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A Prefeitura de São Paulo vai passar a usar guardas civis na Operação Delegada, cujo objetivo é fiscalizar e combater o comércio ilegal, ainda neste ano, afirmou o prefeito Fernando Haddad (PT), nesta terça-feira, 23. A informação foi divulgada durante uma entrega de caminhões para coleta seletiva no Vale do Anhangabaú, no centro.

Atualmente, a Operação Delegada é feita a partir de um convênio da Prefeitura com a Polícia Militar, em que os agentes, em duplas ou trios, tentam coibir a atuação de ambulantes não autorizados nas ruas. "Agora, nós temos a alternativa de também fazer com a Guarda Civil Metropolitana (GCM), até porque não há contingente da Polícia Militar para toda a Operação Delegada", afirmou o prefeito.

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Segundo Haddad, o novo modelo deve ser testado inicialmente na região do Brás, na região central, e contaria com a participação de grupos formados apenas por agentes da GCM. "Hoje, nós podemos ter um contingente atuando no contraturno e nós vamos testar o modelo", disse.

A medida tem respaldo em lei federal sancionada pela presidente Dilma Rousseff (PT) em agosto, que concedeu poder de polícia aos guardas civis. De acordo com Haddad, a Prefeitura precisa abrir inscrições para os agentes que queiram participar da Operação Delegada, que é feita em jornadas extras de trabalho, e depois realizar a seleção.

Na última quinta-feira, 18, o camelô Carlos Augusto Muniz Braga, de 30 anos, foi morto por um policial militar no bairro da Lapa, na zona oeste. Na ocasião, Fernando Haddad classificou a conduta do agente como um "caso isolado" no âmbito da Operação Delegada, já que seria a primeira vez que a atividade policial teria resultado em morte.

O prefeito havia destacado, ainda, a necessidade de analisar continuamente a operação. "Acho que é um caso isolado (na quinta), mas que tem que ser analisado em profundidade para saber se houve um comportamento indevido por parte do policial ou se é uma atitude mais generalizada", disse.

Com a atual gestão municipal, segundo o tenente-coronel Mauro Lopes, porta-voz da Polícia Militar, o efetivo de policiais militares na Operação Delegada tem sido reduzido por decisão da Prefeitura. "Diminuiu por questões orçamentárias deles", afirmou após a morte do camelô. A reportagem apurou que a redução chegou a 70% e teria causado insatisfação na PM.

De acordo com a Prefeitura, no entanto, o efetivo não diminuiu. A administração municipal diz que manteve o número de vagas da gestão anterior e até ofereceu 1.500 a mais, mas que apenas 114 policiais se interessaram.

A Operação Delegada, conhecida como "bico oficial" dos policiais militares para combater o comércio ambulante irregular na cidade de São Paulo, está suspensa na região da Mooca desde terça-feira (22). A previsão de volta é só na próxima terça, dia 29. A Prefeitura e o governo estadual, ambos responsáveis pela ação, culparam um ao outro pela falta de policiamento.

Segundo a Prefeitura, "por motivos internos da Polícia Militar", não está prevista escala de policiais durante o período. A corporação rebate: "Não houve problema interno. O corte orçamentário determinado pela administração municipal comprometeu de imediato a capacidade de escalar policiais, provocando momentaneamente o problema na região".

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O convênio entre a Prefeitura e o governo do Estado para dar continuidade à operação está sendo renovado e prorrogado por mais dois anos, segundo o Diário Oficial de ontem. O valor destinado à atividade será reduzido de R$ 8,2 milhões para R$ 6,2 milhões.

"O valor leva em conta a média da despesa efetivamente realizada com a operação, tendo em vista variações mensais e o não preenchimento da totalidade de vagas pela PM", afirmou a Prefeitura. O secretário municipal de Segurança Urbana, Roberto Teixeira Porto, afirmou ser perceptível, desde o ano passado, "que a PM não consegue preencher todas as vagas".

Embora disponha atualmente de 2.135 vagas, em março havia apenas 1.376 agentes inscritos no programa voluntário. A polícia diz que, quando começar a vigorar o novo convênio, "a operação voltará a contar com o contingente adequado à nova realidade orçamentária".

A falta de PMs na Mooca foi relatada pela Associação de Lojistas do Brás (Alobrás). "A região volta a sofrer com a desordem urbana, o que resulta na volta dos ambulantes ilegais, no aumento da violência", afirma a associação, em nota.

O governador Geraldo Alckmin autorizou nesta quarta-feira, 02, o início da Diária Especial por Jornada Extraordinária (DEJEM) que colocará nesta primeira etapa mil policiais militares a mais por dia nas ruas da região metropolitana de São Paulo, da Baixada Santista e de Campinas. Como exemplo de onde os PMs irão atuar na capital, o governador citou o Ladeirão do Morumbi e a zona leste.

A diária funciona como a Operação Delegada, permitindo que os PMs trabalhem voluntariamente em suas folgas com direito a remuneração adicional, uma espécie de "bico oficial".

