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Inúmeros civis permanecem encurralados no último reduto do grupo Estado Islâmico no leste da Síria, e as forças antijihadistas apoiadas por Washington tentam evacuá-los para poder finalmente derrotar os últimos jihadistas.

Centenas de homens, mulheres e crianças foram evacuados na quarta-feira (20) por uma dúzia de caminhões, deixando o último setor jihadista na cidade de Baghuz, muito perto da fronteira com o Iraque.

Atualmente, os combatentes curdos e árabes das Forças Democráticas Sírias (FDS) estão concentrados nessas evacuações, que permitirão derrotar os últimos combatentes do EI, e anunciar com grande pompa o fim do "califado" autoproclamado em 2014 pelo EI entre a Síria e o Iraque.

"Ficamos surpresos ao ver que ainda há um grande número de civis dentro (do reduto jihadista), além dos combatentes", disse à AFP um porta-voz das FDS, Adnan Afrin. "Todos os dias esperamos que os civis saiam para encontrar refúgio nas FDS", acrescentou. Na quarta, ao menos 10 caminhões transportando homens, mulheres e crianças deixaram o povoado de Baghuz.

Em uma posição das FDS, aliança curdo-árabe que conduz a ofensiva "final" contra o EI na localidade, uma jornalista da AFP viu passar os caminhões deixando Baghuz com dezenas de homens, que escondiam seus rostos, além de mulheres em niqab e muitas crianças.

As FDS e a coalizão internacional anti-EI desaceleraram suas operações para deixar que as famílias saiam, e acusam os jihadistas de usar os civis da localidade como "escudos humanos".

Homens suspeitos de pertencerem ao EI são transferidos para centros de detenção. Civis, incluindo mulheres e filhos de jihadistas, são enviados para campos de deslocados no nordeste da Síria.

- "Situação alimentar crítica" -

Em Baghuz, o EI controla apenas uma pequena área de casas. Os jihadistas estão entrincheirados em túneis, no meio de um mar de minas que impedem o avanço das FDS. A situação alimentar é crítica e itens de alimentação são vendidos a preços extorsivos, segundo testemunhas.

Os abrigos recebem mais de 2.500 crianças estrangeiras, de mais de 30 países, das quais 1.100 chegaram desde janeiro, informou a ONG Save the Children nesta quinta-feira.

Entre essas crianças, muitas não estão acompanhadas pelos pais, disse a organização, que denuncia uma situação humanitária "desesperadora". "As crianças estão em perigo de morte", alertou a ONG.

A questão dos estrangeiros radicalizados bloqueados na Síria é um verdadeiro quebra-cabeças para as autoridades semiautônomas curdas. Esses ocidentais representam um verdadeiro desafio para os países ocidentais, que não gostariam de repatriá-los apesar dos apelos nesse sentido das forças da coalizão.

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