Voltar a jogar no estádio Eládio de Barros Carvalho é um desejo unânime entre os torcedores alvirrubros. Em 2013, o Náutico se despediu da sua casa e passou a mandar seus jogos na Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, a 19 km de distância do Recife. Mas as partidas longe da sua sede podem estar com os dias contados.
Com o sonho cada vez mais perto, a Comissão Paritária, responsável pelo andamento das obras do estádio, está correndo contra o tempo para que o mesmo se torne realidade ainda no primeiro semestre do próximo ano. Para que isso aconteça, uma série de reformas primordiais deverá ser realizada dentro e fora dos Aflitos. Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, o presidente da Comissão, Luiz Filipe Figueirêdo detalhou as mudanças que serão realizadas.
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De acordo com ele, o principal foco é fazer todas as reformas necessárias para poder conseguir os laudos de segurança, engenharia, bombeiros e o da vigilância sanitária, que são pré-requisitos essenciais para que o estádio possa ser reaberto. “A gente começou com reforço estrutural das arquibancadas. Várias vigas e colunas estavam muito comprometidas, com o ferro aparente, isso era muito perigoso e nunca seria aprovado pelo laudo de segurança”, contou.
Além do reforço nas arquibancadas, outros principais pontos também serão reformados: bares e banheiros, acessibilidade, gramado, vestiários, área da imprensa e a as entradas. “Quando falo em acessibilidade, falo dela como um todo no estádio. Mas a parte das entradas, principalmente. Tanto que já estamos fazendo um alargamento de corredores”, disse.
“Os banheiros que ficam próximos às entradas serão demolidos, porque a ideia é de que esses bares que ficam perto deles sejam maiores e mais parecidos com os bares da Arena de Pernambuco. Não será mais apenas um balcão sem nenhuma estrutura. O objetivo é trazer para o torcedor um novo tipo de produto, mais moderno e mais adequado para um ambiente de família”, explicou.
Mesmo com inúmeras alterações previstas, o presidente da Comissão Paritária do Náutico garantiu que a identidade dos Aflitos será preservada. “Vamos manter a característica do Estádio, porque o Estádio tem uma estrutura de caldeirão, uma estrutura própria que o torcedor do Náutico já está acostumado, mas a gente quer adequar o que era ruim no estádio”.
“A ideia é de que a experiência do estádio seja a mesma, em relação à emoção e aproximação com os jogadores, mas que nos bastidores do estádio a gente tenha uma estrutura que seja mais profissional”, explicou Luiz.
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Além das reformas voltadas para a estrutura e segurança do estádio, o projeto também inclui ideias que buscam garantir um maior entretenimento ao torcedor. “Outra área interessante é a que fica localizada por trás das cadeiras, perto do muro com o Country Club. Ali existia um muro alto que dividia a área da piscina, e nós decidimos derrubar esse muro para criar uma acessibilidade ao lado da piscina e verificamos que a área inutilizada era muito grande. Então vamos fazer uma praça de alimentação específica naquele espaço”, afirmou Luiz.
“A praça que será criada não será voltada só para o estádio, como também para a parte da piscina, e vai funcionar durante os sete dias da semana. No dia a dia do clube ficarão fechados os acessos ao estádio, mas as pessoas terão acesso a essa praça. Essa ideia tem toda uma influência na questão de monetização do equipamento. Para que o torcedor não fique pela rua, mas venha para dentro do estádio. E aqui ele terá toda a oferta de serviço que ele não tinha antes.”, completou.
Luiz Filipe ainda garantiu que as obras não vão prejudicar o orçamento do Náutico. “Nosso projeto não é nada fora de uma realidade financeira do clube. A gente entende que esse projeto é enxuto, mas ele é moderno na medida do possível. Nós tínhamos um estádio sem uma estrutura adequada, não se tinha o básico”.
Dentro do estádio, o campo já passou pelo processo de drenagem e depois passará por um de irrigação. Em sequência haverá um nivelamento, e a colocação de adubo, calcário e outros insumos. O novo gramado será plantado na segunda quinzena de janeiro.
Segundo Luiz Filipe Figueirêdo, o sentimento que a torcida alvirrubra nutre pelo Eládio de Barros Carvalho foi um dos fatores que mais pesou no momento de pensar em voltar a jogar em casa. “Um dos maiores motivos de querermos reabrir o estádio foi essa relação de amor criada entre o torcedor do Náutico e os Aflitos. O bairro em si é muito novo e cresceu ao redor do estádio, por isso a maior parte da torcida alvirrubra é daqui. Nós fizemos um estudo e comprovamos que 41% dos torcedores vinham para os Aflitos a pé, e isso não seria transcrito para a Arena nunca”, afirmou.
“O estádio sempre teve esse universo de caldeirão, e diante do cenário conturbado vivido no cenário político e futebolístico do Náutico, o anúncio da reabertura foi visto com bons olhos por parte dos torcedores”, finalizou.
Com o objetivo de arrecadar fundos para a reforma, a Comissão Paritária do Náutico lançará oficialmente no dia 19 de dezembro um portal de crowdfunding, uma espécie de vaquinha virtual, onde os torcedores poderão doar quantias para contribuir com a obra.
Confira como está o Estádio dos Aflitos neste momento:
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