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A União Europeia (UE) completará as negociações com o Reino Unido para tentar alcançar um acordo sobre sua futura relação, afirmou nesta sexta-feira (11) o comissário do Mercado Interno, Thierry Breton.

"Estamos na reta final das negociações. Do nosso lado, as negociações seguirão até o fim. Não praticaremos a política da cadeira vazia, está muito claro", declarou ao canal francês BFM Business.

"Toda a Europa, e isto é suficientemente sem precedentes para destacar, está ao lado do nosso negociador Michel Barnier, que está fazendo um trabalho bastante notável e que pode ser apreciado (...) com calma", completou.

"Mas também é certo que estamos decididos", insistiu Breton, antes de acrescentar que se britânicos querem os benefícios do mercado interno europeu depois da saída da UE, "terão que aceitar e respeitar todas as normas".

O governo do Reino Unido confirmou na quinta-feira a intenção de apoiar um projeto de lei que questionaria alguns compromissos assumidos no acordo de saída da UE, apesar do ultimato de Bruxelas apresentado a Londres até o fim do mês para renunciar ao projeto ou enfrentar recursos jurídicos.

O governo britânico apresentou, na quarta-feira, seu projeto de lei, que aproveita uma harmonização pós-Brexit do comércio entre as quatro nações do Reino Unido para modificar a aplicação de tarifas e possíveis controles aduaneiros na Irlanda do Norte, segundo o acordo de divórcio com a UE.

Este tratado internacional, em vigor desde 31 de janeiro, prevê um dispositivo pelo qual essa província britânica manterá as regras do mercado comum europeu para evitar reimpor uma fronteira com a vizinha República da Irlanda.

Seu objetivo é não colocar em risco a frágil paz que reina na ilha desde o Acordo de Belfast de 1998, que encerrou três décadas de um conflito violento entre republicanos católicos e unionistas republicanos.

As autoridades europeias, lideradas por Dublin, denunciam os planos do primeiro-ministro britânico Boris Johnson como uma ameaça à essa estabilidade.

Nesta sexta-feira, o ministro alemão das Finanças, Olaf Scholz, afirmou que "os acordos devem ser respeitados".

"Está claro que todos devem ater-se ao que foi aceito", insistiu, antes de uma reunião de ministros das Finanças da UE em Berlim.

O ministro das Finanças da Irlanda, Paschal Donohoe, também enfatizou que o respeito aos tratados "é um requisito prévio para o aspecto de qualquer relação futura".

"Todo este processo de negociação me lembra um pouco o filme 'Groundhog Day' (Feitiço do Tempo no Brasil), no qual o protagonista acorda todas as manhãs para viver eternamente o mesmo dia", declarou o ministro austríaco das Finanças, Gernot Blümel.

Num momento em que as expectativas de crescimento para a economia brasileira deste ano não são animadoras, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou nesta terça-feira que em seu governo "a salvação do País" foi o consumo interno. "De vez em quando, eu vejo umas pessoas dizendo que o Brasil precisa exportar mais, que não tem de ficar olhando para o mercado interno. A salvação deste País foi o mercado interno", afirmou, durante discurso dos 90 anos do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, em São Paulo.

Num evento esvaziado, com apenas 300 pessoas num lugar com cadeiras disponíveis para 800, Lula reafirmou "o milagre" da ascensão de 40 milhões de brasileiros para a chamada nova classe média. "A salvação deste País foi criarmos condições para que a maioria da população que não tinha acesso a coisas elementares começasse a sonhar em ter uma conta bancária, a comprar uma casinha, uma geladeira, uma roupa, um carro e a viajar de avião para o exterior", considerou.

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Lula ressaltou que quando assumiu o governo, o País tinha apenas R$ 380 bilhões em crédito disponível para o mercado e que hoje já são R$ 2 trilhões para o mercado interno. E destacou também que em seu governo houve investimento em "bancarização" da sociedade e na compra de instituições financeiras, como a Nossa Caixa, de São Paulo. "Quando nós percebemos que o Serra (o tucano José Serra) não tinha competência para cuidar da Caixa Econômica Estadual (Nossa Caixa), nós assumimos a instituição", alfinetou.

Após fazer um balanço dos feitos do governo petista, Lula admitiu que, apesar do crescimento nos investimentos, através de instituições como o BNDES, "é possível crescer muito mais". Segundo o ex-presidente, a população em geral, mesmo aqueles que não gostam dele e da presidente Dilma Rousseff, sabe que o País melhorou. Mesmo assim, ele citou que diz sempre a Dilma que esses números fazem parte do passado. "Eu sempre digo para a Dilma que o que o povo conquistou já está na contabilidade do passado", concluiu.

Durante o evento no Sindicato dos Bancários, o PT coletou assinaturas para o projeto de lei de iniciativa popular que prevê, dentre outras questões, o financiamento público de campanha. Dentre os petistas que participaram do evento na noite desta terça-feira, estavam o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o presidente estadual, Edinho Silva, e petistas ligados aos bancários, como o deputado federal Ricardo Berzoini, e João Vaccari Neto.

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