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O chanceler da França, Jean-Yves Le Drian, disse nesta terça-feira, 30, ao lado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que encerrou a visita que fez ao Brasil pelo Estado devido "à ligação e ao respeito" com o Acordo de Paris.

Le Drian fez um breve pronunciamento ao lado de Doria, com quem se manteve reunido por mais de uma hora. Ele fez uma declaração e pediu para não responder a perguntas.

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Ontem, ele não foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro, que alegou "questão de agenda". Minutos depois, Bolsonaro fez uma transmissão para redes sociais enquanto cortava o cabelo.

Além da questão ambiental, a reunião entre a comitiva francesa e o governo do Estado tratou de temas como saúde, educação e tecnologia.

Foi discutida ainda a questão de infraestrutura. Segundo Doria, a França tem "know-how" nas áreas de metrô, ferrovias e aeroportos e essa experiência pode ser compartilhada com o Estado no processo de desestatização.

Acordo de Paris

Doria (PSDB) afirmou que o Brasil "não pode virar as costas ao tema ambiental".

A declaração de Doria foi feita minutos depois de encerrar o encontro dele com o chanceler da França, Jean-Yves Le Drian, que teve como um dos temas o compromisso de São Paulo com o Acordo de Paris. O chefe de Le Drian, o presidente francês, Emmanuel Macron, fez críticas à política ambiental do governo de Jair Bolsonaro.

"O Brasil não pode abdicar de respeitar o acordo de Paris. Não podemos virar as costas ao tema ambiental, porque isso influi na relação bilateral, especialmente com o continente europeu", disse.

O presidente Jair Bolsonaro cancelou de última hora um encontro oficial que teria na tarde de ontem (29) com o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, que está em viagem ao Brasil.

O mandatário deveria se reunir com Le Drian às 15h, no Palácio do Planalto, em Brasília. Porém, minutos antes, o francês foi avisado pelo chanceler Ernesto Araújo de que Bolsonaro não estaria disponível para participar do encontro.

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De acordo com Araújo, o cancelamento ocorreu "por questão de agenda do presidente". No entanto, por volta das 15h45, Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais mostrando que estava cortando os cabelos.

Fontes do Itamaraty suspeitam que a decisão de Bolsonaro de não participar da reunião tenha sido uma maneira de demonstrar descontentamento com declarações da França sobre a questão do meio ambiente no Brasil.

"Hoje eu vou receber o premier francês [sic], se não me engano, para tratar de assuntos como meio ambiente. Ele não vai querer falar grosso comigo. Ele vai ter que entender que mudou o governo do Brasil. Aquela subserviência que tínhamos no passado de outros chefes de Estado para com o primeiro mundo não existe mais. Se fosse outro governo qualquer, quando estava em Osaka, no G20, quando viesse para cá, demarcaria mais 10, 15, 20 reservas indígenas", disse Bolsonaro, na manhã de ontem, anunciando a reunião com o chanceler.

Bolsonaro e representantes do governo francês trocaram críticas nas últimas semanas em público. O brasileiro tem adotado a mesma postura que o vice-premier italiano, Matteo Salvini, de quem é próximo, contra Emmanuel Macron e a alemã Angela Merkel.

Diante da situação de confronto com o Brasil, a França tem se oposto ao acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia (UE).

Nesta terça-feira, o chanceler francês se reunirá com o governador de São Paulo, João Doria.

Da Ansa

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