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Levar fantasia através de músicas lúdicas tem sido a estratégia adotada por alguns artistas que decidiram apostar no público infantil. Cantores renomados, como Adriana Calcanhoto, Aline Barros, Ivete Sangalo e Saulo Fernandes saíram da zona de conforto durante algum tempo e lançaram álbuns exclusivos para os pequenos.
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Em Pernambuco, a música para crianças tem ganho bastante espaço, elevando a concorrência e a qualidade das canções. As cantoras Claudia Soul e Ana Areias trocaram as apresentações noturnas para investir num mercado diferente. Sem grandes expectativas e experiência com a música infantil, as meninas foram desafiadas a fazer um bailinho para crianças. A aceitação foi grande e elas decidiram montar a banda Mini Rock, trazendo um tradicional gênero musical, mas com composições exclusivamente para a garotada.
A Mini Rock fez com que as vocalistas adaptassem os nomes, passando a adotar os apelidos de Cacau e Nana para facilitar o contato com os baixinhos. Além das cantoras, a banda conta com outros três integrantes, que comandam a guitarra, o baixo e a bateria. Com um figurino atrativo e arranjos próprios, a Mini Rock lançou CD e DVD para fazer a festa da garotada. “Não imaginei que seria tão bom trabalhar para crianças. Quando surgiu a oportunidade, em 2011, ficamos um pouco apreensivos, mas topamos o desafio. A aceitação foi maravilhosa, pois somos recebidos de forma calorosa pelos pequenos”, afirma Cacau.
Fadas Magrinhas
As gêmeas Lulu e Aninha Araújo também são figurinhas carimbadas no universo de bandas infantis. Elas entraram no mundo da fantasia como as Fadas Magrinhas, com a proposta de levar para as crianças os ritmos locais. “As crianças são motivadas pelo lúdico, pois enquanto brincam, realizam o processo de aprendizado. Nosso trabalho busca mostrar para os pequenos que a cultura é rica”, ressalta Aninha, avaliando que os pais têm reconhecido a importância de apresentar a cultura para a garotada.
As Fadas Magrinhas ainda realizam atividades sociais, levando música para escolas públicas. Com composições autorais, realizadas em parceria com outros artistas, como Chico César e Marcelo Geneci, as gêmeas têm o propósito de apresentar aos estudantes canções pensadas exclusivamente para o público infantil. “A gente percebe que as crianças não têm acesso a canções infantis, porque o que mais existe no mercado são músicas com conotação sexual. Eles se deixam levar pela melodia e muitas vezes acabam perdendo a inocência, deixando de conhecer a ludicidade que explora a música e poesia”, crava Aninha.
Tio Bruninho
Apaixonado pelo o universo infantil, o educador Bruno Andrade decidiu focar num público ainda mais exigente. Ele montou a Banda Tio Bruninho e ao lado de Carol Barros leva o encanto e a magia para crianças de até 7 anos. A Banda realiza um trabalho autoral, com composições leves que mexem com o corpo e a fantasia da garotada.
De acordo com um levantamento realizado por Bruno, a música não pode ser exclusivamente melódica, pois para atrair os pequenos é necessário que a letra estimule atividades como bater palma, girar, imitar um animal. “A nossa música tem conotação pedagógica, pois sempre estimula a fazer alguma coisa. Quando a canção tem isso na letra, os pequenininhos conseguem interagir mais com a música”, pontua Bruno, ressaltando quão gratificante é a receptividade das crianças. “Trabalhar para o público até os sete anos é extremante apaixonante e desafiador, pois se eles não gostam de algo, simplesmente viram as costas e vão brincar com outra coisa. Nas nossas apresentações podemos ver o retorno tanto da parte dos pequenos, que respondem com o carinho, quanto dos pais, que avaliam o desenvolvimento e interação da criançada com as nossas músicas”, completa o músico.
Tio Bruninho faz cerca de 160 apresentações por ano. Mas em determinados períodos, como Natal, Carnaval e Dia das Crianças, chega a fazer 28 shows no mês. Para quem almeja trabalhar com o público mirim, Bruno dá uma dica: “É preciso fazer letras que encantem e instiguem o movimento, porque a criança quer uma canção que toque o coraçãozinho dela”.
O trabalho das bandas infantis não é reconhecido apenas pelos pequenos, que correspondem com carinho e muita interação. Os pais reconhecem a importância de produções voltadas ao público mirim. De acordo com a turismóloga Camilla Vila Nova, o mercado pernambucano estava precisando de artistas que abraçassem a iniciativa de músicas infantis, levando qualidade, ludicidade e cultura para os pequenos. “As bandas da terra conseguem aproximar as crianças da nossa cultura. Hoje o mercado está diversificado, com bandas que investem na qualidade do som e nas letras, para facilitar a compreensão dos pequenos”, avalia a mãe da pequena Beatriz, de 3 anos.
Para Carla Cardozo, no universo de bandas infantis existe a ludicidade, a criança pode entrar no mundo de magia do brincante. “O despertar da música é muito importante, pois cria um ambiente culturalmente saudável, tirando a criança do vício da vida moderna”, afirma a diretora de um shopping local.
Os grupos infantis de Pernambuco costumam realizar shows em aniversários, shoppings, livrarias, escolas, além de eventos públicos, realizados em parceria com as prefeituras e Governo do Estado. Os shows particulares custam em média R$2 mil.
Conheças algumas bandas pernambucanas que apostam no universo infantil:
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