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Apesar de a nota oficial da CBF informar que a saída da comissão técnica da seleção brasileira se deu por "comum acordo", Dunga, Gilmar Rinaldi e toda a equipe foram demitidos por decisão de Marco Polo Del Nero, presidente da entidade. O dirigente recebeu Dunga e Gilmar Rinaldi às 14h40 desta terça-feira (14) e apenas informou a dupla sobre a saída da comissão.

O próprio coordenador de seleções declarou que "entendia a posição do presidente". Menos de uma hora após o encontro com Del Nero, Gilmar Rinaldi reuniu a imprensa para uma breve entrevista coletiva. "Esse trabalho chega ao fim neste momento. Os resultados não vieram, e eu entendo a posição do presidente, trocando a comissão técnica toda. Apesar de eu ser mais a parte administrativa, eu sou o chefe da comissão e tenho essa responsabilidade", afirmou.

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Com semblante abatido, Gilmar agradeceu a Del Nero - o presidente está recluso em seu gabinete no terceiro andar da sede da CBF. "O presidente Marco Polo é a pessoa por quem eu sempre vou ser grato pela oportunidade que me deu de mais uma vez servir a seleção brasileira", afirmou. "Acho que cumpri meu trabalho da melhor forma possível. Busquei fazer o melhor, seguindo meus princípios. Não mudei minhas convicções."

O agora ex-coordenador disse que seguirá na CBF "até quinta ou sexta-feira", para ajudar na transição do cargo. "Saio daqui triste pelo momento, de não ter concluído o trabalho, mas feliz por ter realizado o que eu acredito e ter colocado as minhas ideias", declarou Rinaldi. "Espero que as pessoas que venham aqui deem sequência ao trabalho que foi feito. Que façam suas correções, melhorem, mas que não se perca muita coisa que a gente conseguiu mudar com muito trabalho e muito esforço."

Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções da CBF, revelou uma conversa importante que teve com o santista Gabriel, convocado para a Copa América Centenário. O dirigente disse que o atacante não teria sido convocado a partir das informações que eles haviam recebido, mas que decidiram observá-lo diretamente.

"Falei para ele no dia que o convoquei: 'Quero que você saiba de uma coisa. Se fosse pelas coisas que falam, pelas informações que nós recebemos por aí, você não estaria aqui', declarou Rinaldi em entrevista ao programa "Bem, amigos!", do canal SporTV, sobre Gabriel, que tem boas chances de também ser convocado para defender o Brasil na Olimpíada.

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"Porque ele tem o cabelo assim, mas isso é problema dele, quero saber se ele joga, se obedece o treinador, se entende o que treinador quer, e se as coisas que o treinador pede ele executa. Fomos pessoalmente ver alguns jogos do Santos porque tinham falado tanto, mas ele cumpre, que é o que importa para nós. Se ele tem um comportamento mais descontraído ou não, contando que não seja agressivo e não prejudique o grupo, não tem problema", acrescentou.

Dos 23 jogadores convocados pelo técnico Dunga para a Copa América, sete têm idade olímpica: o goleiro Ederson (Benfica), o lateral-direito Fabinho (Monaco), os zagueiros Rodrigo Caio (São Paulo) e Marquinhos (Paris Saint-Germain), o lateral-esquerdo Douglas Santos (Atlético-MG), o meia Rafinha Alcântara (Barcelona) e Gabriel (Santos).

O coordenador de seleções da CBF, Gilmar Rinaldi, confirmou na noite desta segunda-feira que Rogério Micale será auxiliar técnico de Dunga nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto. Acompanhado do preparador físico do time sub-23, Marcos Seixas, Micale vai reforçar a comissão técnica que já conta com Andrey Lopes, auxiliar de Dunga na seleção principal.

Com carreira consolidada como treinador de times de base, Micale se tornou técnico das seleções sub-20 e sub-23 no ano passado, em substituição a Alexandre Gallo. Ele ganhou mais espaço na CBF ao levar o time sub-20 ao vice-campeonato mundial. Cogitou-se até manter Micale como treinador da seleção olímpica no Rio-2016.

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Contudo, Rinaldi decidiu por colocar Dunga no comando do time olímpico ainda no ano passado. Desde então, o treinador passou a fazer as convocações da equipe, sempre em parceria com Micale, que comanda o time olímpico em amistosos que coincidem com datas dos jogos da seleção principal.

