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Apesar de a Grécia enfrentar há seis anos sua pior crise financeira desde a Segunda Guerra, os partidos que disputam votos na eleição parlamentar deste domingo (20) não discutem a austeridade e nem prometem buscar o perdão da dívida, criar empregos públicos ou conceder isenções fiscais. Os líderes nas pesquisas, o esquerdista Syriza e o Nova Democracia, de centro-direita, estão resignados a aceitar, em diferentes graus, medidas como alta de impostos e outras reformas exigidas pelos credores internacionais do país.

O professor assistente Dimitri A. Sotiropoulos, que leciona Ciência Política na Universidade de Atenas, nota que o vencedor terá muito pouca margem de manobra. O terceiro pacote de ajuda foi apoiado por uma maioria folgada no Parlamento grego, com isso "não há nada em jogo nessas eleições", na avaliação dele.

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Em janeiro, o líder do Syriza, Alexis Tsipras, venceu com uma plataforma contrária às medidas de austeridade. Meses depois, porém, passou a ver essas medidas como inevitáveis para o país não naufragar. Com isso, obteve um acordo de 86 bilhões de euros (US$ 97 bilhões) com os credores, que exigiram, porém, contrapartidas como corte de gastos e aumento em impostos. Isso gerou uma revolta na coalizão governista, fazendo Tsipras perder sua maioria parlamentar. Diante da situação, ele renunciou e provocou a convocação de eleições antecipadas, que acontecem neste domingo.

Pesquisas indicam empate técnico entre o Syriza, ainda liderado por Tsipras, e o Nova Democracia, que tem garantido mais apoio sob seu líder interino, Vangelis Meimarakis. Nenhum dos dois lados, porém, mostra força suficiente para conseguir governar sem uma coalizão. Os partidos menores que devem receber mais apoio defendem as medidas de austeridade, por isso seguir essas medidas deve ser natural para o próximo governo.

A Grécia teve quatro eleições parlamentares e seis governos desde 2009. Muito provavelmente, o próximo governo será uma coalizão de três partidos, sendo dois deles siglas menores de centro, favoráveis à União Europeia. Um risco é que o partido Aurora Dourada, de extrema-direita, consiga votos suficientes para ter representação no Parlamento.

No próximo mês, o país já precisará passar por uma avaliação dos progressos nas reformas em andamento. A Grécia precisa concluir nos próximos dois meses o rascunho do orçamento de 2016 e também elaborar uma estratégia fiscal para os três anos seguintes. Até o fim do ano, deverá ainda monitorar um programa de recapitalização dos bancos. Analistas consideram difícil que tudo isso seja obtido, o que pode levar o país de volta à mesa de negociação com os credores. A economista-chefe da Manulife Asset Management, Megan Greene, afirmou que as novas negociações podem levar ainda a Grécia a deixar a zona do euro. As pesquisas indicam que muitos dos 9,9 milhões de eleitores ainda estão indecisos ou podem nem votar. Fonte: Associated Press.

Os partidos políticos da Malásia fizeram hoje seus últimos esforços para a eleição parlamentar deste domingo, enquanto a mais recente pesquisa de intenção de voto aponta uma competição acirrada entre a Frente Nacional do primeiro-ministro Najib Razaq, de centro-direita, e uma aliança de oposição de centro-esquerda.

Pesquisa divulgada pelo instituto Merdeka Center indica que a Frente Nacional poderá eleger 85 deputados, enquanto a aliança de três partidos da oposição, liderada pelo ex-primeiro-ministro Anwar Ibrahim, poderá conseguir 89 cadeiras no Parlamento; partidos menores elegeriam dois deputados e 46 cadeiras foram consideradas em aberto, com disputas acirradas demais para que se faça uma previsão.

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Atualmente, a Frente Nacional tem 135 deputados em um Parlamento de 222 integrantes, enquanto a Aliança Popular, liderada por Ibrahim, tem 75 deputados. "Eles estão numa disputa apertada. Ambos têm apoio igualmente forte. Será uma eleição muito disputada", disse o diretor do Merdeka Center, Ibrahim Suffian. A pesquisa ouviu 1.600 eleitores entre os dias 28 de abril e 2 de maio; 42% dos entrevistados disseram que a oposição deve ter uma chance de governar, enquanto 41% manifestaram apoio à frente nacional, que está no poder há 56 anos. Outros 13% se disseram indecisos e 4% se recusaram a responder; a pesquisa tem uma margem de erro de 2,45 pontos porcentuais.

Cerca de 13,3 milhões de eleitores estão qualificados para participar do pleito, que elegerá não apenas o novo Parlamento, como os Legislativos dos 12 estados da Malásia. Cerca de um quinto dos eleitores estará votando pela primeira vez.

Segundo Suffian, a pesquisa indica que muitos eleitores com menos de 40 anos de idade, grupo que representa 52% do eleitorado, têm acesso à internet e apoiam a oposição, enquanto a Frente Nacional tem maior apelo entre os mais velhos e nas áreas rurais. Ele também disse que os eleitores da etnia malaia, que representam 60% da população de 29 milhões de pessoas (os demais são de etnia chinesa), estão divididos; esse setor tradicionalmente apoia o partido governista.

O governo, por sua vez, destacou em comunicado que a pesquisa aponta uma taxa de aprovação de 61% para o governo do primeiro-ministro Razaq, e que 58% dos entrevistados disseram que o país está no caminho certo. De acordo com o escritório do primeiro-ministro, a pesquisa do instituto Merdeka excluiu eleitores das províncias de Sarawak e Sabah, localizadas na ilha de Bornéu (que a Malásia divide com a Indonésia e com o emirado de Brunei). Caso esses eleitores fossem incluídos, "isso inclinaria a pesquisa ainda mais a favor da Frente Nacional", diz o comunicado.

Najib Razaq, de 59 anos, tenta sua primeira eleição depois de chegar à chefia do governo em 2009. Seu governo promoveu uma série de reformas econômicas e políticas que incluíram a abolição de uma Lei de Segurança Nacional que era considerada muito repressiva, medidas para atrair o investimento estrangeiro e políticas de distribuição de renda.

Anwar Ibrahim era vice-primeiro-ministro em 1998, quando foi demitido depois de manifestar sua intenção de disputar eleições pela oposição. Esta é a primeira eleição que ele consegue disputar; nas anteriores, ele foi impedido por ser acusado de sodomia logo depois de anunciar sua candidatura. Chegou a ser condenado, em julgamento que a oposição diz ter sido politicamente motivado, e saiu da prisão em 2004.

Em entrevista à Associated Press nesta semana, Ibrahim disse que deverá vencer por causa do apoio dos eleitores mais jovens. "As pessoas não aguentam mais este governo semiautoritário, de controle total sobre a mídia, de arrogância e de corrupção endêmica", acrescentou.

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