fatos, o que é vedado pelo sistema jurídico brasileiro -, mas o presidente em exercício do STJ entendeu que a análise do caso era complexa e demandaria um estudo mais aprofundado, o que considerou "inviável no contexto do plantão judiciário durante as férias forenses".

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Em sua decisão, Mussi registrou que o mérito da ação impetrada pela defesa do ex-ministro será analisado, em "momento oportuno", pelo colegiado da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, sob a relatoria do desembargador convocado Jesuíno Rissato.

No recurso impetrado no tribunal superior, os advogados de Dirceu alegaram litispendência argumentando que os supostos fatos de corrupção apurados em novo processo já haviam sido objeto de outra ação penal que resultou em condenação do ex-ministro.

Segundo a defesa, ambos os processos envolveriam crimes de crimes de lavagem de dinheiro em contratos firmados entre a empresa Engevix e a Petrobras - assim, alegou-se que não seria possível uma nova ação pelos mesmos fatos.

Ainda de acordo com os advogados, a caracterização de continuidade delitiva deveria prevalecer, inviabilizando a tramitação de duas ações penais distintas, "pois o juízo deveria levar em consideração as circunstâncias do caso".

Jorge Mussi manteve a tramitação da segunda ação penal contra José Dirceu ponderando: "em caso semelhante, também decorrente da Operação Lava Jato, esta Corte Superior de Justiça reputou inviável o trancamento de ação penal em sede de habeas corpus, ante a impossibilidade de verificação, de plano, da identidade dos fatos, necessária à configuração da litispendência, circunstância que afasta a plausibilidade jurídica da medida de urgência".

 O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, de 74 anos, foi aplaudido por profissionais de saúde enquanto recebia vacina contra a covid-19, em um drive thru, na manhã desta quinta (11). O momento foi compartilhado na internet pelo próprio petista, que participava de uma transmissão ao vivo durante o procedimento.

Na presença de Dirceu, os trabalhadores também disseram palavras de ordem como “Viva o SUS” e “Fora, Bolsonaro”. O petista comemorou a postura dos profissionais de saúde. “O grito de guerra aqui é ‘fora, Bolsonaro’. Todo mundo gritando, as enfermeiras, os técnicos, é o Brasil gritando ‘chega'”, afirmou.

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De acordo com os dados da Universidade norte-americana Johns Hopkins, um total de 270.656 brasileiros já morreram em decorrência da covid-19, sendo o país o segundo no mundo a ter perdido mais vidas para a doença. A instituição também aponta que o Brasil já registrou 11.202.305 casos do novo coronavírus.

Fustigada, a caminho do fim e um dia após sofrer uma derrota no Supremo Tribunal Federal, que por quatro votos a um confirmou a decisão que abriu a seu maior alvo - o ex-presidente Lula - o acesso às mensagens roubadas de seus integrantes e do ex-juiz Sérgio Moro, a Lava Jato respira e volta à carga.

Nesta quarta (10), a força-tarefa anunciou nova denúncia contra o ex-ministro José Dirceu e mais 14 investigados por formação de cartel, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e fraude à licitação.

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A peça é a primeira a ser apresentada pela Lava Jato após a extinção formal da força-tarefa, que foi anexada ao Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Federal. A denúncia acusa Dirceu e o ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, de participar de esquema de propinas em troca de favorecimento de duas empresas de recursos humanos em contratos com a estatal.

A Procuradoria afirma que as empresas Hope Recursos Humanos e Personal Service foram favorecidas em licitações e que a competitividade das contratações pela Petrobras no setor estava sendo fraudada, pois ambas vinham vencendo processos licitatórios sequenciais em dez anos.

As acusações que baseiam a denúncia partem do resultado de uma Comissão Interna de Apuração da Petrobras que apurou os contratos firmados com as duas empresas após a 17ª fase da Lava Jato, a 'Pixuleco'. Segundo o relatório final da comissão, as empresas de Recursos Humanos firmaram 167 contratos de prestação de serviços no total de R$ 6,88 bilhões entre outubro de 2004 a setembro de 2015. Deste total, cerca de R$ 6,11 bilhões (88%) foram contratados ou geridos pela Diretoria de Serviços, de Renato Duque.

As fraudes licitatórias incluíam fixação de preço, divisão de mercado entre concorrentes e cobertura e compartilhamento de informações sensíveis. Ao menos 24 licitações públicas ocorridas entre 2002 e 2014 teriam sido afetadas.

Um destes casos seria a contratação da Personal em 2013 para a prestação de serviços suplementares na Regional Bacia de Campos. A comissão interna da Petrobras apontou que houve um cancelamento do processo licitatório com justificativa inconsistente por parte da Diretoria Executiva, além de um direcionamento de empresas indicadas para a segunda licitação. Mais que isso, a estimativa original da Petrobras para o contrato era de R$ 383 milhões, mas foi definida uma margem de aceitação acima da meta de R$ 409,7 milhões, o que permitiu que a negociação vingasse somente com a Personal.

Em delação premiada, os operadores financeiros Milton e José Adolfo Pascowicht revelaram que Renato Duque, José Dirceu, Luiz Eduardo, Roberto Marques e Fernando Moura receberam R$ 18 milhões em propinas para beneficiar a Personal em 40 contratos e aditivos. O pagamento teria sido realizado por Arthur Edmundo Alves Costa, então sócio majoritário da Personal.

