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O aposentado Carlos Alberto (de camisa azul) passou a receber atendimentos de saúde nas próprias farmácias. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

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Disposto a uma conversa agradável e sempre pronto para compartilhar uma boa piada, o aposentado Carlos Alberto Fernandes Seixas, de 56 anos, reflete bem-estar. Além da feição feliz, o recifense demonstra uma saúde admirável e revela ser um dos brasileiros que não abrem mão de manter consultas médicas rotineiras. Ele entende que cuidar do próprio corpo, sob orientações de profissionais especializados, é fundamental para quem almeja uma boa condição física. Mais do que isso, Paulo também faz questão de praticar exercícios com regularidade, guardando um carinho especial pelas suas indispensáveis caminhadas em ruas da Zona Norte da capital pernambucana.

Morador do tradicional bairro de Casa Amarela, um dos mais populosos do Recife, ele revela que - entre uma caminhada e outra - um endereço é destino obrigatório na sua rota. Há pelo menos dois anos, ele frequenta com regularidade uma das farmácias da rede Pague Menos. Na unidade, o aposentado descobriu e incluiu em sua rotina os atendimentos clínicos realizados por farmacêuticos, que vão de testes rápidos, como o de glicemia, até aferição de pressão arterial. Sua confiança pelo serviço ganhou mais força quando, ao ser orientado por um desses profissionais, checou uma informação junto a sua médica.

“Uma pessoa maravilhosa é o Adriano, o farmacêutico que me atende sempre. Inclusive, tive um problema na próstata; falei com Adriano, ele viu todos os exames e informou que estava tudo bem comigo. Como sou exigente, levei os exames para a minha médica, que confirmou e elogiou o serviço da farmácia. Isso me fez dar mais crédito ainda. É uma prova de que o serviço farmacêutico mudou, antigamente os farmacêuticos apenas entregavam o remédio para comercializar. Hoje, no entanto, eles olham o lado humano do cliente. Estou tendo um atendimento maravilhoso”, conta o aposentado.

Cliente assídua da farmácia, assim como Seu Carlos, a dona de casa Valdenice Almeida, 69 anos, também adotou o serviço farmacêutico. Ela reside no bairro há 18 anos, mas só há cerca de três anos passou a ter orientação sobre saúde na própria unidade. “Passo aqui, faço aferição e recebo muitas informações. Antes, o cliente só consumia remédio, mas após esse serviço ficou muito melhor. A gente compra e ainda cuida da nossa saúde. O próprio atendimento melhorou”, opina.

 Outro cliente que passou a receber atendimentos farmacêuticos regularmente, o aposentado José Arthur de Sá, 73, acredita que o serviço é um diferencial importante no concorrido mercado de farmácias. Sempre que volta da academia onde pratica exercícios físicos, Seu José faz questão de entrar na unidade recifense para realizar exames rápidos ou simplesmente bater um papo descontraído com a equipe farmacêutica. Na sua ótica, esse tipo de emprendimento não é um simples ponto comercial; é também, para ele, um espaço de saúde que tem o objetivo de contribuir para a população brasileira.

“Diariamente, mais ou menos umas 10h, passo aqui para comprar produtos. Além disso, no meio da semana, venho aferir a pressão e fazer um exame rápido. Preciso me cuidar porque tenho 73 anos e quero ter um final feliz de vida" afirma José, que ainda elogia as conversas e orientações atenciosas dos farmacêuticos.

  

O aposentado José Arthur de Sá incluiu em sua rotina a assistência farmacêutica / Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Todo esse serviço clínico aplicado desde 2014 pelas grandes redes era chamado por especialistas do segmento como “revolução silenciosa”. Hoje, no entanto, a revolução já ecoa em alto tom por muitas unidades. Encabeçada pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a ação pretende massificar nos estabelecimentos o serviço de saúde no âmbito da assistência farmacêutica. Empresas do setor estão recebendo consultoria sobre a iniciativa, bem como profissionais da área têm à disposição inúmeras capacitações contínuas - que facilitam a adequação à essa nova realidade de mercado -. O conjunto dessas ações impacta, consequentemente, nas esferas econômica, profissional e - principalmente -na saúde dos clientes. Praticamente, todos os serviços são gratuitos. 

Adriano Costa, o farmacêutico elogiado por Seu Paulo e outros clientes, acredita que os atendimentos começaram a modificar a formação dos profissionais da área. De acordo com ele, o mercado não tem espaço para um farmacêutico que se atenha apenas a vender ou encontrar o produto do cliente na prateleira. É preciso, sobretudo, segundo Adriano, se enxergar como profissional da saúde, que tem um papel importante em prol do bem-estar da sociedade.

>> Fortalecimento das salas clínicas e um mercado que propaga saúde

De acordo com a Abrafarma, a quantidade de estabelecimentos com salas onde são realizados os serviços farmacêuticos mais do que dobrou nos últimos 12 meses. O número saiu de 605 para 1.670 unidades, que corresponde a um avanço de 176%. Ainda segundo a Associação, a previsão é que, até o final deste ano, sejam realizados 2,6 milhões de atendimentos nas grandes redes de farmácias. Essa estimativa otimista reflete explicitamente o crescimento exponencial desse tipo de atividade, uma vez que a projeção representa praticamente o dobro do número de ações registradas em 2017 no setor: 1,4 milhão de atendimentos.

Os levantamentos da Abrafarma ainda vislumbram uma expansão nos serviços realizados nas unidades, principalmente os que são considerados como "avançados". Segundo a instituição, dos 1.670 estabelecimentos que dispõem de salas clínicas, mais de 900 contam com oito programas de saúde apontados nessa categoria. A projeção é que, até o final de 2018, esse número passe de 2 mil estabelecimentos. 

 

Na Pague Menos, o serviço de atendimento farmacêutico, iniciado em 2014, foi batizado de 'Clinic Farma'. A rede estipula que realizou, apenas no primeiro semestre deste ano, cerca de 3 milhões de procedimentos clínicos, duas vezes mais do que o ano passado. Das quase mil lojas da rede distribuídas em 26 estados brasileiros, mais de 700 unidades contam com salas clínicas. De acordo com a gerente nacional da Clinic Farma, Socorro Simões, todo o trabalho voltado para a saúde, além de ser uma exigência do mercado farmacêutico, empodera os profissionais da área e fideliza ainda mais a relação da empresa com os clientes.

“Cada vez mais, queremos levar saúde à população brasileira - que está sempre procurando esse serviço -. É um atendimento que acaba empoderando o profissional a atuar, prestando uma atenção farmacêutica eficiente. Hoje a gente já nota que o cliente entende que é um serviço diferenciado. O público pode agendar para um atendimento contínuo ou pode começar a receber orientação quando chega às nossas unidades dentro do horário comercial”, explica Socorro Simões.

Segundo a coordenadora farmacêutica da Pague Menos em Pernambuco, Micalyne Egito, o avanço dos serviços farmacêuticos não dispensa o atendimento médico. De acordo com ela, esse é o alerta feito pelos profissionais da área durante os contatos com os clientes. No áudio a seguir, Micalyne dá mais detalhes do serviço e faz uma projeção sobre as tendências do segmento.

Presidente-executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto aposta nas experiências internacionais para continuar o fortalecimento do atendimento farmacêutico no Brasil. O gestor ainda reforça que é importante para os especialistas do segmento de saúde e, principalmente, para a própria população, um trabalho conjunto entre, por exemplo, os profissionais de farmácia e os médicos de diferentes áreas.

“No mundo inteiro, a farmácia tem ocupado um papel de mais protagonismo na saúde, por ser um local de maior proximidade com a população e o farmacêutico por ser um profissional que entende de doença e medicamentos. O farmacêutico pode ser um protagonista, auxiliando o tratamento médico. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, o governo ou planos de saúde pagam para o farmacêutico organizar ou gerir medicamentos de um paciente, porque não é o médico que faz isso, e sim o profissional de farmácia”, explica o presidente da Abrafarma. 

Barreto valoriza ainda o contato profissional que é feito com o cliente. É um vínculo, segundo ele, que perpassa a questão comercial da venda de um medicamento ou qualquer outro produto, passando a permear o âmbito da saúde. “É ali, no atendimento clínico farmacêutico, que o cliente pode ter uma conversa muito mais franca sobre como ele se sente, sobre algum medicamento que ele usa ou por que não conseguiu mudar o hábito alimentar. O serviço ainda é uma novidade no Brasil, a gente aprovou uma lei em 2014 trazendo de novo este papel para as farmácias. Defendemos que a farmácia pode fazer três coisas: a primeira delas é identificar risco, fazendo testes rápidos. Você faz 25 testes na ponta do dedo, como diabetes, colesterol, dengue, um verdadeiro painel de identificação. Isso já tinha na Europa há muito tempo. Muito em breve vai se ver nas farmácias pequenas. O segundo ponto: imunização, ou seja, prevenção por meio de vacinas. Além disso, o terceiro é fazer com que o paciente que é crônico não abandone o tratamento”, detalha.

Campanhas compartilham saúde - Com o objetivo de combater doenças que afetam a população brasileira, grandes redes de farmácias, sob organização da Abrafarma, realizam, desde março deste ano, campanhas de saúde que conscientizam os clientes, de maneira gratuita, sobre os riscos de diferentes diagnósticos. A primeira ação tratou de obesidade. De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), quase 20% dos brasileiros sofrem com o problema e mais da metade da população é acometida por sobrepeso. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, uma em cada cinco pessoas é obesa.

