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Não é de hoje que as ruas do Recife Antigo sofrem com a insegurança e algumas medidas até já foram tomadas pelos órgãos de segurança pública, a fim de coibir os incidentes de arrastão. Essas estratégias solucionaram o problema por um período, mas, segundo comerciantes da área, as confusões e roubos tornaram a acontecer com frequência aos domingos. 

“Domingo passado houve um apagão na área e facilitou a ação do pessoal que pratica os arrastões. Eles são muitos e agem muito rápido e levam tudo o que podem, mas não mexem com os comerciantes”, afirma a ambulante Valdilene Nunes. Ela explica que naturalmente os arrastões são realizados aos domingos, por volta das 22h. 

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A comerciante Elaine Cristina conta que o grupo começa a agir ao fim da feirinha do Bom Jesus, localizada na rua de mesmo nome. Logo após, eles seguem em direção ao cruzamento das ruas Vigário Tenório com a Mariz e Barros, onde há uma grande concentração de barracas e, consequentemente, de visitantes. “Eles também realizam arrastão nas imediações da Praça do Arsenal e depois vêm em direção à Rua da Moeda, passando por essas ruas quebrando garrafas, agredindo as pessoas e roubando os pertences”, detalha.

O organizador dos barraqueiros Inajá Inácio explica que nunca foi solicitado reforço da polícia no local, pois a patrulha alega que é o suficiente, mas conclui que a quantidade de profissionais não dá conta de coibir a ação. “Os policiais não conseguem impor a ordem diante desses meninos e meninas e eles acabam realizando os arrastões mesmo diante dos olhos da polícia”, descreve.

Já o morador de rua, Wilames Mendes, conta que não há como identificar um rosto no grupo, o que dificulta apontá-los à polícia em caso de acusação. 

Por conta disso, os barraqueiros passaram a atuar da sexta ao sábado até às 4h. No entanto, no domingo eles só funcionam até às 22h. “Nós só podemos comercializar até às dez horas. Se passarmos desse horário, pagamos multa, pois nesse horário policiais vêm nos fiscalizar para assegurar que não vamos nos estender no horário”, esclarece Inajá. 

De acordo com Marcos Carvalho, dono de bar há 15 anos no Recife Antigo, os estabelecimentos também estão sofrendo com os arrastões, pois ele alega que a Prefeitura do Recife, juntamente com a Polícia Militar, estabeleceu que os barraqueiros devem funcionar até às 22h e músicos só poderão tocar músicas nos bares até esse horário. Ele explica que isso tem afugentado a clientela, porque torna-se mais um ponto negativo para quem frequenta o local. “As pessoas que moram em bairros um pouco mais distantes pensam: eu vou pro Recife Antigo, mas tenho hora pra voltar, não vou ouvir música e ainda corro o risco de enfrentar um arrastão. Então prefiro ficar no bar na esquina de casa”, especula.

O empresário também conta que muitos dos seus clientes não querem mais voltar por conta disso, mas confessa que já houve períodos piores. No entanto, teme que a clientela que diminuiu em mais de 40% fique ainda mais escassa por falta de atrativos e estrutura no bairro. 

Nesta quarta (4), uma polêmica envolvendo a tradicional Feira do Bom Jesus movimentou a internet. Segundo a página da feira no Facebook, a empresa responsável pela montagem teria recebido um ofício da Prefeitura do Recife informando que os quiosques não poderiam mais ocupar a rua do Bom Jesus em virtude de um projeto de mobilidade urbana. Em nota, a Prefeitura confirmou a permanência da feirinha no tradicional endereço - entre a avenida Barbosa Lima e a rua Barão Rodrigues Mendes - e reforçou a importância da Feirinha para os recifenses e turistas.

Confira a nota na íntegra:

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"A Prefeitura do Recife informa que a Feira do Bom Jesus está mantida e não vai mudar de lugar. Com mais de dez anos de existência, a feirinha já é uma tradicional opção de lazer para os recifenses e um atrativo a mais para os turistas no bairro que conta capítulos importantes da história do Recife. A feira continuará sendo montada apenas na Rua do Bom Jesus, no trecho entre a Avenida Barbosa Lima e a Rua Barão Rodrigues Mendes, onde cerca de 100 artesãos poderão trabalhar.

A readequação fez-se necessária diante das transformações vividas pelo bairro, que agora recebe sistematicamente grandiosos projetos públicos, como o Recife Antigo de Coração e a Ciclofaixa de Turismo e Lazer, além de sediar importantes equipamentos culturais, como o Paço do Frevo e o Cais do Sertão. A ação da Feira do Bom Jesus faz parte da melhoria de todo o Bairro do Recife, iniciada em 2014, que já ordenou o Marco Zero e ruas do entorno.

A reestruturação da feira já vem sendo discutida com a organizadora e administradora da feira, Tereza Lucena, e órgãos como a CTTU, Emlurb, Guarda Municipal e secretarias de Turismo e Lazer e Desenvolvimento Econômico. Na cidade das pessoas, a mobilidade dos pedestres é uma prioridade".

A tradicional Feirinha do Bom Jesus, realizada todos os domingos na no Bairro do Recife há 16 anos, pode ganhar novo endereço a partir do próximo final de semana. Segundo a página da Feirinha no Facebook, a empresa responsável pela montagem da feira recebeu um ofício da Prefeitura do Recife informando que não será mais permitida sua montagem no local, devendo ser transferida para a Rua Barbosa Lima, com apenas metade dos quiosques. Segundo o post, a mudança faria parte de um projeto de mobilidade da Prefeitura.

Na Feirinha do Bom Jesus, diversos artesãos se reúnem semanalmente para comercializar seus produtos. São quiosques de roupas, quadros, artigos de decoração, acessórios e comida, entre outros, que há cerca de 16 anos já fazem parte do cotidiano do recifense. Com a mudança, além de perder a tradição de estar localizada na Rua do Bom Jesus, a feira também teria de diminuir o número de expositores.

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Procurada, a Secretaria Executiva de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc) afirmou que vai se posicionar em relação à possível mudança através de nota ainda nesta quarta (4).

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