Tópicos | magistratura

A aprovação em concursos públicos é o objetivo de muitos profissionais que buscam por estabilidade profissional e financeira. Expectativa de altos salários é o atrativo que mais impulsiona profissionais de direito a conseguir êxito em certames do mais alto grau da carreira jurídica. Professores dão dicas para postulantes que desejam passar em concursos com salários acima de R$ 10 mil e especificam os principais pontos de cada exame.

De acordo com o professor de direito Fábio Porto, é necessário que os candidatos conheçam a qual tipo de prova que serão submetidos. “Quem está se preparando para um concurso, principalmente um concurso desse porte, deve ter o estudo extremamente dirigido. Não adianta querer estudar para mais de um concurso ao mesmo tempo”, destacou.

##RECOMENDA##

O docente ainda pontuou as principais etapas pelas quais os candidatos serão submetidos em certames para magistratura. “Um concurso para magistratura é dividido em quatro etapas. Uma primeira etapa com prova objetiva. A segunda etapa com prova discursiva, ou seja, questões abertas. Na terceira etapa é normalmente uma sentença, onde será dado um caso concreto, um caso prático, e ele irá elaborar uma sentença. Já a quarta e última etapa é normalmente a prova oral, onde é sorteado um ponto, 24 horas antes e ele irá responder as arguições da banca no dia seguinte”, detalhou.

A defensora Pública do Estado do Rio Grande do Norte (DP-RN), Camila Jales, deu dicas para os candidatos que irão prestar concursos para Defensoria Pública dos Estados. Camila ressaltou a importância da realização de questões de certames anteriores e leitura da lei.

“Para concurso você tem que focar os estudos em livros mais simples, em sinopses jurídicas que têm mais dicas que caem e focar em jurisprudência e atualização dos tribunais, que é importante você saber por que todo dia muda e é importante estar acompanhando; realizar bastante exercício, várias questões, principalmente repetindo as que errou; leitura de lei, ou seja, a leitura do código civil, código penal, a lei seca mesmo, porque muitas vezes as pessoas negligenciam, não leem e acaba caindo muita letra da lei em prova, por vezes as pessoas não decoram; fazer revisões também é necessário”.

Camila também destacou as etapas do certame e informou como foi seu processo de preparação. “O concurso que eu prestei foi baseado em quatro fases, são elas: objetiva, subjetiva, oral e avaliação de títulos. Para a prova oral, eu treinei bastante com colegas, fiz um curso, contratei um coach que me ajudava a me expressar melhor e a saber fazer as colocações das palavras. Para a segunda fase, a fase subjetiva, onde o candidato faz uma peça prática de uma atuação comum, (..) e o segredo é você treinar bastante com bastante repetição. A primeira fase, uma fase objetiva que o importante para você ir bem é fazer muitos exercícios de provas anteriores, sempre repetindo e observando onde está os seus erros e acertos”.   

Confira certames abertos para profissionais de direito, com salários acima de R$ 10 mil:

Defensoria Pública de São Paulo (DP-SP)

Inscrições: até o dia 15 de março

Vagas: 40

Cargo: defensor público

Edital 

Prefeitura de Laranjeiras do Sul (PR)

Inscrições: até o dia 7 de março

Vagas: uma

Cargo: procurador jurídico

Edital 

Prefeitura de Painel (SC)

Inscrição: até o dia 6 de março

Vagas: uma

Cargo: Auxiliar Tributário

Edital     

 

Participantes do ato "contra a Reforma da Previdência e pela valorização da Magistratura e do Ministério Público", nesta quinta-feira, 1º, em Brasília, defenderam a manutenção do auxílio-moradia para juízes e procuradores. Embora não conste na carta entregue à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, e procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o assunto foi tema de conversas entre os manifestantes que pedem reajuste salarial. A manutenção ou não do benefício deve ser votada definitivamente em março pelo STF, segundo auxiliares de Cármen.

Para o juiz do Mato Grosso do Sul Fernando Cury, a pauta da questão remuneratória é "muito maior" do que o auxílio-moradia, que, segundo ele, ganhou evidência como forma de enfraquecer a imagem do Judiciário e do MP. "Benefícios como irredutibilidade e vitaliciedade não são garantias do juiz, e sim da sociedade, para que se tenha um juiz isento", argumentou. Ele defendeu que o juiz deve receber auxílio-moradia porque é o único servidor público obrigado a morar onde trabalha e muitas vezes precisa se mudar para exercer a profissão.

