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A Organização dos Estados Americanos (OEA) optou por não adotar uma "atitude coletiva" e se manifestar sobre a crise na Venezuela, embora o diálogo político tenha de ser resolvido sem ingerência externa - disse o secretário-geral da entidade, José Miguel Insulza, em entrevista exclusiva à AFP.

"Acho que foi muito lamentável que a OEA não tenha tomado uma atitude coletiva a respeito da Venezuela, qualquer que fosse, ou que não tenha tido uma declaração", afirmou Insulza, que se prepara para entregar o cargo ao uruguaio Luis Almagro, após uma década à frente da OEA.

Desde a explosão dos protestos na Venezuela, que deixaram vários mortos no ano passado, comentou Insulza, a OEA chegou a protagonizar polêmicos debates sobre os apelos dos países da região pela superação da crise política, mediante o diálogo. A organização não se manifestou, porém, como entidade.

Para Insulza, a organização continental poderia ter emitido uma declaração. O texto poderia sugerir "que tem de haver um diálogo e que façam como quiserem. Mas nunca houve uma declaração do Conselho Permanente da OEA, convocando ao diálogo na Venezuela, e é uma pena".

Na entrevista exclusiva à AFP, Insulza reforçou sua convicção de que um diálogo na Venezuela "é a única saída possível".

Para o secretário-geral da OEA, a Venezuela deve resolver problemas econômicos, de política cambial, desabastecimento, ou de produção, "mas para isso é preciso criar condições políticas e, nisso, o diálogo é indispensável".

Embora o diálogo seja essencial, ele acrescentou que "os sinais dos últimos 14 meses não foram os melhores. O governo não fez qualquer concessão, e se orgulha de não tê-las feito".

De qualquer forma, Insulza insistiu em que "ninguém quer intervir na Venezuela; não haverá salvadores externos da Venezuela".

Dar tempo a Cuba

Uma das marcas fundamentais da década de Insulza à frente da OEA será, sem dúvida, a reabertura das portas para o retorno de Cuba à entidade continental, decisão adotada em 2009. Insulza lembra, porém, que a Ilha ainda tem "um longo caminho de retorno".

"Seria iludido dizer que teria querido ver Cuba de volta à organização. Me parece bem como vamos até agora. É preciso dar tempo ao tempo, porque Cuba tem um longo caminho de retorno" e tudo indica que a liderança cubana "quer fazer as coisas com calma", avaliou.

"Depois de tantos anos de ausência, a OEA não é a primeira [coisa] que [os cubanos] querem fazer", comentou.

Para Insulza, o mais provável é que Cuba inicie um processo gradual de reaproximação.

"Vão para o BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento], provavelmente, ou para a Comissão Interamericana de Mulheres, ou para organismos desse tipo, e com o tempo vão ver. O importante é discutir formas em que Cuba possa começar a ter interação com outros organismos do sistema" interamericano, acrescentou.

"A OEA é tão de Cuba quanto dos outros países", completou Insulza.

"Quando cheguei à OEA, este era um tema tabu. Não se podia falar de Cuba, porque era um assunto que provocava divisões. E, agora, podemos discutir isso abertamente", ressaltou.

Além da remoção dos obstáculos para o retorno de Cuba à entidade, Insulza disse à AFP que a grande contribuição de sua gestão foi iniciar a discussão sobre uma nova "visão estratégica" sobre o papel da OEA no mundo atual.

Para ele, "os pilares essenciais são os mesmos, mas mostramos que é necessário pensar nesses pilares à luz das necessidades atuais", e não das ideias de quando a OEA foi lançada, em 1948.

Futuro político?

Com a saída da OEA, Insulza estará novamente em condições de colocar sua experiência à disposição da política chilena, onde ainda é considerado um autêntico "peso-pesado".

"Quando terminar aqui, voltarei para o Chile e vou ver a situação. Tenho plateia, tenho para quem falar, mas ainda não sei em que posição quero me situar no futuro. Não fecho as portas para nada. Estarei no Chile e estarei disponível", revelou.

Nesse sentido, Insulza evitou, com cuidado, antecipar se o ex-presidente Ricardo Lagos terá nele um auxiliar de prestígio, ou um adversário de peso.

"Somos grandes amigos do presidente Lagos. Acho que foi o personagem-chave da transição chilena, sem dúvida", limitou-se a comentar.

A Organização dos Estados Americanos (OEA), elegeu Luis Almagro, ex-ministro uruguaio das Relações Exteriores, como seu novo secretário-geral.

Os 34 estados membros escolheram Almagro em uma votação secreta. Ele era o único candidato depois que o ex-vice-presidente da Guatemala, Eduardo Stein, e o jurista peruano, Diego Garcia-Sayan, desistiram de suas candidaturas.

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Almagro vai substituir o chileno Jose Miguel Insulza, atual secretário-geral, no dia 25 de maio em um mandato de cinco anos. Ele afirmou que pretende dar prioridade à segurança dos cidadãos, prevenção de conflitos sociais, proteção contra desastres naturais e melhora da educação. Almagro também reafirmou sua esperança de trazer Cuba de volta à organização como membro oficial. Fonte: Associated Press.

O governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB) recebe, nesta quinta-feira (5), o segundo prêmio internacional do programa Mãe Coruja, que será entregue pela Organização dos Estados Americanos (OEA). A iniciativa saiu vencedora do Prêmio Interamericano da Inovação para a Gestão Pública Efetiva – edição 2014 na categoria Qualidade de Políticas Públicas. A premiação será entregue na cidade de Pachuca de Soto, no México.

A entrega do prêmio será durante a III Conferência Interamericana sobre Experiências Inovadoras para a Gestão Pública Efetiva, na qual a médica e coordenadora do Mãe Coruja, Ana Elizabeth de Andrade Lima também fará uma apresentação do programa. Segundo dados divulgados pela gestão estadual, desde que foi criado em 2007, por iniciativa da ex-primeira dama Renata Campos, até 2011, o Mãe Coruja conquistou uma redução da mortalidade infantil de 26,3%. Atualmente, programa tem 132.872 mulheres cadastradas e 72.649 mil crianças acompanhadas.                              

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Além do governador e de Ana Elizabeth, a comitiva de Pernambuco é composta pela primeira-dama Ana Luíza Câmara, pelos secretários Danilo Cabral (Planejamento e Gestão), José Neto (Assessoria Especial) e Ennio Benning (Imprensa); e pela gestora de Articulação Intersetorial do Mãe Coruja, Marta Wanderley.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) fará nesta segunda-feira (30) em Washington uma reunião especial a pedido da Argentina para discutir a reestruturação da dívida do país, de acordo com um comunicado enviado neste domingo.

O encontro começa às 11h (de Brasília) em Washington e deve contar com a participação do ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, e o ministro das Relações Exteriores do país, Héctor Timerman. A reunião tem como tema "Reestruturação da dívida soberana: o caso da Argentina e suas consequências sistêmicas". Uma nova reunião pode ocorrer também na OEA na próxima quinta-feira (3), dependendo da decisão da plenária amanhã.

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Nesta segunda, vence o prazo para a Argentina pagar US$ 1,5 bilhão a fundos dos Estados Unidos que não aderiram à reestruturação proposta em 2005 e 2010, os chamados "holdouts". Caso não faça o pagamento, o país tem um prazo de carência de mais 30 dias.

É o segundo evento em um fórum internacional que Kicillof e Timerman falam sobre o assunto em menos de uma semana. Na última quinta-feira, o ministro da Economia fez uma apresentação nas Nações Unidas, em uma plenária do grupo 77 + China, formado por países em desenvolvimento. No encontro, os representantes desses países deram apoio formal à Argentina e decidiram mandar uma carta ao juiz Thomas Griesa, que cuida do caso e decidiu no último dia 16 que o país deve pagar os "holdouts".

Em sua apresentação na ONU, Kicillof afirmou que a decisão de Griesa "empurra" a Argentina para um default e para uma crise econômica. Ele destacou em diversos momentos que a reestruturação da dívida do país foi bem-sucedida, pois teve adesão de 93% dos credores.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, pediu à comunidade internacional que não pressione nem sancione a Venezuela. A cerimônia inaugural da assembleia geral da OEA começou na terça-feira, em Assunção, no Paraguai, com a presença de 28 ministros de Relações Exteriores.

Insulza ainda afirmou que a situação na Venezuela "continua sendo motivo de preocupação". Ele pediu que o governo e a oposição busquem o entendimento que o povo do país demanda. Mais cedo, ele afirmou que o objetivo dos ministros é analisar e buscar caminhos para avançar na conciliação entre o desenvolvimento econômico e o problema da inclusão social.

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Durante o encontro também será debatido um tema controverso, apresentado pelo Brasil: o de emitir uma declaração contra a discriminação a homossexuais, lésbicas e transexuais. Até o momento, somente Argentina, Brasil, Equador e Uruguai assinaram o projeto.

A assembleia continuará hoje e amanhã, quando deverá ser publicada uma declaração oficial. Fonte: Associated Press.

