Além do Brasil, também é ano de eleição nos Estados Unidos. Lá, diferente do nosso país, o presidente não é eleito pelo voto direto – pela contagem dos votos válidos, mas por um colégio eleitoral formado por delegados estaduais. De acordo com a Constituição Americana, a escolha do presidente e do seu vice é feita pelo voto dos delegados estaduais. Os delegados, diferentemente, são escolhidos pelos eleitores.
Outra diferença entre Brasil e EUA fica clara no número de partidos e candidatos. Nos EUA são apenas dois: republicanos e democratas. Em 2012, os candidatos à Casa Branca são o atual presidente, democrata e candidato à reeleição, Barack Obama, e seu rival republicano, Mitt Romney. Ambos têm protagonizado uma série de debates antes das eleições e, em cada um deles, têm ficado ainda mais clara as contrastantes visões sobre o papel dos Estados Unidos no mundo.
Os assuntos políticos como Irã, Israel e Síria estão sempre presentes nos debates, porém políticas de recuperação econômica tem sido um foco para ambos os candidatos. Mesmo com o desempenho no governo, com a melhoria das condições econômicas, como a queda do desemprego e os sinais de recuperação no mercado imobiliário, Obama não mantém uma vantagem segura na corrida eleitoral.
Durante o terceiro debate dos presidenciáveis, realizado em 23 de outubro, Mitt Romney se limitou a fazer promessas inconsistentes com a realidade enfrentada pelos Estados Unidos desde a crise econômica iniciada em 2008 e, principalmente, a apresentar planos de recuperação econômica sem definir como seria possível atingir tais objetivos. Já Obama foi alvo das críticas dos republicanos por não explicar suas propostas e ações, para os próximos anos, na busca pela melhora da enfraquecida economia dos Estados Unidos. Muita troca de farpas.
Tudo continua indefinido faltando apenas duas semanas para a eleição. Vale ressaltar que, ao assumir, Obama recebeu a economia americana fragilizada pelas ações de seu antecessor, George W. Bush, e que ele vem tendo mais sucesso nas pesquisas pela preocupação com os americanos de renda baixa e média, e por ter estabelecido uma liderança entre mulheres e eleitores latinos. Em contrapartida, Romney tem total apoio dos brancos e ricos, demonstrando que ainda há preconceito da nação ao primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos.
Barack Obama se arriscou ao criticar o legado americano de interferir nas políticas de outros países, referindo ao que ele chamou de política de "construir nações". O republicano Romney criticou duramente Obama, acusando-o de diminuir a influência da América no mundo e de não ser suficientemente assertivo em relação ao regime Sírio, mas também não foi suficientemente claro em elucidar o que faria de diferente como presidente.
Finalizando e em concordância com a realidade atual, Obama disse que os Estados Unidos "ditaram" outras nações. Sim, com o verbo conjugado no passado. Apesar de todas as mudanças econômicas mundiais, a disputa eleitoral nos Estados Unidos são extremamente importantes para o mundo e quem sair vitorioso dessa disputa terá muito trabalho pela frente.