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O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral apresentou ontem (22) o nome de cinco testemunhas de defesa que gostaria que fossem ouvidas pela Justiça no processo da Operação Fatura Exposta. Entre os nomes está o cardeal e arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta.

Além do religioso, Cabral listou também o reverendo Isaías Maciel, da Ordem dos Ministros Evangélicos do Brasil; os médicos Paulo Niemeyer, do Instituto Estadual do Cérebro, e Cid Pitombo, chefe do centro de Cirurgia Bariátrica do Hospital Estadual Carlos Chagas; e Rosa Célia, do Instituto Pro Criança Cardíaca. O advogado de defesa do ex-governador, Luciano Saldanha, afirmou que não se pronunciará sobre as testemunhas antes que elas sejam ouvidas. No documento, de 22 páginas, ele também não explica os motivos da escolha.

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No entanto, a decisão de ouvir as testemunhas caberá ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio. Até o momento, Dom Orani não recebeu nenhuma intimação, assim como o reverendo, segundo a assessoria do religioso.

Em maio, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-governador do Rio e outras seis pessoas por corrupção passiva e ativa e organização criminosa por irregularidades cometidas na Secretaria Estadual de Saúde, entre 2007 e 2014. Além de Cabral, César Romero, Carlos Miranda, Carlos Bezerra, Sérgio Côrtes, Miguel Iskin e Gustavo Estellita são acusados pela Força-tarefa de pagar ou receber propina para fraudar contratos da área de saúde.

Cabral está preso desde novembro do ano passado e já foi condenado a 14 anos de reclusão em uma das mais de 10 denúncias provenientes de operações desmembradas da Operação Lava Jato por lavagem de dinheiro e corrupção.

Nesta sexta-feira (23), a Polícia Federal (PF) realiza uma operação para apreender joias e bens da advogada Adriana Ancelmo, mulher de Cabral. A ação é um desdobramento das investigações da Operação Lava Jato.

Dois mandados de busca e apreensão são cumpridos pelos agentes: um em Ipanema e outro no Jardim Botânico, na zona sul do Rio. De acordo com a PF, MPF e a Receita Federal, as joias teriam sido adquiridas para lavar parte do dinheiro obtido no esquema de corrupção e pagamento de propina a agentes públicos. 

Após o papa Francisco, em carta dirigida a Temer, ressaltar que sabe bem a crise que o Brasil enfrenta e que não é de simples solução sendo os pobres que pagam o preço mais amargo, neste domingo (23), o arcebispo Dom Orani Tempesta falou sobre os problemas que o Rio de Janeiro passa. 

Durante uma missa na Igreja de São Jorge, em homenagem ao santo, em Quintino, na Zona Norte do Rio, onde devem passar hoje cerca de 700 mil pessoas até o final do dia, o arcebispo declarou que o carioca se identifica com São Jorge e que sua popularidade o faz um padroeiro informal da cidade. 

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O cardeal também disse que se o santo vivesse atualmente no Rio  teria de derrotar não um, mas dezenas de dragões. “Como o da violência, da falta de habitação digna, da educação, de saúde e de trabalho. Enfim, são muitos os dragões que existem e eu tenho certeza que São Jorge iria ajudar o carioca a vencer isso tudo”, ressaltou. 

Estão programadas para acontecer hoje na igreja um total de 12 missas sendo a primeira iniciada às 5h. A última deve acontecer às 18h. Uma das mais disputadas foi a que aconteceu, às 10h, pelo arcebispo. Às 16h, haverá uma procissão pelo bairro. O evento se encerra, às 19h30, com a apresentação do cantor Jorge Benjor. 

Segundo o secretário da Fazenda do Rio, Gustavo Barbosa, o rombo do estado neste ano, de R$ 22 bilhões, é resultado de uma combinação que inclui recessão econômica, apagão da indústria de óleo e gás em decorrência dos problemas na Petrobrás, queda da arrecadação e déficit previdenciário. "A situação é falimentar", declarou. 

O procurador da República Leonardo Cardoso de Freitas, no início deste ano, comentou sobre a organização criminosa supostamente liderada pelo ex-governador da cidade Sérgio Cabral (PMDB), que contribui com a crise na Cidade Maravilhosa. “O patrimônio dos membros da organização criminosa chefiada pelo senhor Sérgio Cabral é um oceano ainda não completamente mapeado. É algo além do inimaginável”, chegou a dizer. 