Em relação à Hope Recursos Humanos, as propinas chegaram a pelo menos R$ 30 milhões e teriam sido pagas por Raúl Andrés Ortúzar Ramírez, Rogério Penha da Silva e Wilson da Costa Ritto Filho. Todos também foram denunciados.

Segundo os delatores Pascowicht, Renato Duque teria recebido cerca de 40% dos valores (R$ 240 mil) e José Dirceu, 30% (R$ 180 mil).

Lavagem de dinheiro

Outro trecho da denúncia discorre sobre suposto crime de lavagem de R$ 725 mil por meio de pagamentos em espécie, sem emissão de nota fiscal ou com valores subfaturados, para custeio de frete de aviões utilizados por Dirceu. O crime também seria comprovado por meio de dois repasses travestidos de doações eleitorais para a campanha eleitoral de José Carlos Becker de Oliveira e Silva.

VEJA A LISTA DE DENUNCIADOS PELA LAVA JATO:

Arthur Edmundo Alves Costa: delito de cartel, fraude à licitação, crime de corrupção ativa

Márcio Antonio de Souza Pereira: delito de cartel, fraude à licitação

Renato de Souza Duque: delito de cartel, corrupção passiva

Eugênio Dezen: fraude à licitação

Orlando Simões de Almeida: fraude à licitação

José Eduardo Carramenha: fraude à licitação

José Dirceu de Oliveira e Silva: corrupção passiva, lavagem de dinheiro

Luis Eduardo Oliveira e Silva: corrupção passiva

Roberto Marques: corrupção passiva

Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura: corrupção passiva

Raúl Andrés Ortúzar Ramírez: corrupção ativa, lavagem de dinheiro

Rogério Penha da Silva: corrupção ativa

Wilson da Costa Ritto Filho: corrupção ativa, lavagem de dinheiro

Rui Thomaz de Aquino: lavagem de dinheiro

Luiz Eduardo Falco Pires Correa: lavagem de dinheiro

COM A PALAVRA, OS DENUNCIADOS

Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com os denunciados, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.

O Ministério Público Federal (MPF) no Paraná pediu à Justiça, na noite dessa segunda-feira (8), a condenação do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil - Governo Lula) por lavagem de dinheiro em um processo aberto na esteira da Operação Lava Jato. Na ação, ele é acusado de receber R$ 2,4 milhões em propinas das empreiteiras Engevix e UTC.

Nas alegações finais do processo encaminhadas ao juiz Luiz Antônio Bonat, da 13ª Vara Federal de Curitiba, os procuradores também pediram a condenação de Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão do ex-ministro, e do ex-diretor da Engevix Gerson Almada, ambos réus no mesmo processo.

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A denúncia foi aceita pelo então juiz Sérgio Moro em fevereiro de 2018, quando o petista já havia sido condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em outros dois processos da operação. De acordo com a investigação do caso, Dirceu teria recebido os valores durante e depois do julgamento do mensalão. As propinas teriam sido pagas em acertos de corrupção envolvendo contratos da Petrobras.

Além das condenações, os procuradores pediram o bloqueio de R$ 2,4 milhões dos réus, pagamento de multas e cumprimento de penas em regime inicial fechado.

O ex-ministro, que chegou a ser preso em mais de uma ocasião, deixou a prisão em novembro de 2019, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) revogar a prisão após condenação em segunda instância.

A reportagem entrou em contato com o advogado Roberto Podval, que defende o ex-ministro, e aguarda resposta. Quando a denúncia foi recebida pela Justiça, em 2018, a defesa afirmou ver "desnecessidade" da ação contra José Dirceu.

Em mensagem de fim de ano distribuída a seus apoiadores nesta quinta-feira, 26, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu disse que 2019 "foi um ano de vitória" e que o pior já passou. "Foi um ano de vitória. Lula livre. Nós passamos, acredito eu, pelo pior", disse Dirceu no áudio distribuído via rede social.

O ex-ministro foi solto no dia 8 de novembro poucas horas depois do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva. Ambos foram beneficiados pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que extinguiu a prisão após condenação em segunda instância.

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Condenado a 30 anos, nove meses e dez dias de prisão na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, Dirceu estava preso desde maio deste ano depois de ser condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) em processo que envolve o recebimento de R$ 7 milhões em propinas por contratos superfaturados da Petrobras com a empresa Apolo Tubulares.

Foi a terceira passagem de Dirceu pela cadeia por corrupção desde o escândalo do mensalão. Antes ele havia sido preso em 1968, pela ditadura militar, durante o congresso da União Nacional dos Estudantes em Ibiúna.

Na mensagem, Dirceu agradece o apoio que teve de simpatizantes durante a série de viagens que fez pelo Brasil para promover sua autobiografia "Zé Dirceu: Memórias volume 1".

"Sou otimista com relação ao nosso futuro. Vamos retomar o fio da história. Vamos construir um Brasil justo, livre e soberano. Um Brasil que cuida da sua terra e do seu povo (…) não é este país de (Jair) Bolsonaro, (Sérgio) Moro e (Paulo) Guedes, é o Brasil de Lula, o Brasil daqueles que tombaram lutando pela liberdade, pela democracia mas também pelo socialismo", disse o ex-ministro.

Nas palestras que fez durante o lançamento de seu livro, Dirceu fez previsões menos otimistas do cenário político depois da eleição de Bolsonaro e disse que o domínio da direita vai se estender por anos.

