Tópicos | Gicely Van Egmond

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Milhares de pessoas acompanharam, nos últimos dias, a luta da psicopedagoga Gicely Van Egmond, de 38 anos, que buscava por um leito de UTI para o filho há cinco dias e denunciou a espera através das redes sociais, alcançando grande repercussão. O bebê Ravi, de um mês e 10 dias, teria sido diagnosticado com bronquiolite, doença causada pelo vírus sincicial respiratório (VSR).

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Após a espera pela terapia intensiva no Hospital Barão de Lucena, no bairro da Iputinga, na Zona Oeste do Recife, o menino foi transferido para o Hospital Maria Lucinda, na Zona Norte, e conseguiu um leito na noite da segunda-feira (23). Na manhã desta terça-feira (24), porém, Ravi foi dado como morto.

A informação chocou não apenas os familiares, mas todos os que apoiaram os Van Egmond recentemente e que torciam para que a criança, que havia sido intubada, revertesse o quadro. Felizmente, a notícia teve mais uma reviravolta: o bebê estava vivo e a informação do óbito não passou de um engano.

Inicialmente, Gicely contou aos seguidores no Instagram sobre a morte do filho. Em um vídeo, que já foi removido da rede social, a mãe aparecia aos prantos e lamentava o suposto falecimento de Ravi. De acordo com ela, que não estava no hospital ao receber a notícia, a informação foi passada por “uma pessoa de confiança” e que fazia uma ponte entre a família e o hospital, mas que acabou se enganando sobre o estado de saúde de Ravi.

Nesta terça-feira (24), não houve óbitos do Maria Lucinda, logo, não houve troca de registros nos obituários. A mãe também esclareceu que a confusão de informações não foi causada por um funcionário. Não foram dadas mais informações sobre a origem da informação. O hospital e a Secretaria Estadual de Saúde, em nota, reiteraram que a notícia de óbito não era verdadeira.

A reportagem do LeiaJá foi ao Maria Lucinda na manhã desta terça-feira (24), onde familiares de Ravi aguardavam informações e autorização para entrar na unidade de saúde. Nenhum deles soube informar de onde saiu a informação e todos afirmaram terem sido pegos de surpresa, e já estavam prontos para auxiliar no procedimento fúnebre.

Gicely e Ravi. Foto: Arquivo Pessoal

Tia de Ravi desmentiu o boato

A advogada Regina Cely, de 49 anos, tia de Ravi, foi a primeira pessoa a chegar ao Maria Lucinda, pronta para organizar o velório do sobrinho. Ao dar entrada na unidade, soube pela equipe de enfermagem que Ravi estava vivo, bem e responsivo.

“Gicely passou a informação para mim: ‘vá pro hospital, Ravi faleceu’. Eles sumiram, eu não tive mais contato e vim pra cá. Vim de preto, pronta pra sair da UTI para o necrotério. Eles [os pais] estavam se organizando para vir pra cá [hospital], porque eles têm um outro bebezinho de um ano e oito meses, e não podem ficar juntos na UTI. Não pode ter acompanhante e tem dois horários de visita, então só entra um ou outro. Eles abriram uma exceção agora, e permitiram um de nós entrar, porque viram nosso desespero”, compartilhou Regina ao LeiaJá.

A tia, que estava em aula no momento em que recebeu a notícia, chegou a passar mal. “Comecei a gritar dizendo ‘ele morreu, ele morreu’. A professora já conhecia a história, a gente se trancou no banheiro e ela me acompanhou só para me ver chorar. Eu entrei em desespero. Pensei ‘tanta luta e a gente perdeu ele’”, continuou.

Dois óbitos pediátricos por VSR

A crise de superlotação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátricos tem assustado pais e mães em Pernambuco. Nessa segunda-feira (23), um bebê de 11 meses morreu à espera de um leito de UTI, na emergência pediátrica do Hospital Barão de Lucena (HBL), na Iputinga.

Nesta terça-feira (24), uma bebê de um mês morreu antes da transferência para um leito de terapia intensiva. A menina, que estava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Curado, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, aguardava há quatro dias por vaga em UTI.

Em nota, o Governo de Pernambuco informou que a taxa média de ocupação de leitos pediátricos para pacientes com quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) está em 77%, sendo 82% em UTI e 68% em enfermaria. Até o começo da tarde desta terça-feira (24), eram 58 solicitações ativas para leitos de UTI pediátrica e 11 para UTI neonatal. 

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