 

O papa Francisco exortou os 19 novos cardeais da Igreja Católica, que ganharam hoje o barrete vermelho no primeiro Consistório Cardinalício de seu pontificado, a se engajar nas lutas contra a discriminação, inclusive contra todos os perseguidos por sua fé, independente da religião, e em favor dos cristãos afetados pela violência e pela guerra.

Em pronunciamento marcado por tom social na Basílica de São Pedro, o pontífice pediu o empenho dos novos chefes religiosos - 16 cardeais - eleitores e três eméritos, com mais de 80 anos - para que orem "pelo bom caminho de Cristo". Francisco pediu que os novos cardeais - um deles é o arcebispo do Rio, D. Orani João Tempesta - se deixem convocar por Jesus. O papa emérito Bento XVI, que renunciou ao posto há um ano, participou da cerimônia e foi aplaudido.

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"A Igreja precisa da vossa compaixão, sobretudo neste momento de tribulação e sofrimento em tantos países do mundo", afirmou Francisco. "Queremos exprimir a nossa proximidade espiritual às comunidades eclesiais e a todos os cristãos que sofrem discriminações e perseguições. A Igreja precisa da nossa oração em favor deles, para que sejam fortes na fé e saibam reagir ao mal com o bem. E esta nossa oração estende-se a todo homem e mulher que sofre injustiça por causa de suas convicções religiosas." Pré-candidatos à reeleição, a presidente Dilma Rousseff e o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, acompanharam a solenidade, assim como o presidente da Assembleia do Rio, Paulo Melo (PMDB), e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Jose Dias Toffoli. Todos foram cumprimentar D. Orani.

Um dos símbolos da pregação do papa em favor dos perseguidos estava sentado a poucos metros dele. Era Chibly Langlois, negro, bispo de Les Cayes, Haiti, com pouco mais de 55 anos - e o mais jovem da turma - e que será o primeiro cardeal da história do mais pobre país das Américas. No ano passado, como presidente da Conferência Episcopal haitiana, expressou a contrariedade da entidade com a decisão do Tribunal Constitucional da vizinha República Dominicana, que declarou que descendentes de haitianos não teriam direito à cidadania dominicana. Em nota, sem falar no país fronteiriço, a organização religiosa comparou as perseguições aos migrantes de seu país aos sofrimentos vividos pelo próprio Cristo. Com o Estado destruído e arrasado por um terremoto, o Haiti tem gerado milhares de imigrantes.

A maioria dos novos cardeais vem de países da América Latina, Ásia e África e é formada por lideres religiosos ligados a dioceses, não a cargos na Cúria e na burocracia da Igreja. No penúltimo Consistório Cardinalício do pontificado de Bento XVI, em fevereiro de 2012, a predominância de escolhidos com perfil europeu e burocrata gerou mal-estar, que levou o pontífice a convocar outro consistório para novembro do mesmo ano. "Foi uma cerimônia muito bonita e já com a marca do nosso papa Francisco", disse o cardeal brasileiro João Braz de Avis. "Alguns mais ou menos já estavam previstos, mas me parece que ele (o papa) cuidou também de uma certa internacionalidade, também de alguns países da África e da America Latina que não estávamos acostumados a ter cardeais".

Para D. João, a tendência de abrir mais postos entre os cardeais para países não-europeus vinha de outros papados, mas "vai se acentuar um pouquinho". "A Europa passa por uma crise de fé muito grande. Aqui, o papa Bento falava de cansaço da fé. É uma coisa que estamos tentando entender o que esta havendo."

A presidente Dilma abraçou D. Orani, mas não quis dar entrevista e retirou-se diante da aproximação de repórteres. Em tom de brincadeira, ela relatou ter encontrado com um religioso que lhe disse ser um segundo cardeal brasileiro, apesar de ser italiano, por ter sido núncio apostólico no Brasil. A presidente estava acompanhada pelo secretario-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e pelos ministros das Relações Exteriores, Luis Fernando Figueiredo, e da Comunicação Social, Thomas Traumann, além do assessor especial Marco Aurélio Garcia.