A relatora especial para a liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Catalina Botero, foi escolhida pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) para receber o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa de 2014. A jurista colombiana será premiada no dia 19 de agosto, em São Paulo, durante o 10.º Congresso Brasileiro de Jornais.

Segundo a entidade, a escolha de Catalina se deve ao trabalho da relatora em defesa da liberdade de imprensa nas Américas e representa uma manifestação de apoio à Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA diante das hostilidades que ambas têm sofrido por parte de alguns governos latino-americanos, como o da Venezuela.

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Documento preparado por Catalina e apresentado no mês passado apontou que 78 jornalistas foram assassinados por causa de sua atividade profissional entre janeiro de 2010 e dezembro de 2013 nos 35 países do continente americano. A premiação foi criada em 2008 para homenagear pessoas, jornais ou instituições que se destacam na promoção ou na defesa da liberdade de imprensa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) deu início a uma sessão extraordinária para analisar a situação na Venezuela a portas fechadas. O encontro, que deveria começar às 17h (de Brasília), se iniciou às 19h30.

A reunião foi solicitada pelo Panamá, o que levou o governo de Caracas a cortar ontem as relações com o país da América Central. O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, adiantou na quarta-feira que o Conselho Permanente da organização provavelmente emitiria hoje um comunicado convocando a Venezuela ao diálogo.

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Nos EUA, legisladores republicanos e democratas pediram que a OEA reconheça o que classificaram como violações aos direitos humanos ocorridas na Venezuela. O representante democrata por Nova York Eliot Engel disse à Associated Press que durante a reunião "deve haver um reconhecimento de que há problemas como nos quais pessoas pacíficas, assim como na Ucrânia, são atacadas e que o governo prende negando os direitos a seus cidadãos".

Já o senador republicano pela Flórida Marco Rubio colocou em dúvida uma resposta mais enérgica da organização, dizendo que muitos estados membros têm medo de se opor à Venezuela por causa do petróleo barato que recebem. Fonte: Associated Press.

Brasília recebe nesta segunda-feira (11) a reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA). O objetivo do encontro é discutir a promoção de políticas públicas, visando garantir a internacionalização das micro, pequenas e médias empresas.

O evento será realizado na sede do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O presidente da instituição, Luiz Barreto, abre as atividades, bem como também participam das ações o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, e a secretária executiva para Desenvolvimento Integral da OEA, Sherry Tross.

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Entre os temas que serão abordados no evento estão a importância dos pequenos negócios e das médias empresas no comércio internacional; desafios e marco regulatório para a internacionalização dos empreendimentos de micro, pequeno e médio porte; e instrumentos para a internacionalização das micro, pequenas e médias empresas. O evento inicia às 9h.

Com informações da Agência Sebrae de Notícias.

 

 

Refúgio prático e econômico para ex-agentes de ditaduras latino-americanas, o Brasil enfrenta a pressão de tribunais e entidades de direitos humanos para reinterpretar a Lei de Anistia e adotar maior rigor contra quem torturou e matou em nome do Estado. Militantes dessa causa estimam que pelo menos uma dezena de envolvidos em crimes do gênero na Argentina e no Uruguai nos anos 1970 e 1980 estejam escondidos em cidades brasileiras.

O assunto ganha agora destaque com a reunião em Brasília, dentro de duas semanas, da Corte Interamericana de Direitos Humanos, ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA). De 11 a 15 de novembro, a CIDH debaterá, no Supremo Tribunal Federal, temas como o episódio em que morreram 35 guerrilheiros, em 1985, quando o Exército colombiano invadiu o Palácio da Justiça, em Bogotá. Há três anos a CIDH condenou o Estado brasileiro pelo desaparecimento de resistentes na Guerrilha do Araguaia - mas não há temas brasileiros na agenda da comissão do mês que vem.

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A imagem do Brasil como esconderijo favorito dos agentes da repressão continentais tende a servir de pano de fundo do encontro. Ela ganhou força desde 1989, quando o governo Sarney decidiu conceder asilo ao ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner.

Um dos personagens hoje na mira dos ativistas de direitos humanos é o ex-oficial argentino Gonzalo Sanchez, de 61 anos. Preso em fevereiro em Paraty, ele é acusado de participar do esquema de "voos da morte", para sumir com corpos de presos políticos, e de expropriar US$ 300 milhões de suas vítimas. Sanchez vive no Brasil desde 2003. Foi preso pela Polícia Federal e pela Interpol, mas alegou que tem um filho brasileiro e vive em união estável com uma brasileira.

