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A Polícia Federal em Pernambuco anunciou na tarde desta quarta-feira (9), em coletiva de imprensa, realizada na sede do órgão, detalhes da Operação Pulso que investiga indícios de crimes envolvendo a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). Foram cumpridos, nesta manhã, após um ano de investigações, vinte e oito mandados de busca e apreensão, vinte e nove oitivas mediante intimações e dois mandados de prisão temporária. 

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Na operação, um empresário pernambucano e outro do Piauí tiveram prisão temporária deflagrada. Além disso, foram afastados dois membros da diretoria da Hemobrás, um membro da equipe de engenharia e mais três servidores púbicos. 

De acordo com a Polícia Federal, inúmeras irregularidades foram encontradas tanto na construção da Hemobrás em Goiana quanto no convênio com o laboratório francês responsável pela transformação de plasma em hemoderivados. Durante a operação foi percebido que inúmeras amostras de sangue coletadas que deveria ser transformadas em medicamentos contra a hemofilia e outras doenças deixaram de ser fabricados em virtude de armazenamento inadequado. 

Para esta fase da operação foram mobilizados 170 policiais e os delitos investigados são os de peculato, corrupção passiva e ativa, Lei de Licitações, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, organização criminosa. Ao todo, as penas são de detenção e reclusão que variam de um a doze anos. Haverá, inclusive, a suspensão da função publica dos servidores envolvidos.   

Segundo o superintendente regional da PF, o delegado Marcello Diniz Cordeiro, houve superfaturamento nos contratos para a construção da fábrica, além de irregularidades na logística de transporte do plasma. “Houve mudança na prestação dos serviços de uma empresa que deveria fazer o transporte, no entanto, ela acabou realizando também o depósito do plasma, passando a atuar em algo que não estava em contrato e de forma inadequada”. Ele ainda conta que estão entre outras irregularidades “armazenamento de plasma em caminhões, vantagem indevidas, depósitos em conta de sócios da empresa sem o respectivo lastro do serviço, ocultação de imóveis também por parte desses membros”.  

A delegada Carla Patrícia, chefe da Delegacia Regional do Crime Organizado (Decor), os prejuízos causados por essas irregularidades são “incalculáveis, pois é uma perda para toda sociedade brasileira, afinal, o plasma pode amenizar o sofrimento de muitas pessoas, especialmente, para a população menos favorecida”.

Operação

A PF realizou um mandado em apartamento de luxo, na área central do Recife. No momento da chegada dos policiais, maços de dinheiro foram arremessados e recolhidos pela perícia para a realização de exames, a fim de obter impressões digitais para constatar ligações com os suspeitos.

Na residência, pertencente a um dos diretores presidentes da Hemobrás, foram encontradas 70 obras de arte, sendo um dos quadros orçados em R$ 100 mil e mais R$ 15 mil em dinheiro.

A partir de agora, os materiais coletados pela PF devem ser verificados rapidamente para serem devolvidos e as obras da fábrica em Goiana continuem acontecendo. As contas dos empresários detectadas no exterior também serão investigadas.

De acordo com o delegado Wagner Menezes, coordenador da Operação Pulso, uma das irregularidades está no serviço de armazenamento, que recebeu em licitação a proposta de R$ 880 mil. Após isso, mesmo com o prazo de 60 dias para apresentar o documento, a organização informou que a empresa não teria o documento, rescindindo o contrato. Em seguida, houve despensa e então a contratação para a realização do mesmo serviço por R$ 8 milhões.

Outro contrato consistia no gerenciamento da obra da fábrica que seria de R$ 22 milhões no início da obra, mas depois o valor subiu para R$ 74 milhões em um contrato com vigência de um ano.  E as irregularidades continuam. Houve uma despesa de mais de R$ 6 milhões por erro de projeto. Um item deveria ter sido executado e como não ocorreu, o projeto inicial precisou ser refeito.

“Por ser uma investigação complexa, alguns fatos podem ter conclusão em poucos meses, mas outros podem levar anos”, explicou Diniz. Segundo a Polícia Federal, caso queiram os suspeitos podem fazer um acordo de delação premiada.

Confira a entrevista com o delegado Wagner Menezes:

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