Tópicos | dissolução do diretório de PE

Ex-presidente do MDB em Pernambuco, o vice-governador Raul Henry não poupou críticas, nesta quarta-feira (21), ao senador Fernando Bezerra Coelho diante da dissolução do diretório do partido no Estado, até então comandado por ele, e a implantação de uma comissão provisória que passou os poderes da sigla para o parlamentar petrolinense. Henry listou uma série de adjetivos contra Bezerra, chamando-o de “traidor”, “oportunista”, “indigno” e “desleal”.

Foi a partir de articulações encabeçadas por Fernando Bezerra que a Executiva Nacional do MDB aprovou a dissolução do diretório por 17 votos a 6, nessa terça-feira. A medida destitui, além de Raul Henry, o deputado federal Jarbas Vasconcelos da liderança política da legenda. O ex-presidente informou que vai recorrer da decisão no Supremo Tribunal Federal (STF) e no plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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“Sofremos a maior violência da história de Pernambuco e do PMDB do Brasil. Não demos causa para nenhum processo de dissolução. Crescemos 140% o número de vereadores e 140% o de prefeitos nas eleições em 2016. Não impedimos em nada o crescimento do MDB, muito pelo contrário. Não criamos dificuldade e obstáculo para a entrada de quem quer que fosse”, disse o vice-governador em entrevista à Rádio Jornal.

Para Raul, Fernando Bezerra se filiou ao MDB, em setembro de 2017, “com uma faca escondida para enfiar na nossas costas”. “O senador confirmou neste episódio uma fama que carrega de longe, a de ser o maior traidor da história de Pernambuco. Começou com Roberto Magalhães, em 1986, e não parou mais”, cravou.

“Jarbas abriu as portas para ele entrar no partido e, 48 horas antes da filiação, ele pediu a dissolução de uma história de mais de 50 anos. É um traidor, oportunista. Uma pessoa desleal, indigna. Não merece nossa companhia, não queremos a companhia dele”, completou.

Nos bastidores, comenta-se que a dissolução é uma retaliação do presidente nacional do MDB, senador Romero Jucá (RR), ao fato de Jarbas ter votado a favor do prosseguimento de investigação de denúncias contra o presidente Michel Temer (MDB) por corrupção. Para Jarbas, a mudança foi uma "truculência e arbitrariedade" executada por Jucá.

"Isso nunca aconteceu na história do MDB. Esse ato de violência e antidemocrático são as marcas da era Jucá à frente da legenda. Vou junto com Raul continuar brigando e lutando. Eles queriam briga e agora vão ter", garantiu Jarbas Vasconcelos ao se posicionar sobre o assunto.

Com Fernando Bezerra Coelho no comando do MDB de Pernambuco, a legenda passa oficialmente a fazer oposição ao governador Paulo Câmara (PSB). Já que Bezerra é pré-candidato a governador e logo que assumiu o posto ontem tratou de garantir que o partido vai “manter contato com as forças políticas” que querem “virar a página do projeto político” que comanda o Estado.

Também atingido pela mudança, Paulo Câmara emitiu uma nota prestando "apoio e solidariedade" a Jarbas e ao seu vice. "Jarbas Vasconcelos, Raul Henry e os demais integrantes do PMDB de Pernambuco honram qualquer partido político do Brasil. O que estão tentando fazer contra eles é uma das maiores violências da história política nacional. Mas essa luta não se encerrou. Ainda acredito que a Justiça há de prevalecer", destacou no texto.

A reestruturação do alinhamento do MDB em Pernambuco deve causar a desfiliação de algumas lideranças da legenda que têm até o dia 7 de abril para aproveitar a janela partidária sem sofrer sanções, caso tenha mandato de deputado federal ou estadual. O deputado federal Kaio Maniçoba, atualmente licanciado para comandar a pasta de Habitação no Governo de Pernambuco, é um dos que estuda a desfiliação. Enquanto Jarbas e Henry garantem que permanecem no partido por acreditar que a Justiça vai intervir no processo. 

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