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Em uma rede social, o discurso de um estudante mostrava-se desesperador. Ele pedia ajuda a outros internautas, pois afirmava que não estudou da maneira correta para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cujas provas serão realizadas nos dias 4 e 11 de novembro. E de fato, a preocupação do rapaz não é para menos: o Exame recebeu 5,5 milhões de inscrições que deverão acarretar em uma forte concorrência.

Para os candidatos do Enem que não estudaram ou não se dedicaram na intensidade correspondente a quem sonha com a aprovação, não adianta tapar o sol com a peneira. Claramente, eles saem em desvantagem na disputa da prova em relação aos estudantes que destinaram grande parte da sua rotina aos estudos no ano inteiro. A menos de 15 dias para as provas, iniciar uma rasa preparação não garante um grande desempenho no Enem, entretanto, entrar em desespero não vai melhorar a situação. É preciso criar uma estratégia.

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“O aluno que não consegue se preparar ao longo do ano não estará familiarizado com a psicologia da prova. Os distratores, a leitura dos textos, análise de gráficos, estatísticas, textos comparativos são elementos importantes. A preparação é lenta, atenciosa, não requer os detalhes dos vestibulares tradicionais, mas o conteúdo é uma plataforma para o aluno entender o que foi trabalhado. O aluno que não estudou sai um pouco atrasado nesses detalhes”, explica o professor de história e filosófica Pedro Botelho. O educador, contudo, apresenta um fio de esperança.

“O mais indicado para quem não conseguiu se preparar é consumir materiais rápidos, que ele consiga engatilhar certas respostas na hora do Enem. Procure semanas de revisão em certos cursos, aulões os alunos gostam muito, principalmente os temáticos. É preciso praticar bastante, principalmente as questões de níveis iniciais, não adianta ir para as mais complexas. Consumo de resumos também é importante. Não pode desprezar também o consumo de vídeo aulas”, orienta Botelho.

Português e redação

Em Linguagens, segundo o professor Diogo Xavier, ainda é possível revisar assuntos corriqueiros. “O que vale a pena é revisar as questões que mais caem, com conteúdos que precisam ser vistos: funções da linguagem, variação linguística e preconceito linguístico, além de relações de sentido entre as gerações, as conjunções adverbiais e as coordenativas”, opina Xavier.

No que diz respeito à redação, esta reta final pode ser dedicada à prática textual, mesmo que o resultado obtido não seja dos melhores. De acordo com o professor, controlar o emocional também é indispensável.

“Na redação, como está muito em cima, se possível escreva uma ou duas produções para alguém corrigir, um professor de curso ou amigo. Mas que não fique afobado com o resultado. O que importa é, pelo menos, dar uma geral no conceito básico: introdução, desenvolvimento, conclusão e a dissertação em si. Não adianta ficar estressado e quebrando a cabeça”, explana o educador.

Felipe Rodrigues, também professor de redação, fala em tom descontraído sobre os candidatos que começarão a estudar agora. “Para os alunos que estão chegando agora, muito boa sorte. É momento também de contar com a sorte para além de uma boa prova. Momento de correr e pensar no básico”, diz.

Rodrigues destaca uma estratégia que pode contribuir com o fera na hora da redação. “Vai precisar de uma estrutura textual correta, texto dissertativo argumentativo, com introdução, desenvolvimento e conclusão. Estrutura significa parágrafos, com uma média de sete a oito linhas. Introdução e conclusão até sete linhas. Não esqueça a chave do Enem, que é coloca fontes, bases, filósofos no texto”, comenta.

Ciências da Natureza e matemática

Em matemática também é possível traçar uma pequena estratégia, mesmo sem o candidato ter estudado ao longo do ano. Para o professor Daniel França, não é mais indicado dedicar tempo a assuntos que o fera não aprendeu. O que importa agora, segundo o educador, é investir em questões de temas já compreendidos. França também alerta para o lado emocional dos candidatos. “Trabalhar o emocional traz consigo a ideia de prepará-lo para uma situação similar e isso requer excesso de prática. Um bom treino maximiza a possibilidade de acerto e, por isso, é hora de colocar a mão na massa, aliás, na caneta! Está na hora de pegar diferentes tipos de questões sobre os assuntos mais recorrentes e fazer questões em diferentes contextos, com imagens, com tabelas, com gráficos e recursos de charge e tirinha”, orienta.

Praticar exercícios, na visão do professor de matemática, ainda pode trazer benefícios. “Trabalhar a plasticidade do cérebro é primordial nessa luta por uma tão sonhada vaga na universidade. Treiná-lo em um campo reduzido intensificará a conexão neural e melhorará o rendimento em nota, pelo cálculo da média através da Teoria de Resposta ao Item (TRI) que constatará domínio naquele assunto”, acrescenta.

De acordo com o professor de matemática Ricardo Rocha, questões mais simples podem ter uma atenção especial nesta reta final. Proporcionalidade, regra de três, razão, proporção, porcentagem, sistema decimal e planificação de figuras geométricas são temas que costumam cair na prova em nível fácil.

“Faltando pouco tempo para a prova, se o fera começar a revisar esses conteúdos, facilita bastante, pelo menos para ele ter um bom resultado com as questões mais fáceis que geram mais pontos, segundo a TRI. A saída é revisar”, destaca Rocha.

Na ótica do professor de química Francisco Coutinho, é impossível alguém chegar totalmente desprovido de conteúdo para o Enem. “Zerado ninguém está”, frisa. Segundo o docente, a estratégia mais indicada é valorizar assuntos corriqueiros no Exame e deixar de lado os temas mais difíceis.

“Meu conselho é pegar alguns conceitos básicos de química e de fato é válido ir para os aulões, mas não se prenda na parte mais complexa e sim nas objetivas, como começar a questão pela pergunta e não perder tempo com a leitura completa. Foque nos assuntos mais recorrentes”, aconselha Coutinho.

Em biologia, de acordo com o professor André Luiz Votorino, ainda é possível estudar cinco assuntos em prol de um bom desempenho no Enem: Programa de Saúde, genética, citologia, fisiologia e ecologia.

“Em programa de saúde, estude doenças: viroses, bacterioses micoses, protozoários, verminoses, entre outras. Já em genética, é muito importante a Primeira Lei de Mendel. Estudamos grupos sanguíneos, fator RH... Isso cai bastante”, orienta o professor de biologia.

“O terceiro assunto, citologia, é o estudo da célula. A parte de membrana, principalmente de transportes passivo e ativo, além das organelas, merecem atenção. O quarto assunto é fisiologia, com destaque para os sistemas digestório, respiratório, circulatório, excretor, nervoso e endócrino”, reforça André Luiz.

Por fim, o professor destaca o tema ecologia, para ele a temática mais importante do Enem em biologia. “Estude conceitos básicos, cadeias e teias alimentares. Ainda há relações ecológicas. O aluno tem que assistir muitos aulões! Isso enriquece muito”, conclui.

No primeiro dia do Enem, os feras enfrentarão questões de Linguagens, Humanas e redação, por cinco horas e trinta minutos. Já no segundo domingo, será a vez da prova de Ciências da Natureza e matemática. O Exame será iniciado às 13h30, horário de Brasília.

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