O coordenador de seleções da CBF também comentou a presença de Neymar tanto na Copa América Centenário quanto na Olimpíada. Rinaldi revelou parte do plano proposto pela CBF aos clubes europeus para conseguir a liberação do atacante e de outros jogadores que podem atuar nas duas competições - Dunga pode convocar até três jogadores acima de 23 anos para o Rio-2016. "O problema [para liberar Neymar] são as férias. O Barcelona está muito preocupado com isso e nós também, porque o jogador tem que ter o seu descanso", afirmou o dirigente, em entrevista ao canal Fox Sports.

Rinaldi comparou o tempo de descanso que os brasileiros terão com as férias dos jogadores que disputarão a Eurocopa, entre junho e julho deste ano, na França. "Nós temos uma planilha na qual é muito fácil perceber que os jogadores que irão participar da Eurocopa vão ter menos tempo de férias do que os jogadores que irão participar da Copa América e da Olimpíada. Quem participar da Copa América e da Olimpíada terá cerca de 21 ou 22 dias de férias. Quem participar da Euro terá cerca 15 dias", declarou.

A partida entre Brasil e Uruguai pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018 está confirmada para acontecer no Recife, pelo menos foi o que garantiu o coordenador técnico da seleção, Gilmar Rinaldi, em entrevista a um programa do canal SporTV, na manhã desta quinta-feira (10). Com especulações sobre a realização da partida em Pernambuco desde novembro, essa será a volta da canarinha ao Estado após três anos.

Portal LeiaJá entrou em contato com Evandro Carvalho, mas o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) afirmou desconhecer a informação 'por ainda não estar no seu expediente na entidade'. “Ontem (quarta-feira) quando saí da Federação ainda não havíamos recebido nada. Vamos ver hoje quando o expediente começar a partir das 14h, se há essa confirmação”, disse. O dirigente, contudo, mostrou extremante animado com a informação da declaração de Gilmar. “Fico muito feliz com essa informação, espero que se concretize”, concluiu.

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Apesar das reivindicações da Federação Uruguaia para que a partida não fosse realizada no Norte e Nordeste brasileiro, alegando o desgaste que teria da viagem, Gilmar afirmou que inclusive detalhes de vistorias em estádio, locais de treino e hotéis já estão sendo feitos. “Está praticamente tudo definido para que o jogo seja em Recife. Falta só acerto de contrato com o estádio. Hoje (quinta-feira) já temos uma equipe nossa fazendo a logística, olhando local para treinamento e hotel para a delegação”, disse ao programa. Ainda não tendo sido confirmada, a expectativa é que a partida seja realizada na Arena Pernambuco.

 

A Copa América é uma competição importante para a seleção brasileira tem a carga extra de representar o primeiro torneio oficial após o vexame da Copa do Brasil, mas, tem, sim, espaço para testes. Aquela história de que o torneio no Chile não serviria de laboratório, como o técnico Dunga havia dito meses atrás ao garantir que não haveria surpresas na lista dos convocados para o torneio, faz parte do passado. A mudança de rota foi admitida nesta segunda-feira pelo coordenador Gilmar Rinaldi, ao justificar a convocação do lateral-esquerdo Geferson para a seleção.

"O foco também tem de ser nas experiências. Não podemos pensar só no momento, temos de olhar para o futuro", disse Gilmar, em entrevista na Granja Comary, em Teresópolis. Além de Geferson, de 21 anos, vale lembrar que dois outros jogadores com idade olímpica, os meias Fred, do Shakhtar Donetsk, e Felipe Anderson, da Lazio, foram chamados por Dunga, embora estes apenas para o período de treinos em território brasileiro, período em que serão disputados dois amistosos.

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É importante ressaltar que Dunga, quando disse que a Copa América não era lugar para testes, era "apenas" o treinador da seleção principal. Mas, com a demissão de Alexandre Gallo, ele assumiu também a equipe olímpica que tentará o ouro inédito no Rio, em 2016. Certamente, isso pesou na mudança de filosofia.