O subprocurador-geral da República Edson Oliveira de Almeida, que pede sua extradição, reconhece que, pelas leis nacionais, os crimes de tortura e homicídio estão prescritos, pois já se passaram mais de 20 anos da data dos fatos. Ele cita, porém, um tratado do Mercosul que permitiria a entrega de um estrangeiro, por todos os crimes, desde que um dos delitos imputados satisfaça as exigências para a extradição.

Outro ex-agente argentino que aguarda uma decisão do Supremo é Manuel Alfredo Montenegro, que estaria residindo em Itaqui, no Rio Grande do Sul, segundo a Interpol. Na década de 1970, ele atuava como inspetor da Polícia Federal argentina em Posadas, na província de Misiones. Grupos de direitos humanos conseguiram documentos sobre sua possível participação na tortura dos militantes políticos Aníbal Rigoberto Velázquez, Carlos Alberto Bajura e Julio Hippler.

Vizinhos

Para o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, a preocupação com esses agentes da repressão se deve ao fato de o Brasil, fazendo fronteira com aqueles regimes, ter-se tornado uma opção prática de refúgio. De acordo com Abrão, o que impede que o País seja "um espaço consolidado de refúgio desses violadores de direitos humanos" é que "existe uma jurisprudência no STF para equiparar crimes de sequestro a crimes permanentes".

Ele acrescenta que, para entidades de direitos humanos dos países vizinhos, a Lei de Anistia brasileira é um obstáculo às extradições. Até o momento, o STF aceitou a extradição de quatro ex-agentes latino-americanos. "Se não fosse a jurisprudência do STF, todos esses casos tinham sua extradição negada", diz o secretário nacional de Justiça, para quem o Brasil estava "numa postura de impedir que outros países fizessem justiça por crimes do seu passado".

Abrão ressalta que a rede internacional de direitos humanos atua para forçar os países a criarem uma regra padrão para punir criminosos. "Essa é uma construção que se faz pouco a pouco. As conquistas nessa área são gradativas", afirma.

As análises de pedidos de extradição no STF têm animado entidades de direitos humanos. Na decisão mais recente, em setembro, a 2.ª Turma do Supremo concordou com a entrega do ex-policial militar argentino César Alejandro Enciso para que ele responda pelo crime de sequestro de pessoas que não apareceram até hoje.

O militar também era acusado de tortura. Em 2011, o tribunal autorizou a extradição do major do Exército Norberto Raul Tozzo, suspeito de participação no Massacre de Margarita Belén, ocorrido em 1976. Na ocasião, 22 presos políticos, a maioria ligada à Juventude Peronista, foram executados. O STF autorizou a extradição para que Tozzo responda apenas pelo crime de sequestro dos desaparecidos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Damous, elogiou a eleição do ex-ministro Paulo Vannuchi para uma das vagas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA). Vannuchi foi eleito na noite desta quinta quinta-feira, 6, em Antígua, na Guatemala.

"Vannuchi, por sua trajetória de vida de absoluto apreço pelos direitos humanos, e por suas qualidades profissionais, está mais do que credenciado para representar o Brasil na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA", disse Damous, que também preside a Comissão da Verdade do Rio de Janeiro.

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Em nota, Wadih Damous citou a participação de Vannuchi na elaboração do livro Brasil Nunca Mais, coordenado por dom Paulo Evaristo Arns. Lembrou também que, em 1975, o ex-ministro foi um dos responsáveis pelo dossiê entregue à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre tortura e assassinatos cometidos durante a ditadura militar, mencionando 233 nomes de torturadores, detalhando os métodos usados e citando unidades onde as torturas ocorriam.

Jornalista e cientista político, o novo integrante da CIDH foi ministro da Secretaria de Direitos Humanos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e é diretor do Instituto Lula.

Liberdade de imprensa

Em entrevista concedida há dez dias, no Rio de Janeiro, Vannuchi afirmou que a liberdade de imprensa não é mais importante que vários outros temas ligados à CIDH e que a agenda da comissão não pode ser confundida com a agenda da Sociedade Interamericana de Prensa (SIP), que reúne 1.300 publicações das Américas. "A liberdade de imprensa é necessariamente a agenda da SIP. Essa organização da sociedade civil, importante, reúne as empresas responsáveis pelas mais importantes publicações, mas elas teriam que ser cotejadas em importância com articulação das federações de jornalistas da cada país. Não se pode confundir as duas agendas", disse.

Na entrevista, o ex-ministro defendeu uma revisão na regra que permite que relatorias da CIDH recebam recursos extras dos países para projetos específicos. "A discussão é: por que se transforma um tema de direitos humanos em um tema especial quando há dez, talvez vinte temas que têm importância equivalente? A liberdade de imprensa é tão importante quanto os direitos da criança e do adolescente, a igualdade racial, os direitos da mulher, da população indígena", afirmou Vannucchi.

