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O governo da Itália vai suspender os pagamentos de contribuições para a segurança social e hipotecas, para combater os danos econômicos causados pela disseminação do novo coronavírus, informaram ontem fontes oficiais. Na segunda-feira (9), o país colocou todo o seu território em quarentena até 3 de abril. Até agora, segundo dados oficiais, há pelo menos 9.172 casos confirmados da doença e 463 mortes registradas.

De acordo com o ministro da Economia italiano, Roberto Gualtieri, na primeira leva de medidas, o governo planeja suspender pagamentos de contas, impostos e hipotecas para aliviar a pressão sobre famílias e pequenos negócios.

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A vice-ministra da Economia e Finanças, Laura Castelli, esperava que a medida fosse adotada ontem mesmo, após reunião do Conselho de Ministros. O decreto deve cobrir "toda a Itália", disse em comunicado. Parte do decreto, que visa a garantir "liquidez às empresas", incluirá a suspensão do pagamento de contribuições sociais pelo empregador.

A associação de bancos da Itália disse na segunda-feira que credores que representam 90% do total de ativos bancários ofereceriam moratórias de dívida a pequenas empresas e família

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que pedirá ao Parlamento Europeu a liberação de ¤ 7,5 bilhões em liquidez. "Vamos garantir que a ajuda estatal contra o coronavírus chegue a empresas que precisem", comentou, após videoconferência com autoridades da União Europeia. Von der Leyen anunciou a criação de um fundo de investimento para responder ao coronavírus e informou que haverá reunião de cúpula sobre a resposta à doença nos dias 26 e 27.

Intenção

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump afirmou a senadores que deseja a suspensão de impostos sobre a folha de pagamento até a eleição presidencial de novembro, segundo fontes citadas pela Bloomberg. O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, por sua vez, afirmou que há um esforço bipartidário por uma resposta econômica ao coronavírus, embora não tenha dado detalhes sobre o assunto. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A epidemia do coronavírus paralisou as regiões mais produtivas da Itália e sua economia corre o risco de cair em recessão após a quarentena no coração do setor industrial e financeiro da península.

As autoridades esperam que as medidas adotadas afetem o mínimo possível sua indústria e exportações, embora em alguns setores seja um verdadeiro ataque cardíaco.

“As medidas restritivas que foram tomadas em relação às áreas de grande importância para a economia italiana terão consequências para as atividades econômicas vinculadas ao transporte, entretenimento e vida social”, alerta o Ministério da Economia italiano nesta segunda-feira.

“As atividades de produção e administração pública continuarão funcionando normalmente”, afirmou o ministério em comunicado.

As três regiões mais ricas e industrializadas da Itália são as mais afetadas pela epidemia de COVID-19: Lombardia, Veneto e Emilia-Romaña.

Segundo dados de 2017 do Instituto Nacional de Estatística (Istat), essas três regiões, das vinte da Itália, geraram 40,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e concentraram 31,5% da população.

As medidas drásticas tomadas no domingo para interromper a epidemia do coronavírus, que já infectou mais de 7.300 pessoas e causou 366 mortes, ameaçam causar danos em vários setores além do turismo.

As entradas e saídas de uma vasta área do norte, que vai de Milão, capital econômica, a Veneza, a meca do turismo mundial, foram limitadas.

Na região da Lombardia e outras quatorze províncias, todos os eventos culturais, esportivos e religiosos foram proibidos. Boates, pubs, escolas de dança e outros locais semelhantes também devem fechar até 3 de abril.

- Risco de recessão -

“O setor manufatureiro não pode arcar com o chamado ‘teletrabalho’ e setores principais, como o alimentício e farmacêutico, sofreram consequências dramáticas, um infarto econômico segundo um banqueiro”, escreve o jornal “II Corriere della Sera”.

Para evitar a catástrofe, o governo está preparando indenizações para trabalhadores e empresas em todo o território nacional e, em particular, nos setores e territórios mais afetados.

“As medidas estão na fase de definição, serão vigorosas, mas proporcionais e limitadas no tempo”, explicou o Ministério da Economia.

“Ninguém tem uma ideia precisa das consequências econômicas do coronavírus. Dependerá muito de sua duração e da capacidade do sistema econômico de se recuperar após a crise”, afirma II Sole-24 Ore, o principal jornal econômico do país.

Para o economista-chefe da OCDE, Laurence Boone, o melhor cenário possível para a Itália é alcançar um crescimento nulo em 2020, com um primeiro trimestre negativo, seguido por uma lenta recuperação.

Em 2019, a Itália registrou um crescimento de 0,3%, o pior número desde 2014, quando o aumento do PIB foi nulo.

A terceira economia da zona do euro, baseada em exportações, já estava enfraquecida pela desaceleração europeia, especialmente da Alemanha, e pelas tensões comerciais globais e incerteza política interna.

Como sinal do momento grave, a Bolsa de Milão entrou em colapso nesta segunda-feira com uma queda de 8,82% devido ao efeito em grande parte da disseminação do coronavírus.

A Bolsa de Milão fechou nesta segunda-feira (24) com uma forte queda, enquanto várias feiras comerciais e o turismo no geral foram fortemente atingidos por causa da propagação do novo coronavírus em várias regiões do norte da Itália.

O coração e o motor da terceira economia da zona do Euro foi afetado em um momento delicado por causa do seu débil crescimento.

Depois de um final de semana marcado pela confirmação dos primeiros contágios (219 infectados e seis mortes), as autoridades anunciaram duras medidas nas regiões de Vêneto e Lombardia, com o fechamento de escolas, museus, cancelamentos de eventos esportivos e culturais.

Os famosos bares e restaurantes da capital financeira da Itália permaneceram fechados das 18h às 06h. "Quando mais se trabalha", lamentou Luca Paolazzi, especialista do instituto italiano REF. As medidas afetam principalmente os seguintes serviços: lojas, espectáculos, turismo, hotéis, restaurantes, cinemas e bares.

"Como o setor dos serviços foi a atividade que permitiu que a economia italiana mantivesse o fluxo, é muito provável que registremos uma diminuição no PIB no primeiro e no segundo trimestre", alertou.

Debilitada pela desaceleração da economia mundial e a falta de estabilidade política interna, a economia italiana tinha registrado um crescimento de apenas 0,2% no último ano, com uma queda do PIB no final de 2019, ficando em último lugar entre as economias da União Europeia.

Para esse ano, o governo esperava um aumento de 0,6% no PIB, cálculo feito antes do surto do novo coronavírus no país. A preocupação ocorre principalmente entre os investidores, já que a Bolsa de Milão abriu em queda nesta segunda, perdendo 5.43%. Entre as ações mais afetadas estão as das marcas de luxo, como Salvatore Ferragamo (-8,9%).

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