A bancada de oposição na Assembleia Legislativa (Alepe) entregou, na manhã desta quarta-feira (20), um documento ao Governo de Pernambuco pedindo que seja solicitado o apoio da Força Nacional de Segurança para ajudar no combate à criminalidade. A solicitação foi protocolada no Palácio do Campo das Princesas, sede da gestão estadual.
De acordo com o líder do colegiado, o deputado estadual Silvio Costa Filho (PRB), o pedido foi motivado pelo crescimento de 35% nos índices de violência nos oito primeiros meses deste ano, quando foram registrados 3.735 assassinatos, 84.358 crimes violentos contra o patrimônio, 21.125 casos de violência doméstica e 1.332 estupros.
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“Infelizmente, nos últimos três anos, são mais de 12 mil assassinatos em Pernambuco. Entra secretário, sai secretário, entra comandante-geral, sai comandante-geral e a violência continua aumentando.Infelizmente, o governo está perdendo a guerra para a criminalidade”, destacou.
Na sessão plenária dessa terça-feira (19), quando anunciou que a bancada faria a intervenção, Silvio Filho disse que “estamos vivendo uma situação proporcionalmente muito pior que o Rio de Janeiro”. “No acumulado dos últimos 12 meses tivemos o registro de 56,9 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto no Rio de Janeiro foram 40 mortes por 100 mil. Vale lembrar que o mínimo aceitável, segundo a ONU, é de 10 por 100 mil”, comparou.
De acordo com o deputado Joel da Harpa (Podemos), um dos motivos para o crescimento da violência em Pernambuco é o elevado déficit de profissionais na segurança. “O governo está anunciando o ingresso de 1.500 policiais na corporação, mas temos o mesmo quantitativo ingressando na reserva nos próximos meses. Precisamos desse apoio até que o governo consiga reduzir esse déficit”, afirmou.
Além de pedir a Força Nacional, Silvio Costa disse que a bancada cobra “a reabertura do diálogo do governo com os policiais militares; a valorização dos profissionais de segurança; resgate dos princípios do Pacto pela Vida (plenejamento, diálogo e transparência), reforço do efetivo policial e uma ampla discussão com os municípios sobre o enfrentamento à violência”.
Os parlamentares destacam ainda que, segundo informações do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) e Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), cerca de 80% dos crimes cometidos no Estado não chegam a ser investigados.