Depois de meses de investigação e pressão dos familiares para obter respostas, a Polícia solucionou o caso da adolescente Maria Beatriz Vital, de 15 anos, desaparecida desde 25 de janeiro após supostamente ter sido deixada pelo namorado na BR-101, na entrada do Curado IV. O levantamento feito pela Polícia, divulgado na manhã desta terça-feira (9), mostra que o companheiro da vítima, Jonathan Oliveira da Silva, 27 anos, matou e ateou fogo no corpo de Beatriz numa mata pertencente à Usina Bulhões, em Ponte dos Carvalhos, no Cabo de Santo Agostinho.
O caso exigiu paciência para o seu desfecho. A versão do namorado logo impulsionou a suspeita, já que ele sempre deixava a Beatriz em casa. Com as investigações, tornou-se notório o grande ciúme que Jonathan tinha da adolescente. A mãe da vítima, Maria Selma Vital, admitiu ter sofrido ameaças do próprio suspeito, após a morte da filha. “Ela tentou acabar o namoro diversas vezes. Infelizmente continuou e teve esse fim trágico”, afirmou. A mãe da vítima disse que precisou mudar de casa após o início das investigações, pois Jonathan a ameaçou e chegou a jogar a moto em cima dela.
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Investigado desde janeiro, o caso só começou a ganhar ares de conclusão em agosto, quando o delegado Carlos Barbosa recebeu do Instituto de Medicina Legal (IML) dados de um corpo sem identificação que havia sido encontrado carbonizado, no dia 31 de janeiro. Selma Vital fez o reconhecimento do corpo e disse que era da sua filha, pela coloração do cabelo ser semelhante. A perícia confirmou a impressão. O corpo estava com uma lesão na parte esquerda do crânio e três costelas quebradas.
A Polícia cumpriu o mandado de prisão preventiva na última sexta-feira (5) e o acusado está preso no Centro de Observação e Triagem (Cotel). “Foi um crime passional. Ele descobriu que a vítima estava se relacionando com um outro rapaz da vizinhança. E soubemos, também por testemunhas, que ele já havia ameaçado do mesmo jeito. Levou ela numa mata e disse que, se ela não reatasse o namoro, queimaria ela”, afirmou o delegado Carlos Barbosa.
Jonathan nega tudo, mas entra em contradição em diversas vezes, de acordo com a Polícia. Ele tem uma filhinha de 1 ano e dois meses com Beatriz. Segundo a avó da criança, o acusado nunca deu nem um copo d’água à filha e não ia vê-la após a morte de Beatriz. “Se pudesse, o meu desejo é que ele pegue prisão perpétua. Vocês não imaginam a minha situação, falar é muito fácil. Fiquei alegre e sou muito grata ao delegado Carlos pelo trabalho. Se fosse nos Estados Unidos, o caso seria diferente”, disse emocionada a mãe da vítima.
O acusado foi indiciado por estupro de vulnerável (já que manteve relações com a vítima desde quando ela tinha 13 anos), homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Outras pessoas estão sendo investigadas, como uma mulher que chegou a atender o celular de Beatriz após o crime e disse que ela estava numa festa. A Polícia presume que outras pessoas podem ser indiciadas.