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Os policiais poderão trabalhar até oito horas diárias fora da jornada normal, por até 10 dias no mês (80 horas). O limite é estabelecido para que não haja comprometimento do descanso e do rendimento físico do agente.

"É uma realidade no mundo inteiro que o policial em razão do regime de trabalho, ocupa uma parte do horário de folga para exercer uma outra atividade e suplementar o seu ganho. O que estamos fazendo é não ignorar essa realidade. Nós temos um número de policiais que acabam morrendo fazendo bico não oficial", disse o secretário da segurança pública Fernando Grella.

Segundo Grella, os policiais trabalharão fardados e com respaldo do comando da operação. Cerca de 4,8 milhões serão gastos por mês para pagar a diária de R$ 193,34 para oficiais e de R$ 161,12 para praças.

Distribuição

Na região metropolitana de São Paulo atuarão 600 PMs a mais por dia. Na Baixada Santista e na região de Campinas serão 200 e 150 policiais, respectivamente.

"Ganha o policial que vai poder ter um plus no salário de R$ 1.610 por mês e ganha a população porque teremos nos locais mais necessários, um maior número de policiais".

De acordo com Alckmin, a escolha dos pontos para atuação desses policiais foi feita com base no Relatório Analítico Gerencial de Inteligência de Segurança Pública (Ragisp).

Para complementar o efetivo da Operação Delegada, que perdeu força durante a administração do prefeito Fernando Haddad (PT), o Estado de São Paulo quer contratar policiais militares para trabalhar durante o horário de folga. O objetivo é ampliar o total de homens nas áreas com maior taxa de criminalidade e aumentar o salário dos PMs, evitando que façam "bicos" na iniciativa privada.

Segundo o comandante-geral da PM, coronel Benedito Roberto Meira, já morreram neste ano 123 policiais militares. "A maioria foi durante o bico. Esse risco diminui quando o PM trabalha pela corporação", disse o coronel, que participou nessa quarta-feira (27) do Fórum Pensar Paulista.

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Conforme o projeto, os valores das diárias especiais serão de R$ 185,95 para oficiais e de R$ 154,96 para praças. O governo poderá contratar 5 mil homens no Estado - 3 mil deles para atuar na capital.

Dados da PM mostram que diminuiu o efetivo de policiais pagos pela Prefeitura para trabalhar na Operação Delegada em diversas áreas da cidade. Na Avenida Paulista, por exemplo, havia 184 homens em três turnos. Atualmente, são 72. Na Avenida Faria Lima, o efetivo da Operação Delegada passou de 67 para 17. Na Rua 25 de Março, caiu de 200 para 80.

O projeto de lei que cria a permissão para o pagamento dessa jornada especial aos PMs foi um dos cinco enviados pelo Executivo à Assembleia Legislativa para beneficiar a corporação. Ontem, foram aprovados dois projetos. Um deles, estabeleceu o aumento da diária do vale-alimentação da PM, que passou de R$ 20 para R$ 40.

Também foi aprovada proposta que prevê a contratação de 5 mil oficiais administrativos concursados para substituição de soldados temporários. Segundo o governo de São Paulo, os oficiais administrativos serão civis e não precisarão frequentar as escolas da polícia. O objetivo com essa inovação é que os policiais militares se concentrem nas áreas fins, voltadas ao policiamento cotidiano.

O "bico oficial" do Estado deve ser votado na semana que vem, junto com outros dois projetos destinados à corporação. Um deles permite a promoção de 27.282 policiais em praticamente todos os postos. Outro permite a promoção ao posto imediato dos policiais aposentados que não haviam sido beneficiados entre os anos de 1991 e 2011.

As medidas fazem parte do pacote prometido pelo governador Geraldo Alckmin para compensar o aumento salarial anunciado em setembro à Polícia Civil. A medida desagradou aos policiais militares, que acusaram o governo de romper a isonomia salarial que há 30 anos beneficiava igualmente as carreiras.

Crítica

Segundo o deputado major Olímpio Gomes (PDT), as entidades dos policiais militares acalmaram depois que os projetos foram apresentados. "Mas os três que ficaram para a semana que vem ainda estão ruins e precisam ser melhorados", afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Prefeitura de São Paulo suspendeu a prorrogação do Programa de Combate ao Comércio Ambulante Irregular, em convênio com a Polícia Militar (PM). A informação foi publicada na edição desta sexta-feira, 23, do Diário Oficial da Cidade. Os aditamentos anuais, com previsão de aumento no efetivo de soldados que fiscalizam os ambulantes nas regiões na Rua 25 de Março e no Brás, estavam previstos no contrato firmado com a corporação em 2011.

O projeto foi desidratado ao longo de 2013, quando caiu pela metade o número de policiais que ficavam nas ruas da região central fiscalizando o comércio irregular. O efetivo nas ruas passou de 3.439 para 1.853 PMs. A reportagem constatou que o efeito nas ruas é a volta dos camelôs para vários grandes pontos de comércio da capital paulista e também para áreas próximas de estações de metrô e terminais de ônibus.