Gilmar contou que Geferson entrou nos planos de Dunga por seu desempenho na partida do Internacional contra o Santa Fé, da Colômbia, pela Copa Libertadores, que o treinador assistiu no Beira-Rio. "Casualmente, na semana passada, assistindo ao jogo do Internacional na Libertadores, ele (Geferson) teve um comportamento que agradou ao Dunga. Isso deve servir de estímulo para todos os jogadores. Alguém que chame a atenção pela parte positiva pode ser chamado."

O coordenador lembrou que a seleção teve convocados inicialmente dois outros jogadores jovens - o lateral-direito Fabinho, do Mônaco, e o zagueiro Marquinhos, do PSG - e que, no grupo atual, considerando-se os três jogadores acima de 23 anos que poderão participar dos Jogos do Rio, já se poderá ter quase uma base olímpica.

Gilmar não quis comparar a situação atual de Dunga com a de 2008, quando o técnico dirigiu a seleção olímpica em Pequim e dois anos depois levou pouquíssimos jogadores daquele grupo para a Copa do Mundo de 2010, mostra que a "intregração" não funcionou naquela ocasião. "Eu não estava na seleção naquela ocasião. Mas posso dizer que hoje estamos atuando com a ideia do treinador de preparar jogadores e buscar neles o perfil que queremos para enfrentar o desafio olímpico."

A Alemanha virou referência para o futebol brasileiro depois da vitória por 7 a 1 sobre a seleção na semifinal da Copa do Mundo. E o coordenador de seleções da CBF, Gilmar Rinaldi, o técnico Dunga e o assistente Andrey Lopes voltaram nessa segunda-feira (24) ao Brasil depois de mais de três semanas na Europa. Após os amistosos contra Turquia e Áustria (vitórias por 4 a 0 e 2 a 1, respectivamente), o trio permaneceu no continente e foi à Alemanha para buscar informações sobre a formação de jogadores.

"Conhecemos toda a estrutura do Borussia Dortmund, principalmente a base, que é muito forte. Eles são um dos times que mais vendem e revelam jogadores e a gente queria entender um pouco como fazem isso. Depois jantamos com o Jurgen Klopp (técnico do Borussia Dortmund) e ele nos passou uma série de coisas", disse Gilmar Rinaldi.

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Klopp está no Borussia Dortmund desde 2008 e reergueu o clube após grave crise financeira. Nos últimos seis anos ele conquistou seis títulos: Campeonato Alemão (2010/2011 e 2011/2012), Copa da Alemanha (2011/2012) e Supercopa da Alemanha (2008, 2013 e 2014).

Os integrantes da comissão técnica da seleção ficaram dois dias na Alemanha e também se encontraram com Hannes Wolf, técnico da categoria sub-17 do Borussia Dortmund, Lars Ricken, gerente das categorias de base, e Kai Kuhlmann, responsável pela programação de treinos do clube.

Gilmar Rinaldi, Dunga e Andrey Lopes aproveitaram a visita às instalações do Borussia Dortmund para conhecer e testar o Footbonaut, uma máquina que simula situações para treinamentos. "Todo mundo falava desse equipamento e fomos lá para conhecer. Ele faz correção de passes, domínio de bola, capacidade de reação e outros fundamentos. É uma máquina bem complexa e só existem três no mundo - no Borussia Dortmund, no Hoffenheim e outra no Catar", disse Rinaldi. Mas não está nos planos da CBF adquirir o equipamento.

INGLATERRA - Depois da passagem pela Alemanha, o trio foi para Londres, onde visitou as instalações do centro de treinamento do Chelsea e almoçou com o técnico português José Mourinho. "Quatro jogadores nossos jogam lá (Filipe Luís, Willian, Oscar e Ramires) e fomos fazer um intercâmbio", explicou Gilmar Rinaldi.

Na Inglaterra, eles viram de perto três partidas do Campeonato Inglês: Chelsea 2 x 0 West Bromwich, Arsenal 1 x 2 Manchester United e Crystal Palace 3 x 1 Liverpool, todos em Londres.

O coordenador de seleções da CBF, Gilmar Rinaldi, alegou "problema interno" para justificar o desligamento do lateral-direito Maicon da seleção brasileira, na tarde deste domingo, em Miami. O jogador foi titular na vitória por 1 a 0 sobre a Colômbia, em amistoso disputado na sexta-feira.

