A fuga de mais de mil pessoas da ilha italiana de Ischia, em Nápoles, após o terremoto que atingiu o local, foi cercada de polêmicas durante a noite desta segunda-feira (21) e a madrugada desta terça-feira (22).
Isso porque as companhias que fazem o transporte marítimo entre a ilha e o continente cobraram as passagens de quem estava tentando fugir da cidade por conta do desastre e longas filas se formaram no porto de Ischia.
##RECOMENDA##Por conta da falta de um plano de evacuação, centenas de pessoas precisaram dormir nas filas - ou em seus carros - esperando a chance de poder deixar o local. Entre os afetados, estava o produtor cinematográfico Gaetano di Vaio, que usou as redes sociais para criticar.
"Vergonha em Ischia. Nessa noite, milhares de pessoas, em pânico total, foram obrigadas a pagar antes um ingresso para depois embarcar após horas e horas de espera. Espero que haja advogados interessados nisso. Em uma situação de altíssima emergência, isso é imperdoável", escreveu.
Outro italiano, chamado Mariano Bonky, publicou uma foto da passagem em suas redes sociais e ironizou dizendo que "esse é um plano de evacuação.. fazer fila por duas horas e pagar a passagem. Sem palavras".
Ao desembarcar de um dos barcos, durante a madrugada, a cara de espanto de todos era visível. "A minha filha ficou com medo e o fato de estarmos em uma ilha me causou susto. Decidimos voltar", disse uma jovem mãe à ANSA durante o desembarque.
Apesar do governo local dizer que não havia a necessidade de abandonar a ilha italiana, muitos turistas não pensaram duas vezes e anteciparam o fim das férias. De acordo com as autoridades da Defesa Civil, 1.051 pessoas deixaram Ischia após o terremoto registrado pouco antes das 21h (16h) de ontem.
Por outro lado, as embarcações que fazem viagem do continente até Casamicciola, uma das áreas mais afetadas pelos tremores, caíram 60% nesta terça, com uma grande quantidade de italianos e estrangeiros pedindo o reembolso dos bilhetes.
Em pleno verão europeu, a ilha de Ischia, no sul do país, é um dos balneários mais visitados durante essa época tanto por italianos como por estrangeiros.