Tópicos | monitores de trânsito

A redução dos orientadores de trânsito, mais conhecidos como amarelinhos, foi confirmada nesta segunda-feira (31) pelo prefeito do Recife, Geraldo Julio. Segundo ele, com a ampliação das câmeras de monitoramento instaladas pela cidade a população vai encontrar menos educadores nas ruas. 

“Agora já temos câmeras de monitoramento também sendo colocadas em locais onde os orientadores trabalham e a gente está fazendo uma racionalização dessa despesa. Em todos os corredores, avenidas e cruzamentos vão continuar encontrando orientadores, mas estamos fazendo um trabalho de racionalização”, justificou, enaltecendo o programa criado pela gestão dele há mais de um ano. 

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Atualmente 400 orientadores de trânsito prestam serviços para a Prefeitura do Recife através da empresa terceirizada Serttel, a especulação é de que 150 sejam dispensados. No último sábado (29), ao convocarem uma assembleia para discutir o assunto, os monitores reclamaram estar sofrendo ameaças de demissão advindas da gestão caso se pronunciassem sobre o caso.

Medo. Esse é o sentimento dos aproximadamente 372 monitores de trânsito terceirizados pela Prefeitura do Recife (PCR). Contratados pela Serttel, mais de 100 trabalhadores receberam aviso prévio na última terça-feira (25), sob a justificativa que a máquina municipal não teria recursos para mantê-los. Neste sábado (29), estava marcada uma assembleia para discutir os rumos da categoria. A reunião, no entanto, foi adiada por falta de quórum. Apenas dez amarelinhos compareceram.

O orientador identificado apenas como Gustavo está entre os que receberam a carta com a comunicação de aviso-prévio. Ele continuará trabalhando até o dia 17 de setembro, após um ano e dois meses de serviço. "O pessoal está com medo, se sentindo ameaçado. O que foi dito pela Serttel é que quem falasse com a imprensa ou fosse à assembleia seria demitido por justa causa", ressaltou, temendo represálias.

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Ele afirma ainda que a categoria foi pega de surpresa e que muitos estão revoltados. "Ninguém deu esclarecimentos sobre as demissões. Só afirmaram que a prefeitura precisava cortar gastos. Muitos que estão de aviso-prévio nunca faltaram a um só dia de trabalho. É triste porque não sobrarão funcionários suficientes para realizar o trabalho nas ruas", complementa. 

O advogado da Federação dos Empregados no Comércio de Bens e de Serviços do Norte e do Nordeste (Feconeste), entidade que representa a categoria, João Murinelli, afirma que só poderá tomar uma providência sobre as ameaças relatadas quando os trabalhadores fizerem um registro oficial. "Não podemos notificar a Serttel se nada foi registrado. Se houver uma ocorrência oficial de qualquer um dos trabalhadores poderemos acionar o Ministério Público", complementa. 

A Prefeitura do Recife, por outro lado, não se posicionou sobre as demissões. Nem a Serttel. O projeto dos amarelinhos foi lançado em 2013 pela gestão do prefeito Geraldo Julio (PSB), com a proposta de que os monitores de trânsito atuariam para ajudar no desvio do fluxo do tráfego e na travessia de pedestres. O custo aos cofres municipais é de R$ 15 milhões por ano.

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