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Dirigentes esportivos, atletas e comitês olímpicos nacionais têm se manifestado nos últimos dias a favor da mudança de data dos Jogos de Tóquio, no Japão. O impacto de pandemia do novo coronavírus tem criado uma pressão sobre o Comitê Olímpico Internacional (COI) para mudar a data do evento, previsto para começar no dia 24 de julho. Apesar do ambiente de cobrança, as federações internacionais das modalidades ainda não manifestaram sobre o tema.

Atletas da natação e do atletismo, as duas provas mais nobres da Olimpíada, já começam a demonstrar seu descontentamento com a postura do COI em não mudar a programação dos Jogos de Tóquio. Por causa da pandemia de coronavírus, muitos estão tendo de ficar em isolamento e sem possibilidade de treinar. Os clubes esportivos também estão fechados.

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"É um ano que representa muito para nós atletas de alto rendimento. Eu não sou a favor. O mundo grita para uma outra situação, focada na saúde. Nosso planejamento está sendo recuado. Muita gente sem piscina e sem poder treinar, ou seja, sem conseguir seguir os planos de treinamento. Não cabe a mim decidir, mas sim falar sobre. Quanto mais a gente se unir e olhar para o próximo, vamos passar por essa", disse a nadadora Etiene Medeiros.

A programação da atleta foi totalmente prejudicada por causa do coronavírus. Ela estava em uma reta final de preparação para a seletiva olímpica, que seria de 20 a 25 de abril, mas o evento que garante vaga nos Jogos de Tóquio foi adiado para 22 a 27 de junho. Assim como ela, outro brasileiro importante da natação pediu adiamento dos Jogos: Bruno Fratus, que nas redes sociais questionou Kirsty Coventry, presidente da comissão dos atletas do COI.

"Kirsty, como colega nadador e atleta olímpico, eu te peço para reconsiderar e consultar outros atletas pelo mundo. Não tenho certeza se você está sabendo que muitos atletas, como eu, estão impossibilitados de treinar. Além disso, o conselho para 'continuar fazendo o que vocês estão fazendo' me parece desconectado da realidade quando você vê líderes mundiais diariamente na televisão pedindo para as pessoas se isolarem", disse.

Ciente das críticas e da pressão que vem sofrendo para mudar sua postura, Thomas Bach, presidente do COI, pediu um pouco de calma aos atletas. "Vamos continuar agindo de maneira responsável no interesse dos nossos atletas, mas respeitando os dois princípios: o primeiro, a saúde de todos nossos atletas e a contenção da contaminação dos vírus, e o segundo, protegendo o interesse dos atletas e dos esportes olímpicos, e esse foi espírito desta produtiva reunião", disse.

DIRIGENTES CRITICAM - O Japão tem a previsão de receber mais de 600 mil estrangeiros durante o período e garante até o momento que não pretende mudar a data. A postura irredutível tem irritado personalidades do esporte a ponto de, na última terça-feira, representantes de comitês olímpicos nacionais debaterem em uma videoconferência o risco de se realizar um evento tão grande durante uma pandemia.

"As notícias que recebemos todos os dias são desconfortáveis para todos os países do mundo, mas para nós, o mais importante é que nossos atletas não podem treinar e celebrar os Jogos em condições desiguais. Queremos que a Olimpíada aconteça, mas com segurança", disse o presidente da entidade espanhola, Alejandro Blanco. Segundo o dirigente, os atletas locais estarão em desvantagem na Olimpíada pois não têm conseguido treinar. A maioria está em confinamento, para evitar o contágio.

O Comitê Colombiano também manifestou preocupação com a realização da Olimpíada. O pedido deles é para deixar a competição para depois. "A decisão mais prudente e, é claro, a mais respeitosa do Comitê Olímpico Internacional e dos organizadores de Tóquio é adiar os Jogos, caso não possam garantir a participação sem riscos", afirmou Baltazar Medida.

Potência olímpica, a Grã-Bretanha aumenta a lista de países que têm apelado para adiar os jogos. Em entrevista ao jornal The Guardian o diretor da UK Athletics, órgão que rege o atletismo no Reino Unido, Nic Coward, revelou sentir uma angústia nos atletas. "Com o fechamento das instalações, a capacidade dos atletas de obterem a melhor forma possível é comprometida na melhor das hipóteses. Isso está criando pressão intensa. As pessoas precisam entender isso", comentou.

O país com mais mortes no mundo pelo novo coronavírus, a Itália, também pensa parecido. Presidente do comitê olímpico local por 14 anos e atual presidente da federação nacional de basquete, Giovanni Petrucci fez críticas pesadas. "Eu não sou contra a Olimpíada, mas dizer que a Olimpíada ainda vai continuar é um grande erro de comunicação", disse. "Não sou o único que pensa assim. Outros simplesmente não querem dizer isso", acrescentou.

A nadadora brasileira Etiene Medeiros conseguiu se classificar para a semifinal dos 50 m nado livre, ao garantir o 16º tempo, pegando a última vaga disponível, nesta sexta-feira, penúltimo dia de natação nos Jogos do Rio.

A pernambucana de 25 anos chegou em sexto lugar da sua bateria, com tempo de 24.82.

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Já Graciele Herrmann foi eliminada por ter obtido apenas o 40º tempo, depois de ficar em último da sua bateria.

O melhor tempo geral foi da dinamarquesa Pernille Blume (24.23). A atual campeã olímpica, a holandesa Ranomi Kromowidjojo ficou com o oitavo tempo (24.57). Outras favoritas da prova, as irmãs australianas Bronte e Cate Campbell conseguiram o quarto (24.45) e sétimo (24.52) tempo, respectivamente.

A semifinal de Etiene está marcada para 22h59, logo depois da final masculina dos 50 m, com participação do brasileiro Bruno Fratus.

A brasileira Etiene Medeiros não conseguiu se classificar para a final dos 100m nado livre dos Jogos do Rio, por ter ficado com o pior tempo entre as 16 semifinalistas, nesta quarta-feira (10).

A pernambucana de 25 anos completou a distância em 54.59, quase dois segundos a mais que a australiana Cate Campbell, que obteve a melhor marca da noite (52.57) e bateu novamente o recorde olímpico, que já tinha quebrado no início da tarde, nas séries eliminatórias.

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Eliminada nas séries dos 100 m costas, sua melhor prova, a pernambucana confessou se sentir "mais leve" por ter avançado às semifinais dos 100 m livre, mas acabou não seguindo adiante.

Sem a dura concorrência de Cesar Cielo, Bruno Fratus venceu os 50 metros livre no Campeonato Brasileiro Sênior, disputado nas piscinas do Botafogo, e obteve o índice da prova para o Mundial de Kazan, na Rússia, no próximo ano. Além dele, outros cinco nadadores alcançaram a marca neste sábado, dois deles na mesma prova de Fratus.

Ele venceu os 50m livre com o tempo de 21s45, sua segunda melhor marca da carreira - fez 21s44 ao ser campeão da prova no Pan-Pacífico, em agosto. Para tanto, não contou com a rivalidade de Cielo, que desistiu da prova. O recordista mundial da prova não competiu para manter o tempo obtido no revezamento 4x50m: 21s60.

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"Fiz uns dois ou três erros técnicos que dá para fazer melhor. Dá para fazer uns fundamentos melhores à tarde. São três quedas para 21s40, foram três polimentos e se mantendo entre os top três do ranking mundial é muito bom. Tudo fruto de muito trabalho", comemorou Fratus.

Com esta marca, ele lidera a disputa pelas vagas brasileiras nos 50m livre no Mundial. Cielo é o segundo. Nicholas Santos, com 22s15, e Walter Pereira Lessa, com 22s17, também alcançaram o índice na disputa desta manhã.

A segunda posição na lista não preocupa Cielo. "Estou satisfeito por enquanto com os meus 21s60, me deixaram numa posição que não preciso me preocupar muito. Ainda tem o Maria Lenk pra garantir essa vaga. Agora vou tirar umas férias. Preciso parar de me cobrar um pouquinho. Está difícil. Fisicamente a gente consegue se superar, mas mentalmente...", comentou o nadador.

Nos 100 metros peito, Felipe França obteve mais um índice para o Mundial. Maior destaque da equipe brasileira no Mundial de Piscina Curta, em Doha, ele completou a distância em 1min00s44, abaixo do índice, de 1min00s57.

"As portas vão se abrindo pro Mundial de Kazan e para o Pan-Americano de Toronto. Mais uma etapa cumprida. A gente vai definir ano que vem se vou ou não pras duas competições, mas de qualquer maneira é mais um degrau na direção destas competições e também para a Olimpíada", declarou França.

No feminino, Etiene Medeiros voltou a se destacar. Ela venceu os 50 metros livre, com 24s99. Graciele Herrmann, com 25s05, também obteve o índice na prova. "Esta prova está fazendo parte do meu programa. Estou focando muito ela", disse a especialista no nado costas. "Foi um bom resultado, mas a tarde vou ver se nado para baixar o recorde sul-americano. Espero que seja contínuo nadar abaixo de 25s."

No período da tarde, os nadadores voltam para a piscina para competir no Torneio Open. Somente os oito melhores de cada prova do Campeonato Brasileiro Sênior, disputado pela manhã, entra na disputa do Open, à tarde.

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