No áudio distribuído nesta quinta-feira, apesar do otimismo, ele diz que a "luta será longa". "É hora de lutar, combater, não apenas resistir. Temos que construir uma alternativa a este desgoverno. E podemos construir. Depende só de nós (…) Superamos já a dor e o sofrimento e olhando com otimismo e alegria o futuro. Sem ilusões. Sabemos que a luta será longa e prolongada mas sabemos que vamos retomar o fio da história", completou o ex-ministro petista.

O desembargador Willian Campos, da 15ª Câmara do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou nesta segunda-feira, 2, a expedição de alvará de soltura em favor do irmão do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula) Luiz Eduardo de Oliveira e Silva. O magistrado concedeu liminar determinando que Luiz Eduardo aguarde em liberdade o julgamento de habeas corpus impetrado pela defesa com base no recente entendimento do Supremo Tribunal Federal que derrubou a possibilidade de prisão em segunda instância.

Luiz Eduardo foi condenado a 8 anos e nove meses de reclusão pelo ex-juiz Sergio Moro, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, pelos crimes de lavagem e pertinência à organização criminosa envolvendo suposta participação na organização que se infiltrou na Petrobras e recebimento de recursos irregulares da Engevix Engenharia.

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O Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), o Tribunal da Lava Jato, aumentou a pena para dez anos e seis meses de prisão. Um dia após a Corte declarar que o caso havia transitado em julgado no local, Moro mandou prender Luiz Eduardo, em fevereiro de 2018.

Inicialmente, a defesa - sob responsabilidade dos advogados criminalistas Roberto Podval e Paula Indalecio - pediu à 12.ª Vara Federal de Curitiba que expedisse alvará de soltura de Luiz Eduardo com base na decisão do STF que, por 6 votos a 5, reverteu entendimento adotado desde 2016 e deixou de reconhecer a possibilidade de execução antecipada de pena.

O juiz Danilo Pereira Júnior, no entanto, arquivou o pedido, argumentando que a competência para analisar casos relativos à execução de pena do irmão do ex-ministro passou para a Justiça Estadual.

O juízo da Vara de Execuções Criminais de São José do Rio Preto acabou indeferindo o pedido de suspensão executória da sentença condenatória e, por isso, a defesa recorreu à segunda instância, alegando constrangimento ilegal.

O desembargador Willian Campos acolheu os argumentos da defesa e entendeu que Luiz Eduardo respondeu aos processos em liberdade e só teve mandado de prisão expedido em razão da confirmação da condenação em segunda instância.

O corretor de imóveis Júlio César dos Santos, ex-sócio do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) está na fila de soltura após a revisão do entendimento sobre prisão após condenação em segunda instância. A defesa do empresário protocolou pedido de soltura na sexta, 8, e aguarda sentença. Júlio César dos Santos está detido em São Paulo desde fevereiro de 2018.

No pedido, a defesa afirma que o novo entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a execução provisória de pena 'restabeleceu a ordem democrática prevista na Constituição da República Federativa do Brasil' e ressalta que outros tribunais já liberaram presos detidos em segunda instância, como é o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do próprio Dirceu.

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"As Cortes Regionais já vêm cumprindo a decisão do STF, sendo, portanto, o presente pedido, lastreado, também, com supedâneo nessas decisões", afirma a defesa de Júlio César.

O corretor de imóveis foi denunciado em setembro de 2015 pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa e, em maio de 2016, foi condenado pelo então juiz Sérgio Moro a oito anos de prisão. Em fevereiro do ano passado, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) aumentou a dosimetria para dez anos, oito meses e 24 dias de detenção, sendo preso logo em seguida.

Júlio César dos Santos é acusado de ocultar patrimônio obtido por vantagens indevidas para José Dirceu no esquema de corrupção da Petrobras. Era no nome dele que está a casa onde a mãe do petista reside, em Passa Quatro (MG).

O processo levou à primeira condenação de José Dirceu na Lava Jato e foi baseado na delação de quatro executivos que participaram do esquema de corrupção: o ex-gerente de Engenharia (área cota do PT na estatal) Pedro Barusco e os operadores Milton Pascowitch, Julio Camargo e Fernando Moura.

A investigação mirou pagamento de R$ 56,8 milhões em propinas pela empreiteira Engevix, integrante do cartel de empresas que atuaram em conluio com políticos e diretores da Petrobrás para fatias obras e contratos da estatal. O valor é referente a 0,5% e 1% dos contratos e aditivos da empresa em obras da

Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC), na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) e na Refinaria Landulpho Alves (RLAM).

Dirceu solto

O ex-ministro José Dirceu também apresentou na sexta um pedido de soltura, que foi atendido pelo juiz federal Daniel Pereira Júnior, responsável pela soltura de Lula. Dirceu foi solto no fim da noite e deixou o Complexo Médico Penal em Pinhais (PR), onde cumpria pena de trinta anos, nove meses e dez dias de prisão na Lava Jato pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Dirceu estava preso desde maio deste ano, após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF) condená-lo em segunda instância por recebimento de propinas de R$ 7 milhões em contrato superfaturado da Petrobrás com a empresa Apolo Tubulares, fornecedora de tubos para a estatal, entre os anos de 2009 e 2012.

Além de Dirceu, o ex-presidente Lula teve a soltura confirmada e deixou a sede da Superintendência da Polícia Federal na sexta. Lula ficou preso por 580 dias em razão da condenação a oito anos e dez meses de prisão no caso do triplex do Guarujá.

