Analisar a opinião dos atuais empreendedores recifenses, dando um olhar sobre a conjuntura e o ambiente de negócios da região, além de investigar a percepção do potencial empreendedor, seus projetos e expectativas. Com esse objetivo o Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau realizou um estudo do dia 1º a 2 deste mês, na capital pernambucana, com a participação de 624 entrevistados. Trata-se do Mapeamento do Empreendedorismo, edição 2013, que abordou pessoas com idade mínimas de 16 anos, oriundas de diversos pontos da cidade.
De acordo com a pesquisa, divulgada nesta semana, 54,3% do total das fontes são mulheres e 45,7% homens. A faixa etária mais participativa é do público de 25 a 34 anos, e, sobre o grau de instrução, a maioria dos entrevistados (44,5%) possui o ensino médio finalizado e o superior incompleto. Sobre a renda financeira individual dos apurados, mais de 40% disseram ganhar até um salário mínimo. Acima de cinco (maior valor questionado no levantamento) foi a quantia mencionada por apenas 1% dos entrevistados.
##RECOMENDA##No que diz respeito à situação empregatícia, 33,1% afirmaram estar empregados e com carteira assinada e 11,1% não têm o documento fichado. Mais de 17% contaram que não trabalham e 2,6% relataram que desempregados há menos de um ano. No contexto da classe social, a maioria dos entrevistados (62,7%) disse ser da Classe C. Somente 1,2% corresponde a Classe A.
Do total de entrevistados, 79% disseram que não eram donos dos próprios negócios e 15,7% afirmaram positivamente. Mais de 5% informaram não saber ou não responderam. Sobre o tipo de negócio citado, o primeiro setor foi o de lanchonete, com 16,3% dos apurados. O ramo de salão de beleza vem logo em seguida, com 6,1%, e no meio da tabela aparecem comércio e venda de roupas, com 3,1 dos entrevistados, cada. Além de outros segmentos citados, 48% dos participantes das entrevistas disseram ser donos de outros negócios que não foram tão mencionados com os de anteriormente.
A satisfação com o empreendimento teve destaque. Segundo a pesquisa do Instituto Maurício de Nassau, mais de 84% dos empresários estão satisfeitos com suas empresas, contra 15,5% que estão insatisfeitos. Quando perguntados sobre o principal diferencial dos negócios, a qualidade foi apontada por 21% dos empreendedores. No quesito desafio, a concorrência foi destaca pela maioria como principal barreira a ser superada.
Potencial empreendedor
Na ótica de quem pretende se tornar um empreendedor (mais de 74% dos entrevistados), a localidade onde o negócio será aberto também foi destacada. O bairro de Boa Viagem foi o mais mencionado pelos futuros empreendedores, assim como Água Fria, cada um com 6,8%. Diferente do que muita gente pensa, o centro do Recife não é tão procurado por quem quer ser empresário. Apenas 2,6% dos entrevistados disseram que almejam abrir um negócio na área central da capital pernambucana.
O bom atendimento foi o aspecto mais falado entre os entrevistados (17,9), como o segredo para o sucesso do novo negócio. O dinheiro, na questão do investimento financeiro, surge logo em seguida, com 13,7%. No contexto investidor, mais de 47% dos entrevistados não souberam responder quanto investirão. Porém, 8,5% já têm em mente a quantia de R$ 5 mil para ser investida na abertura do empreendimento. Mais da metade afirmara que o valor será fruto de capital próprio.
A pesquisa deixou ainda mais claro que se qualificar é um fator fundamental para quem almeja ser empreendedor. Quase 80% dos entrevistados informaram que fazer um curso é importante para a abertura de uma empresa, entretanto, mais de 81% disseram que nunca fizeram capacitação. A formalização também está na mira dos entrevistados. Cerca de 70% disseram que querem formalizar seus negócios.
Sobre a realização da Copa do Mundo no Brasil, em que muitas pessoas apontaram que seria um fator promotor de sucesso empresarial para os brasileiros, os entrevistados ficaram divididos. Mais de 45,7% disseram que durante a competição mundial não será um bom momento para abrir um negócio próprio, ao mesmo tempo que 42% responderam positivamente.