De 26 a 30 de março, os consumidores puderam solicitar aos farmacêuticos avaliação de peso, altura, taxa de gordura corpórea e orientações para controle do peso. O balanço da Abrafarma aponta que, especificamente nessa campanha, mais de 14 mil pessoas foram atendidas. Além disso, outro recorte impressiona: sete a cada dez clientes atendidos apresentaram sobrepeso.

Em junho deste ano, mais de mil farmácias, oriundas de dez grandes redes, realizaram a campanha de combate à asma. Segundo balanço das empresas, 7.211 clientes receberam atendimentos; foram realizados testes de controle da doença categorizados da seguinte maneira: "Excelente", "Bom" e "Mau".

Outro destaque foi a campanha realizada em agosto deste ano, direcionada a ações de combate ao colesterol. Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 60 milhões de brasileiros apresentam níveis altos de colesterol. Durante a campanha, 7.508 clientes foram atendidos em mais de 180 lojas.

Até novembro deste ano, vários problemas de saúde que devem ser combatidos estarão em pauta nas campanhas das grandes redes. Os calendários são divulgados nas redes sociais da Abrafarma e das farmácias envolvidas. 

Em 2017, foram realizadas nove campanhas de saúde no período de março a novembro. Mais de mil farmácias participaram das ações, promovendo um número superior a 80 mil atendimentos. Segundo levantamento da Abrafarma, cerca de 3 mil farmacêuticos atuaram durante as intervenções.

>> Vacinação amplia leque de serviços nas farmácias 

Em dezembro do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da sua Diretoria Colegiada, aprovou resolução que permite qualquer estabelecimento de saúde realizar vacinações, como farmácias e drogarias. “A norma dá ao setor regulado mais clareza e segurança jurídica quanto aos requisitos que devem ser seguidos em todo o território nacional. Além disso, as vigilâncias sanitárias das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde poderão exercer a fiscalização a partir de norma mais objetiva e uniforme quanto às diretrizes de Boas Práticas em serviços de vacinação, independentemente do tipo de estabelecimento”, informou o órgão em seu site oficial.

De acordo com a Anvisa, a população poderá identificar os pontos de farmácias que dispõem do serviço. Esses estabelecimentos deverão respeitar requisitos de qualidade e segurança já definidos pela Agência, “além de ter sua rotina facilitada pelo aumento das opções de escolha quanto ao local de prestação do serviço”. 

A seguir, é possível conferir ponto a ponto dos requisitos mínimos estabelecidos pela Anvisa para essa prática nos estabelecimentos em todo o país:

• Licenciamento e inscrição do serviço no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES);

• Afixação do Calendário Nacional de Vacinação, com a indicação das vacinas disponibilizadas;

• Responsável técnico;

• Profissional legalmente habilitado para a atividade de vacinação;

• Capacitação permanente dos profissionais;

• Instalações físicas adequadas, com observação da RDC 50/2002 e mais alguns itens obrigatórios a exemplo do equipamento de refrigeração exclusivo para a guarda e conservação de vacinas, com termômetro de momento com máxima e mínima;

• Procedimentos de transporte para preservar a qualidade e a integridade das vacinas;

• Procedimentos para o encaminhamento e atendimento imediato às intercorrências;

• Registro das informações no cartão de vacinação e no Sistema do Ministério da Saúde;

• Registro das notificações de eventos adversos pós vacinação e de ocorrência de erros no Sistema da Anvisa;

• Possibilidade de vacinação extramuros por serviços provados; e

• Possibilidade de emissão do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP).

Inicialmente, a vacinação em farmácias era realizada nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e em Brasília. Agora, a partir da regulamentação da Anvisa, o serviço está sendo levado para as demais regiões. “Vacina é um problema no Brasil. A gente tem uma cobertura boa com crianças e idosos, mas da população de 20 a 59 anos, 64% das pessoas não se vacinam. E o adulto, nessa faixa a partir dos 20, deveria tomar umas 12 vacinas. A gente vai começar a viver uma nova era na saúde brasileira por causa dos novos papéis das farmácias”, explica presidente-executivo da Abrafarma.

Ainda de acordo com a gestão da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias, é de se comemorar a autorização por parte da Anvisa. Além disso, para Sérgio Mena Barreto, a questão financeira terá um impacto positivo para a população, já que a tendência é que as vacinações sejam barateadas, em comparação com clínicas privadas.“O custo é outro problema importante. Em uma vacina de gripe, por exemplo, se cobra até R$ 180. Uma farmácia pode trabalhar em uma faixa entre R$ 70 e R$ 80”, opina.