A juíza federal substituta Ana Carolina Bartolamei Ramos, da 1ª Vara de Execuções Penais de Curitiba, ordenou na noite desta sexta-feira, 8, a soltura do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil). Mais cedo, a defesa do petista apresentou pedido de liberdade após decisão do Supremo Tribunal Federal revogar a prisão após condenação em segunda instância.

De acordo com a magistrada, como os recursos de Dirceu ainda precisam ser analisados por outras instâncias deixou de existir "qualquer outro fundamento fático para o início do cumprimento de pena", visto que uma antiga decisão de prisão preventiva havia sido suspensa pelo STF em um habeas corpus apresentado pela defesa do petista.

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Condenado a trinta anos, nove meses e dez dias de prisão na Lava Jato pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, José Dirceu estava detido desde maio deste ano após o Tribunal Federal da 4ª Região (TRF-4), o Tribunal da Lava Jato, impor condenação no processo que envolve o recebimento de propinas de R$ 7 milhões em contrato superfaturado da Petrobras com a empresa Apolo Tubulares, fornecedora de tubos para a estatal, entre os anos de 2009 e 2012.

O caso envolve também o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, que nesta manhã apresentou pedido de soltura à justiça sob o mesmo argumento do petista. Ambos destacam o entendimento do STF que proibiu a execução de pena condenatória enquanto houver possibilidade de recurso.

A 8.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negou recurso da defesa do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula) e ele deve começar a pagar valor de cerca de R$ 4,5 milhões referente a custas processuais, multa penal e reparação de danos. Dirceu é réu na Operação Lava Jato e teve a condenação pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro confirmada pela Corte em 21 de fevereiro deste ano no julgamento dos embargos infringentes.

Segundo informou o TRF-4, os advogados recorreram ao tribunal buscando adiar o cumprimento da condenação pecuniária para quando a sentença transitasse em julgado.

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O relator do caso, desembargador federal João Pedro Gebran Neto, considera que "sendo possível a execução provisória da pena privativa de liberdade, não é razoável entender pela impossibilidade de execução das penas acessórias".

"Parece lógico concluir que, se a liberdade do réu pode desde logo ser restringida, também pode ser imposto o cumprimento das sanções pecuniárias", escreveu o magistrado em seu voto.

O agravo na execução penal foi negado pela 8.ª Turma em 28 de agosto e os advogados ajuizaram embargos de declaração sustentando que o relator teria se omitido na análise do artigo 164 da Lei de Execução Penal, que prevê o pagamento apenas quando transitada em julgado a sentença criminal.

Por unanimidade, a turma negou provimento aos declaratórios, entendendo que "o acórdão não continha a omissão apontada e a defesa buscava apenas a modificação da decisão".

"Não há necessidade de prequestionamento expresso de todos os artigos mencionados pela defesa. O artigo 164 da Lei de Execução Penal contém o mesmo conteúdo do artigo 50 do Código Penal, expressamente refutado na voto embargado. Vê-se, portanto, que o embargante quer rediscutir o mérito, o que não cabe nesta via recursal", concluiu Gebran.

Condenação

Dirceu foi condenado pelo então juiz Sergio Moro, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, em março de 2017 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 11 anos e 3 meses de reclusão, com pagamento de multa e reparação dos danos.

O ex-ministro da Casa Civil teria recebido R$ 2,1 milhões em propinas da Apolo Tubulars por contrato firmado com a Petrobras.

A origem desse dinheiro teria sido dissimulada, passando parte pela empresa Credencial e parte tendo sido usada como pagamento de despesas com o uso de aeronaves em mais de 100 voos realizados pelo réu.

Em 26 de setembro de 2018, o TRF-4 - Corte de apelação da Lava Jato - confirmou a condenação, mas reduziu a pena para 8 anos, 10 meses e 28 dias de reclusão.

A defesa ajuizou embargos infringentes e, em fevereiro deste ano, a 4.ª Seção negou o recurso, determinando a execução provisória da pena. Os embargos de declaração foram julgados na última quarta-feira, 25, e o acórdão foi publicado no sábado, 28.

Após longa e cansativa viagem de carro desde Brasília, e com cinco horas e meia de atraso, José Dirceu de Oliveira e Silva apresentou-se nesta sexta-feira (17) à Polícia Federal em Curitiba, origem e base da Operação Lava Jato. O ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula, condenado a 8 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro de contrato da Petrobras, obedeceu a uma ordem do juiz Luiz Antonio Bonat, da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba. O magistrado havia dado prazo para Zé Dirceu se entregar até as 16h desta sexta. Ex-ministro chegou à PF às 21h30 desta sexta.

Na sede da PF na capital paranaense está preso desde 7 de abril de 2018 o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cumprindo pena inicial de 12 anos e um mês de reclusão - imposta pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), o Tribunal da Lava Jato -, reduzida para 8 anos e dez meses pelo Superior Tribunal de Justiça.

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A prisão do ex-ministro foi decretada pelo TRF-4, sediado em Porto Alegre, na sessão desta quinta, 16. Os desembargadores negaram embargos de Dirceu e mandaram prendê-lo, seguindo jurisprudência do Supremo que autoriza execução provisória de pena de condenados em segunda instância.

O ex-ministro foi condenado em primeira instância pelo então juiz Sergio Moro. A Lava Jato sustenta que Dirceu pegou propinas em contrato superfaturado da Petrobras com a empresa Apolo Tubulars, fornecedora de tubos para a estatal, entre 2009 e 2012, quando o petista, então réu em outra ação penal, a do Mensalão, já não ocupava cargo no governo Lula.

A força-tarefa do Ministério Público Federal revela que parte dos valores do contrato da Petrobras, que chegaram a R$ 7.147.425,70, foi repassada a Renato Duque, ex-diretor da área de Serviços da estatal, e parte a Dirceu.

Para disfarçar o caminho do dinheiro, o ex-ministro e seu irmão, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, teriam usado a empresa Crfedencial para receber R$ 700 mil - o restante teria sido usado para bancar despesas com uso de aeronaves em mais de 100 voos realizados pelo ex-ministro.

Em outra ação penal da Lava Jato, Dirceu está condenado a uma pena mais grave ainda, 30 anos, 9 meses e dez dias de reclusão, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa.

Preso há mais de um ano na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba - desde 7 de abril do ano passado -, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a ordem de prisão do ex-ministro José Dirceu, mas brincou com o fato de o correligionário ser levado para o mesmo prédio.

"O presidente Lula lamentou a prisão do José Dirceu mas fez uma brincadeira, coisa de amigo, dizendo que se Dirceu quiser tem um cantinho para ele", disse o ex-deputado Wadih Damous (PT-RJ), que integra a defesa de Lula.

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Dirceu está a caminho da PF em Curitiba onde deveria ter se apresentado às 16h.

Nesta quinta-feira, 16, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) negou recurso de Dirceu e a Justiça Federal em Curitiba determinou sua prisão.

Dirceu vai cumprir pena de 8 anos e 10 meses pela segunda condenação na Lava Jato.

Em mensagem à militância petista gravada quinta-feira, 16, à noite e compartilhada em grupos petistas do WhatsApp, o ex-ministro José Dirceu diz que "o vulcão já entrou em erupção".

A mensagem, gravada poucas horas antes de Dirceu embarcar rumo a Curitiba, onde vai se apresentar à Justiça para cumprir pena de 8 anos e 10 meses em sua segunda condenação na Lava Jato, foi interpretada como uma referência às manifestações em defesa da educação e contra o governo Jair Bolsonaro que levaram centenas de milhares der pessoas às ruas na quarta-feira, 15.

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"O Brasil já está mudando, o vulcão já está em erupção. Como eu disse no Tuca, um vulcão embaixo de um país de jovens e mulheres vai, como está acontecendo, entrar em erupção", diz Dirceu.

Com a voz rouca e tentando demonstrar otimismo, Dirceu classifica a prisão como mais uma "trincheira de luta" e diz ter esperança quanto a uma decisão favorável nos tribunais superiores.

"Estamos aqui nos preparando para mais essa trincheira de luta. Vamos ver assim. Tem uma série de recursos jurídicos a curto prazo, uma série de decisões a serem tomadas no Supremo, no STJ. Vamos ver se conseguimos Justiça no curto prazo. Eu me preparei para isso. Vamos retomar o segundo volume (das memórias), vou ler mais, manter a saúde, manter o contato. Fiquem aí na trincheira de vocês que é nossa", diz o ex-ministro.

Dirceu teria até as 16h desta sexta para se entregar na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso. Ele optou por ir de carro de Brasília, onde mora, até a capital do Paraná. Auxiliares calculam que ele deve atrasar alguns minutos.

O juiz da Lava Jato, Luiz Antonio Bonat (13ª Vara Federal de Curitiba), determinou que o ex-ministro José Dirceu se apresente até às 16h desta sexta-feira, 17, para o cumprimento da pena de 8 anos e 10 meses de prisão. O petista tem que se apresentar à Polícia Federal no Paraná, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso, cumprindo pena de 8 anos e 10 meses no caso triplex. O defensor, Roberto Podval, já afirmou que ele vai se entregar.

A decisão de Bonat segue determinação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que rejeitou o derradeiro recurso do petista contra condenação e determinou "a imediata expedição de ofício ao MM. Juiz Federal para que inicie a execução provisória da pena".

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"Por fim, expeça-se, conforme determinado pelo Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região, mandado de prisão em face de José Dirceu de Oliveira e Silva, para início do cumprimento provisório da pena, e encaminhe-se à autoridade policial para cumprimento", determinou.

Segundo o magistrado, a defesa já havia se antecipado e pedido "autorização para que o condenado possa se entregar na SR/PF/PR tão logo seja expedido o mandado de prisão".

"José Dirceu de Oliveira e Silva deverá apresentar-se até as 16:00 do dia 17/05/2019 perante a SR/PF/PR. Detalhes da entrega devem ser acertados com a autoridade policial responsável pelo cumprimento do mandado de prisão. Não havendo acerto para entrega voluntária, a autoridade policial deverá comunicar o Juízo", anotou.

"Como sempre José Dirceu respeitará a decisão e se entregará espontaneamente", afirma o criminalista, defensor de Dirceu.

Já condenado em uma primeira ação da Lava Jato a 30 anos, nove meses e 10 dias de reclusão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertinência a organização criminosa, Dirceu encontra-se em liberdade por decisão da 2.ª Turma do Supremo Tribunal Federal, que concedeu habeas corpus a ele para que a prisão não se dê antes do esgotamento da análise de recursos.