O ex-ministro disse haver desequilíbrio financeiro entre as relatorias da CIDH. "A Relatoria de Liberdade de Imprensa tinha recursos que faltavam a outras. Falou-se em US$ 1 milhão para esse trabalho e US$ 50 mil para a Relatoria de Direitos da Criança. Não é bom. A comissão reconhece a importância de fazer uma nova discussão sobre financiamento (...) Tem que colocar mais orçamento e deixar as doações voluntárias para situações realmente especiais", afirmou.

O governo brasileiro lançou a candidatura do ex-ministro-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Paulo de Tarso Vannuchi a uma das três vagas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). As eleições, que ocorrerão em junho, durante 43ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), terão mandatos de quatro anos, de 2014 a 2017, e pode ocorrer reeleição.

Segundo o Itamaraty, seis países (Brasil, México, Colômbia, EUA, Equador e Peru) disputam as três vagas que serão abertas no final deste ano. Cada país vota em três candidatos. Durante o governo Lula, Vannuchi foi ministro da Secretaria de Direitos Humanos, entre 2005 e 2010.

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"A candidatura de Paulo Vannuchi expressa o compromisso do Brasil com o fortalecimento do Sistema Interamericano de Direitos Humanos", afirma o Itamaraty em nota. "Nos termos da Convenção Americana sobre Direitos Humanos e do Estatuto da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, os comissários são eleitos a título pessoal e possuem independência e autonomia no exercício de suas funções. Segundo os mesmos instrumentos interamericanos, os comissários não julgam casos de países dos quais sejam nacionais", cita o texto.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) saudou nesta quinta-feira (29) a chegada, pela primeira vez, de um negro à presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o que considerou um "marco significativo" na luta pela igualdade racial.

"Sua nomeação representa um marco significativo no progresso da igualdade racial no Brasil, país com a maior população afrodescendente nas Américas", informou a CIDH, ente autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA) que vela pelos direitos humanos na região.

A chegada de Joaquim Barbosa ao posto mais alto da máxima instância da justiça brasileira "serve como inspiração para outros afrodescendentes brasileiros e para todos os povos da região em seus esforços para eliminar o racismo e a discriminação racial", disse a CIDH em um comunicado.

Filho de um pedreiro e uma faxineira, Joaquim Barbosa, de 58 anos, fez o juramento do cargo há uma semana em um evento do qual participaram altas autoridades, entre elas Dilma Rousseff, em um país onde os negros, que formam 52% da população, estão marginalizados em relação aos brancos.

Representantes da sociedade civil querem que o Brasil vá para o banco dos réus na Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) devido a problemas no maior presídio do país, o Aníbal Bruno, em Pernambuco.

Neste sábado (3), a violação de direitos humanos nos presídios Aníbal Bruno e Urso Branco, em Rondônia, foi tema de reuniões da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), em Washington, nos Estados Unidos. As reuniões contaram com a presença de representantes dos governos dos dois estados, do governo federal e da sociedade civil.

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O advogado da organização não governamental Justiça Global e representante da Clínica de Direitos Humanos da Universidade de Harvard Fernando Delgado explicou que o pedido de medida provisória para o caso do Presídio Aníbal Bruno é uma espécie de sanção mais grave. Isso porque o Brasil já havia se comprometido a cumprir medidas cautelares para resolver os problemas de violação de direitos humanos e para ampliar a segurança de funcionários do presídio e de visitantes. Para chegar até a corte, o pedido ainda precisa ser aprovado e encaminhado pela CIDH.

De acordo com Delgado, o Presídio Aníbal Bruno abriga quase três vezes mais detentos que sua capacidade. São cerca de 5 mil homens para 1.448 vagas. Os representantes da Justiça Global informaram na reunião que desde agosto de 2011 ocorreram pelo menos 14 homicídios no Presídio Aníbal Bruno. Delgado disse ainda que a última morte, no mês passado, foi de um preso provisório de 20 anos, acusado de furto. “Era um preso provisório há mais de um ano”, destacou. A organização não governamental também relatou que há casos de tortura e de morte por falta de atendimento médico.

“Nossa expectativa é que o Estado comece a levar mais a sério essa questão. Devido ao agravamento da violência no presídio e ao descuido, há todas as chances de ir para a corte”, disse Delgado.

Delgado também informou que no caso do Presídio Urso Branco a reunião foi feita para avaliar as medidas de melhoria na penitenciária e a adoção de medidas previstas no Pacto para Melhoria do Sistema Prisional do Estado de Rondônia de 2011.

Delgado lembra que o Urso Branco foi cenário do segundo maior massacre de presos do país, depois do Carandiru. Na passagem do dia 1° para 2 de janeiro de 2002, foram assassinadas 27 pessoas no presídio. Na época, a CIDH sugeriu medidas provisórias para garantir a vida e a integridade dos detentos.

De acordo com a Justiça Global, a superlotação na penitenciária persiste – com capacidade para 460 homens, atualmente abriga cerca de 700. “No Presídio Urso Branco houve um homicídio em janeiro. Há falta de assessoria jurídica e casos de tortura”, disse Delgado.

A Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria de Direitos Humanos e aguarda retorno.

 

A Casa Branca congratulou nesta segunda-feira o povo da Venezuela pela reeleição do presidente Hugo Chávez, de 58 anos, enquanto admitiu no mesmo comunicado que os Estados Unidos têm "diferenças" com o bolivariano. "Nós temos nossas diferenças com o presidente Chávez" disse o porta-voz da Casa Branca Jay Carney. "Mas congratulamos o povo venezuelano", ele acrescentou, ao dizer que o processo eleitoral foi "pacífico" na Venezuela.

Já o presidente de Cuba, Raúl Castro, congratulou Chávez no final da noite de ontem pela vitória na eleição presidencial da Venezuela. "Tua vitória decisiva garante a continuidade da luta para uma integração verdadeira da nossa América", afirmou em comunicado. Entre os cubanos comuns a sensação obtida com a vitória de Chávez era de alívio. O ex-presidente cubano Fidel Castro, que deixou o poder em 2008, não fez qualquer comentário nesta segunda-feira.

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Caso eleito, o candidato da oposição Henrique Capriles disse que a relação econômica da Venezuela com Cuba seria revista. Cuba depende quase que totalmente do petróleo vendido pela Venezuela, a condições e preços favoráveis, para manter sua economia funcionando. "Em termos práticos, para nós cubanos significa que a relação continuará. Ela podia ser interrompida", disse Leonardo Juan, funcionário público de uma estatal cubana. Com a ajuda da Venezuela, o governo cubano conseguiu reativar a refinaria de Cienfuegos. Cuba depende da queima de petróleo para gerar eletricidade.

Não apenas os cubanos ficaram contentes com a vitória de Chávez. Manifestações de alegria foram comuns nos países do Caribe e da América Central, para os quais a Venezuela vende petróleo a preços baixos e subsidiados. O petróleo é fornecido sob um programa da Petrocaribe, criada por Chávez para esse fim. "Na República Dominicana, a população ficou extasiada com a vitória de Chávez. A economia dominicana provavelmente teria entrado em colapso sem os termos generosos da Petrocaribe", disse Eduardo Gamarra, professor de relações internacionais na Universidade Internacional da Flórida (EUA). A Petrocaribe também fornece petróleo ao Haiti.

"No Caribe, Chávez tem toda uma coleção de pequenos países que não são importantes em termos econômicos. Eles sobrevivem por causa dos subsídios de Chávez", disse Gamarra. "Mas adivinhe o que eles fazem: em qualquer votação na Organização dos Estados Americanos (OEA), ou na Organização das Nações Unidas (ONU), eles sempre votam com a Venezuela. Chávez sabe disso".

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, anunciou nesta quarta-feira que enviará uma missão eleitoral ao Paraguai o mais rápido possível, para supervisionar os preparativos para as eleições presidenciais de abril de 2013. No dia 22 de junho o Senado do Paraguai destituiu o presidente do país, Fernando Lugo. O vice-presidente Federico Franco assumiu o cargo imediatamente. Nesta semana, foi confirmada a data de 21 de abril de 2013 para a eleição presidencial.

Insulza não precisou uma data específica para o envio da missão e anunciou que ela deverá ser comandada por um ex-chefe de Estado de um país latino-americano. Ele disse que a missão a ser enviada ao Paraguai terá um caráter de observação eleitoral parecido as que foram enviadas recentemente ao México e à República Dominicana, países que tiveram eleições presidenciais neste ano.

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A postura da OEA difere dos blocos Mercosul e Unasul, que suspenderam o Paraguai após a destituição de Lugo. Nicarágua, Venezuela, Bolívia e Equador pediram inicialmente que o Paraguai fosse suspenso da OEA, mas a entidade rechaçou a proposta.

