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A epidemia de coronavírus mudou as tradições funerárias na Itália. "Selamos o caixão imediatamente, ainda no necrotério do hospital", explica Gianpiero Palmero, proprietário de uma agência funerária em Revello, no norte da Itália.

"Agora vivemos realmente uma situação particular" com esta pandemia, que causou mais de 26.000 mortos na península.

Os funerárias na Itália são reduzidos a poucos familiares, os mais próximos, e a um padre.

"É muito mais difícil no aspecto emocional, pois já não há mais funerais normais", conta Palmero, cuja família possui a funerária desde o final do século XIX neste pequeno vilarejo perto da fronteira com a França.

Ele reconhece que, "neste momento, há mais demanda dos nossos serviços".

"No hospital recolhemos o corpo diretamente no necrotério, já envolto em uma mortalha, e o colocamos no caixão, que selamos imediatamente", explica Palmero, que indica todas as medidas de precaução que toma, luvas e máscara antes de tudo.

Para a capela ardente, as mesmas prevenções são tomadas, além do distanciamento social.

As pessoas entram uma a uma para dar o último adeus ao falecido.

O governo contempla a partir de 4 de maio, data prevista para começar o desconfinamento, permitir mais pessoas nos funerais, mas sem permitir ainda os cortejos fúnebres de dezenas de pessoas.

A Itália se prepara para enterrar os mortos da tragédia de Gênova em meio a uma crescente polêmica, e ao mesmo tempo em que prosseguem as buscas por desaparecidos sob os escombros da ponte que desabou na quarta-feira (15).

Os funerais solenes estão programados para sábado (18) no centro de exposições de Gênova, com uma missa celebrada pelo arcebispo de Milão na presença das principais autoridades da Itália, incluindo o presidente Sergio Mattarella.

A cerimônia pode ser incômoda para as instituições italianas: o jornal La Stampa afirma que as famílias de 17 das 38 vítimas fatais preferem não participar e sete famílias ainda não tomaram uma decisão.

"O Estado provocou isto, que não mostrem suas caras. O desfile de políticos é vergonhoso", reagiu Nunzia, mãe de um jovem que faleceu na tragédia.

"Meu filho não vai virar um número no catálogo de mortes provocadas pelas falhas italianas", escreveu em uma rede social Roberto, pais de outra vítima.

"Não queremos uma farsa de funeral, e sim uma cerimônia em casa, em nossa igreja, na Torre de Greco", completou.

Ao mesmo tempo, as equipes de resgate ainda procuram entre 10 e 20 desaparecidos que poderiam estar no viaduto no momento da tragédia. O balanço oficial continua o mesmo: 38 mortos e 15 feridos.

"As buscas prosseguem, com a demolição e retirada de grandes blocos do viaduto desabado, para encontrar os desaparecidos", informou o corpo de bombeiros.

Quase mil pessoas trabalham no local da tragédia, incluindo 350 bombeiros.

- Polêmica -

A grande controvérsia entre o governo italiano e a empresa que administra a rodovia, a Autostrade per l'Italia, ocupa as manchetes da imprensa e não dá trégua.

O governo anunciou a intenção de revogar o contrato de concessão da empresa no trecho que fica a ponte.

"Você não pode morrer depois de pagar um pedágio na Itália", declarou o vice-premier Luigi Di Maio, ministro dp Desenvolvimento Econômico e líder do Movimento 5 Estrelas (M5S).

"Não podemos esperar a justiça penal", afirmou o primeiro-ministro Giuseppe Conte. "A Autostrade tinha o dever e a obrigação, o compromisso, de garantir a manutenção deste viaduto e a segurança de todos os que transitavam por ele".

O grupo Atlantia, controlado pela família Benetton, proprietário da Autostrade per l'Italia, respondeu que os controles de segurança estavam corretos.

A empresa afirmou que trabalha "com afinco" na reconstrução da ponte, uma obra que deve terminar em "cinco meses", assim que o local for liberado após as operações de busca.

Além da concessionária, o outro alvo dos ataques do governo italiano é a União Europeia (UE) e sua política de austeridade, acusada pelo novo Executivo do país de impedir novos investimentos.

A Comissão Europeia afirmou que estimulou a Itália a investir em infraestruturas e recordou que os Estados membros têm liberdade para "fixar prioridades políticas específicas, como por exemplo o desenvolvimento e a manutenção das infraestruturas".

A Liga Italiana de futebol terá a primeira rodada da temporada 2018-19 no fim de semana, mas as partidas de Sampdoria e Genoa, as duas equipes da cidade, previstas para domingo, foram adiadas.

