Tópicos | Lei de Transição

A Segunda Câmara do Tribunal de Contas do Estado (TCE) aplicou uma multa ao ex-prefeito de Lagoa Grande, no Sertão de Pernambuco, Dhonikson Amorim (PSB) por descumprir a Lei Estadual de Transição. A punição é no valor de R$ 4.000,00. O pessebista administrou o município entre 2013 e 2016 e transferiu o poder municipal para o atual prefeito, Vilmar Capellaro (PMDB).

Depois de uma representação apresentada pelo coordenador da equipe de transição, Abnilton Alves do Amaral, o TCE instaurou uma auditoria especial a fim de averiguar o suposto descumprimento. De acordo com a representação, o então prefeito não repassou o acesso ao cadastro de pessoal e à lista dos fornecedores e prestadores de serviços; à lista dos contratos e ao cadastro de bens móveis e imóveis; além de não disponibilizar dos dados sobre a dívida ativa, o almoxarifado, o regime jurídico dos servidores e o regime próprio de previdência. O relator do processo foi o conselheiro substituto Ricardo Rios.

##RECOMENDA##

Na sua defesa, de acordo com o TCE, o ex-prefeito alegou que os documentos solicitados pelo seu sucessor já constavam no site da prefeitura e que o não encaminhamento deles não causou qualquer embaraço à nova gestão municipal. Requereu, por isso, que a auditoria fosse julgada “regular com ressalvas” por entender que as falhas, “de natureza formal”, não causaram qualquer dano ao erário.

O relator do processo, no entanto, considerando o relatório dos auditores e a defesa apresentada pelo ex-prefeito, entendeu ter havido descumprimento à legislação durante a transição de governo, julgou regular, com ressalvas, o objeto da auditoria, mas aplicou a multa ao ex-prefeito, determinando que o processo seja anexado à prestação de contas do município do exercício de 2016.

O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Carlos Porto, recomendou, nesta terça-feira (10), que os novos prefeitos pernambucanos formalizem as denúncias que têm surgido contra os antecessores. Segundo o conselheiro, em um levantamento informal o TCE identificou problemas na transição de cerca de 80 das 185 prefeituras do estado. As irregularidades tem resultado na descontinuidade dos serviços públicos, como a coleta de lixo, e no acúmulo de dívidas. 

“Estamos recomendando que as comissões de transição constituídas pelas administrações atuais enviem relatórios ao TCE descrevendo as informações que receberam e como encontraram a gestão que assumiram. Pedimos que comuniquem de imediato até para resguardar a figura do prefeito que está chegando agora. Se ele não toma as medidas necessárias pode ser considerado conivente”, ressaltou Porto em conversa com a imprensa, após participar da abertura do IV Seminário de Novos Gestores Municipais

##RECOMENDA##

Apesar de significativo, de acordo com o presidente, o número de prefeituras com problemas este ano é menor do que na transição passada, em 2012/2013. “Este ano foi melhor por conta destas comissões de transições, com a nova lei já houve um repasse maior. É o que estou chamando de transição mais civilizada”, frisou. “O Tribunal tinha contabilizado uns 82 municípios [com problemas] e mais de 50% foi com relação a folha de pagamento. Já há quatro anos a maioria foi com relação ao sucateamento das prefeituras”, completou. 

O não cumprimento da Lei de Transição, assim como o sumiço de documentos, pode gerar para os ex-prefeitos um processo e punição por crime de responsabilidade. 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando