Tópicos | mortes políticas

Os membros da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Hélder Câmara (CEMVDHC) realizam, nesta quinta-feira (14), sessão pública, sobre casos de ex-militantes do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). Os fatos que serão analisados é dos nomes que constam na lista preliminar de mortos e desaparecidos políticos, alvo de análise da comissão. O evento ocorrerá às 9h no Auditório do Museu do Homem do Nordeste, no bairro de Casa Forte, Zona Norte do Recife. 

Os nomes dos mortos que serão analisados são: Ramires Maranhão do Valle (secundarista), Almir Custódio de Lima (secundarista) e Ranúsia Alves Rodrigues (estudante de enfermagem). Na ocasião, as circunstâncias das mortes de outros integrantes do PCBR também serão verificados: Miriam Lopes Verbena (professora) e Luís Alberto de Sá Benevides (estudante ciências sociais) que teriam sido vítimas em acidente de carro em Caruaru  no dia 08 de março de 1972e Ezequias Bezerra da Rocha, geólogo (proprietário do carro onde estavam Miriam e Luís).  Os relatores são Roberto Franca e Nadja Brayner, membros da Comissão Dom Hélder.

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Durante a sessão pública, serão ouvidos: o irmão e cunhada de Ramires, Romildo Maranhão e Sônia Beltrão, respectivamente; Sonia Coutinho Calheiros, que esteve presa com Guilhermina (viúva do ex-militante Ezequias) e Rildete Alves Rodrigues, irmã de Ranúsia. A relatora Nadja Brayner explica que as oitivas são fundamentais para ajudar no esclarecimento dos fatos que levaram a prisão de vários militantes e desmascarar os cenários oficiais armados para justificar os assassinatos.  

Casos – A versão oficial divulgada pelos órgãos de segurança na época,  para justificar as mortes de Almir Custódio de Lima, Ranúsia Alves Rodrigues e Ramires Maranhão do Vale  é de que eles participaram de um suposto tiroteio na Praça Sentinela, em Jacarepaguá/RJ, em 27 de outubro de 1973, e morreram.  Luis Alberto Andrade de Sá Benevides e  Miriam Lopes Verbena teriam morrido em acidente de carro no diaem março de 72, em Caruaru/PE. As circunstâncias não são claras. As ouvidas de Romildo Maranhão, Sônia Coutinho e Sônia Beltrão (presos após estas mortes),  devem ajudar a  traçar o roteiro  de chegada e permanência  do casal no Recife, assim como a programação das viagens ao interior do Estado. 

Com relação Ezequias Bezerra, a versão oficial é que ele se evadiu durante encontro com companheiros do partido em 12 de março de 1972, na cidade universitária. Em 1991, no entanto, após comparação de digitais do ex-militante com um corpo encontrado no município de Escada/PE, o assassinato por tortura foi confirmado. 

*Com informações da Assessoria

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