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Dois dias após declarar que discursou para "gente preparada" em evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e dizer que abordar os mesmos temas em uma favela seria um "serviço pesado", o candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, afirmou que a repercussão negativa de sua fala é uma "hipocrisia demagógica" que pretende "aviltar o debate" e "fazer a gente pedir desculpa porque estuda".

"Querem agora estabelecer para mim, alguma distinção hipócrita como se eu, ao falar a um conjunto de ilustres juristas, tivesse a mesma facilidade que eu tenho quando sistematicamente abordo a questão dos pobres. É uma hipocrisia demagógica que pretende aviltar o debate. Fazer a gente pedir desculpa porque estuda, porque aborda a complexidade dos problemas, embora traduzi-los seja tarefa nossa", afirmou em evento da OAB/SP, nesta sexta-feira (2).

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A jornalistas, Ciro disse que é o único candidato que tem uma programa de mudança de modelo econômico que vai proteger os brasileiros pobres da "manipulação politiqueira". Ele criticou os dois líderes nas pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), por estarem "puramente copiando" propostas suas, como o imposto sobre grandes fortunas, no caso do presidente, e reestruturação das dívidas, por parte da campanha do petista. "Coisa que em 2018 eles diziam que era mentira, demagogia", afirmou.

Ciro também voltou a criticar a tentativa de homicídio contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner. Segundo o candidato, o caso "enche os brasileiros de vergonha por ter sido um compatriota nosso que fez esse ato criminoso".

Ele também vinculou o atentado no país vizinho ao assassinato do guarda municipal petista Marcelo Arruda, no Paraná, em julho. "Se recusam, querem simplificar de uma forma grosseira, incitando paixões e ódios que estão produzindo esse tipo de episódio", disse, sobre os líderes da disputa. Para ele, a polarização arma "radicais enlouquecidos".

Pesquisas

Perguntado sobre a possibilidade de a senadora Simone Tebet (MDB) ultrapassá-lo nas pesquisas, o candidato disse que "ela tem que aspirar ganhar a eleição": "Pode acontecer, perfeitamente".

Na última rodada da pesquisa Datafolha, divulgada ontem, Ciro oscilou positivamente. O ex-governador passou de 7% para 9%, e Tebet foi de 2% para 5% - acima da margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

A advogados, Ciro voltou a criticar os governos anteriores por reproduzirem o mesmo modelo econômico. "Ficam zangadíssimos, falam que é falsa simetria. Não, qualquer imbecil sabe que o Lula é diferente do Bolsonaro. Eu estou falando é do modelo. É rigorosamente o mesmo", afirmou .

Em palestra realizada nessa quarta-feira (5) na Câmara dos Deputados, em Brasília, o especialista em educação, Cláudio de Moura Castro afirmou que o ensino técnico brasileiro é elitista, segundo informações da Agência Câmara de Notícias. O especialista argumentou que as escolas profissionalizantes atraem alunos com maior renda salarial do alto nível de ensino.

Além disso, Cláudio de Moura relatou que os institutos federais de ensino técnico geralmente oferecem um ensino acadêmico de alta qualidade, algo, que para ele, não é comum nos centros de ensino gratuitos. “Obviamente quem passa é quem teve uma experiência educacional mais rica, em geral aqueles com maior renda”, disse o especialista, de acordo com a agência.

Para o palestrante, esse contexto prejudica a política de formação de mão de obra especializada no Brasil, uma vez que, segundo ele, grande parte dos alunos dos institutos federais almeja realizar vestibular e ingressar na universidade.

Rebatendo as opiniões de Cláudio de Moura, alguns deputados afirmaram que atuais políticas de ensino técnico estão mudando a realizada apontada pelo especialista. De acordo com a agência, o deputado Alez Canziani falou que “houve um avanço importante com a expansão e a interiorização do ensino técnico, já que antes existia uma concentração nas capitais. Com isso, as pessoas que buscam efetivamente o ensino técnico para exercerem a profissão têm tido mais oportunidades”.

Com informações da Agência Câmara de Notícias



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