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O ex-oficial do exército de Israel e suspeito de participação em um esquema de tráfico de órgãos, Gedalya Tauber, de 78 anos, desembarcou no Recife por volta das 15h deste domingo (3). O israelense foi preso em Roma, na Itália, em junho do ano passado, mas fugiu após receber um aval da Justiça de Pernambuco para realizar uma viagem pelo período de 30 dias, em janeiro de 2009. Tauber foi preso pela primeira vez no ano de 2003, durante a "Operação Bisturi", cujo objetivo era desarticular uma quadrilha de traficantes de pessoas, no Brasil, para retirada de órgãos com ramificações no exterior (África do Sul e Israel).

Segundo a Polícia Federal, o suspeito aproveitou o período para visitar a família, em Israel, e outros parentes nos Estados Unidos. O delegado da PF Alexandre Lucena e um agente do órgão foram, neste final de semana, até Roma para trazer o traficante até a capital pernambucana. De acordo com o delegado que está a frente do caso, Gedalya apresentou muita tranquilidade ao ser preso. "Em nenhum momento ele se desesperou. Só ficou um pouco nervoso dentro do avião por conta da longa viagem e, com isso, chegou a passar mal. O resto, no entanto, foi calmo", disse Lucena. 

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Gedalya será encaminhado ao Centro de Triagem (Cotel) de Abreu e Lima, onde terminará de cumprir sua pena. O traficante deve ficar preso por quatro anos e nove meses. Quando preso em 2003, o suspeito recebeu pena de 11 anos, porém seis anos já foram cumpridos. 

Operação Bisturi - Com duração de nove meses (de março a dezembro de 2003), a operação prendeu e condenou 12 pessoas no Brasil, duas em Israel e 20 na África do Sul. 

As vítimas, geralmente de baixa renda, eram aliciadas no Recife e cidades do interior de Pernambuco com o fim da retirada de ruins para execução da cirurgia que eram oferecidos à pacientes de Israel na África do Sul. Cada paciente era indenizado no valor de U$ 150 mil dólares.

As pessoas que faziam a cirurgia tinham que assinar uma declaração falsa afirmando que quem estava recebendo a doação do órgão era um parente. Após recebimento do dinheiro, a quadrilha pagava os valores pertinentes à pessoa que se submetia a intervenção cirúrgica para retirada do órgão e dividia o restante com todos os integrantes do esquema.

Durante as investigações foi detectada a ida de 47 pessoas para o Hospital Sant Agostini em Durban/África do Sul. As pessoas que eram levadas para retiradas dos rins recebiam em torno de R$ 5 mil a R$ 30 mil. Estima-se que aproximadamente $ 4 milhões de dólares foram desviados pela quadrilha nessas intervenções cirúrgicas.

Dezembro/2003: Foi preso pela primeira vez, através da "Operação Bisturi";

20/12/2006: Passou a ficar em regime semi-aberto;

25/12/2006: Obteve redução da pena, passando de 11 anos e 9 meses para 8 anos e 9 meses. Segundo o Juíz Luiz Rocha, o suspeito teve a pena reduzida por causa de uma lei que é assinada, anualmente, que determina a queda na pena de certos casos;

14/12/2007: Recebeu livramento condicional, ou seja, podia andar normalmente pelas ruas, porém não podia frequentar alguns lugares, com bares;

16/01/2009: Foi autoridado pela Justiça de Pernambuco a viajar durante 30 dias;

29/01/2009: Dia que realizou a viagem e não retornou, até ser preso em julho deste ano, em Roma, na Itália.

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