Em artigo publicado no último mês de julho, a Associação reitera sua posição sobre o trabalho dos profissionais de farmácia também na vacinação. Segundo o texto, as unidades vinculadas a grandes redes estão pontas para oferecer o serviço. 

“O estímulo ao autocuidado torna-se uma estratégia ainda mais necessária em razão da baixa cobertura vacinal no Brasil. Essa realidade contribui para que doenças já erradicadas voltem a preocupar autoridades sanitárias e profissionais de saúde. A ameaça do ressurgimento de males como sarampo, rubéola e poliomielite levou até a criação de uma força-tarefa envolvendo Brasil, Argentina, Chile e Paraguai. Entidades como a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) mostram-se atentas ao tema e alertam para a importância de incentivar a vacinação especialmente entre crianças. As farmácias podem ter um importante papel no aumento da cobertura vacinal, atuando na imunização e também como pontos de educação em saúde. Desde 2017, esses estabelecimentos podem oferecer vacinação e centenas de farmácias em todo o país já contam com o serviço”, diz trecho do artigo.

Um posicionamento oficial da Sbim orienta que sejam respeitadas exigências importantes para o funcionamento dos serviços de vacinação humana. “A entidade participou ativamente no período da consulta pública da proposta, com o envio de várias sugestões, e elaborou uma Nota Técnica sobre a questão, disponibilizada na página da entidade (sbim.org.br) em 13/07/2017. Na ocasião, já ressaltávamos algumas situações de risco que necessitam ser muito bem avaliadas na nova realidade”, consta no posicionamento. Confiram alguns pontos reforçados pela Sociedade Brasileira de Imunizações em um comunicado oficial:

A SBIm entende que os imunobiológicos só devem ser ofertados se for possível cumprir todos os processos que garantam a segurança dos pacientes, entre os quais: triagem de indicações e contraindicações; correto manuseio, conservação, preparo e administração das vacinas; registro e descarte apropriado de resíduos, assim como atendimento e notificação de eventos adversos imediatos e tardios.

Além disso, a estrutura física deve ser adequada para que todos os procedimentos (antes, durante e após a vacinação) possam ser desenvolvidos com segurança. As boas práticas incluem, ainda, fornecer orientações, zelar pelo indivíduo em todas as fases do processo e se responsabilizar pela conduta diante de quadros adversos. Ou seja, serviços de vacinação não podem ser confundidos com administradores de produtos segundo protocolos.

As atividades de vacinação são complexas e somente podem ser exercidas por profissionais capacitados e em estabelecimentos devidamente licenciados para esse fim pela autoridade sanitária. O trabalho de fiscalização por parte dos órgãos competentes se tornará cada vez mais importante. Do contrário, a população pode ser penalizada.

Segundo estudo realizado pelo Ibope Inteligência, com a participação de mais de 2 mil pessoas, 52% dos entrevistados aprovam a implementação do serviço de vacinação nas farmácias. Em outro recorte, a pesquisa aponta que 81% dos participantes do levantamento demonstram segurança para receberem vacinas em estabelecimentos farmacêuticos.  

>> Um mercado ainda mais exigente

A propagação dos serviços de saúde que beneficiam os clientes das grandes redes proporciona ainda um impacto profundo na formação dos farmacêuticos brasileiros. Com a adesão das empresas ao fortalecimento da assistência farmacêutica em seus estabelecimentos, consequentemente, o próprio mercado passou a exigir profissionais ainda mais qualificados e empoderados, cientes de que têm um papel importante em prol da população.

Para especialistas e professores da área de farmácia, os cursos de graduação precisam intensificar uma formação que trate o farmacêutico como um autêntico profissional de saúde, que não se resumirá a entregar os produtos exigidos pela clientela. Aos 26 anos, Robson Oliveto dos Santos, natural de Recife, ingressou na graduação atento às exigências do mercado. O jovem sempre quis atuar nas redes de farmácia e, para isso, compreendeu que o hoje o mercado cobra, além de formação superior, capacitações contínuas.

“Há alguns anos, prestei serviço em uma rede de drogarias e percebi como o mercado era amplo para os farmacêuticos. Inicialmente fiz o curso técnico e posteriormente entrei na graduação. O profissional farmacêutico é preparado para atuar em várias áreas, mas o meu intuito é trabalhar nas empresas. Gosto bastante do trabalho voltado para os atendimentos farmacêuticos, porque todos esses projetos valorizam os profissionais”, diz o graduando do quinto período.   

De acordo com o farmacêutico da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e chefe do setor de farmácia do Hospital das Clínicas, localizado no Recife, José de Arimateia Rocha, a profissão ganhou novos ares. Para ele, o farmacêutico passou a ser visto como um profissional de saúde que está pronto para atender a população. 

“Com a industrialização dos medicamentos, a função do farmacêutico boticário foi sendo desvalorizada, porque no lugar de você fabricar o medicamento, apenas entregava o produto. No Brasil, na década de 60, essa industrialização foi muito forte. Mas o tempo todo as entidades e universidades reivindicavam a volta da atuação dos profissionais para as farmácias, porque o medicamento, mesmo industrializado, requer uma orientação especializada para o público. E hoje, com a exigência da presença de farmacêuticos nas lojas, nossa profissão ficou fortalecida. Foi um retorno importante desse trabalhador ao mercado”, explica José de Arimateia.

“Essa atividade nas farmácias é um ganho significativo para a população. Fora do Brasil, por exemplo, não existe farmácia sem farmacêutico. Nós despertamos nos últimos quatro, cinco anos. A população é quem ganha. Vale lembrar que o médico ainda é quem define o diagnóstico. Se o farmacêutico tiver algum questionamento, ele precisa levar a informação ao médico”, acrescenta o especialista.

O farmacêutico ainda explica que o foco principal do mercado é o comércio no âmbito das farmácias e drogarias, pois são os principais empregadores. Por isso, é preciso conhecer bem os medicamentos e os serviços. "Hoje são oferecidos muitos cursos de atualização e pós-graduação, que são atividades essenciais para a formação de um bom profissional de farmácia. Há uma evolução de profissionais no mercado e quem se qualificar e tiver mais competência vai ficar no mercado. Até os bons profissionais precisam se qualificar mais”, finaliza.

Segundo dados do ‘Perfil do Farmacêutico no Brasil’, produzido em 2015 pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), 27% dos profissionais da área atuavam em drogarias e farmácias das grandes redes. Em 2016, o CFF divulgou que há mais de 200 mil farmacêuticos inscritos nos conselhos regionais do país, mas não detalhou quantos desses estão trabalhando. A Abrafarma estipulou, no ano passado, que as grandes redes contam com mais de 22 mil farmacêuticos empregados, conforme levantamento feito pela Universidade de São Paulo (USP). 

Com a área de atuação fortalecida pelos serviços clínicos, a formação do farmacêutico precisa dedicar boa parte da sua duração às experiências de atendimento aos clientes. Qualificação contínua, nesse quesito, é primordial. Em entrevista ao LeiaJá, a doutora em Fármaco e Medicamentos pelo Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP), Maria Aparecida Nicolettis, contextualiza de maneira aprofundada os cenários que vão da graduação à atuação dos profissionais no mercado. Confira a entrevista: 

LeiaJá: Como a senhora explica o trabalho realizado pelos profissionais de farmácia no Brasil? O que mudou desde que os atendimentos clínicos passaram a ser fortalecidos nas grandes redes?

Doutora Maria Aparecida Nicolettis: A Farmácia Clínica teve origem nos Estados Unidos, na década de 60, quando - ao final dessa década - houve a inclusão de disciplinas dessa área no currículo dos cursos de farmácia norte-americanos e é entendida como uma filosofia na qual o farmacêutico deve utilizar seu conhecimento profissional para promover o uso seguro e apropriado de medicamentos, em equipe multiprofissional de saúde. A Farmácia Clínica surgiu em ambiente hospitalar e estabelece uma supervisão contínua do paciente. Atualmente, incorpora a filosofia do Pharmaceutical Care (Cuidado Farmacêutico) e, como tal, expande-se a todos os níveis de atenção à saúde e pode ser desenvolvida em hospitais, ambulatórios, unidades de atenção primária à saúde, farmácias comunitárias, instituições de longa permanência e domicílios de pacientes, entre outros.

Segundo Robert Miller (1968), “A Farmácia Clínica é a área do currículo farmacêutico que lida com a atenção ao paciente com ênfase na farmacoterapia. A Farmácia Clínica procura desenvolver uma atitude orientada ao paciente. A aquisição de novos conhecimentos é consequência do desenvolvimento de habilidade de comunicação interprofissional e com o paciente”.

O Conselho Federal de Farmácia conceitua Farmácia Clínica como “área da farmácia voltada à ciência e prática do uso racional de medicamentos, na qual os farmacêuticos prestam cuidado ao paciente, de forma a otimizar a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar, e prevenir doenças”.

Portanto, as atribuições clínicas do farmacêutico visam proporcionar cuidado ao paciente, família e comunidade, de forma a promover o uso racional de medicamentos e otimizar a farmacoterapia, com o propósito de alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida do paciente.

No contexto da Farmácia Clínica foram estabelecidas as atividades clínicas do farmacêutico relacionadas ao cuidado ao paciente e, portanto, o cuidado farmacêutico deve ser realizado em modelo biopsicossocial - entendendo o indivíduo em sua integralidade.

