Na faixa afixada no altar da Igreja do Rosário, mais conhecida como Igreja do Pina, uma pergunta: "Senhor, até quando vidas serão interrompidas pela negligência de alguém?" Essa é pergunta feita pelos familiares e amigos das 16 vítimas do acidente da Noar – vôo 196, reunidos nesta sexta-feira em uma missa para relembrar um mês da tragédia.
Dezenas de pessoas acompanharam a celebração. Entre elas, Taciana Guerra, mãe do dentista Raul Guerra, 24 anos. Ela informou que as famílias estão se organizando para montar uma associação de familiares, com intuito de cobrar justiça. “É um dia de muita emoção, mas esperamos que haja justiça”, disse Taciana.
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Para Geyson Soares, irmão do engenheiro Marcos Ely Soares, também vítima do acidente, o caso não pode ser esquecido. “Nós choramos a morte dos nossos familiares e agora estamos nos organizando para que sejam encontrados os culpados e que eles possam ser responsabilizados”, disse Geyson. De acordo com ele, já foram contatadas todas as famílias que vivem em Pernambuco, para fazer parte da associação. “Nosso objetivo é nos unirmos, pois juntos ganharemos força para essa batalha”.
Bruno Martins, sobrinho do pastor e gerente financeiro adjunto do Grupo Ser Educacional Ivanildo Martins dos Santos, releembrou o momento em que a família soube da notícia da morte do tio. “Vimos pela TV que o avião havia caído. Hoje, sei que ele está em um bom lugar e em breve nos encontraremos”, disse Bruno.
As famílias relataram para a Imprensa que as informações fornecidas pela companhia aérea Noar não estão sendo coerentes. Segundo Rosilene Oliveira, irmã de Maria da Conceição de Oliveira, o acompanhamento psicológico foi dado a algumas famílias apenas no dia do acidente. “A empresa está oferecendo tratamento psicológico para alguns, mas entendo que todas os familiares estão precisando desse suporte, estamos todos abalados”, afirmou Rosilene. Outra reclamação é nem todas as famílias receberam o valor do seguro de Responsabilidade do Explorador e Transporte Aéreo (RETA).