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Em duas décadas, o Brasil conseguiu dobrar a proporção de mulheres à frente de governos municipais. No entanto, elas chegaram a 2021 comandando apenas 12,1% das prefeituras no País. Os dados são da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) e da Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (Estadic), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (8).

No ano passado, havia 674 gestores municipais do sexo feminino, contra 4.894 do sexo masculino. Ou seja, os homens estavam à frente de 87,9% das prefeituras entre os 5.568 municípios pesquisados (os dois municípios restantes não responderam à pesquisa).

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"Verificou-se que, durante os 20 anos que separam a primeira pesquisa desta última edição, as prefeitas passaram de 332 para 674 (6,0% para 12,1%), porém, apesar de esse número ter dobrado, ainda é muito pequena a representatividade feminina no comando do executivo municipal", ressaltou o IBGE.

Em 2001, as mulheres comandavam 6,0% das prefeituras, contra 94,0% lideradas por homens. A região Nordeste manteve no ano passado o maior porcentual de prefeitas, enquanto o Sul e Sudeste registraram as menores fatias.

Os Estados com maiores proporções de municípios comandados por prefeitas em 2021 foram: Roraima (26,7%), Rio Grande do Norte (22,8%), Maranhão (22,1%), Alagoas (21,6%) e Pará (20,1%). As menores proporções foram observadas no Espírito Santo (2,6%), Amapá (6,3%), Minas Gerais, Rio Grande do Sul (7,4%) e Mato Grosso do Sul (7,6%).

Apenas dois dos 49 municípios com mais de 500 mil habitantes tinham prefeitas no ano passado: Contagem e Juiz de Fora, ambos em Minas Gerais. Apesar do número ínfimo, houve melhora em relação à edição anterior da pesquisa sobre o tema, realizada em 2017, quando a presença feminina nesse cargo era inexistente em municípios com esse porte populacional. De 2017 para 2021, as mulheres conquistaram mais 12 prefeituras no País como um todo.

Desigualdade racial

O IBGE mostrou também desigualdade racial na representatividade dos cidadãos em âmbito municipal. A maioria dos gestores municipais informou ser de cor ou raça branca, 68,8%, enquanto os pretos ou pardos não ocupavam nem um terço das prefeituras, apenas 30,6%. Os que se declararam de raça indígena ou amarela totalizavam 0,6% dos prefeitos.

Na região Sul, 94,6% das prefeituras eram comandadas por brancos, no Sudeste, 80,3%. Os pretos e pardos eram maioria no comando de prefeituras nas regiões Norte (60,1%) e Nordeste (50,5%).

Em 2021, a idade média dos responsáveis pela gestão municipal foi de 50 anos, a maior já registrada desde 2001. Os gestores do sexo feminino tinham média de idade de 48,9 anos, e os do sexo masculino, 50,2 anos.

Quanto à escolaridade, 3.224 gestores municipais tinham curso superior completo, dos quais 15,6% possuíam especialização, mestrado ou doutorado. O resultado representa 195 gestores a mais com curso superior completo em relação a 2017, e 167 prefeitos a mais com pós-graduação.

Entre as prefeitas, 79,4% tinham pelo menos o ensino superior completo. Entre os prefeitos em atividade, apenas 54,9% tinham esse nível de escolaridade.

Em 2021, a Munic identificou que 2.315 gestores municipais foram reeleitos, sendo 2.083 deles (90,0%) do sexo masculino e 232 (10,0%) do sexo feminino.

Apenas 19 municípios brasileiros informaram não terem verificado casos confirmados clinica ou laboratorialmente de Covid-19 em 2021. Outros 5.549 (99,6% do total) reportaram registros da doença. Os dados são da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) e da Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (Estadic), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

Houve aumento no número de cidades com registros de covid em relação a 2020, quando 5.449 municípios reportaram confirmações clínicas ou laboratoriais.

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No ano passado, houve instalação de tendas de triagem de pacientes em 3.704 municípios, 66,8% do total de cidades, ante 3.065 municípios (56,2%) com esse tipo de estrutura em 2020.

Também aumentou o número de locais com necessidade de internação de doentes na passagem de 2020 para 2021. Dos municípios com casos registrados, 99,4% (5.517 cidades) relataram necessidade de internação no ano passado, contra 93,8% (5.109) no ano anterior. Onde houve necessidade de internação de doentes, quase todos relataram ocorrência de mortes, 5.468 cidades com óbitos, 96,1% dos municípios com internações, contra uma fatia de 88,8% registrada em 2020.

"Considerando-se os municípios que informaram a necessidade de internação de pessoas que contraíram covid-19, duas questões chamam a atenção: o aumento da proporção de municipalidades onde o número de internações ultrapassou a capacidade de leitos e de unidades de tratamento intensivo (UTI) públicos ou privados conveniados ao SUS, passando de 23,6%, em 2020, para 48,1%, em 2021; e a necessidade de manutenção de pessoas, por mais de 24 horas, em unidades sem internação, passando de 31,1% para 51,9% nesse mesmo período", ressaltou o estudo do IBGE. "Houve, também, aumento da proporção de municipalidades que declararam a necessidade de encaminhamento de pacientes para outro município com vistas à realização de procedimentos na área da saúde: de 91,6%, em 2020, para 95,8%, em 2021."

A proporção de cidades com número de leitos ampliados foi de 57,5% em 2021, ante 58,2% em 2020.

Terceirização na saúde

O número de municípios e de estabelecimentos de saúde sob sua responsabilidade, administrados por terceiros, vem aumentando e se disseminando, passando de 685 em 2018 para 891 em 2021, informou o IBGE. O total de estabelecimentos terceirizados passou de 3.013 para 4.194 no período, mas o processo ainda se encontrava na região Sudeste, onde 26,0% dos municípios apresentavam esse modelo de gestão.

Em 2021, 21 Unidades da Federação afirmaram possuir estabelecimentos de saúde de responsabilidade da gestão estadual administrados por terceiros. Roraima, Tocantins, Rio Grande do Norte, Paraíba, Minas Gerais e Mato Grosso afirmaram não adotar esse modelo de gestão da saúde. O tipo de administração terceirizada mais recorrente foi o de Organizações Sociais (OS), presentes em 15 Unidades da Federação.

Saúde da Família

Praticamente todos os municípios brasileiros (99% deles) tinham estratégia de Saúde da Família em 2021. O número de equipes de Saúde da Família cresceu de 44.742 em 2018 para 47.365 em 2021, um aumento de 5,9%. No entanto, entre os municípios de mais de 500 mil habitantes houve redução de -3,2%, 289 equipes a menos no período.

O número de agentes comunitários de saúde encolheu em 3.452 agentes, queda de 1,3% no contingente desses trabalhadores.

O teste de HIV e de sífilis em gestantes estava presente em mais de 94,8% dos municípios em 2021. O teste do pezinho era realizado em 91,1% das cidades, e o Pré-natal masculino/do parceiro ainda não alcançava nem metade dos municípios (45,1%).

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