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Tiquipaya (Bolívia), 6 - Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua anunciaram ontem que estão se retirando de um tratado de defesa regional que remonta à época da Guerra Fria. "Nossos países tomaram a decisão de enterrar o que merece ser enterrado, de jogar no lixo o que não é mais útil", disse Ricardo Patiño, ministro das Relações Exteriores do Equador, em referência ao Tratado Interamericano de Assistência Recíproca.

Criado em 1947, o tratado nasceu sob a liderança dos EUA no início da Guerra Fria e foi considerado uma importante ferramenta com a qual Washington foi capaz de exercer influência sobre a América Latina até os anos 1980. O tratado prevê que os membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) têm de defender uns aos outros quando atacados por uma força externa.

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O anúncio do desligamento das quatro nações foi feito em uma reunião da OEA em Washington. Esses países já haviam tido problemas com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, acusando-a de ser muito ligada aos EUA. As informações são da Dow Jones.

O governo brasileiro foi notificado pela segunda vez pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA), para que preste esclarecimentos sobre a situação das comunidades tradicionais da bacia do Rio Xingu, afetadas pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. A primeira notificação do governo aconteceu em abril de 2011.

A partir da notificação o estado brasileiro tem o prazo de 20 dias para apresentar os esclarecimentos . A advogada da Sociedade dos Direitos Humanos do Pará, Roberta Amanajás, disse que a ação da CIDH visa, principalmente, "fazer com que o Estado brasileiro cumpra com os tratados internacionais de defesa dos direitos humanos. No caso de Belo Monte, segundo ela, há inúmeros indícios de que esses direitos estão sofrendo violações.

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A CDIH quer esclarecimentos sobre alterações na qualidade da água do rio Xingu, que estaria provocando problemas à saúde de comunidades tradicionais e indígenas, e sobre o processo de remanejamento de agricultores e outras populações tradicionais, que estariam sofrendo violações de seus direitos. Além disso, a CIDH requer também que o governo informe o andamento da implantação das medidas mitigatórias dos impactos da construção da usina.

No canteiro - Nesta terça-feira, o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) realiza em Altamira do Pará a segunda rodada de negociações com representantes dos trabalhadores dos canteiros do empreendimento. Na semana passada, o CCBM esteve reunido com uma comissão de trabalhadores, o Sindicato, e um representante do Ministério Público do Trabalho onde foi discutida a pauta de reivindicações apresentadas pelos trabalhadores do CCBM que entraram em greve no fim de março. A greve encerrou seis dias de vários atritos entre trabalhadores e a Polícia Militar do Pará, batalhão de Altamira.

Depois da primeira reunião, ficou acertado que a instalação do Sindicato nos canteiros de obras; melhorias nas condições de transporte aos canteiros e no sistema de pagamento de salários; disponibilidade de sinal de telefonia celular nos canteiros. Ficou decidido ainda que o CCBM avaliará a equiparação salarial. Na reunião revista para quarta-feira deverá ser discutido o aumento da cesta básica e a redução no período de baixa.

Embargo

O Ministério Público Federal, através do procurador regional da República da 1º Região, Odim Brandão Ferreira, aguarda a apreciação pela 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região em Brasília do embargo de declaração - um tipo de recurso judicial em que se busca esclarecer omissões ou obscuridades no texto - que, por 2 votos a 1 (vencida a relatora Selene Almeida), negou o direito da consulta prévia aos índios no caso da hidrelétrica.

No recurso, o procurador diz que enquanto o voto da relatora analisou a incidência de diversas normas da convenção, o voto vencedor não o fez. O MPF sustenta que o voto vencedor foi omisso ao tratar do direito de consulta e compara: enquanto o voto derrotado examinou ponto por ponto as normas da OIT, o voto vencido limitou-se a dizer que as normas inscritas não estabelecem que a consulta aos povos indígenas deva ser prévia à autorização do Congresso Nacional.

O Instituto Vladimir Herzog manifestou apoio à decisão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) de investigar a morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida no DOI-Codi de São Paulo em 1975. A notificação da decisão foi recebida pela delegação brasileira na OEA, em Washington, e a denúncia foi entregue na terça-feira.

"A decisão de investigar o assassinato de Vladimir Herzog merece o apoio de todos aqueles que propugnam a democracia, a liberdade de expressão e os direitos humanos", diz o texto publicado nesta sexta no blog do instituto. "Essa decisão é mais uma demonstração da importância dos protestos contra esse assassinato e do valor desses protestos para a História recente do País e para seu futuro, pois foi a partir deles que começou a ruir a ditadura, para dar lugar ao regime democrático que hoje vivemos."

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O texto lembra que outros países que sofreram ditaduras já foram objetos de processos semelhantes da comissão - o próprio Brasil foi condenado pela Corte pelo desaparecimento de militantes na Guerrilha do Araguaia.

"O caso emblemático do assassinato de Vladimir Herzog, por agentes da ditadura, já foi reconhecido pela Justiça, pela União e no âmbito da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. No entanto, ainda não foi investigado para determinar quais foram esses agentes, quais seus nomes, quais seus cargos", diz o texto.

"É pela ausência desses esclarecimentos que a decisão da CIDH se reveste de importância ainda maior, na medida em que traz renovado impulso à necessidade de imediata nomeação dos integrantes da Comissão da Verdade e início de sua atuação."

A Secretaria de Direitos Humanos, responsável por coordenar a resposta brasileira no caso,recebeu a notificação da OEA na quinta-feira e a enviou para apreciação da Advocacia-Geral da União. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os problemas do sistema penitenciário de Pernambuco foram novamente tema de audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe) nesta quarta-feira (21). O encontro foi realizado pela Comissão de Cidadania da Casa por solicitação do Conselho Estadual de Direitos Humanos. A coordenadora da entidade e presidente do Comitê Estadual de Combate e Prevenção à Tortura, Vilma Melo, afirmou que o Estado não está cumprindo a medida cautelar expedida em julho deste ano pela Organização dos Estados Americanos, a OEA.

