Tópicos | Dia do Orgulho Hétero

A Câmara dos Vereadores de Cuiabá aprovou um projeto de lei que cria o Dia do Orgulho Hétero. A proposta foi votada e aceita pelos parlamentares na última terça-feira (21). O texto foi apresentado pelo vereador Tenente Coronel Paccola (Cidadania).

Ao justificar a proposição, o parlamentar bolsonarista disse que era preciso ter um dia para reafirmar o orgulho hétero, já que também já existem dias para celebrar o orgulho de ser LGBTQIA+, como o Dia Internacional do Orgulho Gay, vivenciado em 28 de julho. “Você pode ter orgulho de ser lésbica, de ser gay, mas não pode ser orgulho de ser hétero?”, questionou o vereador no dia da votação da matéria.

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Em vídeo reproduzido no Instagram, que mostra o momento da defesa do PL, Paccola explica que decidiu elaborar a proposta após uma conversa com o filho. De acordo com ele, a criança estava sendo incentivado a beijar garotos para poder entrar em grupos na escola.

“Estamos assistindo um movimento forte desse ativismo, para que jovens e crianças tenham a opção de ser bissexual. Na escola para participar de diversos grupos tinham que beijar meninos e meninas”, disse.

Veja o discurso na íntegra:

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Segundo o texto, a data deve ser comemorada no 3º domingo de dezembro, com atos públicos. O PL seguiu para a avaliação e posterior veto ou sanção do prefeito de Cuiabá.

Três dias após ser eleito presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) solicitou que todas as propostas que apresentou ao longo de seus 12 anos na Casa fossem desarquivadas. Na lista que inclui 134 proposições, há itens polêmicos como o projeto que criminaliza o preconceito contra heterossexuais, o que cria o Dia do Orgulho Heterossexual, o que condena médicos que praticarem aborto a até 20 anos de prisão e o que transforma a prática em crime hediondo. As propostas de todos os deputados são arquivadas ao fim de cada legislatura, mas podem ser retomadas por meio de requerimento.

Os projetos de lei mais polêmicos envolvem dois dos temas preferidos da bancada evangélica, da qual Cunha faz parte. Em proposta de 2010, o agora presidente da Câmara estabelece pena de até três anos para quem discriminar heterossexuais. O texto foi apresentado em meio às discussões para criação de uma legislação que punisse o preconceito contra homossexuais.

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No mesmo campo, Cunha propôs uma lei que crie o Dia do Orgulho Heterossexual. "No momento que discutem preconceito contra homossexuais, acabam criando outro tipo de discriminação contra os heterossexuais e, além disso, o estímulo da 'ideologia gay' supera todo e qualquer combate ao preconceito", diz Cunha na justificativa do projeto. "Daqui a pouco, os heterossexuais se transformarão pela propaganda midiática em reacionários e nós queremos ter a nossa opção pela família sendo alardeada com orgulho", encerra. Na última quarta-feira, Cunha já havia criado uma comissão especial para acelerar a tramitação do Estatuto da Família, projeto do deputado Anderson Ferreira (PR-PE) que reconhece como família apenas os núcleos sociais formados da união de um homem e de uma mulher.

Eduardo Cunha também conseguiu desenterrar agora ao menos dois projetos de lei que tratam de aborto. O primeiro, de 2006, inclui a prática na lista de crimes hediondos (aqueles que recebem tratamento mais severo) ao lado de homicídio, estupro e genocídio. Cinco anos depois, o parlamentar apresentou outro projeto que tipifica o aborto realizado por médico, exceto quando a prática for necessária para salvar a vida da mãe ou em caso de estupro. Pela proposta, o médico pode ser condenado à reclusão de seis a 20 anos. "Ao aborto praticado por médico, fora das hipóteses autorizadas pela legislação, deve ser atribuída penalidade mais grave do que quando o crime é praticado por terceiro, tendo em vista o compromisso profissional que tem em preservar a vida", justificou à época.

Nesta semana, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Câmara disse que não pautará a votação da legalização do aborto "nem que a vaca tussa". "Vai ter que passar por cima do meu cadáver para votar", disse Cunha. No campo da tecnologia, o parlamentar tem outro projeto polêmico: o que obriga a remoção de links dos mecanismos de busca da internet que façam referência a "dados irrelevantes ou defasados", por iniciativa de qualquer cidadão ou a pedido da pessoa envolvida.

Autor do projeto que criou o Dia do Orgulho Heterossexual em São Paulo, o vereador evangélico Carlos Apolinário (DEM) viu a polêmica ganhar repercussão internacional após um grupo de hackers invadir ontem seu e-mail e sua página pessoal na internet.

Os invasores trocaram a imagem do parlamentar na página carlosapolinario.com.br e colocaram mensagens com dados sobre mortes de homossexuais no Brasil. Mais de 3 mil pessoas que estavam na lista de correio eletrônico do vereador, a maior parte de pastores da Assembleia de Deus e integrantes do alto escalão da igreja, também receberam as mensagens.

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"No Brasil, um homossexual é morto a cada 36 horas e esse tipo de crime aumentou em 113% nos últimos cinco anos. Em 2010, foram 260 mortos. Apenas nos três primeiros meses deste ano, foram 65 assassinatos", dizia a mensagem, que ficou online das 10h49 às 16h48.

O ataque foi reivindicado na própria mensagem deixada no site do vereador pelo "Figli Tariki Shmotov", da RedHack_Brasil. São ativistas ligados a um grupo que costuma invadir, desde 2009, sites de órgãos públicos na Rússia e em países do Leste Europeu.

Além de causar espanto momentâneo nos amigos evangélicos do vereador que estavam em sua lista de e-mail, a invasão elevou Apolinário a personalidade requisitada por veículos internacionais, como a revista Forbes e a agência de notícias Associated Press. Jornais americanos como The Washington Post também repercutiram o Dia do Orgulho Hétero, ainda citado no blog americano Huffington Post e no site do International Business Times.

"Em 30 anos de vida pública, nunca vi repercussão como essa", diz Apolinário na tarde de ontem em seu gabinete, com visível satisfação. Deputado estadual por três mandatos - chegou a ser governador por dez dias -, deputado federal relator em 1997 da atual legislação eleitoral e vereador desde 2001, ele tinha sobre sua mesa vários recortes de jornais. E tentava explicar que não é a primeira vez que uma iniciativa sua ganha notoriedade. "Cortei as regalias da Assembleia e peitei o ACM (Antonio Carlos Magalhães) no Congresso. Olha o que o seu jornal (O Estado de S. Paulo) já me deu de página inteira. É que falar alguma coisa dos gays é sempre mais polêmico. Porque eles não aceitam que se fale nada", dizia o parlamentar, que também foi procurado ontem pelas principais revistas semanais do País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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