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A Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial da Saraiva, maior rede de livrarias do Brasil, que entrou com pedido para reestruturar uma dívida de R$ 675 milhões. A decisão foi proferida pelo juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. Ele suspendeu por 180 dias as ações e execuções contra a companhia, sob a justificativa de que os credores não destruam o valor da organização empresarial.

O escritório Lucon Advogados foi nomeado como administrador judicial e terá 60 dias para apresentar um plano de reestruturação da dívida e pagamento aos credores.

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Em outubro, a Saraiva anunciou o fechamento de 20 livrarias em todo o país e a demissão de 700 funcionários. A empresa afirmou que a recuperação judicial é a medida mais adequada em meio à crise no mercado editorial, reflexo do atual cenário econômico do Brasil.

No segundo trimestre deste ano, a rede teve prejuízo de R$ 37,6 milhões. No mesmo período de 2017, o déficit foi de R$ 16,6 milhões. Entre abril e junho de 2018, a receita líquida da empresa chegou a R$ 364,5 milhões, uma queda de 1,6% na comparação com o mesmo intervalo de tempo do ano passado. A receita com lojas foi de R$ 227,9 milhões, queda da 4,1% no período, e com vendas online foi de R$ 136,5 milhões, aumento de 2,9%.

A rede de livrarias acumula de janeiro a setembro um prejuízo líquido de R$ 103 milhões, mais que o dobro do que há um ano, quando a empresa teve resultado negativo de R$ 50 milhões.

Segundo o último ranking do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), a Saraiva é a 52ª maior varejista do país, tendo registrado em 2016 lucro de R$ 1,89 bilhão. A Livraria Cultura, que também abriu um pedido de recuperação judicial, e a Fnac, que neste ano fechou todas as lojas brasileiras, apareciam, respectivamente, na 97ª e 120ª colocações.

Além disso, o segmento de livros, jornais, revistas e papelaria é a atividade com o pior desempenho do varejo em 2018. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que no acumulado de janeiro a setembro as vendas caíram 10,1%, ante um crescimento de 2,3% de todo o setor comercial.

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