Diante do início da discussão sobre a admissibilidade do paracer que indica a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados, nesta sexta-feira (15), o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT), não poupou críticas aos que defendem a saída da petista do comando do país. Sob a ótica do senador pernambucano, "Dilma, que não roubou, está ameaçada de ser afastada do cargo onde chegou pelo voto por uma gangue de ladrões".

Entre os envolvidos na condução do processo, Humberto citou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e lembrou que ele "é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) e investigado em uma série de denúncias, entre elas as que identificaram mais de 15 contas ilegais no exterior de que ele é titular". O senador ressaltou também que, nesta mesma sexta-feira, veio à tona uma delação premiada que aponta Cunha como beneficiário de propina no valor de R$ 52 milhões pagos em 36 parcelas em contas no estrangeiro.

"Essa mulher, que não tem contra ela nenhuma denúncia, nenhum inquérito que a acuse de corrupção, está para ser julgada por aqueles que têm contra si as acusações mais escabrosas que existem", denunciou o líder. "O povo está nas ruas para impedir que isso aconteça e eu tenho certeza que os deputados federais terão a responsabilidade de evitar que que uma atrocidade dessa natureza rompa com a ordem constitucional e o Estado democrático de Direito", acrescentou.