Tópicos | O menino no espelho

Está sendo uma comoção para muitos jovens que assistem a O Menino no Espelho e descobrem que o garoto que faz Fernando, o protagonista, é também o Odnanref da cultuada série Game of Thrones. Como? "Não acredito que um ator da minha série preferida filmou na minha cidade e eu não soube disso", desabafou no site do filme um habitante de Cataguases, no interior de Minas. O garoto é Lino Facioli, que acaba de completar 14 anos (no fim de julho). A mesma surpresa tem aflorado nos debates que o diretor Guilherme Fiúza já realizou com alunos desde que O Menino no Espelho estreou nas Gerais, durante a Copa. O filme entra agora em São Paulo, Rio e outras praças. É muito bonito.

Numa entrevista por telefone de Belo Horizonte, Fiúza conta como foi complicado escolher o seu Fernando. "Ainda no começo do processo, alguém me falou desse garoto brasileiro que morava e filmava na Inglaterra, mas não quis me prender a ninguém, num momento em que o roteiro ainda estava em gestação. Foram 12 versões.

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Quando finalmente começou a seleção para o papel, testamos 4 mil meninos, que foram reduzidos para 400, 40 e 10. Foi um processo rigoroso, e eu confesso que não estava convencido com nenhum dos meus finalistas. Foi quando o nome do Lino voltou. E ele fez o melhor Fernando que eu podia desejar."

Produtor e diretor mineiro, Fiúza, de 45 anos, sempre quis fazer uma adaptação de seu conterrâneo Fernando Sabino. Foi sua ex-mulher quem lhe deu o livro, há sete anos. "O Menino é de 1982, e naquela época eu já era adolescente e militava na política estudantil. Li o livro aos 38 anos e foi um olhar meio nostálgico, um resgate da minha infância. Os Fernandos de hoje não vivem mais aquelas brincadeiras. Hoje é todo mundo no seu tablet, celular e bye-bye. Eu fui menino rueiro, de jogar bolinha, pião, de pendurar em árvore. O filme nasceu com a vontade de atingir um público amplo, as crianças e seus pais. E por isso nosso roteiro foi tão trabalhado."

A produção também foi muito cuidada. "Filmamos em três lugares, Cataguases, a cidade do pioneiro Humberto Mauro, Maíra e Leopoldina, para reproduzir na tela a BH dos anos 1950, onde se passa a história de Fernando." Fiúza já tem distanciamento para avaliar o que o atraiu tanto no menino. "Acho que, além dessa nostalgia da infância, foi a amizade, um tema sempre visceral no Sabino." O que foi mais difícil de recriar na tela? "O episódio do avião, no começo. Sabia que seria fundamental. Dividi em três partes e filmei em três dias. A preparação, o voo, a batida. Aquilo é uma traquitana, o nosso efeito. E foi muito gostoso de fazer." Um diretor não deixa de voar na imaginação. "Nos testes, perguntávamos o que os garotos gostariam de fazer, se tivessem superpoderes. Mais de 60% responderam que seria voar." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O quinto dia do Cine PE, ocorrido nesta quarta (30), foi marcado pelo início do Festival de Cinema Internacional. Na ocasião, foram exibidos dois longas-metragens. Um italiano, Anni Felici, e O Menino do Espelho. Este último é brasileiro e tem, no elenco, Mateus Solano, que esteve no Teatro Guararapes para apresentar o filme ao lado de outros atores e do diretor Guilherme Fiúza.

Para um público com menos de mil pessoas, Mateus Solano esbanjou simpatia e falou um pouco sobre seu personagem em sua primeira vinda ao Cine PE. Em conversa com o LeiaJá, ele conta que já conhecia o festival, mas só por nome. “É uma honra estrear esse filme em um festival como esse, que eu só ouço falar bem”, revela o ator. Ele também aproveitou o momento para recomendar as obras do escritor Fernando Sabino, autor da obra que serviu de inspiração para o filme. “Eu faço o pai do menino do espelho. Eu já li duas vezes essa obra de Fernando Sabino. Ele é um autor que indico avidamente para todo mundo”, revela Solano. 

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Já Mateus Solano revelou ao LeiaJá que o Brasil deveria valorizar mais o cinema que tem. “Acho que o grande problema que o cinema brasileiro enfrenta é a concorrência. Filmes internacionais têm mais divulgação na mídia do que nacionais. A gente tem que ficar pedindo espaço quando, na verdade, ele deveria ser nosso", opina. Sobre os próximos trabalhos, Solano afirma que por enquanto não há novelas. Ele foi convidado para viver Erasmo Carlos na telona e confessa que está no período de leitura de roteiros. 

Sobre o sucesso da novela Amor à Vida e, principalmente, a repercussão do beijo gay, Solano conta que isso só foi concretizado graças ao público. "O que acho mais legal nessa história é que o beijo não foi algo pensado desde o início pelo Walcyr Carrasco e muito menos pela TV Globo. Isso surgiu de um caso de amor entre o público e o personagem e a história de amor de Félix e Niko. Com esse novo rumo na história e os pedidos da audiência, o beijo pôde ser consolidado", salienta o ator. Veja o vídeo: 

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Apesar de começar com atraso, a programação do Cine PE não terminou tão tarde como os dias anteriores. Isso porque foram apenas dois longas-metragens com direito a intervalo, o que não deixou o público cansado. 

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Com uma boa fotografia, o italiano Anni Felici mostra a vida de um artista narcisista que tem seu mundo de cabeça para baixo depois de uma exposição desastrosa, além das relações extra conjugais de sua esposa. Já O Menino do Espelho se passa em Belo Horizonte, em pleno anos 1930. O filme conta a história de Fernando (Lino Facioli), um garoto de 10 anos que tem como maior sonho criar um sósia para ficar com tarefas “chatas”. O desejo do menino vira realidade quando o reflexo de Fernando deixa o espelho e ganha vida. 

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