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A França prestou, nesta quinta-feira (9), uma homenagem solene a Jean-Paul Belmondo, falecido na segunda-feira (6) aos 88 anos, ator que soube encarnar um país "feliz", nas palavras do presidente Emmanuel Macron.

"Amamos Jean-Paul Belmondo porque ele se parecia conosco. Era aquele homem entre os homens", disse Macron no pátio do Palácio dos Inválidos, um local histórico em Paris, reservado para grandes personalidades e grandes ocasiões.

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Em um país agitado pela pandemia de Covid-19 e preocupado com a incerteza econômica, Macron usou a figura de Belmondo para tentar transmitir uma mensagem de esperança.

Belmondo, com seu grande sorriso e ar bem-humorado, disse ele, faz parte de uma "mitologia da França feliz".

"Foram seis décadas de cinema e teatro em que abraçou a todos nós", explicou o presidente francês.

"Nunca parou de buscar a felicidade, mas também de dá-la de graça", disse, pouco antes, Victor Belmondo, neto e também ator.

Embora menos lotada do que o esperado, a cerimônia foi solene.

A entrada do caixão, sob um sol forte e rufar de tambores militares, emocionou a família do ator.

Os seis netos de "Bébel" agradeceram os testemunhos vindos de todo o país.

Entre o público estavam estrelas atuais do cinema francês, como Jean Dujardin, e cerca de mil fãs.

Macron, que enfrenta uma difícil eleição presidencial no ano que vem, voltou a usar a morte de uma figura popular para tentar forjar uma unanimidade nacional.

Há três anos foi a morte do cantor de rock Johnny Halliday, em dezembro de 2017, que causou um verdadeiro fervor popular nas ruas de Paris, desconhecido desde a morte de Edith Piaf.

Após a cerimônia, estava previsto que todos os que assim o desejassem pudessem sair em cortejo fúnebre. Um dispositivo excepcional, que foi aplicado pela última vez com a morte do presidente Jacques Chirac em 2019.

Carismático sem ser um sex symbol como Alain Delon, Jean-Paul Belmondo foi uma estrela de cinema reconhecível dentro e fora da França por sua simpatia e sua desenvoltura em todos os papéis, de comédia a dramas a filmes de ação, que ele amava porque lhe permitia arriscar fazendo acrobacias, um de seus hobbies.

Com mais de 80 filmes, "Bébel" foi a encarnação do arrogante e do "bon vivant".

Delon, três anos mais novo, declarou-se na segunda-feira "totalmente devastado" pela morte de seu amigo.

E Brigitte Bardot declarou: "penso nele, eu o amava. Tenho saudades dele e não quero mais falar sobre isso, a dor mais intensa é muda".

O funeral de Belmondo será na sexta-feira (10), na igreja Saint-Germain-des-Prés. Seguido por uma cremação limitada à família.

O ator francês Jean-Paul Belmondo, um dos intérpretes mais consagrados do cinema francês, faleceu nesta segunda-feria (6) em sua residência de Paris aos 88 anos, anunciou seu advogado à AFP.

"Estava muito cansado há bastante tempo. Ele morreu tranquilamente", disse o advogado Michel Godest.

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Belmondo participou de 80 filmes, incluindo alguns papéis inesquecíveis, como em "Acossado" (1960) ou "O Homem do Rio" (1964).

Belmondo, um dos últimos grandes astros populares de sua geração, junto com Alain Delon e Brigitte Bardot, desapareceu quase completamente das telas de cinema desde que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 2001.

Um encontro com o cineasta Jean-Luc Godard - outra importante figura da Nouvelle Vague da sétima arte - selou seu destino.

"Venha a minha casa, faremos um filme e eu lhe darei 50 mil francos", disse Godard a Belmondo, por quem havia cruzado na rua. Belmondo não tinha nem 30 anos. E depois viria a sua participação, em 1960, no emblemático "À Bout de Souffle" ("Acossado").

Depois do sucesso do filme, os diretores "vinham até mim", contou Belmondo em 2016 em um livro de memórias, "Mille vies valent mieux qu'une".

Mas "Bébel" não ocuparia apenas um papel central na Nouvelle Vague. Ele também deixou a marca de um ator físico, amante de lutas, cultivando uma grande dose de humor, como fez em "Le Cerveau" ("O Cérebro").

Seu físico de boxeador lhe rendeu sucessos populares em "O Homem do Rio" de Philippe De Broca, "O Profissional" (1981) de Georges Lautner ou "L'as des as", por Gérard Oury.

Belmondo atuou sob as ordens dos mais renomados diretores da época, como Vittorio de Sica, François Truffaut, Claude Chabrol, Alain Resnais e Claude Lelouch.

O ator Jean-Paul Belmondo declarou nesta quarta-feira que não sente o peso dos 80 anos, e que foi salvo por sua paixão pelo esporte, após um acidente vascular cerebral sofrido em 2001, durante a gravação de um programa de TV. Distante das câmeras há 12 anos, "Bebel" mostrou-se bem disposto.

Belmondo contou sobre os meses difíceis que atravessou logo após o AVC de 2001, quando perdeu a fala e o movimento de partes de seu corpo. Durante um ano "eu não conseguia falar", lembrou a estrela da Nouvelle Vague. "Pouco a pouco, comecei a formular frases curtas. Agora eu estou falando!", comemorou o ator.

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"Foi o esporte que me salvou", disse o ator que adora futebol e boxe e que, quando jovem, sonhava se igualar o boxeador e jogador de futebol Marcel Cerdan (1916-1949). Aos 80 anos, que ele celebrou na terça-feira (9), revelou: "Eu não sinto" os anos. "Não sabia que tinha 80 anos, tinha esquecido", brincou.

Nesta quarta-feira (10), apareceu cercado por sua tribo, seu filho Paul, sua nora Luana, seus três netos, sua ex-esposa Natty e a filha nascida desta união, Stella.

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