Também recorreram por meio de embargos infringentes neste outro processo e tiveram o pedido negado pelo TRF-4 o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, e os sócios da construtora Credencial, Eduardo Aparecido de Meira e Flávio Henrique de Oliveira Macedo.

Segundo o Tribunal, o caso envolveu o recebimento de propina em contrato superfaturado da Petrobras com a empresa Apolo Tubulars, fornecedora de tubos para a estatal, entre 2009 e 2012.

Parte dos valores, que chegaram a R$ 7.147.425,70, foi repassada a Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, e parte a Dirceu, segundo a Lava Jato.

Para disfarçar o caminho do dinheiro, o ex-ministro e Luiz Eduardo teriam usado a empresa Credencial para receber valor de cerca de R$ 700 mil, "tendo o restante sido usado em despesas com o uso de aeronaves em mais de 100 voos feitos pelo ex-ministro".

A condenação dos réus foi confirmada pelo tribunal em 26 de setembro do ano passado.

O ex-ministro José Dirceu (PT) vai se entregar à Justiça, afirma seu advogado, Roberto Podval. Nesta quinta-feira, 16, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região rejeitou o derradeiro recurso do petista, no âmbito de processo em que foi sentenciado a 8 anos e 10 meses de prisão, e determinou "a imediata expedição de ofício ao MM. Juiz Federal para que inicie a execução provisória da pena". Com a decisão, o petista pode voltar à cadeia da Lava Jato.

"Como sempre José Dirceu respeitará a decisão e se entregará espontaneamente", afirma o criminalista, defensor de Dirceu.

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Já condenado em uma primeira ação da Lava Jato a 30 anos, nove meses e 10 dias de reclusão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertinência a organização criminosa, Dirceu encontra-se em liberdade por decisão da 2.ª Turma do Supremo Tribunal Federal, que concedeu habeas corpus a ele para que a prisão não se dê antes do esgotamento da análise de recursos.

Também recorreram por meio de embargos infringentes neste outro processo e tiveram o pedido negado pelo TRF-4 o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, e os sócios da construtora Credencial, Eduardo Aparecido de Meira e Flávio Henrique de Oliveira Macedo.

Segundo o Tribunal, o caso envolveu o recebimento de propina em contrato superfaturado da Petrobras com a empresa Apolo Tubulars, fornecedora de tubos para a estatal, entre 2009 e 2012.

Parte dos valores, que chegaram a R$ 7.147.425,70, foi repassada a Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, e parte a Dirceu, segundo a Lava Jato.

Para disfarçar o caminho do dinheiro, o ex-ministro e Luiz Eduardo teriam usado a empresa Credencial para receber valor de cerca de R$ 700 mil, "tendo o restante sido usado em despesas com o uso de aeronaves em mais de 100 voos feitos pelo ex-ministro".

A condenação dos réus foi confirmada pelo tribunal em 26 de setembro do ano passado.

O decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) no qual fixou salário mínimo em R$ 998, menor que o projetado anteriormente quando foi proposto que fosse estabelecido R$ 1.006, foi negativamente repercutido entre as famílias que brasileiras que mal conseguem se sustentar. Uma certeza já existe: as dificuldades continuarão para muitos. No entanto, os procuradores de Justiça do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) já têm o que comemorar neste início de ano: vão receber um aumento de 16,38%.

A medida garante que os procuradores, que antes recebiam R$ 30.471,11, passem a receber R$ 35.462,22. Cerca de 450 promotores do MPPE também terão direito ao reajuste. O aumento não se estende aos demais servidores do órgão. Existem 672 funcionários ativos e 36 inativos, segundo dados do Portal da Transparência do MPPE de dezembro de 2018.

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A resolução, que segue o reajuste concedido aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), foi assinada pelo procurador-geral de Justiça, Francisco Dirceu Barros, e publicada no Diário Oficial dessa sexta-feira (11). Segundo o texto da resolução, o reajuste é retroativo a 27 de novembro de 2018, dia em que foi publicado o aumento do Supremo. Pensionistas e aposentados também irão receber o aumento.

Em novembro passado, o então presidente Michel Temer (MDB) sancionou reajuste para os ministros do STF, que recebiam R$ 33 mil e agora possuem salário de R$ 39 mil. Na época, a preocupação era do “efeito cascata” nas carreiras do funcionalismo, já que alertava para um aumento automático para a magistratura e para integrantes do Ministério Público.

Durante coletiva de imprensa concedida no Recife, o ex-ministro de Lula José Dirceu também falou sobre a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Condenado na Operação Lava Jato, mas aguardando em liberdade após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Dirceu garantiu que Lula venceria a eleição no primeiro turno, caso pudesse disputar o pleito. Na noite desta quarta-feira (19), ele irá lançar o livro “Zé Dirceu Memórias - volume 1”, no Sindicato dos Bancários, no bairro da Boa Vista. 

Dirceu disse que a maioria dos brasileiros optou por Lula. “É só fazer a eleição e deixar o Lula concorrer, abrir as urnas depois de 12 horas. Quando acabar você vai ver como o Lula ganha a eleição no primeiro turno”, afirmou. O ex-ministro acredita que o pleito sem a candidatura do líder petista é uma contradição. “Não há justificativa no ordenamento jurídico brasileiro do impedimento do Lula porque não transitou em julgado e os atos de campanha são autorizados pela própria lei eleitoral”, defendeu. 

