Tópicos | lava-jato

O senador Randolfe Rodrigues, pré-candidato do PSOL à presidência da República, disse que, diante da segunda etapa da Operação Lava-Jato, deflagrada nesta sexta-feira, 11, pela Polícia Federal, torna-se inevitável a aprovação de uma CPI exclusiva para investigar a Petrobras no Congresso Nacional. "É uma necessidade cada vez mais urgente", afirmou o parlamentar, em Porto Alegre, onde participou de seminário do partido. Pela manhã, agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão em cinco cidades do Sudeste como parte da apuração de negócios da estatal com a empresa Ecoglobal.

Para o senador, a base aliada do governo federal deveria desistir de obstruir a criação de CPIs e "concordar o quanto antes" com a instalação de diversas comissões. Randolfe reconheceu que, assim como o PSDB, o PSOL quer uma CPI exclusiva para a Petrobras. Mas, diferentemente dos tucanos, também quer CPIs exclusivas para outros temas, como o caso dos trens de São Paulo.

##RECOMENDA##

O seminário de construção programática de Porto Alegre é o quarto que o PSOL promove em capitais estaduais. O quinto está previsto para segunda-feira no Rio de Janeiro. O pré-candidato do partido afirma que a semelhança entre os três principais concorrentes - Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) - pode favorecê-lo na corrida presidencial. "Vamos nos distinguir deles dialogando com a população e suas reivindicações, como tarifa zero no transporte urbano e mais investimentos em educação e saúde", afirma Randolfe.

O dono da Ecoglobal Ambiental Serviços e Comércio, Vladimir Magalhães da Silveira, negou que tenha vinculação contratual ou pessoal com o doleiro Alberto Youssef e com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto da Costa. "Nunca tive contato com eles, não os conheço", afirmou.

Segundo Silveira, em outubro do ano passado ele recebeu uma proposta de Pedro Storti e Paulo Juris por 80% da Ecoglobal, que presta serviços, desde 2006, à petroleira. A oferta foi feita em nome de Paulo Roberto da Cosa e de Alberto Youssef, que demonstraram interesse em comprar quase a totalidade da empresa pelo número de contratos que a Ecoglobal conseguiu com a Petrobras, principalmente pelo último, de R$ 443,8 milhões.

##RECOMENDA##

Pelo negócio, Silveira ganharia em torno de R$ 20 milhões, mas a compra estava condicionada à efetivação do contrato da Ecoglobal com a Petrobras. A filha de Silveira disse que a Polícia Federal encontrou e-mail no qual há o relato da proposta e que, por isso, ele foi intimado a prestar esclarecimentos nesta sexta-feira, quando a PF deflagrou a segunda etapa da Operação Lava-Jato. Ele afirma que foi questionando por 30 minutos pelos policiais.

Agentes da PF também realizaram buscas na sede da Petrobras. Ao todo, a PF cumpriu 23 mandados de busca, apreensão e prisão nas cidades de São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Macaé e Niterói. Estão previstas duas prisões temporárias, seis conduções coercitivas - quando a pessoa é levada apenas para prestar depoimento - e 15 buscas e apreensão.

O dono da Ecoglobal afirmou que recusou a proposta do ex-diretor da Petrobras quando soube que o doleiro estaria por trás da oferta. O doleiro e o ex-diretor da Petrobras eram sócios em alguns negócios. "Não faço negócios com esse tipo de gente", afirmou. Segundo ele, houve ainda a intimidação de que os dois teriam "braço longo" na empresa estatal, o que poderia prejudicá-lo.

De acordo com Silveira, o atual contrato da Ecoglobal com a Petrobras gira em torno de R$ 450 milhões e se estenderá por quatro anos, a começar em julho deste ano. Ele afirma que o contrato foi objeto de licitação e que a empresa dele foi a vencedora entre dez concorrentes que receberam convite.

Ele acredita que contribuiu para as investigações da PF, mas teme que o contrato com a estatal seja rescindido por causa do depoimento. Silveira disse que foi acordado às seis da manhã pelos policiais em casa. A PF também esteve na sede da empresa em Macaé (RJ) e no escritório na capital fluminense. Segundo ele, houve "urbanidade" no tratamento, mas alega que foi prejudicado moralmente.

"A Ecoglobal executa satisfatoriamente, dentro das melhores práticas, os serviços para os quais foi contratada, resultantes de regular processo licitatório conduzido pela Petrobras", diz o comunicado divulgado pela empresa, que colocou à disposição os contratos que mantém com a petroleira.

Etapa

Alberto Youssef foi preso no dia 17 de março, sob suspeita de lavar dinheiro de propinas de fornecedores da petroleira. A primeira fase da operação focou na atuação dos doleiros. A operação cumpriu 24 mandados de prisão, além de apreender documentação, veículos, obras de arte e joias em 17 cidades de seis Estados e no Distrito Federal. Youssef já havia sido condenado no caso Banestado, esquema montado nos anos 90 de evasão para o exterior de US$ 30 bilhões. Entre os presos estava também o ex-sócio da Bônus-Banval Enivaldo Quadrado, condenado por envolvimento no mensalão.

Três dias depois, Paulo Roberto da Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, foi preso pela Polícia Federal sob a suspeita de corrupção passiva em razão de suas relações com o doleiro. Em sua casa, a PF encontrou grande quantia de dinheiro em espécie - US$ 180 mil e R$ 720 mil. Costa também é investigado pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro por irregularidades na compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos. O ex-diretor foi um dos responsáveis por elaborar o contrato da compra da refinaria.

A Petrobras informou nesta sexta-feira em comunicado que recebeu hoje uma Ordem Judicial para entrega de documentação sobre um contrato investigado pela Polícia Federal. Um delegado e três agentes da polícia foram recebidos pela própria presidente da Petrobras, Graça Foster, em uma sala de reunião. Segundo o comunicado, a presidente acionou "imediatamente" a gerência jurídica da empresa para dar encaminhamento às solicitações dos agentes.

O comunicado informa ainda que a empresa cumpriu as determinações expedidas pela Seção Judicial do Estado do Paraná. Veja o comunicado na íntegra: "A Petrobras recebeu hoje (11/4) e cumpriu imediatamente Ordem Judicial para entregar documentação referente a uma específica contratação. A Ordem Judicial foi expedida pela Seção Judiciária do Estado do Paraná. Um delegado e três agentes da Polícia Federal foram recebidos pela presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, em uma sala de reunião. Imediatamente, a presidente acionou a Gerência Jurídica da companhia para tomar todas as providências, com vistas ao cumprimento da Ordem Judicial."

##RECOMENDA##

Grupos acusados de articular uma rede de lavagem de dinheiro em sete Estados e no Distrito Federal são alvos de uma operação da Polícia Federal, na manhã desta segunda-feira, 17. De acordo com as investigações, operações financeiras suspeitas ligadas às organizações superam o valor de R$ 10 bilhões. Entre as prisões já executadas pela Operação Lava-Jato está a do doleiro Carlos Habib Chater.

A Polícia Federal afirma que os envolvidos são responsáveis pela movimentação financeira e lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas ligadas a crimes como o tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos e sonegação fiscal. A PF teve acesso aos registros de comunicações de operações financeiras atípicas daqueles grupos, fornecidas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda.

##RECOMENDA##

Durante a operação, a PF vai cumprir 18 mandados de prisão preventiva, 10 mandados de prisão temporária e 19 mandados de condução coercitiva, em 17 cidades de sete Estados: Paraná (Curitiba, São José dos Pinhais, Londrina e Foz do Iguaçu), São Paulo (São Paulo, Mairiporã, Votuporanga, Vinhedo, Assis e Indaiatuba), Distrito Federal (Brasília, Águas Claras e Taguatinga Norte), Rio Grande do Sul (Porto Alegre), Santa Catarina (Balneário Camboriú), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Mato Grosso (Cuiabá).

A operação foi batizada de Lava-Jato porque um dos grupos investigados usava uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para movimentar o dinheiro resultado das operações fraudulentas. Durante a ação, a PF vai cumprir também ordens de sequestro de imóveis de alto padrão, além da apreensão de patrimônio adquirido por meio de práticas criminosas, e bloqueio de contas e aplicações bancárias. A operação é coordenada pela PF do Paraná, que vai divulgar mais detalhes do caso no início da tarde.

JOÃO PESSOA (PB) - Na tarde desta quarta-feira (26), um jovem foi assassinado no bairro de Mandacaru, em João Pessoa. O crime ocorreu por volta das 13h30. Michael Pereira, de 21 anos, estava no Lava Jato DSL, onde trabalhava, quando dois homens armados de revólver chegaram ao estabelecimento e efetuaram 15 disparos contra a vítima que morreu no local.

Segundo o Cabo Cleone, o motivo dos disparos se deu ao fato do jovem Michael ter batido na moto de um dos homens que atirou contra ele. Os responsáveis ainda estão sendo procurados
pela polícia que está fazendo uma ronda pelo bairro.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando