Tópicos | escândalo na Fifa

José Maria Marin tenta prorrogar ao máxima sua detenção na Suíça e evitar uma extradição aos Estados Unidos. Os advogados do ex-presidente da CBF entraram com um pedido perante o Ministério Público em Berna para que sejam beneficiados com uma extensão do prazo para defender o brasileiro. Marin tinha até esta terça-feira para apresentar sua defesa contra a extradição por escrito. Agora, terá até o dia 10 de agosto.

Preso no dia 27 de maio em Zurique, Marin é acusado de corrupção pela Justiça dos Estados Unidos. A procuradoria-geral em Nova York pediu sua extradição para que responda a processo no país. Na Suíça, a meta de seus advogados é o de adiar ao máximo a extradição.

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Há duas semanas, o brasileiro foi ouvido pela Justiça suíça. O interrogatório não se referia aos supostos crimes, mas sim sobre a questão da extradição. Marin se recusou a ser voluntariamente enviado aos Estados Unidos e seus advogados argumentam que as provas apresentadas pelos americanos são "frágeis". Agora, terão de apresentar por escrito essa argumentação, na esperança de impedir a extradição. Se convencerem os juízes suíços, Marin então estaria livre e poderia retornar ao Brasil.

Advogados indicaram que uma recusa dos suíços de extraditar Marin ainda teria outra consequência: Marco Polo Del Nero poderia voltar a viajar, com a segurança de que a investigação envolvendo membros da CBF estaria enfraquecida. Em setembro, por exemplo, a Fifa volta a se reunir e sua esperança é de que, até la, o ex-presidente da CBF já esteja de volta ao Brasil.

Desde que voltou à pressas ao Brasil depois da prisão de Marin, Del Nero evitou deixar o território nacional. O presidente da CBF foi nem à Copa América no Chile, às reuniões da Fifa em Zurique, ao Mundial Feminino no Canadá, ao Mundial Sub-20 na Nova Zelândia, ao Mundial de Futebol de Areia em Portugal ou ao sorteio das Eliminatórias na Rússia.

Mas a Suíça já deu claras indicações de que considera que o pedido dos Estados Unidos tem "base legal". Entre os dias 22 e 26 de maio, antes das prisões, a solicitação americana foi considerada até mesmo pela ministra da Justiça, Simonetta Sommaruga.

A renúncia de Joseph Blatter não acalmou a tensão vivida pela Fifa. Dirigentes e mesmo organizadores de torneios da entidade deixaram claro que o cartola suíço deve renunciar imediatamente de seu cargo, e não esperar até as eleições. A sede da entidade foi fechada nesta quarta-feira aos jornalistas e turistas, com ampla proteção a quem entrava e saía.

Blatter anunciou sua renúncia na última terça-feira, quatro dias apenas depois de ser eleito e diante de uma pressão intensa de patrocinadores e aliados. O suíço havia sido informado que seria alvo de mais uma investigação nos Estados Unidos e, depois de garantir que ficaria mais quatro anos no poder, optou por abandonar o cargo. Mas Blatter também fez questão de preparar sua saída, dando um prazo para a realização de novas eleições.

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Um dia depois de renunciar, ele seguiu sua agenda normal, foi trabalhar pela manhã e se reuniu com todos seus 400 funcionários para explicar a decisão e insistir que, até o final do ano, quer aprovar uma reforma da Fifa. Entre as medidas propostas está a de limitar os mandatos de dirigentes e reduzir o comitê executivo da entidade.

Assessores da Fifa garantiram que Blatter foi "ovacionado" de pé pelos funcionários durante dez minutos, o que levou o suíço às lágrimas. Mas nenhum deles confirmou aos jornalistas o que de fato ocorreu dentro da reunião. Blatter teria dito que os funcionários eram um "time fantástico" e pediu a todos que "permaneçam fortes".

Mas isso não convenceu os dirigentes.

A Federação de Futebol da Jordânia revelou que está examinando as regras da Fifa para tentar convencer a divisão legal de que uma nova eleição não deva ocorrer e que seu candidato, Ali bin Hussein, deva ser o novo presidente, ao ficar em segundo lugar nas eleições da semana passada, com 73 votos.

Outro alerta foi o do japonês Kozo Tashima, membro do Comitê Executivo. Para ele, Blatter precisa deixar o cargo imediatamente. "Na reunião que tivemos no sábado, ele falou com orgulho como ele tinha vencido um novo mandato", disse. "Se existe algo contra ele, uma explicação precisa ser dada por ele. É uma farsa ele agora ficar no cargo pelos próximos seis meses", atacou. "Se existe algo contra ele, Blatter não pode ser autorizado a ficar mais", completou.

Enquanto isso, Blatter foi alertado pelos organizadores do Mundial Sub-20, que ocorre na Nova Zelândia, que ele deveria ficar longe do evento, o terceiro mais importante da Fifa. O temor dos organizadores é de o dirigente se transforme no centro das atenções.

CANDIDATOS - Enquanto a pressão aumenta, o número de pretendentes ao trono se multiplica. Na terça-feira, nomes passaram a ser buscados, enquanto cartolas disparavam telefonemas em busca de novas alianças. O sucessor de Blatter era Jeff Webb, hoje preso por corrupção.

Por enquanto, o único candidato declarado é Ali bin al-Hussein, que perdeu a eleição na semana passada, mesmo apoiado pela Uefa. Mas Michel Platini poderia voltar ao pleito. Ele havia indicado que não concorreria à presidência da Fifa enquanto Blatter fosse candidato. Agora, o cenário mudou de forma radical.

Para evitar um maior confronto com o resto do mundo e falar de um boicote à Copa, Platini adiou uma reunião de emergência que tinha planejado com a Uefa para o fim de semana. Para ele, ainda não está na hora de debates. Seus aliados insistem que o adiamento é mais um sinal de que Platini quer se apresentar como o " candidato de todos".

Chung Moon-joon, da Coreia do Sul, também indicou que está disposto a concorrer, enquanto o governo da Venezuela fala em Maradona e candidatos se posicionam em todos os continentes.

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