"Foi um problema interno, não vou responder perguntas sobre isso e gostaria que fizessem a gentileza de não perguntarem aos jogadores", declarou Rinaldi. "Agradeço a passagem dele pela Seleção, mas hoje ele foi desligado da delegação. Queria agradecer os serviços prestados à seleção."

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Os jogadores tiveram folga neste sábado em Miami e deveriam se reapresentar até 20 horas. A expressão "problemas internos", utilizada por Gilmar Rinaldi, indica que pode ter acontecido alguma caso grave de indisciplina, como, por exemplo, atraso horário da apresentação ou mesmo que reapresentação tenha sido feita de maneira inadequada.

O lateral Fabinho, que joga no Monaco, da França, será o substituto de Maicon no grupo para o amistoso de terça-feira, contra o Equador, em Nova Jersey. Ele já está a caminho de Miami para se incorporar à delegação.

Aos 33 anos, Maicon era um dos remanescentes do grupo que defendeu a seleção na Copa do Mundo, quando foi reserva no lado direito - o titular foi Daniel Alves. Maicon teve boa atuação na vitória contra a Colômbia, por 1 a 0, na sexta-feira, em Miami, mas praticamente encerra seu ciclo na seleção brasileira.

A tão esperada integração da base com a seleção brasileira principal já começou, afirmou Gilmar Rinaldi nesta sexta-feira (15), em Valência. Na Espanha, o coordenador de seleções observa, na companhia do técnico Dunga, o desempenho do time Sub-20 nacional no Torneio de Cotif.

"Este é o ponto de partida [na integração entre as seleções]", afirmou Rinaldi, que assumiu o cargo na CBF com a missão de aproximar os mais jovens dos jogadores mais experientes. "Na realidade, começamos a colocar em prática a nossa filosofia de trabalho, temos que conviver com as categorias amadoras, com os times Sub-20, Sub-17 e Sub-15".

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Para Rinaldi, a presença de Dunga no torneio contribuirá para o crescimento dos jovens jogadores, ao colocar certa pressão sobre o elenco. "É importante que eles sintam a presença da seleção principal e saibam que nosso futuro depende muito deles. É o caminho que eles vão seguir um dia, que vai desembocar na seleção principal", afirmou.

"A presença do treinador da seleção principal sempre causa expectativa muito grande [entre os mais jovens], o que é positivo, porque eles têm a oportunidade de se mostrar ao treinador e também dá uma certa pressão, o que é bom porque eles têm que saber lidar com isso", declarou.

Na sua avaliação, o torneio ajuda a estimular a evolução dos atletas por oferecer condições adversas, como o gramado sintético. "É um fato novo, o que já faz parte do treinamento. Toda vez que você tem um fato novo, tem que buscar uma solução para uma dificuldade. É o que eles estão fazendo, é difícil, não é o que estão habituados. Eles têm que superar o gramado sintético e se impor nele. Tudo faz parte da preparação para que um dia cheguem à seleção olímpica e seleção principal", disse.

Para Rinaldi, acompanhar o torneio de base servirá para a futura renovação da seleção principal. "Para nós, é muito importante começar a monitorar, ter conhecimento dos jogadores, identificá-los, saber as características, como jogam, como se comportam para, quando chegarem a seleção principal, a gente tenha um desenho total da personalidade e qualidade desses jogadores", disse.

Comandada pelo técnico Alexandre Gallo, a seleção Sub-20 já disputou duas partidas em Cotif, ainda sem vencer. Foram dois empates, com Catar e Equador, por 1 a 1 e 0 a 0, respectivamente. Gallo também é coordenador das categorias de base da CBF e vem trabalhando em conjunto com Dunga e Rinaldi.

Desconfiança. Essa foi, e ainda é, a principal reação à nomeação de Gilmar Luís Rinaldi como coordenador geral de seleções da CBF. Na prática, o gaúcho de Erechim, de 55 anos, ex-goleiro de times como Internacional, São Paulo e Flamengo, será o maior responsável implantar as mudanças necessárias para recolocar a seleção na estrada, depois de ter sido jogada pirambeira abaixo na Copa do Mundo. Para muitos, Gilmar é uma aposta no escuro, arriscada.

A dúvida que se seguiu à surpresa do anúncio feito pelo presidente da CBF, José Maria Marin, é se Gilmar está apto para a função. Pela falta de experiência e por ter se dedicado nos últimos 14 anos a uma profissão polêmica e de certa forma malvista no futebol brasileiro atual: a de agente de jogadores. Ele deverá participar do processo de descoberta e convocação de atletas para todas as categorias e os críticos consideram que poderia "cair em tentação" e privilegiar interesses outros, que não os da seleção.

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Gilmar, que renunciou à condição de agente Fifa - a licença lhe custou 100 mil francos suíços em 2000, o que hoje equivaleria a R$ 246 mil - no dia em que se tornou coordenador, já disse reiteradas vezes "que não tinha vergonha de ganhar dinheiro como empresário de futebol". Garante, porém, que isso é passado.

O que não o livra da desconfiança. "Ele pode vir a ser um excelente coordenador, mas se fosse minha atribuição (designar o coordenador) eu não o escolheria", disse o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto, aliado de Marin e que será um dos vice-presidentes da CBF durante o mandato de Marco Polo del Nero - assume em abril do próximo ano.

Gilmar, nome que lhe foi dado pelo pai como homenagem a Gylmar dos Santos Neves, campeão mundial em 1958 seis meses e meio antes de ele nascer, sabe que continuará levando pancadas. E se diz preparado. "Não tenho nenhuma preocupação. Eu sei que já levantaram toda a minha vida, mas sempre fui muito claro, transparente", disse no início da noite de sexta-feira, em rápida conversa por telefone. "Não posso me alongar, estou em reunião", justificou-se.

HISTÓRICO - Para conviver com narizes torcidos e olhos arregalados sobre os seus atos, Gilmar diz contar com características que traz desde os tempos em que usava calças curtas em Erechim: determinação e organização. "Sempre procurei ser uma pessoa organizada. Foi assim no tempo de colégio e não mudou quando eu comecei a jogar no Inter, aos 14 anos", disse certa vez.

A determinação e a teimosia típica dos capricornianos o ajudaram a ficar no Internacional, mesmo tendo de penar por quase um ano até ser integrado ao elenco da categoria infantil. A organização é outra marca forte de Gilmar Rinaldi, garante Careca, que foi seu companheiro no São Paulo. "Ele sempre foi organizado. Gosta das coisas certinhas. Cobrava todo mundo. Era chato", recordou. "Mas chato no bom sentido".

Careca exemplifica: Gilmar era o responsável pela "caixinha", multa que os jogadores têm de pagar por pisadas na bola - como chegar atrasado aos treinos. "Tinha gente que queria pagar a caixinha mais tarde e ele não deixava. Alegava que, se tinha quem pagava na hora, todos deveriam fazer o mesmo. Não aceitava privilégios".

Talvez por isso, em uma de suas primeiras experiências fora dos gramados, como superintendente de futebol do Flamengo, em 1999 - encerrou a carreira no Cerezo Osaka japonês -, Gilmar tenha arrumado um inimigo para o resto da vida: Romário. O Baixinho acertara com outros cartolas que não precisaria ir ao clube no dia seguinte às partidas. O ex-goleiro não concordou. Trombaram publicamente, o artilheiro acabou por deixar a Gávea e não perdoou Gilmar - que até então definia Romário, com quem esteve na campanha do tetracampeonato mundial em 1994, como "amigo".

Polêmica maior só quando Gilmar passou algumas horas preso na Itália na década de 80, acusado de evasão de divisas. Na ocasião, retornava ao Brasil com Falcão, que o havia levado para conhecer o país, e teve de explicar por que estava com pouco mais de US$ 4 mil não declarados no bolso.

"Eu havia ficado na casa de um amigo e não tive gastos. O problema foi que, na chegada, como o aeroporto estava cheio e o assédio ao Falcão seria grande, um policial nos fez passar por uma porta lateral. Não fizemos a alfândega e não declarei o dinheiro que estava comigo", recordou Gilmar. "Na volta, como na Itália havia uma lei que obrigava a declarar a entrada de mais de US$ 600, ocorreu o problema. Mas expliquei ao juiz e ele me liberou. Só que perdi o voo e tive de voltar ao Brasil no dia seguinte".

Já Romário não engole a nomeação de Gilmar. E bate pesado. "É inadmissível Gilmar Rinaldi ser escolhido para assumir o cargo de diretor/coordenador de seleções da CBF. O cara é empresário de vários jogadores. Tive o desprazer de trabalhar com ele no Flamengo, é incompetente e sem personalidade. Só os ratos do Marin e Del Nero para escolherem uma pessoa como essa", detonou no Twitter.