##RECOMENDA##

Cury também criticou as declarações do ministro Carlos Marun, que comparou a "moralidade" da indicação da deputada Cristiane Brasil ao Ministério do Trabalho, suspensa pela Justiça, com o auxílio-moradia pago ao juiz Marcelo Bretas e à sua esposa, também juíza. "Dois auxílios-moradia para quem vive em casa própria é moral?", questionou Marun nesta quinta-feira. O juiz do Mato Grosso do Sul acredita que este tipo de crítica ocorre porque "o Judiciário está tomando frente no combate à corrupção".

O juiz federal do Ceará, Thiago Mesquita Carvalho, disse que há uma "preocupação" porque há uma defasagem salarial no Judiciário e MP desde 2015. "As demais carreiras tiveram recomposição dos seus vencimentos, ainda que para recompor a inflação, mas o Judiciário e o MP não tiveram essa recomposição. Há uma certa contemporaneidade da época que iniciamos o combate à corrupção com o período em que começou essa defasagem", disse. A Operação Lava Jato, por exemplo, foi deflagrada em março de 2014.

Já o juiz Andreo Marques, do Rio Grande do Norte, avaliou que o auxílio-moradia é concedido há anos e "é muito estranho que esse tipo de controle" sobre o benefício esteja sendo feito apenas nos últimos anos, coincidindo com investigações contra políticos. Ele considera que o auxílio é um "direito da magistratura que foi colocado como um incentivo" para a profissão e não pode ser cortado. "A gente não pode exercer outras profissões, por exemplo, temos uma série de restrições."

Em meio à discussão sobre auxílio-moradia, representantes de associações do Judiciário e do Ministério Público entregaram nesta quinta-feira, 1º, uma carta à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, para defender a "valorização" da carreira e reajuste salarial. Segundo o documento, a revisão do subsídio de acordo com a inflação está atrasada desde 2015 e representa perda acumulada de 40%. A carta também foi entregue à procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

Com apoio de 17 mil assinaturas, o texto afirma que o Judiciário e o MP foram "as únicas carreiras do Estado não contempladas recentemente com qualquer reajuste em seus subsídios". Para entidades como a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), a "defasagem acumulada do poder aquisitivo" dos membros do Judiciário e do MP representa "um atentado à garantia da irredutibilidade" e seria uma "injustiça".

##RECOMENDA##

Os grupos consideram que a defasagem salarial nos últimos anos é uma resposta às investigações contra políticos. "Não pode a Suprema Corte, em especial, fechar os olhos para o ignóbil uso da política de remuneração como estratégia de retaliação ao desempenho autônomo, independente e altivo das funções do Poder Judiciário e do Ministério Público", diz o documento.

As entidades também pedem apoio do STF e da PGR pela aprovação da PEC 63/2013, que estipula pagamento adicional por tempo de serviço para membros do Judiciário e MP. Além disso, os grupos se manifestaram contra a reforma da Previdência e contra projetos do Legislativo que, segundo eles, tentam intimidar e atrapalhar o trabalho de juízes e procuradores. Entre eles, citaram a proposta que atualiza a lei de abuso de autoridade.

Após a entrega da carta, juízes e procuradores se dirigiram para o auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, onde realizaram o evento "contra a reforma da Previdência e pela valorização da Magistratura e do Ministério Público". Alguns parlamentares participaram do encontro, como o vice-presidente da Casa, Fábio Ramalho (PMDB-MG), Paulo Paim (PT-RS) e Rogério Rosso (PSD-DF).

Apesar de não ter sido tratado abertamente no documento, o auxílio-moradia foi um dos principais assuntos nas rodas de magistrados e procuradores que participaram da manifestação. Muitos deles questionavam se o STF manterá ou não o benefício, que deverá ser votado definitivamente pela Corte em breve.

Evento

No evento realizado na Câmara, nesta tarde, o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Luiz Guilherme Feliciano, afirmou que a irredutibilidade é uma garantia do cidadão. "Sentimos na pele o endividamento que dia a dia aumenta entre magistrados e membros do MP", afirmou. Ele avaliou que a perda de 40% nos subsídios por causa da inflação, desde 2015, é "praticamente um escárnio". "Quem tem por dever lutar pelos direitos alheios, tem o dever de lutar para ter os próprios direitos", declarou ao finalizar seu discurso.