As informações são da Associated Press.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) pode decidir o destino das 1.762 famílias que moram no Condomínio Residencial Barão de Mauá, em Mauá, na Região Metropolitana. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos decidiu avaliar o mérito da denúncia contra o Estado brasileiro feita pelo advogado Aurélio Okada, que representa 531 famílias do condomínio.

O conjunto foi construído sobre um depósito de resíduos industriais, fato revelado em 2001, após uma explosão causada por gases inflamáveis matar um homem. Se o caso for adiante, o Brasil pode ser condenado a indenizar as famílias. No Barão de Mauá vivem hoje cerca de 7 mil pessoas. São 77 edifícios - 55 dos quais habitados e 22 que deixaram de ser concluídos por decisão judicial.

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O Estado argumenta que o caso ainda não cabe à OEA porque os recursos internos não foram esgotados. Em 2006, a juíza Maria Lucinda Costa, da 3.ª Vara Civil de Mauá, declarou como culpadas a fábrica Cofap, que usou a área por décadas como depósito de lixo industrial, as construtoras Soma e SQG e a prefeitura de Mauá. As rés recorreram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A Corte Interamericana de Direitos Humanos, vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA), pediu explicações ao Brasil sobre a demora na localização e identificação de restos mortais dos participantes da Guerrilha do Araguaia. O governo tem até 31 de agosto para responder à interpelação, explicando os motivos pelos quais as expedições de busca na região do conflito, no sul do Pará, ainda não produziram resultados.

Em 2010, ao julgar ação movida por familiares de desaparecidos, a corte havia determinado que o Brasil localizasse e apresentasse os restos mortais. Em abril deste ano, os mesmos familiares, representados pela organização não governamental Centro pela Justiça e o Direito Internacional, voltaram à corte, dessa vez para manifestar insatisfação com os resultados das buscas.

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Em documento com 120 páginas, acusam o governo de trabalhar sem métodos científicos, desperdiçando recursos públicos. Seria mais eficiente e econômico, argumentam, se as Forças Armadas abrissem seus arquivos secretos e revelassem quais os lugares onde foram deixados os restos mortais guerrilheiros.

Os familiares também criticam o governo por não investir na análise dos restos mortais já localizados e transferidos para Brasília. No total, são 19 ossadas que aguardam identificação.

De acordo com informações do governo, no período de 2009 a 2011 as buscas na região do Rio Araguaia custaram R$ 5,4 milhões aos cofres públicos. Neste ano, os gastos devem chegar a R$ 2,5 milhões. "É muito dinheiro, se você considerar que as expedições andam de um lado para outro sem orientação, sem metodologia científica. Se continuar dessa maneira, é melhor usar o dinheiro para a construção de escolas e hospitais", diz a professora aposentada Vitória Grabois, filha do guerrilheiro Maurício Grabois, desaparecido desde 1973.

Signatária do documento, ela diz que boa parte dos familiares se afastou das buscas oficiais. "Já estive duas vezes na região. Agora me recuso a participar de expedições que se destinam apenas a demonstrar a boa vontade do governo. Isso não basta."

Resposta

O governo deverá enviar explicações à Corte Interamericana dentro do prazo previsto, segundo Gilles Gomes, representante da Secretaria de Direitos Humanos no Grupo de Trabalho Araguaia, criado especialmente para realizar as buscas.

De São Geraldo do Araguaia, no Pará, onde se encontrava na semana passada em mais uma expedição, ele disse por telefone que serão detalhados os trabalhos já executados, as dificuldades na localização e identificação de corpos desaparecidos há quase 40 anos e os avanços obtidos.

Gomes também rebateu as críticas dos familiares. "Os documentos oficiais são importantes, mas não se pode exagerar. Há um certo fetichismo em torno deles. Eles podem ter pistas, mas não resolvem todos os problemas. Não está descartada a hipótese de já terem sido realizadas operações de limpeza na região."

Essas operações, segundo Gomes, teriam consistido na retirada e transferência dos restos mortais dos locais onde foram originalmente depositados. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, disse nesta terça-feira (10) que é contra suspender o Paraguai e propôs o envio imediato de uma missão para supervisionar os preparativos das eleições que devem acontecer em abril. A postura da OEA contrasta com a do Mercosul, que suspendeu o país temporariamente por causa do impeachment do presidente Fernando Lugo.

"Não esqueçamos que existe uma situação de normalidade política, social e política que queremos preservar", afirmou Insulza durante uma sessão extraordinária do Conselho Permanente da organização. Para ele, uma suspensão "não contribuiria para alcançar nossos objetivos. Já incrementar a presença efetiva dos órgãos da OEA evitaria o crescimento das divisões na sociedade e no sistema político."