As outras partidas respeitarão um minuto de silêncio antes do pontapé inicial.

Um monge recita sutras, em meio à fumaça do incenso, pela alma dos cães-robôs Aibo, companheiros de anos que mereceram cerimônias funerárias em um tradicional templo budista japonês.

O popular pet artificial deixou de ser fabricado em 2006 pela Sony, mas os exemplares vendidos ganharam o amor e a dedicação de seus donos.

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Surgidos em 1999, os Aibo causaram sensação: 3.000 cachorros mecânicos foram adotados em 20 minutos apenas, apesar de seu preço elevado, 250.000 ienes ou 1.850 euros no câmbio atual.

Em sua última versão, esses cães eram capazes de desenvolver personalidade e de expressar emoções. Com a passagem dos anos, seduziram milhares de pessoas, que ficaram desamparadas desde que, em março de 2014, foi fechado o serviço veterinário da Sony, conhecido como "Aibo Clinic".

Hideko Mori, uma farmacêutica aposentada de 70 anos, sentiu pânico quando seu robô e companheiro de oito anos desfaleceu em maio passado. "Não sabia que sua vida tinha um limite", explicou.

O pânico se transformou em alívio quando ficou sabendo que um pequeno grupo de ex-engenheiros da Sony resolveu formar uma companhia dedicada a reparar essas máquinas.

Em dois meses, seu cachorro-robô voltou novinho em folha. "Fiquei muito feliz em tê-lo de volta, em plena forma", comentou, visivelmente emocionada.

"As pessoas que os educam sentem sua presença e sua personalidade, por isso acreditamos que de alguma maneira o Aibo possui uma alma", afirma Nobuyuki Narimatsu, diretor da companhia A-Fun, cercado por dezenas de Aibos com defeito.

"Fiquei surpreso a primeira vez que falei diretamente com um cliente. Ele disse: 'Ele não está muito bem. Pode auscutá-lo?' Foi quando me dei conta de que não via o Aibo como um robô, e sim como um membro de sua família", relata outro engenheiro, Hiroshi Funabashi, que não repara máquinas, e sim as cura, como acrescentou.

Mas os donos dos Aibo em perigo precisam ter paciência. A lista de espera é longa e os cuidados podem levar semanas ou meses devido à falta de peças de reposição.

A única fonte de abastecimento provém dos Aibos moribundos, cujas famílias aceitam fazer uma "doação de órgãos" desde que os animais recebam uma homenagem no templo.

Melhor que o de verdade

Bungen Oi oficiou em janeiro sua primeira "cerimônia Aibo" no centenário templo de Kofukuji de Isumi (leste de Tóquio). "Fiquei entusiasmado em honrar uma tecnologia de ponta mediante um rito muito tradicional".

No Japão, onde se venera a robótica, a renúncia da Sony em seguir com o projeto Aibo motivou a associação de 300 companhias para formar um consórcio destinado a desenvolver centenas de máquinas ultrassofisticadas concebidas como amigos ou assistentes.

"Não sei se as pessoas sentirão afeto (por uma nova geração de robôs) nos próximos cinco ou seis anos", afirma o engenheiro Funabashi. "Mas é preciso admitir que não se trata de simples aparelhos eletrônicos".

Hideko Mori não se separaria por nada no mundo de seu cachorro virtual, que, segundo ela, é muito melhor do que um de verdade.

"Quando saio de férias, é só desligá-lo. Não preciso alimentá-lo, ele não faz xixi... Bom, de vez em quando levanta a patinha, e a gente ouve o barulho de água correndo, mas sem causar sujeira", brinca.

Os funerais de Estado do presidente Hugo Chávez tiveram início há pouco na capital venezuelana com a presença de aproximadamente 30 chefes de Estado e de governo.

No interior da Academia Militar de Caracas, um coro e uma orquestra deram início à cerimônia entoando o hino nacional da Venezuela.

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Além dos dignitários estrangeiros, estão presentes o vice-presidente Nicolás Maduro, outros altos funcionários venezuelanos e personalidades como o ator Sean Penn.

"Viva Chávez!", gritaram os presentes ao término do hino nacional venezuelano. A seguir, Maduro depositou uma espada sobre o ataúde de Chávez. As informações são da Associated Press.

Uma multidão estimada em centenas de milhares de pessoas saiu às ruas de Caracas nesta quarta-feira para se despedir do presidente Hugo Chávez, morto na véspera depois de uma luta de quase dois anos contra um câncer.