LeiaJá: Em termos de formação universitária, de que maneira as nossas universidades devem formar os futuros farmacêuticos, levando em consideração as exigências do mercado?

 Nicolettis:  A Farmácia Universitária deve estar alinhada ao Projeto Político Pedagógico dos Curso de Farmácia da IES e apresenta uma importância fundamental na formação acadêmica por meio na integração do conteúdo teórico de sala de aula à prática na vivência com o paciente e, também, o desenvolvimento da prática em equipe multiprofissional. O egresso do Curso de Farmácia deve apresentar uma formação sólida para o entendimento e manejo das necessidades do paciente, família e comunidade na prática do cuidado farmacêutico.

LeiaJá: Como a senhora detalha a importância do profissional de farmácia para a saúde da população brasileira? Como deve ser a interação desse profissional com os médicos?

Nicolettis:  O profissional está diretamente em contato com o usuário do medicamento e oportuniza a educação em saúde de maneira muito efetiva. O contato com o indivíduo possibilita ao profissional identificar falhas no uso racional de medicamentos, de maneira que possa fazer as intervenções cabíveis para a segurança do usuário. O profissional, também, se torna referência no esclarecimento de dúvidas e no fornecimento de informação técnica-científica a outros profissionais. Nos últimos anos, detectou-se a necessidade da integração com equipe multiprofissional da saúde devido ao grau de expertise profissional das diferentes áreas de atuação. Em doenças crônicas não-transmissíveis, por exemplo, é fundamental que o farmacêutico atue em equipe multiprofissional não somente com médicos, mas também, com outros profissionais da saúde no cuidado integral. A atuação em equipe multiprofissional de saúde deverá ser incorporada a todos os profissionais objetivando a obtenção dos melhores resultados em relação à qualidade de vida do paciente/indivíduo.

LeiaJá: No que diz respeito à aplicação de vacinas nas farmácias, como a senhora analisa o serviço?

Nicolettis:  Para a disponibilização do serviço, o profissional deve estar capacitado e atualizado, além de cumprir com as competências que lhe são atribuídas em seu âmbito profissional. Sem dúvida que esse serviço trará benefícios à população, entretanto, todas as exigências legais para sua prática deverão ser estabelecidas por meio de procedimentos operacionais padrão e treinamentos realizados para que a qualidade do serviço seja assegurada à população.

LeiaJá: De que maneira os profissionais de farmácia devem se qualificar para atender exigências de mercado das grandes redes? Quais áreas de especialização a senhora indicaria?

Nicolettis:  Os profissionais têm cenários diferentes em relação às populações que atendem, bem como, em relação aos serviços de saúde da região onde estão localizados. A qualificação profissional e a atualização constante são imprescindíveis a qualquer indivíduo para exercer a sua profissão.

Portanto, as características epidemiológicas da população da região de onde está localizada a farmácia precisa ser conhecida para que o profissional possa atuar de maneira abrangente e ter sua especialização direcionada às necessidades avaliadas.

A divulgação de conhecimento é uma das atribuições do profissional da saúde e a orientação para ações preventivas é essencial para o indivíduo, a coletividade e o serviço público de saúde, considerando nesse último, os gastos com internações e medicamentos que poderiam ser evitados e aplicados em outras situações.

Há muito que se fazer em termos de melhoria de conhecimento da população. Todas as ações desde que praticadas com fundamentação técnico-científica contribuirão em algum grau para a melhoria do conhecimento na área da saúde pela população. O País precisa urgentemente melhorar a qualidade de informação da população que, além de heterogênea, tem características distintas dependendo da classe social a qual pertence.

Outro aspecto que deverá ser salientado é a responsabilidade do usuário do medicamento em utilizá-lo de maneira correta porque, para o sucesso terapêutico, todos devem desempenhar as ações de competência que lhes são inerentes, ou seja, tanto o prescritor, o dispensador e o usuário de medicamento têm cada um no seu nível, a responsabilidade pela recuperação da saúde. Se o paciente não utiliza o medicamento adequadamente, a resposta terapêutica ficará prejudicada ou ausente. É muito importante reiterar a participação e responsabilidade do paciente no processo de recuperação da saúde. O medicamento tem um papel importantíssimo e, para tanto, deverá ser usado adequadamente com a responsabilidade compartilhada.

LeiaJá – Por fim, como a senhora define a profissão de farmacêutico e a atuação das grandes redes no futuro? É possível dizer que as farmácias passarão a ser, de fato, uma alternativa ao SUS no que diz respeito aos atendimentos clínicos, como a realização de exames rápidos?