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Nicarágua, Venezuela, Bolívia e Equador solicitaram a suspensão do Paraguai na sessão extraordinária realizada em 26 de junho. Os países dizem que a rapidez com que o Congresso moveu o processo de impeachment contra Lugo violou sue direito de defesa.

Insulza esteve em Assunção, capital paraguaia, acompanhado de representantes dos Estados Unidos, Canadá, Haiti e outros. Ele manteve a posição expressada antes da viagem: a destituição teve uma celeridade que debilitou o processo, mas não pode ser considerada um golpe de Estado pois o procedimento é contemplado nas leis paraguaias. As informações são da Associate Press.

A assembleia-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) decidiu na madrugada desta quarta encarregar o Conselho Permanente, composto pelos embaixadores dos países-membros, de elaborar uma proposta de reformas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. A proposta deverá ser votada em assembleia-geral da OEA, no fim deste ano ou no primeiro trimestre de 2013.

De acordo com a Human Rights Watch e a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), as reformas podem diminuir a autonomia e a força da Comissão e da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que tem aberto processos contra os governos do continente por violações de liberdades democráticas, incluindo a de imprensa. As reformas são defendidas por Venezuela, Equador e Bolívia, cujos governos têm sido alvo de processos da Corte.

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Elas têm também o apoio do Brasil, que no ano passado convocou de volta seu embaixador na OEA, depois que a Corte pediu a suspensão da construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, enquanto averiguava se ela violava os direitos de populações indígenas. O governo brasileiro afirma que as reformas não enfraquecerão a Comissão, e que apenas estabelecerão critérios de sua atuação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A assembleia-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) preparava nesta terça à noite o lançamento de reformas no seu estatuto que, na visão de entidades de defesa dos direitos humanos, diminuirão a autonomia da Comissão e da Corte Interamericana de Direitos Humanos. O Brasil, que em abril de 2011 convocou de volta seu embaixador na OEA, Rui Casais, por causa do pedido da Comissão de suspensão das obras da hidrelétrica de Belo Monte, apoia as reformas.

"Vejo as reformas com preocupação", disse ao Grupo Estado o diretor da Human Rights Watch para as Américas, José Miguel Vivanco. "A proposta que se está impondo é de ignorar a independência da Comissão e romper o acordo alcançado em 25 de janeiro, pelo qual se formulavam recomendações não vinculantes à Comissão, que podia ou não incorporá-las."

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Em vez disso, prosseguiu Vivanco, que foi consultor da Comissão, "o que se está impondo é autorizar o Conselho Permanente da OEA, ou seja, os embaixadores em Washington, a iniciar um processo de reforma dos estatutos, e realizar uma assembleia-geral extraordinária dentro de seis meses, para aprovar essas novas regras do jogo".

As reformas são impulsionadas pela Venezuela e seus aliados Equador e Bolívia, anfitriã do evento, realizado no povoado de Tiquipaya. Vivanco, de origem chilena, disse que "não passa por um teste lógico" a posição defendida pelo porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes da Silva, em entrevista publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo no domingo, de que a intenção é fortalecer e "despolitizar" a Comissão, tornando mais claros os critérios de suas ações em defesa dos direitos humanos nos países-membros da OEA. "O que está em jogo não é isso, mas o cumprimento por parte do Brasil das sentenças da Corte", criticou o ativista. "Não tem precedentes a reação do governo de Dilma Rousseff em relação às medidas cautelares da Comissão no caso Belo Monte. Isso gera sérias dúvidas quanto ao compromisso maduro do Brasil com o multilateralismo."

Suspensão

Além de convocar seu embaixador, o Brasil suspendeu o pagamento de sua cota de US$ 6 milhões à OEA e retirou a candidatura do ex-secretário nacional de Direitos Humanos Paulo Vannuchi à Comissão.

Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua anunciaram nesta terça sua saída do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar), que prevê a defesa mútua da soberania dos países do continente. "Nossos países tomaram a decisão de enterrar o que merece ser enterrado, de jogar no lixo o que já não presta", disse o chanceler do Equador, Ricardo Patiño. Eles consideram que os países das Américas teriam de ter saído em defesa da Argentina na sua disputa com a Inglaterra pelas Ilhas Malvinas.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, declarou que, se a OEA "desaparecer", a culpa será da "prepotência" dos EUA, em impedir reformas do organismo. Morales e seu colega venezuelano, Hugo Chávez, têm defendido a união latino-americana em organizações alternativas à OEA, excluindo EUA e Canadá. A representante americana, Roberta Jacobson, secretária de Estado adjunta para América Latina, retirou-se antes do encerramento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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