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Ele expôs casos de centenas de prefeitos e deputados que foram eleitos e depois perderam o mandato após julgamento da Justiça. “No caso de Lula não pode. Eu fui contra a Lei da Ficha Limpa, eu acho que quem decide se alguém é candidato ou não é o eleitor. Não é a Justiça porque a Justiça, primeiro pode errar, segundo pode ter lado. No caso de Lula está errando e está tendo um lado”. 

Apesar de defender Lula, o ex-chefe da Casa Civil disse que não tinha problemas em criticar Lula. “Eu não tenho problema em criticar ninguém desde o Lula até o meu companheiro de cela, eu não tenho problema. Lógico que nós cometemos muitos erros, mas sabe qual é o problema do Brasil? Que o Brasil vivia uma situação de tanto abandono que nós fizemos um governo reformista e que se transformou na memória do povo em uma grande transformação social e cultural”. 

Durante a entrevista, Zé Dirceu comentou uma declaração de que as eleições no Brasil estariam se encaminhando para uma “farsa”. No entanto, ele falou que mesmo assim é preciso que o PT participe do pleito. “Vale a pena porque nós vamos ganhar, inclusive”, disse com confiança ressaltando ainda que não se pode abandonar a luta democrática. 

O advogado, que já foi considerado um dos homens mais poderosos de Lula, ainda teceu críticas ao que chamou de “uma elite egoísta”. “Que criou uma crise no país e que quer que o povo pague a crise. Ela não quer pagar nada, nem um pouquinho. Eles têm 100 e povo tem 10. Eles querem que o povo dê 8 e eles querem dar 5 dos 100. Não dá, nos não vamos aceitar isso, vamos lutar o governo fazer o contrário com a reforma política e tributária”. 

Entre outros temas, Dirceu falou que o candidato a presidente Jair Bolsonaro está “ameaçando” não reconhecer o resultado. “Já estão falando que se o Haddad ganhar não poderá tomar posse? Que eleição é essa? ”, indagou. 

A Operação Lava Jato cobra R$ 90,1 milhões do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula). O montante é parte da pena imposta ao petista por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa no esquema instalado na Petrobras.

Em abril, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), o Tribunal da Lava Jato, condenou Dirceu a 30 anos, 9 meses e 10 dias de prisão. O ex-ministro foi preso em maio para cumprir pena e solto no mês seguinte por decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

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A decisão da Corte máxima do País suspendeu a execução provisória da pena de Dirceu. A cobrança dos R$ 90 milhões está congelada.

Na denúncia, o Ministério Público Federal acusou José Dirceu de receber propinas da empreiteira Engevix à Diretoria de Serviços da Petrobras entre 2005 e 2014. O ex-ministro teria levado R$ 10,2 milhões por meio de contratos firmados entre a empreiteira e empresa Jamp Engenheiros Associados, do operador Milton Pascowitch - um dos delatores da Lava Jato.

Os R$ 90.118.367,17 cobrados do petista são a soma de R$ 1.564.685,30, de multa e honorários, com R$ 88.553.708,96 por reparação do dano. Este ressarcimento está ligado a 12 contratos firmados entre abril de 2007 e março de 2012.

Em sentença em 17 de maio de 2016, o juiz federal Sérgio Moro fixou "em R$ 46.412.340,00 o valor mínimo necessário para indenização dos danos decorrentes dos crimes, a serem pagos à Petrobras". O montante, segundo o magistrado, corresponderia ao que foi "pago em propina à Diretoria de Serviços e Engenharia e que, incluído como custo das obras no contrato, foi suportado" pela estatal.

"O valor deverá ser corrigido monetariamente até o pagamento. Os condenados respondem na medida de sua participação nos delitos, segundo detalhes constantes na fundamentação e dispositivo", observou Moro, na ocasião.

Outro lado

O criminalista Roberto Podval, que defende José Dirceu, divulgou o seguinte posicionamento: "Esses valores fogem completamente da realidade de José Dirceu, não vejo muito sentido nesses números, o efeito acaba sendo a absoluta impossibilidade de pagamento."

Por 3 a 2, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira, 21, manter em liberdade o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) e o ex-assessor do PP João Cláudio Genu. Com a decisão da Segunda Turma, Dirceu e Genu poderão ter a execução de suas penas suspensas até o julgamento de seus recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os ministros do STF consideraram plausíveis os argumentos da defesa de ambos de que as penas a que foram condenados podem ser revistas, o que justificaria a suspensão da prisão.

Em 27 de junho, a Segunda Turma decidiu conceder habeas corpus de ofício a ambos, depois de pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF. O julgamento foi retomado nesta tarde, com a leitura do voto de Fachin, que se manifestou contra a suspensão da execução provisória da pena dos dois.

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A favor da liberdade de Dirceu e Genu até o julgamento de seus recursos no STJ se manifestaram os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowksi. Em sentido contrário, votaram Fachin e o decano do STF, ministro Celso de Mello.

"Há plausibilidade na tese jurídica no que concerne à dosimetria da pena, então entendo que é bom que aguardemos o posicionamento do STJ em relação a essa questão", disse Lewandowski, ao comentar a possibilidade de revisão das penas.

Condenado em primeira instância, José Dirceu teve sua condenação confirmada e pena aumentada pelo Tribunal Regional Federal (TRF-4) para 30 anos e 9 meses pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito da Operação Lava Jato. Com a condenação em segunda instância, o ex-ministro da Casa Civil no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi preso em maio.

O ex-assessor do Partido Progressista, João Cláudio Genu foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no âmbito da Operação Lava Jato.