Nicolettis:  A atualização profissional e o trabalho em equipe multiprofissional da saúde são exigências para a prática das atividades clínicas do farmacêutico. A legislação tem avançado bastante nas competências atribuídas ao farmacêutico, entretanto, a qualificação profissional deverá ser uma condição indispensável. Não penso que a farmácia deva ser uma alternativa ao Sistema Único de Saúde, mas sim, agregar práticas que possibilitem a prática do cuidado farmacêutico em seu âmbito de competência. Todos devem cumprir o seu propósito estabelecido em relação à sua estrutura de atendimento, entretanto, as carências do sistema público de saúde deverão ser sanadas, bem como, implementadas, e não delegadas a outras entidades relacionadas ao atendimento de saúde à população. O cuidado farmacêutico estabelece a provisão dos serviços e a responsabilidade é atender as necessidades de saúde do paciente no contexto da competência profissional a ele atribuída. Os exames rápidos, para auxiliarem no acompanhamento farmacoterapêutico do paciente, são necessários, entretanto, não deverão substituir os exames clínicos. A prática farmacêutica deve estar regulamentada para legitimar os profissionais e a segurança aos pacientes, nos serviços prestados.

“O Brasil precisa da farmácia clínica” - Em artigo publicado na ‘Revista Excelência Farmacêutica’, o presidente do Conselho Federal de Farmácias (CFF), Walter da Silva, valoriza a atuação profissional do farmacêutico e o fortalecimento dos serviços clínicos para a população. Em sua ótica, diante de um país que sofre os efeitos de uma saúde castigada, as farmácias clínicas podem ser um alento para a sociedade.

“O modelo de farmácia clínica avança, recebendo a aprovação da população à medida que promove a saúde e ajuda a diminuir os prejuízos nos sistemas público e privado, entre outros benefícios. Imaginem um país com a saúde pública marcada por dificuldades de gestão, falta de recursos, atraso tecnológico, uma corrosiva burocracia, carência de profissionais especializados, longas filas para o atendimento. Por outro lado, imaginem a existência de ilhas de prosperidade, no mesmo país e no mesmo setor. Estou falando do Brasil. Estou falando, também, do poder que as práticas de farmácia clínica têm de melhorar a saúde dos cidadãos. Essa área profissional apresenta um grande alcance sanitário, com profunda repercussão social. Por isso, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) vem adotando políticas com vistas a fortalecê-la”, defende Silva.

No decorrer do texto, o representante da entidade continua defendendo sua ótica de que o serviço clínico proporciona qualidade em saúde para o público. “Agora, imaginem o país puxado para trás por dificuldades no setor de saúde. Pois este mesmo país também é puxado para a frente por um vasto elenco de serviços clínicos prestados pelos farmacêuticos. Nas farmácias, eles orientam sobre o uso correto e revisam a utilização de cada um dos medicamentos e a forma de organizar o tratamento; fazem o acompanhamento farmacoterapêutico, para garantir que os medicamentos alcancem os resultados esperados e não produzam efeitos colaterais, interações indesejáveis. Mais: prescrevem medicamentos – que não exigem receita médica – para o tratamento dos sintomas e de mal-estares de baixa gravidade (problemas de saúde autolimitados); e fazem exames preventivos para algumas doenças. Educadores em saúde por excelência, os farmacêuticos também atuam nos programas de tratamento e acompanhamento para emagrecimento e gerenciamento do peso e no abandono do tabagismo”, opina o presidente do Conselho Federal de Farmácias.

Walter da Silva também sustenta o discurso de que a população brasileira, em decorrência do seu envelhecimento, tende a consumir produtos de saúde com mais frequência, o que, para o presidente, mais do que comprova a relevância de profissionais farmacêuticos qualificados durante os atendimentos aos clientes. “O Brasil vem apresentando novas necessidades em saúde, com o envelhecimento da população. Entre os idosos, há uma prevalência de doenças crônicas. Cerca de 80% deles têm pelo menos uma doença crônica. Isso significa dizer que é três vezes maior a necessidade do uso de medicamentos por esses pacientes. Até porque o uso de medicamentos é um poderoso, se não o maior, processo de intervenção para melhorar o seu estado de saúde”, argumenta.

O presidente do CFF finaliza o artigo reiterando as exigências do mercado farmacêutico quanto às qualificações contínuas de seus profissionais. “As redes estão implantando um centro de cuidados clínicos, exigem que seus farmacêuticos se qualifiquem e prestem serviços humanizados e de alta qualidade aos seus clientes. É a virada na saúde”, conclui.

>> Qualificações enchem os currículos de saúde 

Olhares atentos às palestras, conversas profissionais e milhares de currículos sendo enriquecidos. Os encontros que reúnem farmacêuticos de todo o Brasil provam quão necessária é a capacitação contínua que esses colaboradores devem abraçar para dar prosseguimento aos serviços de saúde oferecidos nas farmácias brasileiras. Promovido pela Abrafarma, o Rood Show Care Center é um dos principais eventos da área que disseminam experiências em prol da saúde.

Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre são as capitais que recebem neste ano as edições do evento que projeta impactar cerca de 6 mil farmacêuticos. Durante os encontros, além de fortalecerem o networking com profissionais e gestores de outras empresas, os participantes consumem conteúdo de especialistas em saúde.

“São palestras ao longo de um dia, temas atuais que tem a ver com a prática, como por exemplo Vitamina D, diabetes, gravidez segura, obesidade, desnutrição. Tudo muito vinculado ao dia a dia do farmacêutico nos balcões das farmácias e principalmente para os que trabalham nos consultórios dentro das farmácias”, comenta o coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica da Abrafarma, Cassyano Correr.

Em maio deste ano, na edição recifense do Rood Show Care Center, centenas de farmacêuticos lotaram um centro de convenções para discutir saúde e fomentar práticas de serviços clínicos nas farmácias. A palestrante Eliete Bachrany, pós-graduada no segmento, compartilhou sua vivência em serviços farmacêuticos realizados em São Paulo. De acordo com a especialista, os eventos de qualificação contínua para profissionais da área são fundamentais porque, em sua análise, a assistência farmacêutica nas grandes redes “é um caminho sem volta”. No áudio a seguir, Eliete dá mais detalhes sobre suas experiências no mercado e no Rood Show Care Center:

Correr reitera o pensamento de Eliete em relação às farmácias como pontos onde, definitivamente, as pessoas terão acesso a serviços rápidos de saúde. “As farmácias estão se tornando grandes espaços de saúde, porque elas apoiam os médicos, hospitais, onde as pessoas encontram soluções para problemas básicos do dia a dia. É uma mudança radical. Há quatro anos, a gente praticamente não tinha isso no Brasil. A gente quer continuar as salas de atendimentos”, opina.

Reforçando a necessidade dos profissionais participarem de cursos e outras atividades de capacitação, o coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica detalha as qualificações presenciais e no formato EAD disponíveis para farmacêuticos de todo o Brasil. Confira no vídeo a seguir:

>> Números do setor farmacêutico 

De acordo com dados da Abrafarma compilados pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP), no primeiro semestre deste ano, as grandes redes de farmácias e drogarias movimentaram um montante de R$ 22,79 bilhões. O valor, segundo a Associação, corresponde a um crescimento de 7,54% sobre o mesmo período em 2017. A média do varejo brasileiro neste ano, conforme indicação do Boa Vista SCPC, foi de 3,1%.

Das vendas totais, os remédios isentos de prescrição médica foram responsáveis por 16% das transações e chegaram a um faturamento de R$ 3,5 bilhões. O levantamento indica ainda que o comércio geral de medicamentos somou mais de R$ 15 bilhões, um aumento de 8,08% em relação aos primeiros seis meses do ano anterior. 

De acordo com o balanço, só no primeiro semestre deste ano, os medicamentos genéricos movimentaram R$ 2,63 bilhões; foram mais de 169 milhões de unidades comercializadas. O valor de vendas desses produtos representa um aumento de quase 5% na comparação com o mesmo período em 2017.

No que diz respeito aos não medicamentos, tais como cosméticos, perfumes e conveniência, as vendas chegaram a um montante de R$ 7,13 bilhões. Na prática, o valor representa um acréscimo de 6,37% em relação ao ano de 2017. 

A previsão é que haja em 2018 um crescimento em torno de 10% no número de vendas em geral, incluindo medicamentos e não medicamentos. Ainda segundo o levantamento, o quadro de geração de empregos no setor farmacêutico também registrou crescimento. A quantidade de contratações saiu de 114.154 mil para 122.673 trabalhadores, em que desses, mais de 22 mil são profissionais farmacêuticos.

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“O aumento da quantidade de farmácias é reflexo de uma busca crescente dos brasileiros por mais qualidade de vida e estar bem consigo mesmo. É uma demanda dos tempos modernos. O Brasil está envelhecendo e o sistema de saúde público não consegue absorver tanta demanda em um território imenso. Já as farmácias têm plenas condições de agirem com zeladoras do bem-estar populacional, especialmente pela sua proximidade com o cidadão. Não podemos ignorar a abrangência física das grandes redes, que possuem mais de 7 mil lojas espalhadas por 795 municípios brasileiros, alcançando regiões carentes em assistência médica e até mesmo, com pouca atuação do governo. Por isso, defendo que a prestação de serviço à população é o que deve determinar o número”, pontua o presidente executivo da Abrafarma Sergio Mena Barreto.

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