Já a procuradora do Trabalho e vice-presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Ana Cláudia Bandeira Monteiro, disse que os direitos não são para os magistrados e procuradores, e sim "para os cargos que ocupam para o bem de todos".

A presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP), Norma Cavalcanti, disse que é uma "falácia" do governo tentar atingir magistrados e procuradores ao chamá-los de privilegiados. "Como somos privilegiados, se fomos os únicos servidores públicos que não tiveram seus subsídios corrigidos. É punição por que combatemos a corrupção?", questionou. "Eu tenho obrigação de combater a corrupção, mas o Estado tem obrigação de corrigir meu subsídio."

O nome de Luís Roberto Barroso foi bem acolhido não somente pela magistratura, mas também por representantes de entidades ligadas à defesa dos direitos dos homossexuais e organizações de direitos humanos. Criminalistas destacados enalteceram a escolha. Rodrigo Carneiro Maia Bandieri classificou de "espetacular" a indicação, "ainda mais se tratando de um ministro advindo da classe dos advogados, muito ultrajada no exercício de sua função".

Fábio Tofic Simantob disse que Barroso é "jurista de vasta cultura geral e jurídica, constitucionalista de escola e humanista de singular sensibilidade". Antonio Cláudio Mariz de Oliveira declarou que "o futuro ministro possui sólida cultura jurídica e humanística que o credencia a integrar o Supremo, onde contribuirá para a observância rigorosa dos princípios constitucionais".

##RECOMENDA##

Para o presidente da OAB-SP, Marcos da Costa, Barroso "detém conhecimentos e sensibilidade para fazer valer os princípios constitucionais que devem imperar na ordem jurídica nacional". O juiz federal Ali Mazloum disse que a presidente "fez uma excelente escolha". "Além de jurista altamente gabaritado, Barroso é profundo conhecedor do Direito Constitucional. Ganha o STF e ganhamos todos."

‘Vanguarda’

O perfil "progressista" do advogado deu ânimo a representantes do movimento gay. Em São Paulo, o presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT, advogado Fernando Quaresma, qualificou a indicação como uma "vitória" dos movimentos sociais. Ele lembrou que Barroso atuou no debate no STF que resultou no reconhecimento da constitucionalidade da união estável entre pessoas do mesmo sexo. "É um operador de direito de vanguarda", disse Quaresma.

O advogado Aton Fon Filho, da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, disse ter "boas expectativas" com a indicação "pelo conhecimento jurídico e pelas causas que (ele) defendeu". Heloísa Alves, que dirige a Coordenadoria de Políticas para a Diversidade Sexual do Estado de São Paulo, qualificou Barroso como defensor dos direitos da população LGBT. "Ganhamos um aliado na luta por um Brasil mais plural. Se perdemos no Legislativo com Feliciano, fomos recompensados agora com a escolha de Barroso."

O coordenador de Assuntos da Diversidade Sexual da Prefeitura de São Paulo, Julian Rodrigues, disse que Barroso "tem um histórico admirável na defesa de causas progressistas". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Brasília - A primeira etapa do concurso de ingresso na magistratura em âmbito nacional, será tema principal do seminário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a ocorrer na segunda-feira (6) e terça-feira (7), na sede do órgão, em Brasília. Atualmente, de acordo boletim informativo do CNJ, todo o processo de seleção é feito pelos tribunais. O evento terá a participação de representantes de tribunais de todo o país. As sugestões acatadas no seminário farão parte de uma proposta de resolução que será apreciada pelo plenário do CNJ.

“O seminário será importante para discutirmos um novo modelo de concurso para a magistratura. Não queremos apenas pessoas boas de concurso, mas pessoas que tenham uma visão mais ampla da realidade e menos repetitiva”, disse o juiz auxiliar da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), Ricardo Chimenti.

Pela proposta que prevê a nacionalização do concurso, a primeira etapa do certame seria coordenada por uma comissão composta por representantes do CNJ, da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Os tribunais continuariam tendo a autonomia para abrir concursos, de acordo com a necessidade de preenchimento das vagas. A aprovação na primeira fase nacional, apenas habilitaria os candidatos a se inscrever nos concursos abertos pelas cortes.

##RECOMENDA##

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando