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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que autorizou o Instituto Butantã a importar em caráter excepcional a matéria-prima para a produção de 40 milhões de doses da Coronavac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o instituto brasileiro. Foi autorizada a importação de 120 bulks (ou bolsas) de 200 litros cada contendo "formulado em granel" da vacina.

O Butantan reclamava de demora da agência na avaliação do pedido. Em coletiva de imprensa nesta quarta, o diretor do instituto, Dimas Covas, afirmou que o atraso na resposta poderia ter impacto na produção nacional da Coronavac. Segundo ele, a solicitação aguardava aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há mais de um mês, desde 23 de setembro - e a expectativa inicial era de uma resposta da agência em até duas semanas.

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"Desde quando nós iniciamos todo esse processo da vacina, obviamente que cada dia conta. E a nossa previsão era para iniciar a produção da vacina na segunda quinzena de outubro. Esse atraso na emissão dessa autorização pode ter, sim, efeito na produção da vacina. Cada dia que nós aguardamos essa autorização significa um dia a menos de vacina."

O Butantan disse ter entrado com o pedido de importação no fim de setembro. A Anvisa liberou, no dia 23 de outubro, a importação de 6 milhões de doses da Coronavac já prontas, mas afirmou que precisava de informações complementares para liberar também a importação da matéria-prima necessária para a fabricação das demais unidades.

De acordo com a Anvisa, o tema foi discutido entre terça e quarta-feira em Circuito Deliberativo, instância de votação on-line dos diretores da Agência. Eles determinaram algumas condições para a importação excepcional, como a obrigação do Butantã em "garantir a adequabilidade do transporte, armazenamento e guarda do produto, se responsabilizando pelas instalações, equipamentos, pessoal, medidas e procedimentos necessários para a contenção, ou seja, para a segurança do meio ambiente e do operador, bem como a integridade dos recipientes usados para armazenar produtos intermediários".

A Anvisa destacou ainda que a utilização da vacina ficará condicionada à obtenção de seu registro sanitário da agência. "Caso a vacina não obtenha o registro sanitário pleiteado, o Butantan se compromete a destruir o produto, respeitando as normas de destinação de resíduos em vigor", destacou o órgão, no documento em que autoriza a importação. A Coronavac está na fase 3 de estudos clínicos, a última antes da aprovação. Análises preliminares demonstraram que o imunizante é seguro, mas os resultados de eficácia devem sair somente no fim do ano.

Envio

O Instituto Butantan confirmou o recebimento da autorização e disse que o insumo a granel será formulado e envasado no instituto, "que já conta com toda a estrutura necessária para o processamento do imunizante". O Butantan afirma que, após esta aprovação, continua em tratativas com a Sinovac para a liberação da matéria-prima e posterior envio ao Brasil.

O governador João Doria comemorou a decisão em suas redes sociais. "Agradeço a Anvisa pela aprovação da importação da matéria-prima para a produção nacional da vacina contra a Covid-19", declarou ele, no Twitter. "Desta forma, poderemos produzir a Coronavac aqui em SP, no Instituto Butantã, que há 120 anos presta serviços ao País e produz vacinas para os brasileiros."

Ontem, João Doria (PSDB) voltou a declarar que defende uma campanha nacional de imunização, mas disse que, se isso não ocorrer, o Butantan pode ofertar o imunizante a outros Estados que tiverem interesse.

Além disso, afirmou que São Paulo poderá bancar as demais doses para atingir o número de 100 milhões, mesmo sem verba do Ministério da Saúde. "Infelizmente, se houver uma negativa por ações de ordem política ou ideológica, São Paulo, mediante a aprovação da Anvisa, comprará a vacina, distribuirá a vacina e dará para todos os governos estaduais que desejarem", disse.

Governadores vão se reunir com Maia e Alcolumbre

Apreensivos com o imbróglio envolvendo o desenvolvimento das vacinas, governadores vão se reunir com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), na próxima semana, para tratar do assunto. Os chefes dos Executivos estaduais e secretários de Saúde já chegaram a cogitar a possibilidade de se unir em um consórcio para financiar e distribuir a Coronavac. "Nós teremos uma reunião, se não me engano no dia 3", disse ontem o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), ao falar sobre a necessidade de encontrar uma solução para o assunto. Há expectativas de que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que contraiu covid, também participe da conversa, mas a presença dele não está confirmada.

O Janeiro de Grandes Espetáculos chega à 21ª edição trazendo em sua grade de programação cinco espetáculos internacionais. As produções vêm da Suíça, Espanha, Inglaterra e uma delas é uma parceria entre Brasil, Espanha e Portugal. As apresentações percorrem as cidades do Recife, Caruaru, Goiana e Arcoverde. 

O grupo espanhol La tristura traz ao festival duas peças, Materia Primacom elenco de adolescentes entre 13 e 14 anos - e El Sur de Europa - Dias de Amores Dificiles. Da Inglaterra, Julie McNamara apresenta a montagem Let me stay (Deixe-me ficar), que trata do impacto causado pelo Alzheimer no relacionamento entre mãe e filha. Esses espetáculos terão tradução para o português com legendas. A peça inglesa conta ainda com audiodescrição para deficientes visuais e libras para deficientes auditivos, com sessões também em Caruaru e Goiana. 

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Os dois outros espetáculos são Kalabazi, da itineranteCompanhiaTita8lou, de Genebra, Suíça, e Pangeia - uma parceria entre artistas portugueses e espanhois com o Grupo Acaso, do Recife. Este último reúne atores, bailarinos e músicos numa obra que mistura diferentes sotaques e idiomas. Kalabazi é apresentado em espaços ao ar livre com acrobacias numa bicicleta, será apresentado no Shopping RioMar e no Parque Dona Lindu. Os dois farão uma turnê maior chegando à Caruaru, Goiana e Arcoverde. 

Workshop

A inglesa Julie McNamara realiza o workshop Direto da Fonte – Narrativa Teatral Através das Histórias de Nossos Mais Velhos. Será no Centro Apolo-Hermilo, no domingo (25), das 10h às 14h. Ao todo, serão 20 vagas destinadas a atores, diretores de teatro ou audiovisual, dramaturgos ou interessados a partir de 16 anos. As inscrições podem ser feitar, a partir da próxima segunda (5), no site do festival

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