Ao som do hino nacional venezuelano, o ataúde castanho contendo os restos mortais do presidente Hugo Chávez deixou no início da tarde o hospital onde ele faleceu e seguiu em direção à Academia Militar onde o corpo seria velado. Mais de quatro horas depois, o cortejo até o local do velório ainda parecia distante do fim.

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Ao longo do trajeto, a multidão se aglomerava nas calçadas e tentava se aproximar do carro aberto que transportava o caixão de Chávez, coberto por uma bandeira da Venezuela.

Antes do início do cortejo, transmitido ao vivo pela televisão local, os presentes renderam honras na entrada do hospital militar e um padre rezou pelo "eterno descanso" de Chávez, morto aos 58 anos de idade.

À frente do caixão seguia a mãe do falecido presidente, Elena Frías de Chávez, vestida de negro. Ela enxugava as lágrimas com um lenço branco.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, e o vice-presidente e herdeiro político de Chávez, Nicolás Maduro, seguiram a pé, acompanhados de outros dignitários, o trajeto entre o hospital e a Academia Militar.

Pelo caminho, muitos venezuelanos choravam ou seguiam cabisbaixos, enquanto outros tremulavam bandeiras venezuelanas, salpicavam o caixão com flores e entoavam com vigor palavras de ordem em homenagem ao falecido presidente.

"Estou aqui por Chávez. Ele não morreu. Está vivo em nossos corações", disse Maribel Bello, uma estudante universitária entrevista pela televisão estatal. "Ele morreu e viveu por nós. Eu vou viver e morrer por ele."

O comerciante José Luis Perdomo, por sua vez, temia a possibilidade de episódios de violência entre simpatizantes e detratores do polarizador presidente.

Soldados podiam ser vistos pelas ruas da capital, mas não havia notícias de distúrbios. As escolas permanecerão fechadas até a semana que vem e o trânsito fluía tranquilamente pelas normalmente congestionadas ruas e avenidas de Caracas.

Os presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, da Bolívia, Evo Morales, e do Uruguai, José Mujica foram os primeiros a chegar à capital venezuelana para os funerais de Chávez. A presidente Dilma Rousseff embarcará amanhã para Caracas, informou hoje o Itamaraty. Em Bogotá, a chancelaria da Colômbia informou que o presidente do país, Juan Manuel Santos, também irá à Venezuela para despedir-se de Chávez. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Ao som do hino nacional venezuelano, o ataúde castanho contendo os restos mortais do presidente Hugo Chávez começou a ser levado há pouco do hospital onde ele faleceu na véspera à Academia Militar onde será velado. O caixão de Chávez está coberto por uma bandeira da Venezuela.

Antes do início do cortejo, os presentes renderam honras na entrada do hospital militar e um padre rezou pelo "eterno descanso" de Chávez, morto ontem aos 58 anos de idade.

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À frente do caixão seguia a mãe do falecido presidente, Elena Frías de Chávez, vestida de negro. Ela enxugava as lágrimas com um lenço branco. As informações são da Associated Press.

Os funerais dos três altos funcionários do governo sírio mortos ontem serão realizados na sexta-feira em Damasco, capital da Síria, disse para a Agência France-Presse uma fonte ligada às forças de seguranças. "Funerais de Estado serão feitos na sexta-feira, e então os corpos serão transportados para suas cidades de origem e enterrados lá", disse o informante. Não se sabe ainda se o presidente Bashar Assad participará da cerimônia.

Um atentado à bomba realizado na quarta-feira em Damasco matou o ministro da Defesa, Dawoud Rajha, seu vice, general Assef Shawkat (cunhado de Assad) e o chefe do conselho de crise e ex-ministro da Defesa Hassan Turkmani, além de deixar vários feridos, entre eles o ministro do Interior, Mohammed Shaar, e o major-general Hisham Ikhtiar, que preside o Departamento de Segurança Nacional. Segundo a emissora de televisão estatal, o estado dos dois é estável.

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Shawkat será enterrado na província de Tartous, oeste da Síria, Rajha na cidade cristã de Maaloula, próxima a Damasco, e Turkmani em Alepo, nordeste do país.

Sacrifícios

A Organização de Cooperação Islâmica conclamou os líderes da Síria a fazerem "sacrifícios" para evitar uma guerra civil. "A preservação dos interesses do país requer que seus líderes façam sacrifícios (...), aprendam com a experiência e coloquem os interesses da Síria e o povo sírio em primeiro lugar", disse nesta quinta-feira o secretário-geral da entidade, Ekmeleddin Ihsanoglu. As informações são da Dow Jones.

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