Gilmar deixou a superintendência do futebol rubro-negro e virou empresário. Isso é assunto comentado até hoje na Gávea. É que logo de cara ele passou a agenciar Adriano, Juan, Reinaldo e Gilberto, então considerados os quatro melhores jogadores do time e que pouco tempo depois, em negociações intermediadas por Gilmar, deixaram a Gávea.

"Os dirigentes da época comentam sobre isso, mas eu não estava lá. Fui companheiro do Gilmar como jogador, fomos campeões brasileiros em 1992 e ele sempre foi correto", disse o ex-lateral Júnior. "Mas vai estar sempre ligado a isso (ao fato de ter sido agente) porque a profissão de empresário não é bem vista".

No entanto, há quem defenda Gilmar de maneira enfática. "O que importa é que ele é honesto", encurtou Francisco Novelletto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol e que não morre de amores pela atual administração da CBF. "Por ele, eu coloco a mão no fogo. E olha que não sou de colocar a mão no fogo por ninguém", disse Careca.

NA SELVA - O empresário Gilmar se envolveu em algumas polêmicas. A relação com Vágner Love foi rompida de forma ruidosa, com o jogador o acusando de não cumprir alguns acordos. Com Adriano, muitas vezes teve de se desdobrar para contornar as confusões em que o jogador se metia. O rompimento também não foi dos mais amigáveis. O atacante acertou com o Corinthians em 2011 à revelia do agente e por influência de Ronaldo - que Gilmar chamou de irresponsável por não levar em conta o momento difícil que Adriano passava na vida pessoal.

Em 2012, Gilmar, em visita ao jornal O Estado de S.Paulo, revelou que estava "meio cheio" da vida de empresário, queixou-se da falta de ética e disse pensar em mudar de atividade - o que só fez de modo efetivo há menos de duas semanas. Pensava em trabalhar na gestão de clubes ou como consultor. Antes do convite da CBF, estudava mudar para Los Angeles, nos Estados Unidos, para ficar mais perto da filha Giovanna, de 19 anos.

Agora tenta definir um formato de trabalho. Entre outras ideias, pensa em formar uma espécie de "conselho de notáveis", com jogadores campeões do mundo, para auxiliar e trocar experiências com ele e com o técnico Dunga - de quem é amigo há três décadas.

Nas horas vagas, pretende continuar a comer uma boa massa e a saborear um bom vinho com amigos e com a família. Mas um de seus prazeres deverá deixar de lado. Gilmar sabe que será difícil arrumar tempo para pescar.

Não doeu, não envergonhou, não fez nada. A humilhação dos 7 a 1 contra a Alemanha não surtiu nenhum efeito na CBF. Não adianta. Quem comanda o futebol nacional nada entende do esporte. São políticos. Entendem de acordos, comerciais e de poder. 

Marin e Nero deram a um ex-goleiro que se profissionalizou na venda e compra de jogadores  a missão de reorganizar a abalada seleção brasileira. O caráter pessoal prevaleceu sobre o profissional. Por maiores que fossem os clamores populares por um time com um sistema de jogo moderno, com um treinador que fosse um estudioso do futebol, a decisão para se escolher o novo/velho treinador do Brasil foi baseada na amizade.

Gilmar Rinaldi e Dunga são amigos há mais de 30 anos. Estiveram juntos na conquista da medalha de prata nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984. Dez depois integraram o time de Carlos Alberto Parreira que conquistou o tetracampeonato mundial. Agora a dupla se reencontra no comando da seleção brasileira.

O capitão de 1994 volta ao banco de reservas como treinador assim como fez de 2007 à 2010. No currículo de técnico as conquistas de uma Copa América, uma Copa das Confederações, o primeiro lugar nas eliminatórias sul-americanas, uma eliminação nas quartas de final de uma Copa e um título de campeão gaúcho. Muito pra quem só comandou duas equipes em toda a carreira.

Junto com Dunga volta à seleção o regime de concentração quase militar, a exaltação a volantes brucutus e as rusgas com a imprensa. Se em 2014, com Felipão, os jogadores choravam demais, em 2010 a instabilidade emocional foi ao contrário.