Admissibilidade

Ao votar contra a liberdade de Dirceu, Celso de Mello destacou que a presidência do TRF-4, ao analisar a admissibilidade de recursos do ex-ministro petista, admitiu apenas um recurso especial no que diz respeito especificamente à fixação de juros sobre o valor da reparação dos danos causados. Ou seja, caberia apenas ao STJ, ao receber o recurso, analisar o valor do dano a ser pago, não afastando, portanto, a condenação de Dirceu.

"Admitiu-se apenas em pequenina extensão o recurso especial, no que diz respeito à fixação do valor mínimo para reparação dos danos causados", observou Celso de Mello.

O ministro Gilmar Mendes, por sua vez, ressaltou no final do julgamento a importância de se ter "normas de organização e procedimento" para o julgamento da admissibilidade dos recursos e sua posterior apreciação no STJ. "Temos em casos vitais, muitas vezes um certo retardo já no juízo de admissibilidade, vamos ter de trabalhar", afirmou Gilmar.

Recado

O relator dos dois casos, ministro Dias Toffoli, destacou na sessão desta terça-feira a ampla repercussão que a decisão da Segunda Turma teve no final de junho, quando concedeu habeas corpus de ofício para Dirceu e Genu.

"Muito se divulgou que seria algo inédito, inusual, se conceder habeas corpus de ofício em reclamação (tipo de processo). Meu voto foi disponibilizado à imprensa e cito vários precedentes de vários colegas", afirmou Toffoli.

"Faço esse registro pra ficar bem claro que esse tipo de concessão veio do Código de Processo Penal do Império. É óbvio que, do ponto de vista da realidade colocada em cada caso concreto, existem óticas distintas, mas uma coisa eu penso que estamos todos de acordo: é possível se conceder habeas corpus de ofício", frisou Toffoli, que assume a presidência do Supremo no dia 13 de setembro.

O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque afirmou na sexta-feira, 3, ao juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal em Curitiba, que o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro José Dirceu e o PT dividiam dois terços da propina arrecadada com os contratos de plataformas para exploração do petróleo do pré-sal da Sete Brasil. A informação, segundo Duque, foi passada pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Segundo o ex-diretor, um terço da propina iria para a "casa", nome usado para a propina destinada aos executivos da Petrobras e da Sete Brasil, e os outros dois para o PT. "Esses dois terços para o partido seriam divididos entre Lula, José Dirceu e o partido", afirmou.

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Condenado a mais de 40 anos na Operação Lava Jato, Renato Duque teve acordos de colaboração premiada rejeitados pelo Ministério Público Federal (MPF) e passou a colaborar diretamente com a Justiça.

Ao juiz Sérgio Moro, ele relatou que o pagamento de propina "era institucionalizado". "Todos os estaleiros pagaram", afirmou.

Duque disse que ouviu de Vaccari que ele era o homem do partido responsável pela arrecadação de propina da parte política nos contratos da Sete Brasil, empresa criada em 2010 para intermediar os contratos de plataformas, que está em recuperação judicial.

Vaccari disse, segundo Duque, que o ex-ministro Antonio Palocci era o responsável pelo acerto e dava as coordenadas de como seria distribuído. Os contratos de plataformas feitos a partir de 2011 envolveriam, segundo ele, propina de 1%. Ao todo, eram mais de US$ 20 bilhões em contratos.

Duque confessou a Moro que recebeu cerca de US$ 3,8 milhões de propinas em negócio da Jurong com a Sete Brasil. Ele relatou que o dinheiro foi pago em uma conta aberta em Milão, no banco Cramer.

Segundo o ex-diretor, os pagamentos da Jurong e dos estaleiro internacionais foram destinados aos executivos da Petrobras e da Sete Brasil, chamado por eles de "casa". O valor dos 2/3, que segundo Duque eram destinados ao PT seria bancado por estaleiros criados por empreiteira como Odebrecht, OAS e UTC.

Além de apontar que a propina a Lula foi paga pelo estaleiro liderado pela Odebrecht, Duque relatou que a parte destinada a Dirceu saiu do estaleiro da Engevix e o montante para o PT saiu do estaleiro da Queiroz Galvão e Camargo Corrêa.

Depoimentos

Na sexta, Moro ouviu depoimentos de quatro réus do terceiro processo a ser julgado na Lava Jato envolvendo negócios dos 21 navios-sonda da Sete Brasil contratados pela Petrobras a partir de 2011. O caso é o da Jurong, que tem R$ 2,1 bilhão em contratos com a estatal e envolveria propina de US$ 18,8 milhões.

A defesa de Vaccari disse que ele também foi interrogado por Moro nesta sexta-feira, mas foi orientado a permanecer calado. "O ex-tesoureiro nega no processo qualquer envolvimento com arrecadação de propinas e ilícito."

A assessoria de Lula afirmou que "o ex-presidente teve todas as suas contas vasculhadas e jamais recebeu valores ilegais ou teve em Palocci seu representante para receber qualquer valor. Não vamos comentar declarações sem nenhuma prova de presos que buscam fechar acordos para obter benefícios judiciais".

A defesa de Dirceu emitiu nota afirmando que "diante da situação em que se encontra Renato Duque é absolutamente compreensível, que depois de anos de prisão, diga o que seus acusadores gostariam de ouvir." O PT foi procurado mas não deu retorno até o fechamento deste texto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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