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De acordo com o prefeito Fernando Haddad (PT), o foco da Operação Delegada deve ser ampliado, com combate à criminalidade na periferia e patrulha preventiva nos parques municipais. Haddad nega, porém, que faça vistas-grossas aos camelôs. "As apreensões vão continuar sendo feitas. Nós estamos apertando a fiscalização. O número de apreensões neste ano bateu o recorde dos últimos anos, mesmo com um efetivo bem menor", disse nesta quarta-feira, 21, logo após visita ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

"O efetivo do programa pode ser deslocado para atender a outras demandas", acrescentou ele, que cita a patrulha preventiva à noite nos bairros da periferia e parques como novas frentes de trabalho da Operação Delegada. Os camelôs cobram maior atuação por parte da administração municipal. Segundo eles, o grupo de trabalho voltado a criar uma política para os ambulantes na capital está parado. Haddad afirma, no entanto, que a criação da política é "complexa".

Em encontro nesta terça-feira, 20, pela manhã com o secretário de Segurança do Estado, Fernando Grella, o prefeito Fernando Haddad (PT) aceitou viabilizar a Operação Delegada à noite com PMs das outras 38 cidades da Região Metropolitana que quiserem fazer o ‘bico’ da Prefeitura de São Paulo. Hoje só os policiais da capital podem participar do convênio para atuar na cidade - eles recebem, em média, adicional mensal de R$ 1.800 por 40 horas.

O acordo ocorre quatro dias após a gestão Haddad excluir como meta do governo a extensão da patrulha dos PMs na Operação Delegada nos bairros da periferia. O prefeito admitiu que havia resistência de soldados da capital em aderirem ao programa nos bairros - hoje os 1.853 policiais militares do convênio ficam principalmente na região central, em ruas comerciais com grande circulação de pessoas.

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Em março, logo após Estado e Prefeitura assinarem convênio para estender a Operação Delegada para o período noturno, a maior parte dos soldados da corporação que atuava no centro e seria transferida para os bairros desistiu de participar do ‘bico’. O efetivo pago pela Prefeitura, que era até abril de 3.458 homens, foi reduzido pela metade.

"O secretário foi muito gentil conosco, e acredita-se que, com a possibilidade de soldados de outras cidades participarem do convênio, vai se resolver o problema", disse o prefeito à reportagem hoje à tarde, por volta das 15 horas, logo após reunião com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Alceu Navarro.

A oferta do Estado foi feita porque hoje existe solicitações de vários batalhões de cidades vizinhas como Guarulhos, Osasco, Itapevi, Santo André e São Bernardo que queriam ter a possibilidade de participar da Operação Delegada na capital.

Haddad disse que a intenção é mudar o perfil da Operação Delegada, focada nos últimos quatro anos no combate ao comércio informal. "Com metade do efetivo nós conseguimos aumentar o número de apreensões de produtos ilegais. Então precisamos deslocar esse contingente para outras funções."

Policiais militares que participam da Operação Delegada devem ampliar sua atuação e passar a exercer funções de fiscalização da Prefeitura de São Paulo, como aplicar multas contra barulho, no âmbito do Programa de Silêncio Urbano (Psiu), autuar bares irregulares e apreender táxis clandestinos. O prefeito Fernando Haddad (PT) afirma que não quer que o chamado bico oficial da PM se restrinja apenas à repressão de comércio ilegal nas ruas, como ocorre hoje na maior parte da cidade.

"A rigor, você pode delegar tudo que é do poder de polícia da Prefeitura", disse Haddad, após entrevista à Rádio Estadão, à qual afirmou querer ampliar a atuação da Operação Delegada. Ele e o comandante-geral da PM, Benedito Meira, já se reuniram para falar do assunto. Segundo Meira, a fiscalização do barulho está entre as atividades que interessaram o prefeito. "Nós já fazermos ocorrência de perturbação de sossego. Mas hoje não temos competência legal para multar", disse.

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Com o acordo, PMs passariam a ter decibelímetros, aparelhos para medir a poluição sonora. Uma das vantagens de os policiais fazerem esse serviço é que eles já recebem muitas reclamações sobre ruído. Nos fins de semana, 60% dos chamados ao 190 são por causa de barulho. O problema é que, na maioria das vezes, quem denuncia não aceita ir até a delegacia prestar queixa. Com o decibelímetro, os PMs estarão aptos a aplicar penas administrativas, sem necessidade de ir até a delegacia registrar o BO.

Mais ações também podem ser incorporadas, desde que sigam duas regras. "A Prefeitura só pode delegar o que é de competência exclusiva dela. E o que for delegado tem de ser competente com a função de policial militar", explicou Meira.

A mudança da operação já fazia parte do programa de governo de Haddad como candidato. O documento afirmava que os PMs podem focar a atuação contra desmanches clandestinos na periferia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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