"É uma responsabilidade a mais e ao mesmo tempo o Brasil prestigiado", disse já de barrete e anel de cardeal um sorridente Dom Orani, cumprimentado pela emocionada irmã, Ondina, e pela prima Sueli e pela sobrinha Aline. "Vou à Igreja quando posso", confessou Ondina, que se disse "relativamente" religiosa, mas lacrimejava ao abraçar o irmão.

O papa Francisco proclamou neste sábado (22), durante uma cerimônia solene na basílica de São Pedro, que contou com a presença do papa emérito Bento XVI, os 19 primeiros cardeais de seu pontificado, incluindo o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta.

"A igreja precisa de nós para que sejamos homens de paz e construamos a paz", afirmou o papa aos novos cardeais, antes de pedir que tenham "valor" e "compaixão" ante "a dor e o sofrimento de tantos países do mundo". Francisco compareceu à imensa basílica para a "criação" (termo religioso) dos primeiros cardeais de seu pontificado, inaugurado em março de 2013.

A cerimônia, que teve duas horas, uma das mais solenes da Igreja, contou com a presença do papa emérito Bento XVI , de 86 anos, que retornou à basílica de São Pedro pela primeira vez para um ato público.

Vestido de branco e um pouco curvado, o primeiro papa a renunciar em sete séculos, chamava a atenção na primeira fila ao lado dos demais cardeais, alguns designados por ele, que usavam a tradicional vestimenta vermelha. Os dois pontífices, em um fato extraordinário na história recente da Igreja, trocaram um abraço caloroso.

O ritual começou com a tradicional frase em latim para a "criação de cardeais" pelo papa, que vestia simples paramentos brancos com alguns adornos dourados.

Entre os 19 novos cardeais, 16 têm direito a voto em caso de conclave para a eleição de um novo pontífice, incluindo o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta. Três dos 19 novos "príncipes da Igreja" não são eleitores, já que têm mais de 80 anos.

Ume deles, Loris Francesco Capovilla, de 98 anos, secretário privado do papa João XXIII, figura emblemática da renovação da Igreja em meados do século XX, não compareceu à cerimônia por motivos de saúde.

- Cerimônia comovente -

Os novos cardeais receberam das mãos do papa um anel, símbolo do novo compromisso universal com a Igreja, e o solidéu cardinalício, vermelho como o sangue dos mártires que deram a vida para defender a fé.

Os novos purpurados vestiam os trajes solenes vermelhos litúrgicos e estavam emocionados, em particular os seis latino-americanos, região de Francisco e que abriga metade dos católicos no mundo, mas que possui uma representação pequena na hierarquia da Igreja.

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, estava à frente da grande delegação do país que acompanhou a cerimônia. Especialmente emotiva foi a entrega do solidéu ao sucessor de Francisco em Buenos Aires, Mario Poli.

- Um colégio menos eurocentrista - 

Com as designações, o papa argentino modifica, sem chegar a iniciar uma revolução, o equilíbrio interno do colégio cardinalício, órgão mais importante da Igreja, ao torá-lo menos eurocentrista.

Os europeus continuam como a maioria no colégio de cardeais, com 61 eleitores, mas a América Latina conta agora com 19, cinco deles do Brasil, e a América do Norte com 15.

África e Ásia contarão cada uma com 13 cardeais com direito a voto e a Oceania com apenas um. Com as novas criações, o número de membros do Sagrado Colégio chega a 218, dos quais 122 são "eleitores" no caso de conclave.

No domingo, Francisco celebrará a missa na basílica de São Pedro com os novos cardeais, que também são designados para uma igreja em Roma.

O Papa Francisco nomeou oficialmente hoje 19 novos cardeais em um consistório realizado na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Entre eles está o brasileiro Dom Orani Tempesta, agora cardeal arcebispo do Rio de Janeiro. A presidente Dilma Rousseff participou da celebração. Ela cumprimentou Tempesta após a cerimônia.

A presidente Dilma Rousseff recebe na manhã desta quarta-feira, 22, no Palácio do Planalto, o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, recém-indicado cardeal pelo Papa Francisco. O arcebispo chegou um pouco antes da audiência, marcada para as 10 horas com a presidente, e foi recebido pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

Dom Orani será formalizado como cardeal no dia 22 de fevereiro, juntamente com outros 18 novos cardeais. A expectativa é que o ministro Gilberto Carvalho acompanhe o cardeal brasileiro na cerimônia no Vaticano.

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