De acordo com ela, no mês de junho, várias organizações sociais relataram a situação dos apenados do Presídio Aníbal Bruno, no Recife, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, que acatou a denúncia. A medida cautelar determina uma série de modificações no sistema. Entre elas, a retirada dos chaveiros e presos dos trabalhos em áreas de segurança. Mas, segundo Vilma Melo, nada do que foi recomendado está sendo colocado em prática.

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O secretário-executivo de Ressocialização, coronel Romero Ribeiro, disse que a resposta à medida cautelar deve ser feita com planejamento. Entre as providências que serão adotadas, o coronel afirmou que, até o final do ano, cerca de 500 agentes penitenciários aprovados em concurso vão ser chamados e devem substituir os chaveiros, começando pelo Presídio Aníbal Bruno.

O presidente da Comissão de Cidadania, deputado Betinho Gomes, do PSDB, frisou que Pernambuco ainda está muito longe de ter um sistema penitenciário que possa punir e garantir o direito à ressocialização. Segundo dados do Executivo, o Estado tem cerca de 24 mil presos, mas existem apenas oito mil vagas nos 18 estabelecimentos penais e cadeias públicas.

O Governo Brasileiro tem até esta terça-feira para adotar medidas cautelares que protejam “a vida, integridade e saúde das pessoas privadas da liberdade” no Presídio Professor Anibal Bruno, em Recife. A determinação é da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA). A decisão, divulgada nesta segunda-feira (8), atende à solicitação enviada em junho de 2011, pelas organizações Pastoral Carcerária de Pernambuco, Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões, Pastoral Carcerária Nacional, Justiça Global e Clínica Internacional de Direitos Humanos da Faculdade de Direito de Harvard.

O documento da OEA requer que o Estado brasileiro adote “as medidas necessárias para aumentar o pessoal de segurança do Presídio Professor Aníbal Bruno e garantir que sejam os agentes das forças de segurança do Estado os encarregados das funções de segurança interna, eliminando o sistema dos chamados ‘chaveiros’ e assegurando que não sejam conferidas a pessoas privadas da liberdade funções disciplinarias, de controle ou de segurança”.

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De acordo com o coordenador da Pastoral Carcerária de Pernambuco, padre Wilmar Gama, o presídio em não tem o número suficiente de agentes penitenciários para atender a população carcerária. “Além da superlotação, nós constatamos que lá (Presídio Anibal Bruno) temos presos cuidando de outros presos, eles atuam como agentes de segurança, os famosos chaveiros. O Governo do Estado não tem dado a devida importância a esse problema”, garantiu o padre.  

Segundo o coronel Romero Ribeiro, secretário executivo de ressocialização, da Secretaria de Ressocialização (Seres), as providências determinadas pela OEA estão sendo adotadas. "Entre as mudanças estão: a divisão do presídio em três unidades prisionais. Passando a ser o Complexo Prisional Aníbal Bruno, que contará com três administrações e multiplicado por três todas as benfeitorias. A Seres também implantou três setores psicosociais, instalou três quadras poli-esportivas e consertou pavilhões", disse o secretário.

Ele afirmou que as resposta aos questionamentos da OEA foram dadas no dia 06 de julho deste ano, através do ofício 565/2-011 encaminhado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
A previsão de conclusão da obra será entre agosto e setembro. 

Segundo a apuração dos peticionários, os “Chaveiros”, como são chamados, têm autoridade para supervisionar e controlar a os pavilhões, e são muitas vezes presos acusados de pertencerem a grupos de extermínio em Pernambuco.

As organizações realizaram diversas visitas ao presídio e constataram diretamente abusos sistemáticos e condições deploráveis de detenção. Foram registrados casos de presos que exibiam marcas de tortura, incluindo ossos quebrados e facadas na pele, e de presos portadores de graves problemas de saúde ou doenças contagiosas que não recebiam assistência médica.

O presídio tem espaço para 1.448 pessoas, contudo a população carcerária atual é de 4.800 homens, o que equivale a três vezes mais que sua capacidade. O relatório aponta que, desde 2008, houve 52 mortes violentas no local.

 

Confira as determinações feitas pela Comissão da OEA ao Brasil:

1. adotar todas as medidas necessárias para proteger a vida, integridade pessoal e saúde das pessoas privadas da liberdade no Presídio Professor Aníbal Bruno na cidade de Recife, Estado do Pernambuco;

2. adotar as medidas necessárias para aumentar o pessoal de segurança do Presídio Professor Aníbal Bruno e garantir que sejam os agentes das forcas de segurança do Estado os encarregados das funções de segurança interna, eliminando o sistema dos chamados “chaveiros” e assegurando que não lhes sejam conferidas às pessoas privadas da liberdade funções disciplinarias, de controle ou de segurança;

3. assegurar o provimento de uma atenção médica adequada aos beneficiários, oferecendo atendimento médico que permita a proteção da vida e da saúde dos beneficiários;

4. adotar todas as medidas necessárias para evitar a transmissão de doenças contagiosas dentro do Presídio Professor Aníbal Bruno, inclusive através de uma redução substantiva da superpopulação das pessoas ali privadas de liberdade;

5. adotar estas medidas em consulta com os representantes dos beneficiários; e

6. informar sobre as ações adotadas a fim de diminuir a situação de superpopulação verificada no Presídio Professor Aníbal Bruno.

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