A tão esperada e anunciada revolução no futebol nacional não veio. Não tinha como ser diferente. Como dito no início do texto, políticos gerem a CBF. Não há como acreditar em promessas de políticos.

3 dentro

- Cruzeiro. O melhor time do Brasil caminha a passos largos para conquistar o bicampeonato nacional. A equipe azul de Minas Gerais já abriu cinco pontos de vantagem para o segundo lugar na competição.

- D’Alessandro. Argentino é dono do meio campo do Internacional e maestro do time. A goleada por 4 a 0 em cima do Flamengo teve a atuação impecável do camisa 10.

- Bernardinho. Mesmo perdendo o título da Liga Mundial para os EUA, o treinador da seleção brasileira de vôlei mostra que é um dos melhores do mundo na função de comandar equipes. A autocobrança por rendimentos de alto nível fazer qualquer equipe de atletas que ele esteja à frente sempre brigue por títulos.

3 fora

- Santa Cruz. Antes da parada para a Copa do Mundo era o único time invicto nas séries A e B. Após o retorno do mundial é a equipe que tomou sete gols em dois jogos. A instabilidade defensiva tricolor é um defeito que o treinador Sérgio Guedes parece fechar os olhos.

- Náutico. A intertemporada não está mostrando resultados dentro de campo. O que se vê é um time bagunçado e confuso. Quem demonstra está mais perdido é técnico Sidney Moraes no banco de reservas.

- Shakhtar Donetsk. Falta bom senso do time ucraniano recheado de jogadores estrangeiros. O país vive um clima de tensão, aumentado pela explosão de um avião da Malaysia Airlines na semana passada. Por esse motivo, os brasileiros Alex Teixeira, Fred, Douglas Costa, Ismaily e Dentinho se recursam a retornar ao Leste Europeu. O dono do time Rynat Akhmetov ameaça punir quem nãi cumprir “as obrigações que estão nos contratos”.

A goleada por 7 a 1 contra Alemanha não doeu nos dirigentes da CBF. A derrota, para eles, não foi nada além de um acidente de percurso. Não mexeu no brio. Não deu vergonha.

Difícil esperar alguma espécie de constrangimento de quem vem fazendo do futebol brasileiro um mero balcão de negócios, com venda de jogos da seleção e explorando a marca para, apenas, fazer dinheiro. 

Diante o vexame na Copa dentro de casa, foram propagados aos quatro ventos mudanças, reformas e revoluções no futebol nacional. A brisa da esperança de dias melhores soprou no rosto de cada torcedor. Durou pouco. Nesta quinta-feira a tempestade de realidade caiu sobre a cabeça de todos.

A chuva fez a baixar a poeira da fantasia e mostrou que tudo estava como antes, com pequenas diferenças. Marin, Nero e Gallo agora têm a companhia de Gilmar Rinaldi, homem com experiência no futebol. Foi um razoável goleiro que integrou o banco de reservas na Copa de 1994, uma lástima como dirigente no Flamengo e um competente agente de jogadores de futebol.

Em uma entidade que há muito tempo esqueceu-se de gerir o esporte que representa e passou a ter mais interesse em ganhos econômicos, parece ser coerente trazer alguém que tinha como trabalho utilizar atletas como mercadoria. 

Deixe guardada a esperança de um futebol moderno no Brasil em um lugar seguro. De tempos em tempos confira como ela anda e não a deixe morrer. Tenha fé, um dia as coisas mudam.

3 dentro

- Neto Baiano. Não foi o gol que Pelé queria ter feito, mas a pintura do centroavante rubro-negro está na galeria dos mais bonitos arremates feitos no Brasil em 2014.

- Mesut Özil – Durante um ataque israelense contra o território palestino um grupo de crianças foi atingido por bombardeios. Uma delas usava a camisa do Real Madrid com o número 23 e o nome do meia alemão nas costas. O fato chamou a atenção do jogador que destinou a sua parte na premiação pela conquista da Copa do Mundo para as vítimas do conflito no Oriente Médio.

- São Paulo. O técnico Muricy Ramalho parece ter deixado de lado o futebol retranqueiro-eficiente que o consagrou como um dos melhores treinadores do Brasil e passou para um jogo mais dinâmico e de toque de bola. Pelo menos foi i que deu para perceber na vitória do tricolor paulista contra o Bahia por 2 a 0. Essa é uma boa estratégia para um time que tem Luís Fabiano, Alan Kardec, Kaká, Pato e Ganso.

3 fora

Fórmula 1. A categoria está cada vez mais desprestigiada entre os brasileiros. Uma prova é que as tradicionais transmissões dos treinos classificatórios terão menos tempo na TV. Se antes, aos sábados, os admiradores da velocidade tinham um hora para assistir a formação do Grid de largada, a partir de amanhã (19), ficarão restritos aos vinte minutos finais da classificação. 

 - Botafogo. O alvinegro carioca está em uma de suas principais crises econômicas. O clube está sofrendo com penhoras e por isso fica cada vez mais difícil conseguir algum tipo de empréstimo ou adiantamento que possa aliviar um pouco as dívidas.

- Blackpool. Não seria estranho se esta história acontecesse no Brasil. Na Inglaterra, o treinador do Blackpool, time da segunda divisão do futebol inglês, ameaça deixar o clube 37 dias depois de assumir o cargo. O motivo seria a falta de jogadores no elenco. Atualmente a equipe conta apenas com oito atletas durante os treinamentos.

Romário voltou a fazer críticas ao comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Nesta quinta-feira, o deputado federal e ex-jogador reagiu mal à decisão da entidade em anunciar Gilmar Rinaldi como o novo coordenador geral de todas as seleções do Brasil. "É inadmissível Gilmar Rinaldi ser escolhido para assumir o cargo. O cara é empresário de vários jogadores. Tive o desprazer de trabalhar com ele no Flamengo, é incompetente e sem personalidade", disse Romário no Twitter.

O ex-atacante afirmou que Gilmar fará da CBF "um banco de negócios para defender os seus interesses". Ele também citou o nome dos principais dirigentes da entidade. "Só os ratos do (presidente José Maria) Marin e (presidente eleito Marco Polo) Del Nero para escolherem uma pessoa como essa".

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Durante a entrevista coletiva desta quinta, Gilmar afirmou que não atua mais como agente de jogadores. Ele admitiu ter mandado na véspera um recado para os atletas com quem trabalhava para informar sobre a sua decisão. "Primeiro, quero deixar claro que minha atividade, que exerci por 14 anos, já não exerço mais, de agente Fifa. Comuniquei aos meus clientes e eles não entenderam nada. Minha atividade agora será somente com a seleção brasileira", disse.

Romário e Gilmar Rinaldi foram companheiros na seleção brasileira. Em 1994, conquistaram o tetracampeonato mundial na Copa dos Estados Unidos. O atacante, no ano seguinte, acertou a transferência para o Flamengo, ex-clube do goleiro, que jogou quatro anos no futebol japonês.

O presidente da CBF, José Maria Marin, anunciou na manhã desta quinta-feira (17), o nome de Gilmar Rinaldi como o novo coordenador técnico da Seleção Brasileira.  Ele, juntamente com outros membros, decidirá o nome do novo treinador do Brasil, que deve ser anunciado na próxima semana, segundo Marin. 

Apesar das especulações sobre um treinador estrangeiro, Rinaldi já aboliu essa possibilidade. “Ainda não é momento de buscar alguém de fora. o momento é olhar para casa, que tem muito conhecimento. Não temos muito tempo para a definição”, afirmou. Gilmar foi campeão Mundial em 1994 e sabe que chega em um momento conturbado. “Sei das dificuldades e dos ajustes que precisamos fazer. Algumas atitudes imediatas serão tomadas”, completou. 

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Gilmar exerceu a função de empresário, gerenciando a carreira de alguns jogadores por 14 anos, inclusive a do atacante Adriano, porém ele explicou que já abandonou a carreira. “Queiro deixar bem claro que minha atividade como agente de futebol não existe mais”, afirmou. “Quanto à vinculação não tenho nenhuma preocupação, pois minha história fala por si mesma. Minhas ações serão conhecidas no futuro”, disse.

A derrota na Copa do Mundo de 2014 fez com que a entidade queira aplicar uma nova filosofia no futebol brasileiro. “É uma nova forma de ver as coisas. Temos que avançar em algumas coisas que a comissão antiga não teve tempo de fazer. Vamos priorizar o coletivo, e não o individual”,finalizou Rinaldi.

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