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O papa Francisco ordenou uma investigação mais aprofundada nos arquivos do Vaticano sobre o cardeal americano Theodore McCarrick, que foi proibido em julho de exercer seu ministério após acusações de abusos sexuais.

Baseando-se em provas escritas, um prelado italiano, Carlo Maria Vigano, acusou em agosto o papa e vários outros membros da Cúria Romana de encobrirem por anos os atos repreensíveis do cardeal homosseuxal contra seminaristas e padres.

O papa deseja que seja concluída a investigação da Santa Sé que levou à renúncia do cardeal McCarrick, através da análise de documentos encontrados "nos arquivos dos discatérios (ministérios) e nos escritórios da Santa Sé" sobre o cardeal deposto, de acordo com uma declaração oficial.

"A Santa Sé está ciente de que poderia emergir desta análise fatos e circunstâncias, escolhas que podem não ser consistentes com a abordagem contemporânea de tais questões", aponta o comunicado.

"No entanto, como o papa Francisco disse, 'nós seguiremos o caminho da verdade, onde quer que ele vá'. Tanto os abusos quanto seu encobrimento não podem mais ser tolerados e um tratamento diferente para os bispos que cometeram tais atos ou os acobertaram representa de fato uma forma de clericalismo que não é mais aceitável", acrescenta o texto.

Theodore McCarrick foi acusado de abusos sexuais, desencadeando uma crise em toda a Igreja americana, revelando profundas divisões políticas entre os bispos.

Em seguida, Carlo Vigano chegou a exigir a renúncia do papa no final de agosto, acusando-o de encobrir McCarrick por cinco anos, enquanto este ex-arcebispo de Washington foi apresentado por diplomatas como um temível predador homossexual de seminaristas e padres.

Vigano também acusou Francisco de ter ignorado as sanções (aparentemente confidenciais) contra McCarrick por parte de seu antecessor, Bento XVI.

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