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A Rússia proibiu neste sábado a entrada em seu território de 18 americanos em represália pela publicação na véspera, nos Estados Unidos, de uma lista de 18 pessoas submetidas a sanções econômicas americanas por seu suposto envolvimento na morte na prisão do jurista Serguei Magnitski.

"A guerra das listas não é uma escolha nossa, mas não podemos ignorar uma verdadeira chantagem", declarou o ministério das Relações Exteriores russo em um comunicado que contém os nomes dos 18 americanos "envolvidos em violações dos direitos humanos".

"Ao contrário da lista americana, que é arbitrária, a nossa inclui os envolvidos na legalização de torturas e prisões perpétuas em Guantánamo, e nas detenções e sequestros de cidadãos russos", explica o texto.

Serguei Magnitski, uma advogado convertido em herói da luta contra a corrupção na Rússia, morreu em 2009 aos 37 anos em uma prisão de Moscou. Ele foi detido e acusado pelas mesmas pessoas que ele acusava de ter organizado uma fraude de 230 milhões de dólares.

A lista russa inclui os nomes de quatro dirigentes americanos suspeitos de estarem envolvidos com violações dos direitos humanos em Guantánamo, como David Spears Addington, que foi chefe de gabinete do ex-vice-presidente Dick Cheney.

As outras 14 pessoas são acusadas de terem violado os direitos de cidadãos russos no exterior, como o juiz Jed Rakoff e vários promotores do estado de Nova York, assim como alguns membros da Agência Antidrogas (DEA) e um agente do FBI, Gregory Coleman.

A lista russa também contém uma seção secreta com mais nomes que não serão tornados públicos, como a dos Estados Unidos, que inclui importantes dirigentes russos, explicou o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, falando à agência Itar-TASS.

Os Estados Unidos anunciaram na sexta-feira que haviam adotado sanções econômicas contra 16 russos por seu suposto envolvimento na morte do jurista e contra dois chechenos por outras violações dos direitos humanos.

De acordo com a legislação vigente, os bens dessas pessoas nos Estados ficam congelados e qualquer pessoa que estabelecer vínculos comerciais com ela se exporá a sanções penais.

As pessoas em questão também não poderão obter visto para viajar para os Estados Unidos.

Este novo episódio piora ainda mais as relações já tensas entre Moscou e Washington.

Uma criança russa de 3 anos foi morta pela mãe adotiva nos Estados Unidos, declarou nesta segunda-feira (18) o delegado do Kremlin para os direitos da criança, Pavel Astakhov. O assassinato é o mais novo escândalo russo-americano, após a proibição para a adoçao de crianças russas por americanos.

"Uma criança russa de três anos foi morta pela mãe adotiva no estado do Texas", escreveu Astakhov em sua página no microblog Twitter.

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"Segundo as investigações, Maxime, de 3 anos, foi espancado pela mãe adotiva, que lhe deu fortes substâncias entorpecentes durante um longo período", disse o representante do governo russo.

"O menino morreu antes que a ambulância chamada pela mãe chegasse. A necropsia mostrou que ele tinha vários ferimentos", segundo a mesma fonte.

"O assassinato aconteceu no final de janeiro. A embaixada russa tomou conhecimento apesar de não ter havido qualquer reação oficial do departamento de Estado", lamentou Astakhov.

A Rússia acusou, por diversas vezes, os americanos de maltratarem suas crianças.

A lei russa proibindo adoções por americanos entrou em vigor em 1º de janeiro. Ela é uma resposta à "lista Magnitski", lei promulgada pelo presidente norte-americano Barack Obama proibindo especialmente a entrada nos Estados Unidos dos responsáveis russos envolvidos na morte do advogado Sergueï Magnitski - morto na prisão em 2009 - e em outros casos de violação dos direitos humanos.

A lei contra as adoções leva o nome de Dima Iakovlev, criança russa adotada nos Estados Unidos em 2008 que morreu após ter sido esquecida pelo pai dentro do carro.

Esta lei, uma das medidas mais hostis tomadas por Moscou contra os Estados Unidos desde a guerra fria, foi duramente criticada por diversas ONGs russas e internacionais.

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